Milícias e traficantes substituem o poder público que abandonou as comunidades

Bolsa de Valores de Favelas supera expectativas de investidores

Desigualdade social é a grande tragédia do povo brasileiro

Roberto Nascimento

Recentemente, a manchete da Folha de São Paulo registrava que as milícias no Rio de Janeiro expulsam moradores das comunidades, roubam casas e lavam dinheiro na construção e venda de imóveis, inclusive edifícios de oito andares. A gravidade da situação ficou evidenciada logo a seguir, quando alguns policiais foram flagrados em escolta a milicianos e outros acompanhando entrega de caminhão com 16 toneladas de drogas para traficantes.

Os moradores sentem a falta do poder público, tanto do Estado como da Prefeitura, ausentes e inertes. Tráfico e milícia disputam territórios e exercem o poder político e militar nas comunidades.

PROBLEMA INSOLÚVEL? – Quem se insurge, não vive para contar a história. Chegou a um ponto,que não tem mais jeito. Inclusive as áreas sobre controle desses grupos só aumentam. Daqui a alguns anos, vamos perder quase toda a cobertura vegetal da cidade do Rio de Janeiro. Algumas ilhas de verde permanecerão, como um oásis no deserto.

O mais revoltante, verdadeiramente Inconcebível, é a repetição da fake news de que Leonel Brizola apoiava o banditismo. É uma das mais abjetas e falsas narrativas do conservadorismo.

Brizola tem essa fama porque condicionou a entrada de policiais nas favelas, exigindo autorização do comandante da PM, na época o coronel Nazareth Cerqueira, para evitar o que está vindo à tona hoje.

FAVELIZAÇÃO – Outra coisa: antes de Brizola exercer o cargo de governador em 1982, já havia favelas em todos os bairros cariocas, o que é natural, porque os cidadãos carentes têm o direito de morar próximo ao local de trabalho.

Além de Brizola, que possibilitou a titularidade dos terrenos ocupados nos morros e encostas da cidade, o ex-prefeito Luiz Paulo Conde, pensou e executou sua maior obra: Favela Bairro. Infelizmente, outros prefeitos, que vieram depois, abandonaram esse projeto de inclusão, assim como nenhum governador depois de Brizola construiu um CIEP a mais. Ficaram nos 500 edificados no governo Brizola.

Não se trata de esquerda nem direita, e sim de governantes ruins, incompetentes e mal preparados. Não se trata de narrativa da esquerda. É realidade na veia. No entanto, a polarização política teima em jogar no colo da esquerda a culpa de todas as mazelas do país.

9 thoughts on “Milícias e traficantes substituem o poder público que abandonou as comunidades

  1. Infelizmente o Rio só continua lindo na canção, o resto é um sofrimento só, principalmente para os mais fracos, para os mais pobres. Os governantes só se lembram do povo em ano de eleição, que já está aí às portas.

  2. As raízes dessas mazelas são muito antigas e se repetem nas grandes e médias cidades do Brasil. Uma leitura recomendável é um livro “O Cortiço”, que mostra as origens das atuais favelas.

    Falamos disso sempre, alguns apontam soluções simplistas para a complexidade do problema, o que não presta para nada, a não ser exercer politicagem baixa.

    Quais as perspectivas da maioria das crianças que nascem nessas comunidades?

    Ontem mesmo, uma senhora que faz limpeza aqui no meu condomínio pediu-me dinheiro para quitar a dívida do filho dela de 16 anos, que consumiu drogas, quitar uma dívida com traficantes. Esse tipo de situação é comum nessas áreas carentes, forçando, muitas vezes, pessoas a trilharem o caminho da criminalidade.. E o que fazemos? Criticamos, sem a mínima empatia. Com análises superficiais sobre o grave problema.

  3. Excelente texto.
    As pessoas não entendem que tudo de bom ou de ruim que acontece no início de um novo governo é reflexo do governo anterior..
    A policia há décadas vem subindo os morros para enfrentamento com os traficantes, se isso acabasse com o tráfico não teríamos mais traficantes, mas veio acontecendo ao contrário o narcotráfico ficou mais forte.
    Não é dessa maneira imediatista que se combate o narcotráfico.

    As televisões deve ter em seus arquivos filmes mostrando policiais no pés dos morros arrochando trabalhadores. Tem uma cena com policiais ao lado da viatura na entrada da favela do Acari maltratando trabalhadores que estavam chegando do trabalho e jogando a carteira de trabalho deles no rio Acari. Mais tarde aparece uma pessoa com um cesto com várias carteiras de trabalho que foram atiradas no rio Acari, Foi uma cena que ficou em minha memória
    Já no tempo do governo Moreira Franco eu vinha no ônibus 636 rumo a Praça Seca. No Grajau a policia para o ônibus e diz quem não tiver carteira de trabalho assinada pode soltar. Um policial entra no ônibus para ver se alguém sem carteira assinada não soltou. Minha sorte é que estava com a carteira do CRC,
    Foi durante a ditadura que as polícias ficaram com maus vícios, valia tudo com o pretexto de combater o fantasma do comunismo.

    • Nelio Jacob, como sempre, excelentes comentários.

      Os comandantes do crime organizado, não estão nas favelas, os líderes moram nas mansões da Barra.

      Recentemente, a Polícia Federal estourou um aparelho e apreendeu dezenas de fuzis, munições e até granadas, numa mansão na Barra.

      O crime organizado só pode ser combatido e desfeita a quadrilha com inteligência, seguindo o caminho do dinheiro.

      Os criminosos têm que perceber, que permanecerão presos por uma boa temporada no cárcere, caso sejam condenados
      Sem nenhum benefício, como livramento condicional, Sursis, redução de pena por bom comportamento e até aquelas vergonhosas saidinhas para o Natal e Dia das Mães.

      Mas, ninguém quer resolver problema nenhum, principalmente suas excelências do Congresso Nacional, que não tem ajudado nada .

  4. Nós os cariocas, nos lascamos quando elegemos o Moreira Franco, ‘gato angorá’, em vez do Darcy Ribeiro.
    PS: Lembro ainda, que foi veiculado que com o ‘gato angorá’, o governo federal iria apoiar com vigor o RJ e muita gente caiu no ‘conto do será melhor’.

    • Caímos no Conto do Vigário. As Organizações Globo jogaram pesado para derrotar o antropólogo Darcy Ribeiro, o idealizador dos CIEPS, as Escolas de Tempo Integral .
      Não interessava para o Conservadorismo e as Elites do Rio de Janeiro, o projeto educacional revolucionário do governo Brizola, idealizado por Darcy.
      O Conservadorismo, quer o povo refém do capital, somente, no máximo, detendo o conhecimento das quatro operações. Sem consciência crítica e nenhuma cultura.

      Darcy não poderia ser eleito, porque contrariava os interesses da Ditadura Militar, dos políticos capachos do empresariado como: César Maia, Moreira, Marcelo Alencar, Sérgio Cabral, Pezão.
      Deu no que deu, o Rio de Janeiro está falido. Piorou muito com a eleição de Witzel e Cláudio Castro.
      Vai ficar muito pior com a eleição quase certa de Eduardo Paes, um destruidor de florestas e árvores para erguer no lugar espigões, formando selvas de concreto na aprazível cidade maravilhosa, que lógico deixará de existir.

  5. Milícias e traficantes substituem o poder público que abandonou as comunidades

    Sr. Newton

    Não estou entendendo mais nada.

    Parece que os comunistas nunca sentaram na cadeira mais corrupta do universo desde 1 .985

    🤔🤔🤔

  6. Está substituição entre aspas do poder público pelas milícias e traficantes já vem acontecendo já algum tempo, muitas ações sociais que deveriam ser exclusividade do estado vem na contra mão do assistencialismo, dando espaço a um poder paralelo que tem interesses de exploração e aliciamento ao povo destas comunidades. O poder público tem que acordar .

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