Lula mandou Gleisi humilhar Haddad no encontro da cúpula nacional do PT

Em evento do PT, Gleisi defende déficit fiscal, e Haddad diz que gasto maior não garante crescimento

Enquanto Haddad falava, Gleisi Hoffmann fazia caras e bocas

Carlos Newton

Jamais se viu nada igual. Numa importantíssima reunião, convocada para discutir a estratégia do PT nas eleições de 2024, para tentar recuperar prefeituras, o que se viu foi surrealismo puro. A chamada “conferência”, foi convocada pela presidência do PT, que na verdade não pretendia conferir nada. O objetivo principal era destruir a imagem de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, diante da cúpula do partido.

A própria presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, assumiu esse papel sujo. Organizou um debate, com a participação do ministro, fez o discurso inicial e nem tocou na estratégia eleitoral do partido. Mudou o assunto e passou a esculhambar a gestão de Haddad no Ministério da Fazenda.

TINHA ENSAIADO – Um dia antes, no texto de uma resolução do PT, Gleisi Hoffmann mandou incluir que “não faz sentido a pressão por arrocho fiscal exercida pelo comando do Banco Central, rentistas e seus porta-vozes na mídia e no mercado. O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC ‘independente’ e do austericídio fiscal…”.

Mas ninguém esperava que ela fosse adiante nem que houvesse uma armadilha preparada contra Haddad na reunião do Diretório, a mando do próprio presidente Lula da Silva. Frente a frente com o ministro da Fazenda, Gleisi disse que, por ela, o déficit seria “de 1%, 2%” do PIB em 2024, e passou a apontar o que considera outros erros da política econômica.

Haddad ficou estupefato. Tinha se preparado para falar sobre estratégia eleitoral e teve de mudar o rumo. Tentou explicar, em palavras simples, a questão do ajuste fiscal. Enquanto ele falava, aturdido, Gleisi fazia caras e bocas, desmoralizando o companheiro. No dia seguinte, seu amado Lindbergh Farias dava entrevista desancando a política econômica de Haddad, tudo combinado.

TRADUÇÃO SIMULTÂNEA – Lula não suporta o apoio de investidores e empresários a Haddad. Acha que seu ministro está crescendo demais da conta, e isso é inadmissível. Por isso, ao discursar, berrou que a eleição em 2026 será entre “Lula e Bolsonaro”, que nem pode ser candidato.

Pobre Lula, em 2026 já terá 81 anos. Não adianta continuar fazendo plásticas e implantes de cabelo, estará mais cansado de guerra do que a Teresa Batista, personagem de Jorge Amado. Precisa permitir que surja uma nova liderança no partido, e já se sabe que se chama Fernando Haddad, mas Lula se recusa a aceitar.

O desespero é evidente, mas não adianta tentar desmoralizar seu ministro perante o Diretório do PT, às vésperas do Natal. Isso é muito feio e Papai do Céu não gosta.

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P.S. –
Como diria Rubem Braga, Lula está envelhecido e envilecido. Mas o que esperar de quem foi dedo duro dos militares e era remunerado para delatar os companheiros sindicalistas nos anos de chumbo? (C.N.)

12 thoughts on “Lula mandou Gleisi humilhar Haddad no encontro da cúpula nacional do PT

  1. Lula, jamais representou o exército brasileiro, mas sim a “roça de melancia” que sutilmente avançou e hoje se encontra ao “Golberyano”e avermelhadoponto e à quilométrica distancia de sua esmorecida e já imperceptível brasilidade verde oliva!

  2. Sr. Newton

    Por falar no Quadrilhão do Maior Ladrão que o Mundo Já Viu (palavras do Padre).,

    Veja que interessante está nóticia do Líder da Cueca de Ouro disse sobre a “economia comuna do Cachaça”.

    Esse é o “Grande Projeto para o Páis” da Quadrilha de Cuekeiros…..

    ‘Se tiver que fazer déficit, vamos fazer, ou a gente não ganha a eleição’, diz líder do governo Lula

    Se tiver que fazer déficit, vamos fazer, diz líder do governo na Câmara

    Deputado avaliou que a busca pela meta de zerar o rombo das contas públicas pode fazer com que a sigla perca as eleições municipais

    https://www.cnnbrasil.com.br/politica/se-tiver-que-fazer-deficit-vamos-fazer-diz-lider-do-governo-na-camara/

  3. Lula mandou Gleisi esculhambar Haddad? Acho que não. Ele próprio criticou o PT e claro, sua presidente. a qual, acho uma deslumbrada inconsciente. Um mal ao partido que precisa se livrar dela urgentemente. .

  4. Artigo sensacional do mestre Carlos Newton. Também tive essa impressão do convescote inútil do PT.
    O discurso do Lula foi desastroso, inconcebível e inaceitável.

    O PT está sem estratégia para enfrentar a DIREITA na eleição de 2024. Bolsonaro disparou na frente de Lula, na articulação das principais candidaturas de Prefeito.
    No Rio vai de Ramagem, seu ministro da ABIN para enfrentar o horroroso Eduardo Paes, que deseja se reeleger para depois sair dois anos depois, a governança do Estado.
    O PT não tem, nem terá candidato. Lula vai apoiar Paes. Lula não gosta dos cariocas desde a época de Dirceu. Os dois odeiam o Rio.

    Em São Paulo, o PT também não tem candidato. Vai apoiar o Boulos. Bolsonaro está articulando o nome de Ricardo Sales, seu ministro do Desambiente.
    Quem vai ganhar é o atual prefeito do MDB, Ricardo Nunes.

    O que Gleisi fez com Haddad é pior do que tiro no pé, trata-se de traição ao companheiro. Quanto a Lula, o cacique petista, que não quer índio fazendo sombra a ele, perdeu a noção do tempo e do espaço, porque não percebeu, que esse é o seu terceiro e último mandato. O tempo é o pior inimigo de qualquer pessoa e a tarefa pesadíssima de Chefe de Estado aos 81 anos, não servirá a ele nem ao país. Deveria preparar o sucessor e o mais preparado é Fernando Haddad.

    Quanto a Gleisi, Hoffmann na presidência do PT, a legenda vai caminhar para ser o efeito Orloff do PSDB.
    Chega a ser trágica a entrega do Poder para o Bolsonarismo, incrustado no PL do Valdemar Costa Neto, de graça pelo PT.

    Será que não tem nenhum macho de verdade no PT para falar algumas verdades incômodas para Lula, até para ajudar o caudiho a ver a luz no fim do túnel.

    Estão caminhando, todos do PT para o cadafalso, vendo Bolsonaro marcando gols de placa na política, sendo recebido como Chefe de Estado por Milei na Argentina.

    Infelizmente, estamos assistindo os ventos soprando para uma nova onda Bolsonarista no Poder, com Flávio Bolsonaro como herdeiro do pai, que está inelegível, mais ganhando força, diante da inércia do PT, este Partido invejoso da competência alheia, a ponto de torpedearem seus melhores ministros, Flávio Dino e Fernando Haddad. Dino eles indicaram para o STF para se livrarem dele e Haddad estão fritando em banho Maria.

    • Roberto, normalmente discordo de suas postagens ideológicas mas nessa você foi cirúrgico usou a lógica cartesiana.
      Loola opera à moda Stalin que não deixava ninguém crescer a sua sombra.
      Haddad foi colocado no bico do corvo.
      Sou eleitor do Bolsonaro mas nem por isso quero ver meu país se despedaçando por incúria administrativa.

    • Caro Roberto Nascimento, ouvi todo o discurso de Lula. Não tenho a mesma percepção que tiveste, mas posso ter perdido algo.

      Quando dizes que o discurso de Lula foi desastroso, inconcebível e inaceitável, parece que perdi algo.

      Podes apontar exemplos, para chegares a essa conclusão?

      A volta da obrigatoriedade de um percentual mínimo do conteúdo nacional é algo que me agrada muito. Quase todos os países estão indo nessa direção. Até os EUA, com Trump.

      Abraço
      JV

      • José Vidal, obrigado por permitir uma réplica e explicar a análise feita.

        Lula disse, que a próxima eleição será entre ele e Bolsonaro, trazendo o rival para a ribalta.
        Os Partidos devem fazer a sua parte, nas políticas que beneficiem a população e logicamente proporcionar a continuidade no governo, elegendo seus representantes.

        A reunião do PT era para falar sobre a estratégia eleitoral para a campanha eleitoral de 2024. O que foi feito: Críticas ao ministro da Economia, Fernando Haddad, principalmente em relação ao déficit fiscal.

        Lula e o PT, querem gastar, esquecendo, que a inflação, dá munição para a oposição. Um exemplo bem atual, foi a vitória do Milei, diante do fracasso econômico do governo peronistas.

        As críticas, caro Vidal, são necessárias, para que os governantes acordem e exerçam a humildade, calçando as sandálias da objetividade.

        • Claro caro Roberto Nascimento, mas não vi Lula defender déficit fiscal (que qualquer pessoa consciente sabe que não dá certo).. Nem que seu discurso fosse tudo o que relataste, por isso minha curiosidade.

          Ele criticou o seu partido, o PT, isso sim. Dizendo que as verdades do partido não são necessariamente as necessidades do povo. E também falou, como disse de outros aspectos, como a divergência de opiniões, citando. nesse caso, Alckmin..

          Quanto às críticas, lembro sempre que o verdadeiro patriota ama o seu país o suficiente para apontar os erros do seu governo; não aquele que o aplaude cegamente, não importa o quê.

          Sempre é um prazer debater política em alto nível, como tens feito.

          Abraço,
          JV

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