Ex-diretor da Abin vai explicar à CPI o que falhou na repressão aos atos de 8 de janeiro

O oficial de Inteligência Saulo Moura da Cunha foi nomeado diretor adjunto da Abin 1º de janeiro

Saulo Cunha é servidor de carreira e cumpriu seu dever

Eduardo Gonçalves
O Globo

O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha será o primeiro convocado a depor na retomada dos trabalhos da CPI do 8 de Janeiro, nesta terça-feira, dia 1º. Servidor de carreira do órgão desde 1999, ele comandava a Abin na época da invasão às sedes dos três Poderes. Depois, foi exonerado do cargo, em março.

Cunha foi chamado na cota da ala da oposição ao governo Lula. A convocação dele foi pedida pelos senadores Magno Malta (PL-ES), Izalci Lucas (PSDB-DF) e os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), delegado Ramagem (PL-RJ) e Marco Feliciano (PL-SP).

HOUVE ALERTAS – O ex-diretor da Abin deve prestar esclarecimentos sobre os alertas emitidos pela agência dias antes dos atos golpistas. Ele também deve indicar as autoridades que foram informadas antecipadamente e qual foi o encaminhamento dado aos avisos.

Reportagem do GLOBO mostrou que, seis meses após os ataques, os membros do canal do Sistema Brasileiro de Inteligência divergem sobre o formato e a responsabilidade dos informes que receberam. Autoridades militares afirmaram que as mensagens careciam de confirmação e foram enviadas de maneira “informal”.

A Abin, por sua vez, rebateu esses comentários, dizendo que enviou as informações “por meio de canais adequados, decididos prévia e conjuntamente”.

COMPARTILHAMENTO – No grupo de WhatsApp — criado para trocar dados inteligência de maneira mais célere —, havia membros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); dos ministérios da Justiça e Defesa; do Exército e da Marinha; da antiga pasta da Infraestrutura, que se desdobrou no governo Lula; da Secretaria de Segurança do Distrito Federal; e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Os parlamentares devem perguntar ao ex-diretor da Abin se ele confirma que os alertas também foram enviados ao ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). general Gonçalves Dias. O nome dele constava na lista como um dos receptores das mensagens.

A maioria dos alertas produzidos pela Abin antes de 8 de janeiro tratava da concentração de manifestantes em frente a unidades militares nas capitais do país, bloqueios de rodovias federais e “convocação para atos em frente a refinarias e distribuidoras”.

UM AVISO CLARO – O alerta mais preocupante chegou ao canal de WhatsApp em 6 de janeiro e diz o seguinte: “A perspectiva de adesão às manifestações contra o resultado da eleição convocadas para Brasília para os dias 7, 8 e 9 jan. 2023 permanece baixa. Contudo, há risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades. Destaca-se a convocação por parte de organizadores de caravanas para o deslocamento de manifestantes com acesso a armas e a intenção manifesta de invadir o Congresso Nacional. Outros edifícios na Esplanada dos Ministérios poderiam ser alvo das ações violentas”.

O ex-diretor da Abin também deve ser perguntado sobre os relatórios que a agência produziu depois de 8 de janeiro. Dois deles apontaram um grupo ligado a produtores rurais, o “Movimento Brasil Verde e Amarelo”, e um de reservistas do Exército, os “boinas vermelhas”, como supostos “articuladores dos atos intervencionistas”. Os documentos, obtidos pelo Globo, foram enviados à CPI.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Tudo já é sabido, a CPMI está apenas confirmando os fatos. E o Exército já culpou o general Gonçalves Dias, ministro do GSI no governo Lula, e a Secretaria de Segurança do governo do Distrito Federal. Portanto, foi uma tragédia anunciada, que os responsáveis pela repressão estranhamente deixaram acontecer. (C.N.)

7 thoughts on “Ex-diretor da Abin vai explicar à CPI o que falhou na repressão aos atos de 8 de janeiro

  1. PASSAGENS E ADEUSINHOS PELA POLÍCIA!
    O triunfo da religião está diretamente ligado ao fracasso da criação! (L.C. Balreira).
    Os animais resistem à procriação em cativeiro, os cristãos adoram a multiplicação em pardieiro. (L.C. Balreira).
    Não há maior coragem do que a luta quando o verdadeiro desejo seria a fuga! (L.C. Balreira).
    A CPI mais urgente, importante, indispensável, no Brasil, seus canalhas eleitos, concursados e nomeados, seria a CPI da corrupção, criminalidade e impunidade ampla, geral e irrestrita. Dezenas de milhares de bandidos de rua são detidos diariamente cada qual com dezenas de ‘’passagens’’ e ‘’adeusinhos’’ na Polícia, até mesmo assassinos e serial killers soltos nas ruas como verdadeiros predadores de cidadãos do bem. (L.C. Balreira).

  2. Não houve falha alguma. estava tudo muito bem articulado e combinado para dar o golpe.

    Agora é cada um culpar o outro e a bola da vez, é o GDias que com 7 dias de governo tinha de desmontar todo projeto do golpe, que não se limitou apenas no dei 8 de janeiro.
    Criar rebelião, quebra quebra, seria o pretexto para dar o golpe; tentaram nos dias 12 e 24 de dezembro, não conseguiram; dia 8 de janeiro foi a última tentativa. Só depois da tentativa do golpe ter falhado, é que desmontaram os acampamentos. que perdurou durante dois meses

    A tentativa do golpe tem nome e sobrenome: O presidente podia dar ordens para não permitir acampamentos nas portas do quarteis, não o fez. Quem era o Secretário de Segurança pública do DF? Quem era o governador de Brasília? Quem era o comandate da PM de Brasília? Quem era o comandante da PRF que poderia impedir que os ônibus lotados de patriotários chegassem ao centro de Brasília?
    Só resta aos golpistas, ridiculamente negar a tentativa do golpe e colocar a culpa no governo Lula.

  3. Metrópoles (um veículo petralha) acaba de divulgar um documento secreto que afirma, sem nenhuma dúvida, que o governo do narcotraficante Lula da Silva prevaricou no dia 08/01.

    É caso de cadeia para todos os envolvidos na conspiração, que resultou na prisão ilegal de mulheres grávidas, crianças e idosos. Lula, Dino, G. Dias e o sinistro PCC (pouco cabelo na cabeça) são os cabeças, mas não só eles.

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