É hora de um diálogo de alto nível entre os dirigentes do Supremo e do Congresso

A Postagem | STF avalia que Pacheco faz jogo de cena e erra alvo ao atacar  a corte

Lira, Barroso e Pacheco precisam se reunir e negociar

Roberto Nascimento

Quando um grupo significativo dos parlamentares, representantes daqueles cidadãos do escopo que apoiou o golpe e apostou em novo mandato de Jair Bolsonaro, tenta desacreditar a Suprema Corte, certamente seus membros não percebem que estão apostando no enfraquecimento da democracia e abrindo caminho para nova aventura autoritária.

Aparentemente, a eles não importa que o comando da nação possa ser assumido por um Mussolini tupiniquim ou um general de quatro estrelas, à moda do ditador Francisco Franco, fascista espanhol. Os riscos não os preocupam.

AS PRIMEIRAS VÍTIMAS – O grupo da vez, que vem batendo no Judiciário sem parar, é formado por aqueles que serão, prioritariamente, as vítimas de um ditador. Sim, serão suas excelências — os deputados e senadores — os primeiros a perder as funções, os salários, as mordomias e os planos de saúde.

O que se vê é que o Legislativo iniciou um processo de descrédito do Supremo. Seu objetivo é assumir poderes que anulem sentenças e acórdãos. Os atuais senadores, liderados pelos jovens Davi Alcolumbre (União-AP) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com ajuda de Sérgio Moro (União-PR) e dos demais eleitos na onda bolsonarista, desconhecem por completo o que aconteceu no regime militar, após o golpe de 31 de março.

Esquecem que, em nove de abril de 1964, numa simples canetada dos comandantes militares, surgiu o Ato Institucional nº 1, que cancelou as eleições diretas de 1965 e convocou eleições indiretas para a presidência da República.

JUSCELINO CASSADO – Depois, começaram as cassações parlamentares. Em 6 de junho, a ditadura cassou vários políticos, inclusive Juscelino Kubitschek, que era senador e até apoiara a eleição do marechal Castelo Branco. Outro postulante à Presidência da República, Carlos Lacerda, que era deputado, escapou dessa degola, mas acabou preso e cassado quatro anos depois, em dezembro de 1968, na edição do famigerado AI-5.

Agora, quando temos o pior Congresso de todos os tempos, surge esse movimento para enfraquecer o Poder Judiciário, que é uma nova onda dos extremistas de direita e de esquerda, espalhados pelo mundo.

Os ditadores da Venezuela e da Nicarágua comandam o Judiciário com juízes amestrados. Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netaniahu, respondendo a processos de corrupção, tenta controlar o Judiciário através do Legislativo. Na Turquia, o presidente Recep Erdogan usa a mesma estratégia.

MODELO BRASILEIRO – Aqui nos trópicos, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira buscam submeter o Supremo ao Legislativo, ao mesmo tempo em que trabalham a adoção do semipresidencialismo — nova designação do parlamentarismo moderno.

Esses objetivos, porém, não podem significar um reles ataque à democracia, ainda mais por envolver interesses escusos, como liberar a corrupção e impedir que o Judiciário aplique multas aos partidos políticos que descumpram a Lei Eleitoral, como já virou praxe por aqui.

Decididamente, o Brasil vive um momento de trevas medievais. O Legislativo precisa entender que não deve colocar em risco a unidade nacional, através da quebra da ordem democrática. É hora de entendimento. O novo presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, busca um diálogo com o Legislativo. Agora, só falta que Pacheco e Lira estendam a mão a ele. Se cada um ceder um pouco, poderemos chegar a um consenso histórico.                

16 thoughts on “É hora de um diálogo de alto nível entre os dirigentes do Supremo e do Congresso

  1. Creio que o Consórcio deva continuar seu projeto, com a prisão de Bolsonaro e Moro e a devolução dos bilhões dos acordos de leniência pra nossa Santa Burguesia Clepto-patrimonialista, tirados da boca do povo.

    Afinal mais alguns bilhões farão pouca diferente face ao déficit e dívida públicos.

    https://www.jornalopcao.com.br/economia/rombo-nas-contas-do-governo-lula-ultrapassam-r-100-bilhoes-em-agosto-534997/#:~:text=As%20contas%20do%20governo%20federal,abaixo%20dos%20gastos%20do%20governo.

  2. Na realidade o que estamos vivendo é justamente a ruptura dos “acordos”, face ao choque com a realidade nua e crua, impassível de ser desconsiderada e o esgotamento do “acordo” para se passar borracha na História.

    Simples assim.

  3. Impressionante como a imprensa não aprende. Não tem que der diálogo nenhum, a merda começou justamente quando os ministros do Supremo foram dialogar com políticos.

    Ministro do STF não deveria sequer sentar no mesmo restaurante onde tem um político. Nunca jamais conversar!

    Ministro tem que cumprir a lei, não tem que negociar nada, não tem que dialogar, em resumo, não tem, não pode fazer política!

    • Enquanto as demandas da esquerda for atendida pelo STF vamos ter esse tipo de jornalismo.
      A esquerda aparelha até batizado de boneca.
      Enquanto isso lá no Ministério da Saúde fizeram uma dancinha escrota uma tal de Bate C* os avermelhado em geral vão fazendo cara de paisagem e ouvidos de mercador.
      A pérola:
      MS virou esculhambação, afirma deputado sobre dança obscena
      Evair de Melo (PP-RS) apresentou requerimento pela convocação da Ministra da Saúde
      07/10/2023 2:32 | Atualizado
      Deputado Evair de Mello, do Espírito Santo, membro da mesa diretora do PP.
      Deborah Sena
      O deputado federal Evair de Melo (PP-RS) também reagiu à dança erótica, registrada durante evento promovido pelo Ministério da Saúde.
      No âmbito da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), o capixaba apresentou requerimento de convocação da ministra Nísia Trindade à Câmara “para prestar esclarecimentos sobre a necessidade e adequação em financiar apresentação de dança obscena com música pornográfica de bate c*”,detalhou.
      Ao Diário do Poder, o parlamentar comentou o episódio. “O ministério da saúde virou esculhambação geral. Depois de confundir ritos culturais com medicina, agora vem com essa pouca vergonha da dança do c”, refletiu o bolsonarista.
      E completou: “Essa ministra deveria ser denunciada em todas as instâncias possíveis”.

  4. Enquanto as demandas da esquerda for atendida pelo STF vamos ter esse tipo de jornalismo.
    A esquerda aparelha até batizado de boneca.
    Enquanto isso lá no Ministério da Saúde fizeram uma dancinha escrota uma tal de Bate C* os avermelhados em geral vão fazendo cara de paisagem e ouvidos de mercador.
    A pérola:
    MS virou esculhambação, afirma deputado sobre dança obscena
    Evair de Melo (PP-RS) apresentou requerimento pela convocação da Ministra da Saúde

    Deborah Sena
    O deputado federal Evair de Melo (PP-RS) também reagiu à dança erótica, registrada durante evento promovido pelo Ministério da Saúde.
    No âmbito da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), o capixaba apresentou requerimento de convocação da ministra Nísia Trindade à Câmara “para prestar esclarecimentos sobre a necessidade e adequação em financiar apresentação de dança obscena com música pornográfica de bate c*”,detalhou.
    Ao Diário do Poder, o parlamentar comentou o episódio. “O ministério da saúde virou esculhambação geral. Depois de confundir ritos culturais com medicina, agora vem com essa pouca vergonha da dança do c”, refletiu o bolsonarista.
    E completou: “Essa ministra deveria ser denunciada em todas as instâncias possíveis”.

  5. Ótimo comentário de Roberto Nascimento. Exatamente, essa campanha irracional contra o STF tem motivações bem estranhas.

    Parece que a maioria que faz isso, no íntimo, deseja que o órgão julgue baseado em suas convicções, não o que está na CF.

    E o pior é que este espaço, outrora imparcial, tornou-se um espaço aos radicais.

    Comentários sem conteúdo, fake news, críticas destrutivas, reverberam por aqui.

    Parece até que isso é feito de propósito para que os de bom senso desistam e saiam do blog que já foi muito melhor.

  6. Concordo com José Vidal, o texto de Roberto Nascimento é ótimo.
    Os bolsonaristas não comentam os textos, ficam cercando os colegas que são contra Bolsonaro e ofende-los.
    Há dois dias, um tal de Henrique, deve ser um robô humano a serviço do gabinete do ódio, pois não coloca seu nome todo, ofendeu-me sem motivo.
    Respondi-lhe com uma ofensa maior, pois com bandido, não há meio termo.
    Carlos Newton trocou a ofensa por uma mais suave. Depois de cabeça fria, achei que CN. agiu certo, para o blog não virar bagunça, como querem os bolsonaristas.

      • Obrigado a todos, pela participação no debate democrático das ideias.
        Um elogio especial para José Vidal, Nelio Jacob e Batista Filho.

        Os que se posicionaram em contrário, respeito, mas, discordo visceralmente, do contraditório, o qual, faço a seguinte emenda:

        Comentei nesse artigo, a atual guerra, que o Legislativo lançou contra o STF. Os motivos são de natureza pecuniária e para impedir que o Supremo julgue e sentencie os parlamentares envolvidos em corrupção. Até parlamentares progressista s, endossam a onda golpista, para escaparem das multas aplicadas aos Partidos, pelo Tribunal Superior Eleitoral ( TSE)..
        Pautas em favor do povo, é Zero com louvor.

  7. Quando o Lira falava em semi-presidencialismo, para sequestrar as atribuições do Bolsonaro, você defendia o Centrão. O que aconteceu pra você mudar de opinião? Agora, o Lira e o Pacheco estão atrapalhando o seu narcotraficante de estimação?

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