A importância da educação ambiental já se tornou indiscutível

A consolidação dos valores sustentáveis é uma medida contínua

Marcelo Copelli

A importância da educação ao longo da evolução do indivíduo é indiscutível, sendo fundamental não só o desenvolvimento do ser humano nos mais diversos sentidos, mas também na promoção da sua formação pessoal, da integração social e da transformação de realidades.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotado pela ONU em 1948, em seu artigo nº 26 estabeleceu a obrigatoriedade e a gratuidade da educação primária, conceito ampliado na Meta 4 da Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que busca integrar equidade, universalidade e qualidade na metodologia de ensino.

OPORTUNIDADES – A verdadeira cidadania tem suas bases na educação, inicialmente nas escolas e posteriormente nas universidades, conforme o modelo tradicional, elevando a educação ao status de direito público subjetivo. Isso a torna uma ferramenta primordial na luta contra as desigualdades sociais, proporcionando paridade de oportunidades no futuro ingresso ao mercado de trabalho.

Nesse contexto, a Constituição de 1988 estabeleceu que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, deve ser promovida com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Surge então a temática da educação ambiental, considerada essencial para conscientizar sobre questões climáticas em todos os níveis de ensino, preparando as futuras gerações para enfrentar os desafios iminentes que afetam o planeta.

A Lei que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, regula a prática no contexto brasileiro, estabelecendo linhas de atuação como a capacitação de recursos humanos, o desenvolvimento de pesquisas e experimentações, e a produção e divulgação de material educativo. Este marco regulatório busca aproximar as pessoas da natureza, incentivando a inclusão social e promovendo soluções para melhorar os ecossistemas, aumentando a resiliência urbana e garantindo segurança jurídica às relações contratuais baseadas nos princípios fundamentais.

DOUTRINAÇÃO – A referência à instrução formal, trabalhada em cenários escolares, facilita a doutrinação da vivência em coletividade, estimulando reflexões sobre a responsabilidade individual em relação ao bem comum. A conscientização dos impactos das decisões no cenário global é uma habilidade socioemocional necessária para formar conexões interpessoais e enfrentar os desafios de um mundo em constante mudança.

A consolidação dos valores sustentáveis por meio da educação é uma medida contínua, apontada por especialistas como o único caminho eficaz para despertar a humanidade para a nobre causa, proporcionando condições favoráveis à convivência solidária em prol da qualidade de vida e evitando um sombrio prognóstico de uma grande extinção em massa.

Vexame! Ex-comandantes militares serão investigados por receber salários ilegais

Quem é Freire Gomes? Conheça general do Exército que ameaçou Bolsonaro de  prisão; ex-presidente consultou Forças Armadas sobre golpe de Estado

Garnier, Gomes e Amarante alegaram falsas quarentenas

Tácio Lorran
E
stadão

A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República vai investigar supostas fraudes nos processos de quarentena remunerada dos ex-comandantes do Exército, general Marcos Antônio Freire Gomes, e da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, e do ex-diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Garigham Amarante Pinto.

A decisão foi tomada na reunião dessa terça-feira, 23, após reportagem do Estadão revelar que os servidores ganharam os salários extras ao usarem convites contestados pelas próprias empresas. Um deles chegou a receber mais de R$ 100 mil.

QUESTIONAMENTOS – O Estadão apurou que a Comissão de Ética Pública vai reabrir os três processos, findados há quase um ano, e enviar questionamentos às autoridades e às companhias. Por fim, caberá aos relatores decidirem sobre o que será feito. As autoridades poderão ter que devolver o dinheiro.

O caso também é investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), após pedido do procurador Lucas Furtado.

A quarentena busca evitar que servidores do topo da hierarquia usem informações privilegiadas obtidas na função para beneficiar empresas privadas. No caso dos generais, eles disseram ter recebido propostas de companhias que, quando questionadas pelo Estadão, negaram que fizeram as ofertas de emprego.

PEGA NA MENTIRA – Freire Gomes consultou a CEP em 20 de março do ano passado e informou ter recebido uma proposta formal para o Conselho de Administração da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Procurada, a Abrablin negou taxativamente a oferta:

“Marco Antônio Freire Gomes não faz parte do quadro da associação, bem como não houve qualquer tipo de convite ou sondagem para isso.”

Chefe da Marinha de abril de 2021 a dezembro de 2022, Garnier Santos disse ter sido convidado para trabalhar como consultor no Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Simde). “Não houve contratação para o quadro de pessoal nem para prestação de serviço, especificamente pelo Simde, desde 2022 até o momento. A propósito, não há planos de contratação no futuro próximo”, disse o sindicato à reportagem.

SEM COMENTÁRIOS – Após a decisão determinando a quarentena, Freire Gomes recebeu um pagamento de R$ 58,7 mil brutos e Garnier Santos, de R$ 107 mil. O benefício se juntou ao salário de R$ 36 mil dos generais. Procurados, eles não se manifestaram.

Homem de confiança de Valdemar Costa Neto, Garigham Amarante Pinto foi diretor de Ações Educacionais do FNDE. Ao sair do cargo, Amarante disse pretender trabalhar para uma fabricante de ônibus, a Agrale, como “consultor sobre financiamento estudantil”. Fundada em 1962 e sediada em Caxias do Sul (RS), a empresa também negou a oferta: “Pode estar havendo algum engano”. Garigham explicou à reportagem ter consultado a CEP sobre “eventual incompatibilidade [com] o novo trabalho que tinha em vista na iniciativa privada”.

RESPONSABILIZAÇÃO – Especialistas, juristas e ex-integrantes da CEP explicaram que, caso sejam comprovadas as irregularidades, os ex-servidores podem ser responsabilizados tanto administrativamente quanto na esfera criminal, a depender do caso.

Eles poderão responder por falsificação de documento, falsidade ideológica ou improbidade administrativa.

“A Comissão julga de acordo com os elementos que são trazidos. Se um funcionário apresenta uma proposta (de trabalho) que não existe, houve fraude. Se isso chegar à Comissão, a Comissão terá de tomar as providências necessárias para que essa fraude seja reprimida”, disse ao Estadão o presidente da CEP, o advogado Manoel Caetano Ferreira.

Ministro Luiz Eduardo Ramos testa positivo para a Covid-19 | CNN Brasil

Ex-ministro Eduardo Ramos aplicou o mesmo golpe

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como na célebre composição de Fernando Lobo e Paulo Soledade, está faltando um. O general  Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro de Bolsonaro, fez exatamente a mesma coisa, recebeu salários ilegais alegando “quarentena”, mas a Comissão de Ética “esqueceu” de investigá-lo. Qual será o motivo? A omissão é inaceitável, porque o caso dele foi citado na mesma reportagem de Tácio Lorran. Será que o TCU também esqueceu dele? (C.N.)

A produção em série da pobreza, diante de governantes cruéis e patéticos 

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Criança carente é um drama que se perpetua

Paulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, administrador de empresas e poeta carioca Evanir José Ribeiro da Fonseca (1955-2017), no poema “Hipocrisia”, fala de uma realidade que a cada dia cresce mais.

HIPOCRISIA
Evanir Fonseca

Um no colo, outro no ventre, 
produção independente que nunca para,
incentivada e “alimentada”
pelo Governo que, cretinamente…,

faz campanhas:
– Campanha da fome!

– Campanha da criança carente!
– Criança que, antes de ser gente,
   já emprenha e dela nascem mais…

Um no colo, um no ventre
e outro estendido no chão:
deitado doente, abandonado, atirado!

Menor delinquente: morto, ou drogado, tudo igual…
na frutificação da produção em série, ininterrupta,
patrocinada pelos “Governantes”, cruéis…
diante da pobre sofreguidão

Lula manda a imprensa amestrada atacar plano industrial de Mercadante e Alckmin

Biocombustíveis e elétricos são destaque em nova política industrial

Lula “não leu e não gostou” do novo programa industrial

Carlos Newton

Sinceramente, Lula da Silva parece não estar bem. Discursa, dá entrevistas faz declarações todo santo dia, está sempre criticando alguém ou alguma instituição, não importa quem seja, podendo atingir até mesmo pessoas ligadas diretamente a ele, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente do BNDES, Aloizio Mercandante, e o vice Geraldo Alckmin.

Usando seu extraordinário carisma, o presidente se comporta como se fosse dono da verdade, não se vislumbra nele nenhum vestígio de humildade, discorre com irresponsável verborragia sobre os mais importantes problemas do mundo e do país, como se estivesse tomando cerveja no boteco com os amigos, sem perceber que na vida tudo tem limites, é preciso ter conhecimento para opinar sobre temas políticos e socioeconômicos.

NÃO ENTENDE NADA – O problema de Lula é igual ao da grande maioria das pessoas – ele não consegue entender o que está acontecendo, fica meio perdido e deita falação, sempre apontando erros dos outros, inclusive dos ministros que tentam trazer benefícios ao governo e, consequentemente, ao próprio governante.

Alveja impensadamente quem está servindo ao país, como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, cujo passe será disputadíssimo pelo mercado quando deixar o cargo em dezembro deste ano. Ataca duramente também Fernando Haddad, a maior estrela de sua trupe, e agora investe contra Aloizio Mercadante e Geraldo Alckmin.

Lula só poupa das críticas os serviçais de sempre, como o casal Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, o líder José Guimarães (aquele dos dólares na cueca) e o ministro Rui Costa, que fazem o que o petista manda, seja certo ou errado, não interessa.

POLÍTICA INDUSTRIAL – Nesta semana, Lula passou a atacar Aloizio Mercadante e Geraldo Alckmin, responsáveis pela nova política industrial. O presidente mandou plantar reportagens na imprensa amestrada, divulgando que ele “se queixou a interlocutores sobre o pacote de medidas voltadas ao setor industrial”. Motivo: “a proposta não continha pontos concretos, dando margem para as críticas de que se tratava de uma reedição de medidas antigas”. Também apontou falhas no documento, como “problemas nos prazos para cumprimento das metas estabelecidas”.

Tudo mentira. Se tivesse lido as 102 páginas do programa, Lula saberia que é uma proposta econômica abrangente, com pontos concretos e metas estabelecidas, capaz de alavancar o desenvolvimento do país, se for bem executada. Mas Lula preferiu repetir Oswald de Andrade e só faltou dizer: “Não li e não gostei”.

Em tradução simultânea e resumindo tudo, Lula não aceita, de forma alguma, que surja um sucessor próximo a ele, por isso tenta cortar as asas de Haddad, Mercadante e Alckmin, para chegar hegemônico em 2026 e disputar a eleição aos 81 anos.

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P.S. 1
Já dissemos aqui na Tribuna que essa politica de Lula é suicida, porque logo as pessoas começarão a perceber a perseguição que ele move contra os principais aliados. Lula é o político mais carismático surgido no país desde Getúlio Vargas, que errou ao indicar o marechal Eurico Dutra como candidato em 1945, para preterir Oswaldo Aranha, um estadista de verdade e não um simulacro como Dutra.

P.S. 2 – Agora, é Lula quem está errando, ao insistir em destruir novas lideranças no PT, para continuar primeiro e único, algo que só existe na cabeça dos egocêntricos e megalomaníacos, que não enxergam a dura realidade – os cemitérios estão repletos de insubstituíveis. (C.N.)

Após elogiar Lula, Valdemar diz que atual presidente não chega aos pés de Bolsonaro

Rei do cinismo, Costa Neto morde e assopra os aliados

Juliano Galisi
Estadão

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, publicou na noite de terça-feira, 23, um vídeo em que se desvincula dos elogios que havia conferido às gestões anteriores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Me criticaram porque eu disse que o atual mandatário era popular no passado. Mas ele não chega aos pés do que Bolsonaro representa”, disse o dirigente da sigla que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No último dia 12, o trecho de uma entrevista em que Valdemar elogia o “prestígio” de Lula repercutiu nas redes sociais e gerou mal-estar dentro do PL.

SEM COMPARAÇÃO – “Lula não tem comparação com Bolsonaro, completamente diferente”, afirmou Valdemar ao jornal regional O Diário. A entrevista foi concedida ao jornalista Darwin Valente em 15 de dezembro de 2023, mas o trecho repercutiu quase um mês depois.

Além de dizer que não havia comparação entre os dois, Valdemar disse que Lula “foi bem no governo” e que havia sido julgado por um juiz que “superou os limites da lei”, em referência ao atual senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).

O trecho foi mal recebido por setores no PL ligados ao ex-presidente. Jair Bolsonaro ficou indignado com os elogios a Lula e falou em “implosão” do partido diante das “declarações absurdas”. “Essa semana tive um problema sério, não vou falar com quem… ‘Ó, se continuar assim, você vai implodir o partido’. Pessoa do partido dando declaração absurda. Como ‘o Lula é extremamente popular’. Manda ele vir tomar um 51 ali na esquina. Não vem”, disse Jair Bolsonaro em conversa com apoiadores em Angra do Reis, na região dos Lagos do Rio de Janeiro.

IMPLOSÃO DO PL? – No vídeo publicado na noite de terça-feira, Valdemar Costa Neto buscou abafar quaisquer rumores de “implosão”. “O PL escolheu o presidente Bolsonaro e isso é irreversível”, disse o presidente da sigla.

Procurado na manhã em que o trecho da entrevista repercutiu, Valdemar alegou que o trecho divulgado do vídeo desfavorecia os elogios que ele havia feito a Jair Bolsonaro.

Ao dizer que não havia comparação entre os dois, explicou Valdemar Costa Neto, ele apenas contrapunha dois tipos de “prestígio”: o de Lula, com “popularidade”, e o de Bolsonaro, líder de “carisma”.

CONFIRMANDO – Quanto à declaração de que Lula havia feito uma boa gestão, Valdemar afirmou que não poderia faltar com a verdade. “Eu não ia falar uma mentira sobre o Lula, senão eu perco a credibilidade”, disse Valdemar Costa Neto ao Estadão. “Tem gente da direita que não se conforma com isso, mas eu não posso falar mal de um presidente do qual participamos do governo.”

De 2003 a 2010, o vice-presidente de Lula foi José Alencar, que integrava o partido de Valdemar, o PL. Entre 2006 e 2019, o grupo mudou de nome para “Partido da República” e adotou a sigla PR. No vídeo em que se retrata sobre o elogio ao atual presidente, Valdemar argumenta que os conchavos políticos de outrora não correspondem às amarras ideológicas atuais.

“O José Alencar, um político mais liberal, se aliou ao Lula para se contrapor ao FHC. Antes, era assim”, disse Valdemar. “Antes do Bolsonaro, a política era diferente.”

Programa industrial do BNDES“ é reprise da “Nova Matriz Econômica” de Mantega 

Algumas charges que publico por aí – Página 6 – albertobenett@yahoo.com.br

Charge do Benett (Folha)

Giuliano Gualdalini
Brazil Journal

Tem cara de Nova Matriz Econômica, tem cheiro de Nova Matriz Econômica, mas não é a Nova Matriz Econômica.  É a Nova Indústria Brasil, a “nova” política industrial apresentada hoje pelo Governo Lula.  Já na largada, o Governo promete R$ 300 bilhões em financiamento com dinheiro público até 2026.

O BNDES, que vai administrar o plano de investimentos, entrará com a maior parte dos recursos, destinando R$ 250 bilhões para o “apoio a projetos de neoindustrialização.”  Outros R$ 50 bilhões virão do caixa da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). 

APENAS O PISO – O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que os R$ 300 bilhões são um “piso.” Sem pretensão de substituir o mercado, disse ele, o objetivo é contribuir para enfrentar “desafios históricos” na área tecnológica e ambiental. “A transição para a economia verde exige a participação do Estado,” Mercadante afirmou.

 Dessa vez, a política industrial vem com o verniz da consultoria da economista italiana Mariana Mazzucato, professora da University College London e fundadora do Institute for Innovation and Public Purpose.

Trata-se de uma defensora apaixonada do “Estado empreendedor” que vem prosperando prestando consultoria para governo de esquerda da América Latina, enamorados pelos livros e análises de Mazzucato a favor de uma liderança estatal em projetos de investimento de longo prazo, em oposição ao mercado. 

BEBIDA VELHA – “É garrafa nova para bebida velha,” resumiu um economista que acompanha o trabalho de Mazzucato.  A “nova garrafa” é a transição tecnológica e a economia verde, duas das áreas que, segundo o Governo, serão prioritárias na nova política industrial.  Mas as comparações com a “velha” Nova Matriz Econômica são inevitáveis. 

Em 2008, sob o impacto da grande crise financeira internacional, Lula, já com Guido Mantega no comando da economia, deu início a um grande avanço nos gastos financiados pelos bancos públicos, sobretudo o BNDES.  Entre 2008 e 2014, o Tesouro injetou, em valores ajustados, R$ 809 bilhões no BNDES. O Governo aumentava seu endividamento, pagando juros de mercado, enquanto o banco público de desenvolvimento concedia empréstimos subsidiados. 

Segundo estimativas do próprio Tesouro, os subsídios custaram R$ 340 bilhões.  Esse dinheiro todo não trouxe crescimento econômico, muito pelo contrário. Legou uma coleção de projetos fracassados, pilhas de denúncias de corrupção, pedaladas contábeis e uma das mais severas recessões da história do País.    

SERÁ DIFERENTE? – “O Governo causou um desastre imenso,” disse o economista Marcos Mendes “Terá que provar que desta vez será diferente.” 

Mas o BNDES, com o respaldo do Governo, já vem buscando maneiras criativas de ampliar sua atuação, conceder mais empréstimos subsidiados e driblar as restrições impostas depois da criação da TLP, a nova taxa de longo prazo de referência para os empréstimos do banco sem os subsídios implícitos da antiga TJLP. 

Parte dos recursos do novo programa serão concedidos por meio do Programa Mais Inovação, criado por lei no ano passado e operado pelo BNDES, ao lado da Finep. Os juros das linhas são de TR + 2% – bem abaixo, portanto, do custo de mercado. 

LETRAS DO BNDES – A criatividade não para por aí. Um projeto de lei em discussão abre a possibilidade de o banco emitir as suas próprias letras de crédito, as Letras de Crédito do Desenvolvimento, ao largo do Tesouro, e apresenta mudanças no cálculo da TLP, dando margem a novas linhas subsidiadas.

No auge da Nova Matriz, as concessões do BNDES chegaram a representar o equivalente a quase 4% do PIB. Desde 2014, entretanto, o banco diminui de tamanho.

Em 2023, mesmo com a retomada de seu ativismo sob Lula-Mercadante, o total de concessões foi de 0,8% do PIB.  O “saneamento” nos Governos Temer e Bolsonaro deixou o BNDES com índice de Basileia baixo e folga para se alavancar.

PROJETOS ESPECIAIS – Segundo uma análise recente do Itaú, o BNDES tem à disposição o equivalente a 1,3% do PIB para novas concessões.  Para Marcos Mendes, só faz sentido o Governo financiar projetos cuja taxa de retorno interna seja inferior ao custo de oportunidade se esses projetos gerarem externalidades sociais positivas – como, por exemplo, no caso de certos investimentos na saúde ou na despoluição. 

“São projetos que reduzam a pobreza e aumentem a produtividade no longo prazo,” disse Marcos.  O “novo” plano, entretanto, carrega um dos vícios de projetos anteriores semelhantes, que são as regras protecionistas de exigência de conteúdo nacional – historicamente, uma das travas ao avanço da produtividade no País.

 Parece que ninguém se lembra da nada nova Lei de Informática.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Artigo interessante, enviado por Mário Assis Causanilhas. Relembra algumas derrotas do passado, como a atuação de Guido Mantega e Dilma Rousseff, prevê problemas, mas se engana ao falar em “juros subsidiados”. Já faz bastante tempo que o BNDES não tem mais juros subsidiados, o que desmonta totalmente a interpretação equivocada do articulista. (C.N.)

Pena de morte está sendo cada vez mais contestada nos Estados Unidos

Veja alguns argumentos a favor ou contra a pena de morte no Brasil. | Jusbrasil

Reprodução do site Jus Brasil

Hélio Schwartsman
Folha

O excepcionalismo dos Estados Unidos é real. Trata-se da única nação desenvolvida do Ocidente que aplica a pena de morte. Os outros três países ricos que o fazem, Japão, Taiwan e Cingapura, ficam todos no Oriente.

Os EUA, porém, estão com um problema. A opinião pública ocidental, sobretudo nos círculos de elite, se tornou contrária à sentença capital.

SEM INJEÇÃO LETAL – Por uma questão de marketing, até os laboratórios que fabricam as drogas usadas na injeção letal se recusam a vendê-las para a administração penitenciária. Sem condições de aplicar o protocolo de execução aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), estados buscam métodos alternativos. Alguns voltaram a autorizar os pelotões de fuzilamento; o Alabama deve testar nesta semana a hipóxia por nitrogênio.

Não vejo muita lógica na pena de morte. Qualquer que seja a sanção aplicada ao autor de um crime (nos EUA, ela é usada quase que só em homicídios), já é tarde para suas vítimas. A restauração plena não é mais possível.

Como se imagina que o poder público seja melhor do que um criminoso, inexistem motivos convincentes para incorrer no mesmo grau de violência que perpetradores.

OUTRAS PUNIÇÕES – As funções subsistentes da pena, que são impedir o condenado de voltar a delinquir (prevenção específica) e desencorajar outras pessoas de imitá-lo (prevenção geral), podem ser alcançadas com sanções menos extremas.

Os defensores da pena de morte, porém, insistem em que ela tem forte impacto dissuasório. A literatura não mostra esse efeito de forma inequívoca, mas, admitamos, para efeitos de argumentação, que ele seja real.

Neste caso, os EUA a aplicam de forma errada, pois escondem as execuções, que nem sequer são abertas ao público, o que reduz seu valor como exemplo. Se é para apostar na dissuasão, aí teriam de fazer como o Irã, onde as execuções ocorrem em praça pública, do alto de gruas. O problema aí é que já se incorre na espetacularização da barbárie. A contradição é inafastável.

INJEÇÃO FALHOU – Condenado à morte por assassinar uma mulher nos Estados Unidos, Kenneth Smith sobreviveu à tentativa de execução por injeção letal em 2022. Nesta quinta-feira, dia 25, o réu deverá ser asfixiado com nitrogênio, num método considerado controverso e que nunca foi adotado no país.

O protocolo consiste em colocar no rosto do condenado uma máscara, forçando-o a respirar nitrogênio puro, o que privaria o corpo de oxigênio e levaria à morte. Três estados americanos –Alabama, Oklahoma e Mississippi – autorizaram esse tipo de execução, criticado por organizações que atuam com direitos humanos.

Especialistas das Nações Unidas vem pedindo às autoridades que não levem a execução adiante, descrevendo-a como “cruel e desumana”. Segundo a organização, a fórmula provoca sofrimento e pode configurar tortura. “Estamos preocupados que a hipóxia por nitrogênio resulte em uma morte dolorosa e humilhante”, disseram os relatores especiais da ONU em comunicado.

 “Não creio que Brazão matou Marielle”, afirma Quaquá, vice-presidente do PT

Quaquá defende Brazão

Quaquá faz a Piada do Ano e coloca sua mão no fogo

Paulo Cappelli
Metrópoles

Vice-presidente nacional do PT, o deputado federal Washington Quaquá saiu em defesa de Domingos Brazão, citado na delação de Ronnie Lessa como mandante do assassinato de Marielle Franco. Ex-deputado estadual, Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro

Disse o dirigente do PT: “Conheço o Domingos Brazão de longa data, inclusive de campanhas eleitorais nacionais onde ele esteve do nosso lado. Sinceramente, não creio que ele tenha cometido tal brutalidade.

PROVAS CONCRETAS – “Espero que as acusações que estão lhe fazendo não sejam validadas com base apenas na delação de um assassino ligado ao bolsonarismo. É imprescindível que se apresentem provas concretas que possam confirmar a delação”, afirmou Quaquá, acrescentando:

“A elucidação desse assassinato, desde os banditismos de esgoto que participaram do ato covarde, apertando o gatilho e participando diretamente da ignomínia, até os seus mandantes e seus motivos, é um imperativo civilizatório e uma necessidade da afirmação do Estado Democrático de Direito, contra a ordem da desordem do crime que avança no território do Rio de Janeiro”.

“No entanto, o pior que pode haver é – no açodamento midiático no açodamento midiático de encontrar solução para o assassinato de Marielle – não haver rigor na apuração das circunstâncias e motivações do crime”.

TRUPE BRIZOLISTA – “O Capitão Adriano e o tal Ronnie Lessa eram/são, por exemplo, muito ligados à trupe bolsonarista, representantes desta desordem do território no campo da política”. Prosseguiu, destacando:

“Conheço o Domingos Brazão de longa data, inclusive de campanhas eleitorais nacionais onde ele esteve do nosso lado. Sinceramente, não creio que ele tenha cometido tal brutalidade. Espero que as acusações que estão lhe fazendo não sejam validadas com base apenas na delação de um assassino ligado ao bolsonarismo. É imprescindível que se apresentem provas concretas que possam confirmar a delação”.

E concluiu: “Afinal, dois inocentes foram covardemente assassinados no exercício de suas funções em prol do nosso estado. Espero que encontrem de fato os culpados para que não os assassinem pela segunda vez.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Antes, a culpa era do Bolsonaro. Agora, surge o Brazão como responsável, e ele acusa o PSOL de ser o mandante, enquanto Quaquá volta a denunciar Bolsonaro, que se diz aliviado com a elucidação do caso. E tudo fica como no poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade, e quem pode acabar sendo incriminado é alguma figura que não tenha nada a ver com a história. E isso é Brasil!!!, berraria Galvão Bueno. (C.N.)  

Programa industrial não é tudo isso que estão dizendo, nem de ruim nem de bom

Alckmin participou da preparação do programa industrial

Vinicius Torres Freire
Folha

O plano de reindustrialização de Lula 3 não é tudo isso que dele estão dizendo. Em particular, não é tudo isso de ruim, segundo a opinião mais comum do economista padrão, “mainstream”. As reações ao anúncio do Nova Indústria Brasil (NIB) foram estereotipadas. Pouca gente leu as 102 páginas muito resumidas do projeto; pelo menos este jornalista não conhece quem seja capaz de avaliar o conjunto de tantas providências relativas a aspectos diversos dos setores público e privado.

Não se trata de reedição de políticas de Lula 2 e Dilma 1. Quanto a dinheiro, por exemplo, não está previsto endividamento exorbitante do governo a fim de inflar os fundos de empréstimo do BNDES.

RECURSOS GARANTIDOS – O NIB terá recursos de uns R$ 300 bilhões em quatro anos (2023-2026), dos quais R$ 250 bilhões em empréstimos do BNDES. São R$ 62,5 bilhões por ano, menos do que os R$ 100 bilhões dos desembolsos anuais do banco de 2022 e 2023. Uns outros R$ 10 bilhões por ano virão da Finep, que gere o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, mero direcionamento, talvez, de dinheiro já previsto.

Em geral, ao menos na parte “nova” do NIB, não se prevê a criação de setores econômicos por intervenção direta do Estado ou escolha de empresas “campeãs nacionais” —o pior do desenvolvimentismo nacionalista.

Sob Lula 2 e Dilma 1, o governo financiou a criação de oligopólios, sem consideração de eficiência —o resultado foi o contrário, quando não houve corrupção grossa. No caso do NIB, o setor privado vai buscar o dinheiro, se quiser (em tese).

PONTOS POSITIVOS – O NIB é um plano de metas de estímulo a setores “estratégicos” e “inovadores” da economia por meio de empréstimos a juros de pai para filho, ok, com dinheiro dedicado a fundo perdido (ou por crédito) para pesquisa e desenvolvimento tecnológico. É auxiliado por muitos projetos interessantes de melhorar a administração pública, a regulação, o diálogo público-privado e, em menor escala, a formação de mão de obra.

No pacote foram incluídos programas já velhos e, no formato atual, anacrônicos, como subsídios para montadoras e indústria química. De intervenção direta, há iniciativas de ressuscitar fábricas de chips e hemoderivados, até aqui fracassadas.

Há também metas esquisitas, como a de nacionalizar a produção de máquinas agrícolas, embora não se preveja uma Tratorbrás. Para formular a questão em termos bem simples: por que não importar máquina boa e barata e gastar em outra coisa?

E OS SUBSÍDIOS? – Há subsídios implícitos nas taxas de juros, sim, mas uma fração pequena do que se dá à agricultura. De alerta vermelho, há o plano de incentivar empresas por meio de compras governamentais. Isto é, o governo pode escolher pagar mais caro em suas aquisições de bens e serviços desde que veja por aí uma oportunidade de beneficiar tal e qual setor ou empresa de interesse potencial. A hipótese já estava prevista na lei de licitações de 2021, que precisa de regulamentação (olha o lobby aí).

É óbvio que a ideia embute ao menos de início uma ineficiência (paga-se mais caro), que em tese viria a ser compensada pelo desenvolvimento de empresa ou setor que inove ou que nacionalize a produção, no futuro mais eficiente.

Como saber se vai dar certo? Quem vai medir? Outro risco óbvio é o de corrupção na escolha de fornecedores.

E OS RISCOS? – O risco dos empréstimos baratos do BNDES é o de sempre. Primeiro, o dinheiro pode ir para empresas que investiriam de qualquer modo e se aproveitam da oportunidade para reduzir o custo de capital (Lula 2 e Dilma 1).

Segundo, se o dinheiro chegar “a quem precisa” (empresa menor e/ou inovadora), é problema saber se essas firmas farão investimento mais eficiente. Um problema básico de qualquer política industrial é saber se esse dinheiro dirigido vai criar negócios com retornos totais (para a economia, para a sociedade) importantes e produtivos, os quais, por falhas de mercado ou coordenação, não existiriam sem a mão do Estado.

Se não for esse o caso, resta a questão de como desmamar a empresa ou setor, politicamente muito difícil. O plano é enorme; uma mera introdução exige várias destas colunas, que voltarão ao assunto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Enfim, um artigo que não esculhamba o programa do BNDES, que é absolutamente necessário ao país. (C.N.)

Com o retorno de Trump, a decadência ocidental será ainda mais aprofundada

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump

Se ganhar a eleição, Trump bagunçará a nova ordem mundial

Merval Pereira
O Globo

A possibilidade cada vez mais concreta de que Donald Trump venha a ser eleito novamente presidente dos Estados Unidos desarranja toda a organização internacional, hoje submetida a uma lógica que esbarra na imprevisibilidade do futuro líder americano e levaria a uma decadência do mundo ocidental como nós conhecemos.

O desprezo de Trump pela Otan e sua indissimulável simpatia por autocratas como Putin levam a ser provável que a Ucrânia perca o apoio na guerra contra a invasão russa. Trump disse que a guerra não drenaria tanto dinheiro dos Estados Unidos — o que provoca a reação do eleitorado conservador —, pois ele se entenderia com Putin.

AMEAÇOU MACRON – Trump também já demonstrou aonde pode chegar ao revelar uma conversa com o presidente francês Emmanuel Macron em que supostamente o humilhou, realimentando a humilhação com a divulgação pública anos depois. Jactando-se, disse que ameaçou a França com a taxação de 100% das importações de vinhos se Macron não desistisse de taxar manufaturados americanos, conseguindo dobrar o presidente francês.

A decadência ocidental seria aprofundada com o retorno de Trump ao poder nos Estados Unidos com uma política voltada para dentro, sem levar em conta sua responsabilidade com o Ocidente.

Encontraria o mundo tendendo a uma política liderada pela China. O reforço do Brics com novos países como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Irã explicaria a decisão inusitada do governo Lula de apoiar a acusação de genocídio liderada pela África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia.

MUNDO DIVIDIDO – Dos países fundadores do Brics, tidos como futuros líderes mundiais, três se encontram entre as dez maiores economias do mundo: China, Índia e Brasil. Um quarto, a Rússia, mexe com o tabuleiro do mundo em sua guerra geopolítica, e a África do Sul agora lidera esse movimento contra Israel, mais uma ação em oposição aos Estados Unidos.

Trump já disse que Israel só foi atacado porque os Estados Unidos são hoje, no governo democrata de Biden, vistos como um país enfraquecido. A posição muitas vezes dúbia do governo brasileiro em relação à invasão da Rússia na Ucrânia mostra claramente a dificuldade que nossa política externa tem em criticar seu companheiro de Brics.

Os movimentos na direção de uma futura hegemonia dos países emergentes num mundo não antiocidental, mais próximo da China e de outros polos de poder, levam em conta a possibilidade de um futuro em que os Estados Unidos ainda ditarão as normas, mas enfraquecerão a Europa em troca do crescimento do isolacionismo favorecido por uma política endógena americana.

HÁ CAUTELA – O fortalecimento político do Brics está na raiz da ação sul-africana na Corte de Haia e do apoio do Brasil, mas os demais países mantêm-se cautelosos. Índia, China e Rússia não apoiaram a ação, mas não a condenaram. Como nos governos anteriores, o terceiro governo de Lula usa a política externa para fazer uma ponte com a esquerda internacional e países autoritários como a Rússia, enquanto internamente desagrada à esquerda em diversos momentos, como na condução da política econômica.

Além de apertar os laços com vizinhos como a Venezuela, mesmo à custa de aceitar um calote formidável como o da refinaria Abreu e Lima, que será retomada depois de já ter consumido o dobro do previsto, o governo brasileiro tenta ampliar seu espaço de influência num possível mundo mais ligado ao Oriente político.

Não se trata mais apenas de apoiar ditaduras de esquerda como Cuba ou Venezuela, mas de ter presença em polos de influência que se formam fora do eixo dos Estados Unidos, embora não rejeitando as relações bilaterais. A provável ascensão de Trump ao poder neste ano deve trazer problemas políticos graves para essas relações, tendo em vista a ligação ideológica quase fraternal de Trump com Bolsonaro.

Arthur Lira está irritado com Jordy, líder bolsonarista que é alvo da Polícia Federal

Arthur Lira na Câmara dos Deputados

Lira não aceita ser usado e vai abandonar Carlos Jordy

Bela Megale
O Globo

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deixou claro a parlamentares sua irritação com o líder da oposição, deputado Carlos Jordy (PL-RJ). Lira atribui ao parlamentar bolsonarista o vazamento de informações sobre a operação da Polícia Federal que mirou Jordy, na semana passada.

O presidente da Câmara colocou na conta de Jordy a notícia publicada pelo site “Metrópoles“, de que não forai avisado previamente pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, sobre a ação policial que viria a ser realizada no Congresso. É praxe que integrantes do Poder Judiciário informem, com pouca antecedência, os presidentes das Casas legislativas sobre eventuais operações no Parlamento.

ADVERTÊNCIA – Arthur Lira também afirmou a colegas que não se deixará ser usado por deputados para lacrações nas redes sociais.

Aliados de Jordy relataram à coluna que o deputado não tinha sido o responsável por vazar a informação e que essa explicação chegou a Arthur Lira, mas ele não se convenceu.

Nesta manhã, Jordy e parlamentares da oposição realizaram uma reunião em Brasília para debater uma reação às operações das PF nas Casas Legislativas federais. A presença de Lira era esperada, mas o presidente da Câmara avisou que está em viagem no exterior.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Moraes alega que existem provas sobre a participação de Jordy na organização dos protestos bolsonaristas. Se realmente existem, o ministro do Supremo devia exibi-las de imediato, porque mesmo em casos de processos sob sigilo é obrigatório permitir o acesso dos advogados, para garantir o direito de defesa no “due processo of law” (devido processo legal). Mas isso não está acontecendo e os advogados acompanham seus processos apenas pela leitura de jornais. (C.N.)

Gaúchos dão exemplo, desprezam governo e constroem uma ponte para o futuro

Vales da Serra - Nova Roma do Sul - Ponte de Ferro - Rio das ...

Construída em 1930, a ponte foi destruída pela enchente

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

Todos vimos as imagens da ponte sendo levada pelas águas do Rio das Antas, em 4 de setembro. No último sábado, 138 dias depois, a ponte estava de novo ligando os municípios de Farroupilha e Nova Roma do Sul. A ponte de ferro original havia sido aberta em 4 de outubro de 1930, um dia depois do início da revolução que levou Getúlio Vargas ao poder. Agora ela mostra a vontade férrea de gaúchos da região, que não esperaram pelo governo.

O governo não tinha data para pôr a ponte no lugar, mas orçava R$ 22 milhões para as obras. E prometia uma ponte nova, em outro lugar, por R$ 51 milhões. A população recuperou a ponte e a melhorou por R$ 5,6 milhões. Dinheiro de doações de empresas, rifas, eventos beneficentes e pix aberto. A força da população somou R$ 8,6 milhões. Sobraram quase R$ 3 milhões para decidirem como vão aproveitar o saldo.

SEM POLÍTICOS – A inauguração foi festiva, com discursos, comes e bebes, bênção do padre e testemunhos lembrando que políticos que oferecem emendas descontadas de 5% ou 10% não apareceram. Imagino se algum ministro ou o governador fosse lá, a vaia que haveria.

Representando a Associação de Amigos de Nova Roma do Sul, que tem 200 participantes, um orador que fez a prestação de contas lembrou que a ponte será um repositório dos valores humanos da região, um monumento à força dos que fazem a nação, a despeito de o Estado que arrecada estar ausente.

Lembrou aqueles que, na noite de Natal, trabalhavam na montagem da ponte, dos aposentados que compraram rifas, de todos os que se sentiam responsáveis pela ponte e depositaram seu pix. Houve leilão para saber quem passaria primeiro pela ponte. Ganhou a Associação dos Amigos de Pinto Bandeira, que atravessou a ponte gloriosamente empurrando uma Rural Willys.

COMPREENSÃO – A ponte também lança a compreensão sobre dois entes: a nação, e o Estado que a representa e que existe para servi-la. No Brasil de hoje, águas turvas levaram a ponte que deveria existir ligando os dois. O Estado parece que tem vida própria, quando a vida verdadeira está na nação, como o povo do Vale das Antas demonstrou.

O que o povo arrecada é em troca de bens e serviços, em relações voluntárias. O que o Estado arrecada é pela coerção e deveria ser para a prestação de bons serviços de justiça, segurança, ensino, saneamento básico, saúde e infraestrutura, como pontes.

No Estado, todos são servidores do público, inclusive os que o representam pelo voto. Não deveriam ter privilégios, mais férias, melhores aposentadorias; não poderia ser uma casta. Não poderiam ser diferentes dos que pagam impostos em tudo que compram e nomeiam seus representantes pelo voto.

OUTRO EXEMPLO – O que aconteceu sobre o Rio das Antas não é inédito. Lembro-me de que agricultores em Guarantã do Norte, divisa entre Mato Grosso e Pará, também tomaram a iniciativa. A BR-163 estava intransitável. Políticos criaram emendas de milhões, mas elas não chegavam à estrada. Então se reuniram, arranjaram máquinas e com R$ 90 mil tornaram o trecho transitável.

Será que o Estado brasileiro não fica com vergonha, ou apenas vai alegar que as licitações é que consomem muito tempo? Mas o que consome tanto dinheiro dos nossos impostos? Por que a mesma obra, tocada por particulares, custa uma quarta parte do preço?

Enfim, lá no palco improvisado na cabeceira da ponte, projetaram ao fim da inauguração um estribilho do Hino Rio-Grandense que diz: “Sirvam nossas façanhas / de modelo a toda terra”.

Opinião de Lula sobre a guerra em Gaza provoca o acirramento das discussões

Lula diz que Israel quer ocupar Faixa de Gaza e expulsar palestinos: “Isso  não é correto“ | CNN Brasil

Lula deixa de lado a diplomacia e toma posições claras

Eliane Cantanhêde
Estadão

Em sua reação a uma fala impensada do ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoíno, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) voltou a pedir “equilíbrio e moderação” das lideranças e autoridades diante da guerra de Israel e acrescentou: “para não importar as tensões do Oriente Médio para o Brasil”.

Parece tarde demais. Assim como famílias e amigos romperam por causa da polarização política interna, empresários, artistas e intelectuais guerreiam a favor e contra a posição do Brasil sobre os ataques israelenses aos palestinos. O bombardeio é por manifestos e em torno de uma palavra: genocídio.

ALTOS E BAIXOS – Com uma biografia estonteante, de altos e baixos, Genoino foi por décadas o homem do diálogo entre esquerda, centro e direita no Congresso, o melhor porta-voz informal do PT para jornalistas e uma imprescindível presença entre as várias tendências petistas. De todos os condenados do mensalão, foi o que pagou o preço mais injusto.

Tornou-se assim o mais ressentido, um radical extemporâneo, e admitiu numa live até o boicote a “empresas de judeus”, atraindo, após anos de discrição e recolhimento, os holofotes e a ira da comunidade judaica. A Conib acusou sua fala de “antissemita”, lembrando que o boicote aos judeus foi uma das primeiras medidas do regime nazista que culminaram no holocausto.

Se a Conib e o Instituto Brasil-Israel produzem manifestos em série e um grupo de empresários, executivos, cientistas e uma ex-ministra do Supremo aderem e condenam o apoio do governo Lula à ação da África do Sul contra Israel por genocídio, agora emerge, um tanto tardiamente, mas com força, o outro lado.

DIREITOS HUMANOS – Ex-ministros, parlamentares e embaixadores aposentados vão no sentido contrário, defendendo a posição de Lula, destacando a “primazia dos Direitos Humanos” no artigo 4. da Constituição e lembrando o êxodo das famílias, a morte de 25 mil palestinos, as amputações e cirurgias sem remédios e anestesia e a transformação de Gaza num “cemitério de mais de dez mil crianças”.

Se o professor, escritor e ex-chanceler Celso Lafer, de família judia da Lituânia, rebate a acusação de genocídio contra Israel “à luz do direito”, a economista Zeina Latif, filha de palestino, foca nos bombardeios, nas mortes, na destruição, na fome e no êxodo em Gaza e conclui: “Nem mesmo discussões semânticas mais cuidadosas conseguirão empanar o desastre a que se assiste”.

Independentemente de apoiar ou condenar a ação da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça de Haia, o resultado da decisão de Lula, portanto, é o que menos se queria e se quer: “importar as tensões do Oriente Médio para o Brasil”, como alerta a Conib.

Em uma década, o poder de compra do brasileiro diminuiu quase pela metade

Charge do André Félix (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

Ontem, um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o poder de compra dos brasileiros diminuiu quase pela metade ao longo de uma década devido ao aumento nos preços dos produtos nos mercados, enquanto o salário médio anual permaneceu praticamente estagnado.

A análise aponta que a população agora adquire menos itens no mercado com o mesmo valor que gastava anteriormente, resultando na necessidade de desembolsar mais dinheiro para obter a mesma quantidade de produtos. É a prova de que os ganhos obtidos pelo trabalho perderam para a inflação e isso explica o altíssimo grau de inadimplência que atingiu os brasileiros.

AUMENTO – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, considerado a inflação oficial do país, apresentou um aumento de 88% ao longo de uma década. Em contraste, o salário médio anual dos brasileiros, considerando o 13º salário e as férias, registrou um aumento de aproximadamente 3% nesse período, passando de R$ 38.484,44 para R$ 39.604,44, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE.

O estudo destacou ainda que o volume de compras dos brasileiros diminuiu a cada ano desde 2013, abrangendo itens como mercado, aluguel, combustível, despesas pessoais, entre outros. Ao longo do tempo, tornou-se cada vez mais necessário cortar itens da lista de compras. É preciso que as promessas de campanha tornem-se efetivamente em ações concretas, tornando a corrida dos salários contra a inflação menos desigual, conforme observado ao longo dos últimos anos.

DESISTÊNCIA – O governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, anunciou no último domingo, a sua desistência da corrida presidencial de 2024 nos Estados Unidos. Ele manifestou apoio ao ex-presidente Donald Trump. O anúncio foi divulgado em um vídeo compartilhado nas redes sociais e causou surpresa, porque foi feito dias antes das primárias republicanas em New Hampshire, que aconteceram ontem.

DeSantis era um dos principais adversários de Trump para concorrer à indicação para disputar a Casa Branca em novembro pelo Partido Republicano. A sua saída deixa Nikki Haley, ex-embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, como a única rival significativa de Trump.

Na última semana, Trump havia vencido com folga as primeiras prévias para a disputa pela Casa Branca do Partido Republicano. Eleitores republicanos de Iowa, historicamente o primeiro a votar, escolheram Trump em uma vitória histórica. O problema agora se deslocará para o registro da candidatura de Trump pela Justiça, o que marcará uma questão essencial.

Estratégia de Lula mostra declínio do PT e fortalecimento de partidos como o PSD

Kassab mira ser vice de Tarcísio para governo de SP em 2026 | VEJA

Kassab, do PSD, mostra que conhece o xadrez político

Merval Pereira
O Globo

A intenção de Lula – evidentemente é uma estratégia montada por ele, que o PT teve que engolir – ao ceder espaço nas eleições municipais, com menos candidatos próprios, é procurar uma convivência melhor com os partidos aliados e ter mais segurança nas votações.

Isto revela que o PT não tem quadros suficientes para tentar fazer muitos prefeitos e vereadores. Está desistindo de ter penetração nacional, e procura alianças com outros partidos com mais força estadual.

PEGAR CARONA – O problema é que, mesmo que esta grande aliança dê certo na maioria dos estados e os aliados ganhem, não será uma vitória do PT – ele vai apenas pegar carona.

E é uma aceitação de que a popularidade de Lula não é mais suficiente para eleger prefeitos e vereadores e de que o PT não tem condições de impor nada no Congresso, por isso precisa fazer acordos. Mostra também como a situação do PT está difícil e complicada como nunca. Mesmo porque, do lado da direita, existem forças políticas de oposição muito fortes.

O PSD de Gilberto Kassab está se transformando numa espécie de PMDB de antigamente, com cobertura nacional, apoios diversificados e com situação mais importante do que o PT no plano nacional. Vamos ver como a estratégia de Lula funciona, mas ela mostra claramente que o PT não tem mais condições de tentar ser o grande partido nacional que já foi e que gostaria de manter.

Uma viagem sonora pelo Brasil rural, num sonho acalentado por Sérgio Natureza 

Continue Ajudando o Sergio Natureza | Vaquinhas online

Sérgio Natureza, grande compositor

Paulo Peres
Poemas & Canções

O compositor, poeta e letrista carioca Sergio Roberto Ferreira Varela, conhecido como Sérgio Natureza, na letra de “Interiores”, em parceria com Cristóvão Bastos, faz uma viagem alucinada, ao soltar seu pensamento pela paisagem, até conseguir despertar. A música faz parte do CD “Um pouco de mim – Sérgio Natureza e amigos”, gravado, em 2005, pelo Selo Sesc.Som.

INTERIORES
Cristóvão Bastos e Sérgio Natureza

Sentei na pedra lisa sem musgo ou capim
O mundo inteiro tinha o cheiro de jasmim
Saí de mim, fui passear pelo sem fim
Meu pensamento viajante flutuou
No voo elétrico, infantil, do beija-flor
Por um Brasil rural, sutil pintura zen
Na tela viva, líquida, que estranha cor
Que o lago refletia essa paisagem

Ali fiquei, corpo em tensão
Mas libertei meu eu da prisão
Passei a tarde com tamanha liberdade
Que nem sei se foi verdade ou fantasia
Mas foi bom

O que me importa é que a porta
Se entreabriu
Meu coração tão oprimido reagiu
A reação num raio tênue de intuição
Bálsamo bento bem no centro da aflição

Tão de repente a certeza de que ali
A Natureza percebeu que eu percebi
Juntou-se o nada,
A água, a terra, o fogo e o ar
E eu consegui, por puro instinto
Despertar

Calma, pessoal… O governo nem sempre erra e a nova política industrial é excelente

Mercadante: “O Brasil não pode ser só a fazenda do mundo” | Metrópoles

Mercadante acerta em cheio com o apoio à industrialização

Carlos Newton

Devido à exacerbada vaidade e aos absurdos que fala diariamente, o presidente Lula da Silva está perdendo o apoio de jornalistas que desde sempre aplaudiam entusiástica o PT e seus governos. Mas é preciso ter calma e reconhecer que nem tudo está errado no atual governo. Nos últimos dias, por exemplo, foram publicadas muitas matérias criticando a Nova Indústria Brasil, a política setorial que o economista Aloizio Mercadante anunciou, com R$ 300 bilhões reservados pelo BNDES para apoiar os empreendimentos nacionais.

Ao fazê-lo, Mercadante não está inovando em nada, apenas deu seguimento, 20 anos depois, à vitoriosa estratégia implantada por seus amigos Carlos Lessa e Darc Costa no BNDES, quando foram plantadas as bases que possibilitaram o reerguimento da economia nacional, com o PIB chegando a aumentar espantosos 7,5% em 2010, último anos do governo Lula.

RECORDAR É VIVER – Quando assumiu o BNDES em 2003, tendo como vice-presidente o consultor Darc Costa, especialista em desenvolvimento econômico, Carlos Lessa teve uma surpresa – o PT não tinha plano de governo. Assim, ele e Darc Costa puderem implantar as próprias ideias e transformaram o BNDES num vetor de desenvolvimento, apoiando todos os setores da economia e financiando até os microempresários, através do Cartão BNDES, com os menores juros do mercado.

Agora, Mercadante refaz a trilha de Lessa, reproduz a política industrial criada por seus amigos, e o que acontece? Ao invés de a iniciativa ser saudada pelos brasileiros, saem críticas de todos os lados – exceto, é claro, dos setores industriais, que estão vibrando com a possibilidade de retomada do crescimento do setor que mais abre empregos qualificados.

Há até quem diga que o governo vai investir muito (R$ 300 bilhões) com o que já deu errado – exigência de conteúdo nacional, crédito subsidiado e compras do governo. Palavras, palavras, leva-as o vento da política mesquinha.

CRÍTICAS ESPÚRIAS – Essas críticas despudorada são feitas por brasileiros que odeiam esse país e querem vê-lo subjugado aos interesses externos, porque desde o século passado, via John Mainard Keynes, já se sabe que é fundamental o papel do Estado como indutor do crescimento econômico.

Foi assim no desenvolvimento dos Estados Unidos pós-recessão e da Alemanha pós-guerra. Depois, confirmado por Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Taiwan e Vietnam, que acaba de ultrapassar o Brasil como 25º maior exportador do mundo. Nenhum deles chegou aonde chegou sem papel ativo do governo.

A nova política industrial deveria ser saudada, mas a paixão político-ideológica sempre acaba falando mais alto. É como se o governo de Lula fosse proibido de acertar. Ou seja, deve ser criticado por todos os seus atos, sem distinção.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Aqui na Tribuna da Internet, os acertos do governo – não importa se é de direita, de esquerda ou enviesado – serão sempre aplaudidos. Aliás, o jornalismo não pode ser amestrado nem atrelado, precisa caminhar sempre sob o signo da liberdade. Assim, podemos dizer que Mercadante errou ao contratar a mulher de Chico Buarque, mas acertou em cheio com a nova política industrial. (C.N.)

Orçamento secreto! Alcolumbre enviou R$ 9 milhões para obra de seu suplente

Alcolumbre sonha (?) em continuar presidente do Senado, alterando a  Constituição - Flávio Chaves

Charge do Genildo (Arquivo Google)

André Shalders, Daniel Weterman e Julia Affonso
Estadão

O senador Davi Alcolumbre (União-AP) enviou R$ 9 milhões do orçamento secreto para uma obra no município de Santana (AP) que é executada pela empreiteira de propriedade do seu suplente, Breno Barbosa Chaves Pinto. A Construtora e Reflorestadora Rio Pedreira foi investigada pela Polícia Federal (PF) em dezembro de 2022 por suspeitas de superfaturamento em outra obra viária no Amapá.

À época, a investigação apontou superfaturamento de R$ 6,1 milhões, e o suplente de Alcolumbre foi alvo de busca e apreensão.

SEM RESPOSTA – A reportagem do Estadão tentou contato com a prefeitura de Santana; com o prefeito, Sebastião Bala Rocha (PP); com a empresa e com Davi Alcolumbre, por meio da assessoria, mas não houve resposta.

O dinheiro para a obra em Santana foi empenhado (isto é, reservado para pagamento) ainda em dezembro de 2020, por meio do orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão. O nome de Alcolumbre não aparece nos documentos e ele não apresentou a relação de emendas que patrocinou quando o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigou a divulgação dos parlamentares.

Coube ao prefeito de Santana, Sebastião Bala Rocha, divulgar nas redes sociais que o dinheiro foi enviado a pedido do ex-presidente do Senado. O orçamento secreto foi declarado inconstitucional pelo STF no fim de 2022, mas o saldo seguiu sendo pago pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Embora o empenho seja de 2020, os pagamentos só começaram no fim do ano passado.

TOMA LÁ, DÁ CÁ – Não há, a princípio, nenhuma irregularidade no envio da emenda ou na condução da obra. Como mostrou o Estadão em dezembro, o envio de recursos federais para o Amapá está diretamente relacionado à atuação política de Alcolumbre.

No fim do ano passado, o governo acelerou a liberação de dinheiro para o Estado depois que Alcolumbre marcou as sabatinas de Flávio Dino para o STF e de Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Ambos foram ouvidos pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida pelo amapaense.

Num dos vídeos, Bala Rocha aparece de boné e camisa social rosada, no meio de um canteiro de obras. “Estamos aqui no canal da (avenida) Princesa Isabel, nos dois lados, já recebendo o tratamento para chegar depois, logo logo, a pavimentação asfáltica. A prefeitura continua, portanto, executando asfaltos em Santana. Emenda do senador Davi (Alcolumbre) mais uma vez. Muito trabalho aí, Anderson (Almeida Feio, secretário de Obras Públicas e Serviços Urbanos)”, diz ele, no vídeo publicado no dia 04 de novembro de 2022.

INTIMIDADE – A relação política de Bala Rocha e Alcolumbre transcende o eventual envio de emendas para obras. A mulher do prefeito, Enaim de Paula de Araújo, ocupa um cargo comissionado no escritório do gabinete de Alcolumbre no Senado Federal desde 2015. Em dezembro, ocupando o cargo de “auxiliar parlamentar intermediário”, ela recebeu um salário bruto de R$ 7.152,04. Ela também é sócia de uma empresa de serviços de saúde em Santana.

A primeira-dama do município publicou, em fevereiro do ano passado, uma foto ao lado do marido e do parlamentar. “Posse do nosso querido senador Davi Alcolumbre”, escreveu Enaim Araújo.

Como mostrou o Estadão, Alcolumbre mantém outro aliado em Santana. O secretário de obras do município, Anderson Almeida, mencionado na postagem de Bala Rocha no Instagram, é tesoureiro-adjunto do diretório do partido do União Brasil no Amapá e se refere ao senador como o “irmão que a vida me deu”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Davi Alcolumbre é o retrato da política brasileira. Sua família é cada vez mais poderosa no Amapá, onde o irmão andou envolvido em tráfico de drogas por avião. E já está quase certo que essa augusta figura voltará a presidir o Senado, que Deus nos proteja. (C.N.)

Ameaças em Gaza, Ucrânia, Taiwan e Coreia do Norte são testes para OTAN 

Guerra da Ucrânia: 'congelamento' do conflito ou nova | Internacional

Na Ucrânia, a guerra está sendo travada em pleno inverno,

Lourival Sant’Anna
Estadão

A Otan se lança no seu maior exercício militar desde o fim da guerra fria, diante de múltiplas ameaças ativas contra o Ocidente. E em meio a um dilema – como equilibrar a necessidade estratégica de demonstrar capacidade de resposta para reforçar a credibilidade das alianças e o poder dissuasório, de um lado, com a necessidade tática de poupar capacidades bélicas e manter um estoque compatível com as ameaças futuras?

Do ponto de vista de todos os contestadores da ordem internacional baseada em regras liderada pelos Estados Unidos, em especial a China, a invasão da Ucrânia pela Rússia teve a função de testar a resolução americana e europeia e também a capacidade de mobilização de recursos para conter uma ameaça ativa no perímetro de sua área de cobertura.

REAÇÃO CONTUNDENTE – EUA e Europa responderam de forma inesperadamente contundente. Na frente política, isso eleva o poder de dissuasão. Entretanto, esse esforço reduziu os estoques bélicos dos países da Otan.

Vladimir Putin percebeu que o tempo corria a favor dele, e seu objetivo passou a ser manter o impasse e deixar o conflito se arrastar. Isso levou à degradação progressiva dos estoques ocidentais e à fadiga política na resolução dos aliados em ajudar a Ucrânia indefinidamente. Nesse momento, o Hamas cometeu as atrocidades de 7 de outubro.

O Hezbollah, do Líbano, intensificou os ataques ao norte de Israel. EUA e Reino Unido deslocaram grupos de batalha naval, liderados por porta-aviões, para a costa israelense. Os houthis, do Iêmen, passaram a alvejar o sul de Israel, assim como navios a serviço de empresas israelenses e ocidentais no Mar Vermelho.

SAINDO DA UCRÂNIA – Os EUA então formaram uma coalizão de 22 países para proteger o Canal de Suez, por onde passa 30% do tráfego marítimo global e, com o Reino Unido, passaram a bombardear posições dos houthis. Assim, EUA e Reino Unido redirecionaram capacidades bélicas e energia política da Ucrânia para o Oriente Médio.

Uma terceira frente de ameaças parece perto de entrar em atividade: a do Leste Asiático. A eleição presidencial em Taiwan, no dia 13, assegurou um terceiro mandato ao Partido Democrático Progressista (PDP), o mais comprometido com a resistência ao plano da China de anexar a ilha. O regime comunista chinês fez de tudo para desencorajar os eleitores taiwaneses a votar em Lai Ching-te, vice da atual presidente, Tsai Ing-wen, a primeira mulher a governar o país.

Em um simpósio para celebrar o 130.º aniversário de Mao Tsé-tung, no dia 26, Xi Jinping declarou que “a completa reunificação da pátria é uma tendência irresistível”, e que o regime chinês deve “impedir qualquer um de separar Taiwan da China seja como for”.

PRESSÃO TOTAL – Posts nas redes sociais tentaram difundir sentimentos racistas, acusando o governo taiwanês de atrair trabalhadores imigrantes indianos. Navios e aviões de guerra chineses intensificaram o assédio, em missões destinadas a intimidar a ilha.

Por último, especialistas em Coreia do Norte identificam mudanças de comportamento do regime, que poderiam indicar preparativos para atacar a Coreia do Sul, Japão e a ilha de Guam, que pertence aos EUA. O regime norte-coreano sempre se esforçou por manter aparência de ameaça ativa contra esses adversários. Mas há sinais de escalada real desta vez.

No dia 15, a Coreia do Norte testou um míssil balístico com alcance de 4 mil km, suficientes para atingir a estratégica Ilha de Guam, que abriga bases navais e aérea dos EUA no Pacífico. O teste foi detectado pelas Forças Armadas sul-coreanas. Ao confirmá-lo, os norte-coreanos afirmaram que o míssil continha ogiva hipersônica controlável. Essa tecnologia oferece não só maior velocidade, mas principalmente maior capacidade de manobra.

MANOBRAS DA OTAN – O exercício da Otan, que deve durar até maio, é o maior desde 1988. O escopo da aliança militar é a Europa e a ameaça direta, a Rússia. Mas acordos de cooperação entrelaçam a Otan ou alguns de seus principais integrantes com arranjos de defesa envolvendo parceiros da Ásia-Pacífico, como Japão, Coreia do Sul, Índia e Austrália.

O exercício é uma flexão coletiva de músculos do Ocidente diante da contestação das potências autoritárias revisionistas.

Seu efeito dissuasório dependerá da capacidade da aliança de demonstrar coesão política e repor seus estoques de armas e munições.

Investigação sobre padre Lancellotti está arquivada desde 2020, diz Arquidiocese

MBL nega participação em CPI contra padre Júlio Lancellotti, mas ataca o  religioso nas redes

Padre Lancellotti, distribuindo comida aos necessitados

Carlos Newton

A Arquidiocese de São Paulo emitiu nota informando que arquivou mais uma vez a denúncia sobre o padre Júlio Lancellotti, que se baseiam em um vídeo enviado pelo presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União Brasil), nesta segunda-feira (22), conforme antecipou a coluna Painel. O material, sem autenticidade comprovada, retrata um homem se masturbando.

Na nota distribuída nesta terça-feira (23), a liderança da Igreja Católica em São Paulo informou que manteve a decisão tomada em 2020, quando o mesmo vídeo foi analisado pela primeira vez, e citou parecer do Ministério Público sobre o mesmo caso, pelo arquivamento do inquérito, que foi acolhido pelo juiz de primeira instância, quatro anos atrás.

BAIXARIAS É odienta essa perseguição ao padre Lancellotti, movida por motivos exclusivamente eleitoreiros por meia dúzia de políticos desclassificados, como Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, e Rubinho Nunes.

Caso se tratasse de uma denúncia procedente, não teria sido arquivada em 2020 pelo Ministério Público e pela Justiça de primeira instância, sem abertura de processo. E agora, no ano eleitoral, é ressuscitada a mesma denúncia, como se fosse novidade.

Como se vê, o padre Lancellotti sofre perseguição ainda maior do que os miseráveis que ele assiste, incansavelmente, há mais de 30 anos.  

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INQUÉRITO ARQUIVADO DESDE 2020

Leia a íntegra do posicionamento:

“A Arquidiocese de São Paulo, mediante ofício enviado por e-mail ao vereador Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo, no dia 6 de janeiro, protocolado na Câmara Municipal no dia 8 sucessivo, solicitou-lhe que fosse enviado o material referente à suposta denúncia contra o Padre Júlio Renato Lancellotti.

Finalmente, na tarde do dia 22 de janeiro, o material foi entregue na Cúria Metropolitana de São Paulo. Tomado conhecimento do material recebido, constatou-se que se trata do mesmo conteúdo divulgado em 2020. Naquela ocasião, a Cúria Metropolitana de São Paulo, conforme prescreve as normas da Igreja para esses casos, realizou um procedimento investigativo para apurar a denúncia recebida.

Concomitantemente, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) passou a investigar a dita denúncia, conforme inquérito aberto junto ao Setor de Atendimento de Crimes da Violência contra Infante, Idoso, Pessoa com deficiência e Vítima de tráfico interno de pessoas.

O MPSP, considerando ausência de materialidade, a seu tempo, emitiu parecer contrário à instauração de uma ação penal, acompanhado pelo D. Juiz que decidiu pelo arquivamento do inquérito.

A Arquidiocese de São Paulo, não chegando à convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia e considerando as conclusões do MPSP, bem como da Justiça Paulista, também decidiu pelo arquivamento e informou a Santa Sé.

Distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade, a Cúria Metropolitana de São Paulo permanece atenta a ulteriores elementos de verdade sobre os fatos denunciados.”