Análise certeira de Filipe Luís sobre times da Europa x América do Sul

Filipe Luís, técnico do Flamengo, durante jogo contra o Chelsea no Mundial

Filipe Luiz sabe tudo de futebol e demonstra muita clareza

Mauro Cezar Pereira
do UOL

Vitórias de Botafogo e Flamengo, respectivamente, sobre Paris Saint-Germain e Chelsea, mudaram a visão de muita gente com relação à força dos participantes do Mundial de Clubes. Após o triunfo de sexta-feira, na Filadélfia, o técnico rubro-negro, Filipe Luís, resumiu, com precisão, o cenário, com poderio da elite europeia diante dos mais fortes times sul-americanos.

A ótima resposta de Filipe Luís encerra essa tola discussão, a meu ver.

– É inegável que existe um grupo de times europeus, hoje, muito forte. E que superá-los, em campo, com as duas equipes jogando tudo o que podem, seria uma missão quase impossível. Algumas integrantes da atual elite, por sinal, não estão no torneio. Casos de Barcelona e Liverpool, por exemplo. Talvez pudéssemos incluir o Napoli na lista. Os três são campeões nacionais, por sinal, em ligas importantes.

LEVAR A SÉRIO – Quando dissemos que os europeus não levam tal competição a sério como nós, sul-americanos, por exemplo, não se está dando uma desculpa, justificando ou passando pano. É apenas uma informação. Há, claro, uma certa empáfia, principalmente se estivermos falando de times que sequer figuram no reduzido do bloco da elite europeia citada pelo técnico do Flamengo.

Sejamos diretos: Real Madrid, PSG, Manchester City, Liverpool, Barcelona, Bayern, por exemplo, em campo motivados, jogando à vera, deixando a cancha tudo que podem, seriam obstáculos perto de intransponíveis para equipes de fora da Europa. Motivo? Simples: eles têm mais dinheiro, consequentemente, contam com Vinícius Júnior, Dembélé, Haaland, Lamine Yamal?

Enquanto isso, o maior talento surgido no Brasil na última temporada, Estêvão, está praticamente de malas prontas para reforçar o Chelsea no próximo mês.

OUTRAS RAZÕES – Mas fora essas equipes da camada mais alta dos atuais times da Europa, há outros que não são tão poderosos. Seja por não terem o mesmo potencial de investimento, ou por uma política de contratações que fuja do padrão. É o caso da equipe que o Flamengo derrotou no sábado.

O Chelsea já investiu perto de 1,5 bilhão de euros no elenco, incluindo atletas emprestados. Mas são basicamente jovens que formam um time muito forte, mas ainda abaixo do grupo de elite

Podemos dizer que o quarto colocado da Premier League está no nível próximo das melhores equipes da América do Sul. Não por acaso o Flamengo venceu e se impôs sobre o Chelsea na Filadélfia. A distância entre eles, o campo mostrou, não é tão grande assim, talvez nem exista. Benfica, Porto, Borussia Dortmund não foram capazes de derrotar, respectivamente, Boca Juniors, Palmeiras e Fluminense. Pelo contrário, os três escaparam da derrota por pouco.

BOA TÁTICA – Já o histórico triunfo do Botafogo sobre o campeão europeu mostrou que, atuando de forma extremamente cautelosa, dando a posse de bola para o oponente, utilizando as armas que pareciam ao seu alcance, o time sul-americano foi capaz de vencer o Paris Saint-Germain.

 Não seria absurdo dizer que numa sequência de jogos, como nos playoffs das modalidades americanas, dificilmente a equipe francesa não sairia vencedora ante qualquer adversário não europeu. Mas em um jogo?

Como comentei sexta-feira, no UOL, a vitória alvinegra sobre o PSG deve mudar a maneira como os representantes da Europa irão encarar os próximos confrontos com não europeus, especialmente os da América do Sul.

FAZER HISTÓRIA – O triunfo do Flamengo sobre o Chelsea naturalmente ampliou esse sinal de alerta. Vejamos como reagirão, porque agora já sabem que, se não deixarem em campo tudo que podem, certamente sofrerão novas derrotas.

Cabe aos times do Brasil e seus vizinhos aproveitar e fazer história. Porque em caso de novos triunfos acontecerem, o que ficará registrado não é que fez calor, que os times europeus estão cansados ao final da temporada, que eles não se aplicaram como poderiam?

Ficará registrado que o time do Brasil, ou da Argentina, superou poderoso adversário, muito rico, da Europa. E isso será lembrado para sempre.

Para os idiotas da objetividade, Tarcísio de Freitas é um perigo para o futuro do PT

Tarcísio humilhou a comunidade árabe, diz ministro de Lula | O TEMPO

Tarcísio com a bandeira de Israel na festa dos evangélicos

Claudio Dantas

Tarcísio de Freitas postou um vídeo nas redes sociais comentando sobre sua política de industrialização de São Paulo, direcionada à vocação de cada região e integrada ao ensino médio profissionalizante.

“O desenvolvimento e progresso de São Paulo passa pela vocação industrial de cada região do estado. Em políticas e ações que fomentem toda uma cadeia de produção, inclusive na formação de mão de obra, em municípios vizinhos, para que todos saiam ganhando, cada vez mais fortes e contribuindo diretamente no crescimento do estado. É a força que move São Paulo na direção certa!”

BOLSA-ESTÁGIO – Enquanto Lula tenta comprar consciências da nossa juventude com o Pé-de-Meia, o governador de São Paulo implementa uma política de bolsa-estágio, remunerando o estudante que já deseja aprender uma profissão enquanto termina seus estudos.

A depender da área escolhida, o valor da bolsa pode ir de R$ 650 a R$ 1000. Caso se destaque, o estudante concluirá o ensino médio já com uma profissão. Associar ensino à mercado de trabalho é uma fórmula de sucesso, mas soa como crime na cabeça do esquerdista.

O vídeo de Tarcísio foi retuitado pelo economista Paulo Nogueira Batista Júnior, ligado às gestões Lula e Dilma, com a frase: “Vcs estão conscientes do perigo?”.

PERIGOS DE TARCÍSIO – Os comentários nas postagens revelam a mentalidade da turma e as conclusões a que chego são de que:

1) Periga Tarcísio estabelecer uma relação direta com a massa trabalhadora, que chutará a bunda dos sindicalistas pelegos que infestam São Paulo e a nação; 2) Periga os alunos conseguirem trabalho logo cedo, esvaziando as salas do ensino superior nas universidades públicas e institutos federais, laboratórios de doutrinação; 3) Periga o jovem entender rapidamente que o trabalho dignifica e que viver de auxílio do Estado é humilhante e uma ferramenta de controle social e compra de voto. 4) Periga o estudante enxergar o caminho da prosperidade, descobrir que o Estado é seu inimigo, pois rouba sua riqueza em impostos para bancar a vida de uma elite vagabunda.

De fato, Tarcísio representa um perigo para essa gente atrasada que, no fundo, odeia o Brasil.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGExcelente artigo enviado por Mário Assis Causanilhas, extraído de claudiodantas.com.br. Mostra que Tarcísio está se consolidando como a grande esperança de libertar o Brasil do jugo de Lula e do PT, para ser administrado de uma forma mais técnica e planejada, que vise ao desenvolvimento do país e evite a perpetuação dos petistas no poder. (C.N.)

Renato analisa o Fluminense contra o Ulsan: ‘Não tem mais futebol fácil’

Renato Gaúcho e Fuentes durante vitória do Fluminense sobre o Ulsan no Mundial de Clubes.

Renato festeja com Fuentes o gol marcado pelo argentino

Deu no Estadão

O técnico do Fluminense, Renato Gaúcho, valorizou a maneira como sua equipe encarou o segundo tempo da partida contra o Ulsan, da Coreia do Sul, neste sábado, pelo Mundial de Clubes. Depois de abrir o placar, o time brasileiro terminou o primeiro tempo perdendo por 2 a 1, mas conseguiu marcar três gols na etapa final para garantir a vitória por 4 a 2 e a liderança do Grupo F.

“Começamos bem, depois demos uma caída, o adversário se aproveitou e virou”, afirmou Renato. “Conversamos no vestiário, organizamos o time novamente, empatamos, conseguimos o gol da vitória, depois fizemos o quarto, que nos deu tranquilidade. Acho que valeu, principalmente pela atitude do grupo no segundo tempo, de virar um jogo tão difícil”, completou.

FUTEBOL FÁCIL? – O técnico afirmou que “não tem mais futebol fácil para ninguém” e que é preciso ter concentração e foco durante os 90 minutos. “No momento que você desfoca, as coisas acontecem. Foi o que aconteceu no final do primeiro tempo. Não ficamos focados como deveríamos e tomamos a virada”, disse ele. “Voltamos com outra atitude no segundo tempo e conseguimos a vitória, que nos dá uma tranquilidade a mais.”

O Fluminense encerra sua participação na fase de grupos na quarta-feira, às 16h (de Brasília), contra o Mamelodi Sundowns, da África do Sul, em Miami. Um empate garante a classificação sem precisar de combinações de resultados.

“O importante era fazer nosso dever hoje, conseguir a vitória. A partir de amanhã começamos a pensar na próxima partida, o que a gente precisa, porque nosso objetivo é conseguir a classificação”, finalizou o técnico do Fluminense.

ARIAS ‘PREMIADO’ – Eleito o melhor em campo nos dois jogos do Fluminense no Mundial de Clubes, Jhon Arias disse que o gol que abriu o placar na vitória sobre o Ulsan por 4 a 2 neste sábado é resultado de hora extra após os treinos e que o Fluminense atingiu dois objetivos com o triunfo sobre os sul-coreanos.

“São muitas horas depois do treino para melhorar a batida de falta”, afirmou ele. “Fui premiado com um lindo gol que nos deixou na vantagem do jogo”, completou ele, dizendo que a virada sofrida pelo Fluminense no primeiro tempo aconteceu pois o time deixou de executar ações que tinha combinado.

“Neste nível de torneio, os erros são marcados com gols do adversário.”

FORÇA DA EQUIPE – Para ele, a atuação do Fluminense no segundo tempo, em que o time marcou três gols e virou o jogo, demonstrou a força da equipe, que é o primeiro colocado do Grupo F do Mundial.

“A gente sai com dois objetivos cumpridos: vencer e terminar a rodada na liderança do grupo.”

Arias afirmou que o time carioca tem deixado uma impressão muito boa no torneio nos Estados Unidos. “Fizemos dois jogos muito bons. Contra o Dortmund, não conseguimos marcar”, afirmou ele, lembrando a estreia no Mundial no empate contra o Borussia Dortmund. “Mas hoje conseguimos quatro gols”, completou.

Planalto condena ataque dos EUA e vê desafio para próxima Cúpula dos Brics

Imagens de satélite mostram as crateras das seis bombas

Caio Junqueira
da CNN

Autoridades brasileiras disseram à CNN condenar o ataque dos Estados Unidos ao Irã e veem na escalada do conflito um fator de maior projeção para a reunião da Cúpula dos Brics, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro.

O Irã e outros países do Oriente Médio – como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos – e muçulmanos, como Egito e Indonésia, integram o grupo. Além deles e do Brasil, também fazem parte China, Rússia, África do Sul, Etiópia e Índia.

PROBLEMAS GRAVES – A avaliação no governo brasileiro é a de que o ataque tem dois problemas graves: fere a soberania do Irã e viola a recomendação internacional de que não haja bombardeios em bases nucleares.

O episódio, na visão de integrantes do Planalto, faz crescer ainda mais a relevância da Cúpula dos Brics no Rio de Janeiro. A explicação é que, por um lado, o Irã e países da região do conflito e muçulmanos integram o grupo e porque países não muçulmanos têm populações significativas da religião em seus países, como são os casos de China e Índia.

Por outro lado, há nuances que não necessariamente colocam todos esses países em ponto de convergência sobre o assunto. Isso porque Arábia Saudita, Emirados Árabes e Egito são, na visão do governo brasileiro, aliados dos americanos e também não desejam um Irã empoderado na região como potência nuclear.

CESSAR FOGO – A tendência é de que haja defesa de um cessar-fogo, embora não necessariamente se considere que possa haver uma condenação veemente ao ataque americano. No começo da tarde deste domingo, o Itamaraty divulgou nota condenando o ataque.

“O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional. Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala”, diz a nota.

FINS PACÍFICOS – O texto diz ainda que “o Governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio”.

“O Brasil também repudia ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas, os quais têm provocado crescente número de vítimas e danos a infraestrutura civis, incluindo instalações hospitalares, as quais são especialmente protegidas pelo direito internacional humanitário. Ao reiterar sua exortação ao exercício de máxima contenção por todas as partes envolvidas no conflito, o Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz”.

“As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear”, complementa.

No Brasil de hoje parece ser mínimo o espaço para a inovação progressista

Tribuna da Internet | Três Poderes demonstram ao Brasil o que é  promiscuidade democrática

Charge do Luscar (Arquivo Google)

Maria Hermínia Tavares
Folha

Se o Brasil melhorou, o povo não percebeu. A mais recente pesquisa Datafolha, publicada por etapas a partir de 13/6, destaca dois fatos especialmente importantes para o governo. O primeiro é a dissociação entre os indicadores econômicos positivos — o crescimento do PIB e a expansão do emprego formal — e o sentimento ambíguo dos brasileiros em face da situação do país e de si próprios, agora e no futuro.

Aumentou o contingente dos que acreditam que, nos últimos meses, as coisas mudaram para pior no Brasil, entendendo embora que para eles tudo continuou igual. Por outro lado, são otimistas as expectativas em relação ao país e ao entrevistado, que vê sua vida melhorando, a despeito de prever que a inflação e o desemprego continuarão em alta e que o poder de compra dos salários encolherá em futuro próximo.

RUIM OU PÉSSIMO – Se avanço houve na macroeconomia, não parece que se tenha traduzido em inequívoca sensação de melhoria pessoal —muito menos em gratidão ao governo, reprovado pela metade dos entrevistados, ou ao presidente Lula, tido como ruim ou péssimo por 40%.

O segundo fato revelado pela sondagem é que o governo, quando comparado ao de Bolsonaro, não se sai muito bem em algumas áreas tradicionalmente valorizadas na agenda da esquerda.

De fato, a parcela dos que consideram que o ex-metalúrgico tem se saído melhor que o ex-capitão é a mesma dos que o consideram inferior a seu antecessor na defesa do meio ambiente, nas políticas de saúde e naquilo que foi o carro-chefe das administrações petistas: o combate à pobreza. À primeira vista, um disparate. Só que não é.

CONQUISTAS SOCIAIS – Entrevistado no programa Roda Viva, da TV Cultura, no dia 16, o pesquisador Felipe Nunes, diretor da Quaest e professor da Fundação Getulio Vargas, observou que os brasileiros já não receiam perder conquistas sociais quando mudam os governos. Para que a mudança ocorresse, foi decisiva a continuidade do Bolsa Família no governo Bolsonaro, rebatizado como Auxílio Brasil.

De certa forma, o êxito de um programa, que torna onerosa a sua reversão —e o transforma em política de Estado—, dilui sua paternidade. Poucos se lembram que o SUS começou no governo Sarney; ou que o Fundeb se originou no Fundef, criado pelo ministro Paulo Renato de Souza, na gestão tucana.

Assim, a pesquisa Datafolha lança luz sobre obstáculos reais enfrentados pelo governo atual e que não se originam apenas em possíveis problemas de comunicação com o público ou de uma real falta de marca própria.

PASSADO E PRESENTE – Realizações do passado não garantem apoio no presente. Já iniciativas de formas mais ousadas de redistribuição —como a proposta de isenção de Imposto de Renda até R$ 5.000, compensada pela tributação dos super-ricos —enfrentam a oposição de interesses entrincheirados no Congresso.

Políticas sociais para além daquelas estabelecidas, como o aumento da atenção especializada no SUS; a melhoria da qualidade da educação; ou o fortalecimento de eficazes sistemas de monitoramento contra a rapina ambiental, custam caro e esbarram em intransponíveis limitações fiscais.

Tudo somado, no Brasil de hoje parece ser mínimo o espaço para a inovação progressista.

“Só uma palavra me devora, aquela que meu coração não diz…”

Abel Silva – A Bel Prazer: Abel Silva – CD (Album), 2016 [r15196686] |  DiscogsPaulo Peres
Poemas & Canções

O professor, jornalista, escritor e compositor Abel Ferreira da Silva, nascido em Cabo Frio (RJ), em parceria com Sueli Costa, revela na letra de “Jura Secreta” que, enquanto durou certo romance, muita coisa deixou de ser feita.  A música foi gravada por Simone no LP Sou Eu, em 1993, Sony/CBS.

JURA SECRETA
Sueli Costa e Abel Silva

Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que não causei

Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada do que eu quero me suprime
De que por não saber inda não quis

Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que não sofri

Corrupção no INSS vai do silêncio à crise, com a formação da CPMI

Charge do Fred Ozanan (paraibaonline.com.br)

Pedro do Coutto

O Brasil acompanha com perplexidade o desenrolar de uma das maiores crises já registradas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com um rombo estimado em R$ 6 bilhões, fruto de esquemas de corrupção e fraudes previdenciárias em larga escala, o episódio já se desenha como um novo marco negativo da administração pública.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para investigar os desvios promete trazer à luz o que os bastidores do poder vinham tentando silenciar: a continuidade de práticas ilícitas que, embora tenham raízes profundas no governo Bolsonaro, se mantiveram e floresceram durante a atual gestão de Lula da Silva.

ESTRUTURA – É verdade que boa parte do esquema parece ter se estruturado a partir de 2019, em plena vigência do discurso moralizante da antiga administração. Mas seria ingenuidade — ou má-fé — acreditar que a atual gestão possa lavar as mãos diante do escândalo.

O governo Lula, que assumiu com a promessa de restaurar as instituições e proteger os mais vulneráveis, falhou gravemente ao não conter a sangria no INSS. A demissão do presidente do órgão e do ministro da Previdência, Carlos Lupi, é uma tentativa tardia de resposta política, que mais evidencia a dimensão da omissão do que representa, de fato, uma ação corretiva eficaz.

O mais alarmante nesse episódio é que o desvio de recursos não atingiu apenas os cofres públicos em abstrato. Ele impactou diretamente aposentados e pensionistas — justamente o grupo mais vulnerável e que mais confia na rede de proteção do Estado. A promessa do governo de ressarcir as perdas é importante, mas está longe de acalmar os ânimos. Afinal, em um país historicamente marcado pela lentidão dos processos administrativos e judiciais, quem garante que a reparação será rápida, justa e completa?

BANALIZAÇÃO – Há, ainda, um aspecto simbólico perigoso nesse escândalo: o da banalização do crime institucionalizado. O fato de que uma rede criminosa tenha conseguido, ao longo de anos e sob diferentes gestões, operar livremente dentro de uma das maiores autarquias do país, evidencia um colapso dos mecanismos de controle interno. Onde estavam os órgãos de auditoria? Por que os alertas não foram levados a sério antes que os prejuízos alcançassem cifras bilionárias?

O Palácio do Planalto tenta agora adotar a estratégia do “culpado anterior”, concentrando fogo no governo Bolsonaro, cujas políticas de enfraquecimento institucional de fato favoreceram o terreno para práticas ilícitas. No entanto, a narrativa de herança maldita só se sustenta até o ponto em que o novo gestor tem a chance de intervir. E Lula já passou da metade do segundo ano de mandato. Tempo mais que suficiente para identificar irregularidades estruturais e agir com firmeza.

O caso do INSS expõe, mais uma vez, que o Brasil ainda carece de um modelo eficiente de governança pública. A cultura de aparelhamento político das autarquias e a ausência de critérios técnicos na ocupação de cargos estratégicos são terreno fértil para o desvio de conduta. O que deveria ser política pública se transforma, com frequência preocupante, em oportunidade de enriquecimento ilícito para grupos bem posicionados.

RESPONSABILIZAÇÃO – Enquanto isso, o contribuinte, o aposentado e o trabalhador seguem à mercê de um sistema que promete amparo, mas entrega frustração. A CPI pode — e deve — avançar em direção à responsabilização dos agentes públicos envolvidos, sejam eles do passado ou do presente. Mas mais do que isso: é preciso que o escândalo leve à reformulação estrutural do INSS, com mecanismos de controle efetivos, transparência ativa e participação da sociedade civil na fiscalização.

O desafio que se impõe, portanto, não é apenas de punir culpados — embora isso seja urgente. É também de reconstruir a confiança social em uma das instituições mais importantes do pacto civilizatório brasileiro. E, nesse processo, não cabem tergiversações nem desculpas palacianas. O combate à corrupção exige coragem, clareza e, sobretudo, compromisso com o interesse público. Qualquer coisa diferente disso será apenas mais um capítulo da longa novela da impunidade no Brasil.

Trump garante que as instalações nucleares do Irã já foram destruídas

CRÉDITO: STEVE SACK_CAGLE CARTOONS

Charge do Steve Sack (Revista Piauí)

Wálter Maierovitch
do UOL

O mercurial e contraditório presidente americano Donald Trump vivia um dilema: colocar ou não os EUA no conflito entre Israel e Irã. Trump estaria envolto, como dizem os criminalistas, numa camisa de sete varas. O dilema devia-se ao fato de o líder supremo da teocracia iraniana, Ali Khamenei (86 anos de vida e 36 de poder), ter dado, como se diz no popular, “uma banana” ao ultimato de Trump.

O líder iraniano não jogou a toalha e prometeu promover danos irreparáveis caso o Irã fosse atacado pelos EUA. Trump imediatamente reuniu o Conselho de Defesa, para autorizar o bombadeio.

PROMETEU PAZ – A lembrar: Trump elegeu-se prometendo a paz e dizendo que atuaria na solução rápida dos conflitos em curso — Ucrânia x Rússia e Israel x Hamas.

Trump, politicamente, sabe da divisão que enfrenta. O movimento trumpista conhecido pela abreviatura MAGA (Make America Great Again), atuante dentro do Partido Republicano, está rachado.

Nesse racha, há os que ainda pregam o belicismo — a apelidada doutrina Neon de intromissões, como aconteceu no Iraque, Afeganistão e Líbia. Do lado oposto, com vozes de respeito interno como as de Steve Bannon e Tucker Carlson, estão os que não querem guerra de jeito algum, mantida a posição ao tempo das eleições.

ELE E NETANYAHU – Trump, nessa sinuca de bico que se metera, logo se posicionou para . Ele é sabedor, pelo menos, de poder manobrar o ególatra Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro que se insinua, modéstia de lado, o maior estrategista da história de Israel e do povo hebreu.

Não é bem assim, pois Israel precisa do apoio americano. Caso contrário, não resistirá à guerra com o Irã, sem ignorar que possui frentes de combate abertas na faixa geográfica de Gaza e na fronteira com o Líbano — onde o Hezbollah continua, com bombas, a colocar em risco os agricultores israelenses.

Para se ter ideia da dependência, e como informaram as agências internacionais de notícias, o estoque israelenses de mísseis de modelo Arrow, utilizados para interceptar os mísseis iranianos, já está baixo. Somente 5% dos mísseis iranianos conseguem furar o sistema de escudo de Israel, que emprega os mísseis Arrow. Isso significa uma necessidade de manutenção do escudo protetor.

GUERRA DE MENTIRAS – Atenção: para tentar furar o “escudo” usado por Israel, o Irã anunciou, como propaganda de guerra e pelas suas mídias, o uso de mísseis hipersônicos.

Aliás, pelo que noticiam as mídias internas controlados pela ditadura teocrática, o cidadão iraniano imagina que o Irã está vencendo a guerra com facilidade e os líderes mortos caíram em combate. Quanto à rede televisiva, acabou atingida por uma mera distração.

Tem mais: a central nuclear de Fordow — que funcionaria para enriquecimento de urânio igual ou acima de 60% de potência — é subterrânea, com 90 metros de profundidade. Ou seja, apenas bombas penetrantes e pesadas conseguiriam chegar ao coração da Fordow, e só os americanos produzem bombas de tonelagem.

NEGOCIAÇÕES? – Quando do início do conflito, na sexta-feira (13), Trump foi logo avisando da não participação americana na ofensiva de Israel. Deixou claro que o aliado Estado da estrela de Davi seria protegido apenas defensivamente.

Na ocasião, Trump estava engasgado com o insucesso do acordo nuclear, por não ter o Irã aceitado a proposta de encerrar o enriquecimento do urânio e estar a transformá-lo em combustível para armamentos de guerra, como artefatos e bombas nucleares. Trump deu o prazo de 61 dias para a volta às negociações.

Terminado sem resposta o prazo, Israel realizou o primeiro ataque no dia seguinte.

DIVIDIR A GLÓRIA – Trump, a partir daí e da vantagem inicial de Israel, começou a tomar partido e querer dividir as vitórias com o sanguinário premiê israelense, Benjamin Netanyahu.

Ouviu e ficou agradado com o pronunciamento incendiário do ministro da Defesa israelense, Israel Katz. Tal ministro prometeu “queimar Teerã”, como num surto de Nero, que incendiou Roma.

Para o reverendo Mike Huckabee, embaixador dos EUA em Israel, Trump é um enviado de Deus para resolver o problema nuclear criado pelo Irã. O presidente americano, então, surfou nas propagandas de guerra.

PALAVRAS DE TRUMP – Confira as declarações de Trump sobre mais esse conflito:

1) Que a intervenção americana só ocorreria se o Irã atacasse as bases americanas. Também se atingisse os interesses americanos, numa referência a interesses comerciais. Pelo jeito, mencionava o fechamento do estreito de Ormuz (entre Omã e Irã), por onde passa um quarto do petróleo produzido no mundo.

2) “É possível que sejamos envolvidos no conflito”. A frase é do último domingo e anuncia uma provável entrada dos EUA no conflito.

3) Na segunda-feira, aconselhou a evacuação de Teerã, com urgência. Esqueceu-se que é uma cidade de 10 milhões de habitantes. Com isso, criou confusão, pois muitos tentaram sair de Teerã em direção à periferia ou ao interior, com filas nas estradas e espera de mais de cinco horas para abastecer os carros.

4) Na terça, Trump tentou assustar Ali Khamenei: “Sabemos onde se esconde, mas, no momento, não queremos eliminá-lo”. Disse, também, ter o controle do espaço aéreo de Teerã.

5) Na quarta, ressaltou que Irã suplicava a volta às negociações, mas a condição é uma só, ou seja, o fim do enriquecimento do urânio.

Palavras, o vento leva. O que no final valeu foram os superbombardeiros B-2.

Os deuses do futebol deram uma ajuda e o Fluminense soube aproveitá-la

Keno comemora o quarto gol do Fluminense sobre o Ulsan HD

Keno jogou muito e levou o Fluminense ao ataque e à vitória

Vicente Limongi Netto 

Fluminense começou fulminante. Parecia que iria massacrar o adversário. Mas foi pecando, ao exagerar na troca de passes. Laterais erraram no gol de empate do time sul-coreano. Quando o Ulsan igualou o placar, o quadro mudou e o jogo ficou equilibrado. Com o segundo gol dos sul-coreanos, o Fluminense perdeu a personalidade.

Os apoiadores passaram a errar passes no meio de campo. É suicídio errar no meio. Cano lutando, mas fora de forma. Evidente que o adversário soube tirar proveito dos erros do Fluminense. Ganso foi sacrificado no intervalo. Estava jogando bem. Objetivo e cerebral como sempre. Mas hoje o jogo é correria.

SUBSTITUIÇÕES – No intervalo, Renato tentou fortalecer o ataque, e o jogo continuava muito corrido. O Ulsan perdeu alguns gols. A gente torcia para que o Fluminense pelo menos empatasse. Se perdesse, voltava para casa. Futebol é assim.

Mas a bola não perdoa a incompetência. As substituições feitas por Renato funcionaram. O Fluminense a respirar no jogo. Dominou novamente o time adversário e empatou. Daí até o final, domínio do tricolor.

Qualquer que viesse a ser o placar o jogo, a verdade é que o Fluminense precisa melhorar bastante, se quiser prosseguir na competição. Viva! Saiu o gol esperado. Os sul-coreanos entraram em desespero e facilitaram os contra-ataque do tricolor. Saiu o quarto gol. Caramba! Vencer sofrendo é mais doce. O quarto gol da vitória garantiu a equipe de Renato na competição e na liderança da chave. Ufa!

Há ministros que querem discutir no Supremo a validade de delação de Cid 

Quem é quem no gabinete de Alexandre de Moraes, relator do inquérito que  mira Bolsonaro no STF? - Estadão

Moraes prendeu ilegalmente Câmara, assessor de Bolsonaro

Cézar Feitoza
Folha

O STF (Supremo Tribunal Federal) só deve discutir a validade do acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid com a Polícia Federal no julgamento dos réus da trama golpista, previsto para o segundo semestre.

A avaliação feita por dois ministros do tribunal ouvidos pela Folha é que a revelação de novas conversas de Cid com um dos advogados do processo, em que o tenente-coronel fala da investigação da Polícia Federal, deve ser analisada com cuidado.

PRESSIONADO – A leitura inicial feita pelos ministros é que o conteúdo das mensagens não é exatamente uma novidade. Em março de 2024, Cid foi preso após a revista Veja revelar gravações em que o militar se dizia pressionado pela PF a delatar o que não sabia e em que fazia críticas ao ministro Alexandre de Moraes.

Depois disso, em três oportunidades, Cid renovou ao STF seus votos de voluntariedade e negou ter sido pressionado. Esse cenário tornaria remota a possibilidade de anulação do testemunho de Cid como prova do processo, ainda que os benefícios do acordo pudessem ser revistos.

O interlocutor de Cid na troca de mensagens revelada nos últimos dias era o advogado Luiz Eduardo Kuntz, defensor do coronel da reserva Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) e também réu sob acusação de envolvimento na tentativa de golpe.

PRISÃO DE CÂMARA – Moraes determinou na quarta-feira (18) a prisão de Câmara sob a suspeita de tentativa de obstrução de investigação. Segundo o ministro, as mensagens mostram indícios de que Kuntz teria tentado conseguir detalhes dos depoimentos de Cid para interferir no trabalho da Polícia Federal.

“São gravíssimas as condutas noticiadas nos autos, indicando, neste momento, a possível tentativa de obstrução da investigação, por Marcelo Costa Câmara e por seu advogado Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz, que transbordou ilicitamente das obrigações legais de advogado”, afirmou Moraes.

Kuntz disse ao STF ter sido procurado por Cid para conversar. Os dois mantêm relação de proximidade há anos por praticarem equitação.

TUDO REGISTRADO – O advogado registrou todas as conversas que manteve com Cid nos primeiros meses de 2024 em um documento chamado Auto de Investigação Defensiva Criminal —instrumento regulamentado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em 2018 para a obtenção de provas que defendam os interesses do cliente.

Ele afirmou à Folha que iniciou o procedimento em setembro de 2023 porque recebia informações fracionadas sobre a investigação. “Quando o Cid começa a falar comigo, eu aproveito que já estou com a investigação instaurada e registro todas as conversas”, disse.

“Esse auto não é muito comum, mas é totalmente previsto e não tem nada de irregular. É previsto, lícito, legítimo, tudo dentro do combinado”, afirmou Kuntz na quarta.

CAUSOU ESTRANHEZA – O advogado também destacou que considera “tudo muito atípico”. “Um delator procurar um advogado para desabafar. Eu até achei que podia ser alvo de uma ação controlada dele, com a Polícia Federal, para produzir provas contra o meu cliente”, completou.

Kuntz disse que estava com todo o material pronto desde março de 2024. Ele afirmou que esperou mais de um ano para divulgá-lo porque aguardava um momento oportuno.

“Eu quase juntei isso na [investigação do cartão de] vacina, porque tinha discrepância. Mas eu não queria queimar essa carta na fase de inquérito, não sabia se ia ter denúncia ou não. O momento de apresentar as provas é na acusação formal”, disse.

DENÚNCIA ANTERIOR – Integrantes do Supremo suspeitam que Kuntz também tenha sido o interlocutor de Cid nos áudios revelados pela revista Veja em março de 2024. As gravações mostram o militar, em desabafo, acusando a PF de pressioná-lo nos depoimentos e Moraes de já ter pronta a condenação pela trama golpista.

O teor do áudio é semelhante às mensagens trocadas entre Cid e Kuntz. A coincidência das datas também é mencionada por integrantes do STF.

A avaliação interna é que o Supremo já decidiu manter válida a delação de Cid após o militar se retratar sobre a voluntariedade de sua colaboração e negar ter sido pressionado pelos investigadores. É preciso analisar o contexto da conversa para confirmar a validade do acordo, segundo um ministro.

NA CORDA BAMBA – A situação jurídica de Cid é considerada delicada no STF. Uma demonstração foi dada quando Moraes decretou a prisão do militar na madrugada (à 1h) da última sexta-feira (13) e revogou a medida horas depois.

A suspeita levantada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) era de que Cid planejava sua fuga do país, com o auxílio do ex-ministro Gilson Machado, para evitar o cumprimento de sua possível pena pela trama golpista.

Moraes recuou da prisão pouco depois das 4h. Os policiais federais só souberam da nova ordem quando já estavam na casa de Cid, no Setor Militar Urbano, em Brasília. O tenente-coronel foi alvo de buscas e prestou depoimento à PF.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Excelente matéria de Cézar Feitosa. Mostra que os métodos tão criticados da Lava Jato agora voltam a ser utilizados no cerco a Bolsonaro, mostrando que a Justiça brasileira “se adapta” a qualquer situação. Repita-se que a prisão de Marcelo Câmara foi totalmente ilegal. Como prender o réu por um ato de seu advogado? E a justificativa foi patética: “São gravíssimas as condutas noticiadas nos autos, indicando, neste momento, a possível tentativa de obstrução da investigação”. Ora, ninguém pode ser preso por “possível tentativa”. Moraes continua inventando leis que não existem. Fico envergonhado com essas “decisões judiciais”. E a OAB e o IAB, que representam os advogados, nada fazem. O Conselho Nacional de Justiça e o próprio Supremo ficam inertes, totalmente dominados por Moraes. É inacreditável e vexatória essa situação. (C.N.)

EUA entraram na guerra e Trump manda bombardear instalações nucleares do Irã

Avião em forma de asa voadora visto de frente durante pouso. Ele é cinza, o céu está cinzento e o solo, marrom

As superbombas foram lançadas pelos bombardeiros B-2

Igor Gielow
Folha

Os Estados Unidos entraram na guerra de Israel contra o Irã. Segundo o presidente Donald Trump, bombardeiros americanos atacaram instalações do programa nuclear da teocracia neste sábado (21) e estão a salvo.

“Nós completamos nosso muito bem-sucedido ataque. Um complemento inteiro de bombas foi lançado no alvo primário, Fordow”, escreveu o americano na rede Truth Social. “Nenhuma outra força armada do mundo poderia fazer isso. AGORA É TEMPO PARA A PAZ”, escreveu, com as usuais maiúsculas.

FORDOW JÁ ERA – Mais cedo, monitores haviam identificado a decolagem de dois a seis bombardeiros B-2 da base de Whiteman, no Missouri (EUA). A informação extra-oficial era de que eles iriam para Guam, base americana no Pacífico. Acompanhados por aviões-tanques, cumpriram a missão. Depois, Trump escreveu: “Fordow já era”.

O ataque vinha sendo especulado desde o meio da semana, quando Trump deixou o distanciamento da ação israelense, inédita em seu escopo em 46 anos de rusgas com a República Islâmica. O americano chegou a ameaçar de morte o líder do Irã, aiatolá Ali Khamenei.

Na quinta (19), disse que iria tomar sua decisão em duas semanas. Há pressão doméstica, de sua base política, que é contrária ao engajamento dos EUA naquilo que Trump chamava de “guerras inúteis”. Mas o prazo, como se viu, era uma cortina de fumaça.

DIPLOMACIA FALHOU – O esforço de França, Alemanha e Reino Unido de se encontrar com a diplomacia iraniana, supostamente para abrir um canal com Trump, foi jogado fora. Neste sábado, o chanceler do Irã, Abbas Araghchi, disse que o envolvimento americano seria “perigoso para todos”.

Enquanto ele falava em Istambul, já estavam no ar bombardeios B-2 furtivos ao radar, que haviam levantado voo da base aérea de Whiteman, no Missouri (EUA). Esses aviões são os únicos capazes de lançar a superbomba GBU-57, citada por especialistas como única capaz de destruir os bunkers profundos do programa nuclear do Irã.1

Um mundo com Trump tem mais guerras e potências desembestadas

CRÉDITO: DAVE WHAMOND_CAGLE CARTOONS

Charge do Dave Whamond (Arquivo Google)

Vinicius Torres Freire
Folha

Guerra no Oriente Médio suscita discussões estereotipadas a respeito do preço do petróleo, além de especulações sobre a “escalada do conflito”, hipótese debatida, no entanto, sob a perspectiva do impacto econômico. É fácil perceber que uma carestia grande e persistente de combustíveis causa dano econômico imediato.

É mais difícil discutir esta situação mundial em que há muito menos meios de contenção do risco de novas guerras muito perigosas — e logo. Torna-se frequente a menção ao uso de armamento nuclear, como voltou a fazer a Rússia, a respeito das consequências de um ataque americano contra o Irã. Trump agrava um estado de coisas degradado faz década e meia.

ISOLACIONISMOS – Pelo menos no núcleo ideológico ou na propaganda, o trumpismo e o MAGA seriam “isolacionistas”. Isto é, a favor do corte do financiamento militar de aliados, enxugamento de bases militares no exterior e indiferença a guerras que não envolvam o interesse direto dos EUA.

O “isolacionismo”, porém, não é empecilho para novos tipos de intervenções americanas (a anexação da Groenlândia apenas parece piada).

Isto posto, em menos de uma semana de guerra, Trump passou a insinuar que poderia atacar o Irã e matar o dito “líder supremo”, Ali Khamenei. Nesta quinta, disse que pensaria melhor no assunto.

HÁ CONTROVÉRSIAS – Boa parte do trumpismo continua a se opor a um ataque. Segundo pesquisa YouGov/Economist, 60% dos americanos e 53% dos republicanos também.

Um conflito descontrolado pode colocar (mais) areia na economia americana e na popularidade presidencial. São esses os riscos ponderados por Trump? De fora, vemos apenas o “reality show” a serviço do projeto de tirania e nenhuma estratégia de estabilização política do mundo —ao contrário.

O que sabemos faz mais tempo é que os limites do jogo de poder internacional se esfarelaram. Trump espalha essa farofa de maneira mais assustadora.

ARMAS ECONÔMICAS – O conflito sino-americano intensificou o uso de armas econômicas na política: nacionalismo e política industrial nos EUA, restrições a exportações e a investimentos na China e outras sanções, o que não é novo, mas foi escancarado sob Trump.

A China ataca e contra-ataca nos mesmos termos. Mais: nos comunicados em que relata negociações comerciais com os EUA, manda que não se metam em Taiwan.

A epidemia havia suscitado reações autárquicas (segurança de abastecimento e produção de bens ditos essenciais ou estratégicos). O ataque da Rússia contra Ucrânia reforçou a preocupação com segurança energética, mas não só (vide o medo brasileiro com o risco de ficar sem fertilizantes).

EUROPA SE REARMA – A Europa começa a se rearmar. O confisco das reservas russas pelo dito Ocidente (entre outras sanções) colocou mais barbas de molho. Para dar um exemplo rápido, a China passou a diminuir as reservas que mantém nos EUA. Trump arruinou o sistema de regulação comercial mundial, que já vinha sendo detonado desde Barack Obama. Ameaça países recalcitrantes de boicotes econômicos e militares.

O salve-se quem puder na economia tem sido radicalizado (nunca deixou de ser assim). A ideia de ter mais autonomia militar ou de se juntar a um bloco bem armado é assunto forte outra vez. O rearmamento agrava problemas fiscais e, pois, prejudica crescimento e políticas sociais.

Dizer que as instituições multilaterais foram à breca é pouco. Não há concerto de países poderosos, acordo para colocar ordem no mundo, nem segundo os interesses deles.

Ótimos resultados contra os europeus trazem uma sensação de grandeza

Fluminense enfrenta Galo antes de jogo com Aparecidense em Brasília | Metrópoles

Arias fez o primeiro gol, numa perfeita cobrança de falta

Tostão
Folha

A reportagem do jornalista Lúcio de Castro no site ICL Notícias, citada por Juca Kfouri na sua coluna, conta que os contratos de transmissões da Copa do Mundo de Clubes têm sete artigos que proíbem críticas à Fifa e ao mundial pelos que têm os direitos. Isso é bastante preocupante.

Nelson Rodrigues criou a famosa expressão “complexo de vira-latas”, para descrever de uma maneira irônica o sentimento de inferioridade no comportamento dos brasileiros no futebol e em todas as áreas. Após os ótimos resultados contra os europeus neste inicio de Copa do Mundo, especialmente a vitória do Botafogo por 1 a 0 contra o PSG, campeão da Europa, ocorre neste início de mundial o inverso, a exaltação, a sensação de grandeza dos brasileiros diante dos europeus.

FINAL DE TEMPORADA – As atuações e resultados dos times brasileiros merecem bastantes elogios, mas é preciso lembrar que os europeus estão no final de temporada e as equipes passam por reconstruções com a contratação de vários jogadores e alguns novos treinadores.

O PSG escalou vários reservas contra o Botafogo e quando colocou os titulares, não conseguiu reagir. Guardiola disse antes da estreia que o Manchester City enxerga a Copa do Mundo de Clubes como uma pré-temporada.

O excessivo calor prejudica muito mais os europeus do que os brasileiros. Eles têm atuado com muito menos intensidade no mundial do que fazem nos campeonatos europeus.

MUITA RAÇA – O técnico do Botafogo, Renato Paiva, organizou um excelente sistema defensivo contra o PSG, com nove jogadores muito próximos da área. O time jogou com muita raça e não permitiu ao PSG criar chances de gols. Em um raro contra-ataque, o centroavante Igor Jesus fez o belo gol da vitória. A estratégia do Botafogo foi a correta para esta partida. O campo parecia pequeno pela falta de espaços que tinham os atacantes do PSG.

O Palmeiras jogou bem e venceu por 2 a 0 o Al Ahly. Abel Ferreira usou a estratégia correta de acordo com o fortíssimo calor, sem pressionar na marcação para não se desgastar.

Estêvão voltou a jogar bem, da direita para o centro, como gosta e sabe. Flaco López mostrou novamente que é superior a Vitor Roque, pelo alto e também pelo chão.

PAULINHO E MESSI – Abel, antes do jogo, confirmou que só pôde escalar Paulinho durante uns 20 a 30 minutos, motivo de colocá-lo somente no meio do segundo tempo.

Os médicos e preparadores físicos do Palmeiras deveriam explicar ao público as reais condições do jogador. Penso, se ele só pode jogar por pouco tempo, não deveria nem ser relacionado até terminar sua total recuperação.

Na vitória do Inter Miami por 2 a 1 sobre o Porto, Messi fez um golaço de falta. Ele continua andando em campo, cada vez menos. Mas é tão genial que executa sempre alguns lances espetaculares.

COPA DO MUNDO – Estará Messi presente na Copa do Mundo de seleções em 2026? A vitória da Argentina contra o Brasil por 4 a 1 sem Messi deu mais confiança ao técnico caso não conte com o jogador.

Por fim, mais uma vitória dos brasileiros sobre os europeus, a do Flamengo sobre o Chelsea por 3 a 1, de virada. Foi uma excelente atuação do Flamengo. E o Fluminense fez uma grande apresentação e assume a liderança de seu grupo, fazendo o Brasil ser o maior destaque da Copa, com os quatro times liderando seus grupos.

Quando começarem os jogos mata-mata, o futebol vai ficar ainda melhor e mais emocionante. Já imaginou a euforia e o orgulho se um time brasileiro for campeão?

Centrão sonha em apoiar Tarcísio e passa a fazer oposição a Lula

Com Ciro e Rueda, União e Progressistas oficializam federação nesta terça | CNN Brasil

Rueda e Ciro unem seus partidos para comandar a sucessão

Vera Rosa
Estadão

Partidos de centro-direita que ocupam ministérios e outros cargos de destaque no primeiro escalão articulam uma estratégia para deixar o governo Lula “sangrando” até as eleições.

Empenhados em construir uma candidatura única ao Palácio do Planalto, dirigentes do Centrão flertam com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e se movimentam para montar um bloco de atuação no Congresso que sinalize para a disputa de 2026.

PP E UNIÃO BRASIL – A iniciativa é liderada pelos presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do União Brasil, Antônio Rueda. No fim de abril, os dois partidos se uniram numa federação e, com o casamento, formaram uma bancada de 109 deputados – a maior da Câmara – e 14 senadores.

Nesta segunda-feira, 16, mesmo dia em que o presidente Lula sofreu uma derrota na Câmara ao ver aprovado o requerimento de urgência contra decreto que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Ciro procurou os presidentes do Republicanos, Marcos Pereira, e do MDB, Baleia Rossi, para uma conversa reservada.

Ex-ministro da Casa Civil na gestão de Jair Bolsonaro (PL), Ciro está costurando um acordo para que partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) combinem os próximos passos como se estivessem na oposição.

DECRETO DO IOF – Na prática, o sinal de insatisfação dado pela Câmara ao decidir acelerar a votação destinada a barrar o decreto de Lula que aumenta alíquotas do IOF não foi apenas por causa do atraso na liberação das emendas parlamentares.

O movimento político capitaneado pelo Centrão é para mostrar ao Planalto que o processo de divórcio litigioso está em curso e deve ser assinado ainda no primeiro semestre do ano que vem.

É a sucessão presidencial, irrefreável, que já está nas ruas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É o começo do fim. Com esse movimento, a direita isola Lula e Bolsonaro, ao mesmo tempo, para enfraquecer a polarização e compor um grupo parlamentar altamente majoritário e capaz de enfrentar o Supremo, que está levando pancada aqui e lá fora, com participação direta de Donald Trump, e vai ter de refluir dessa posição de hegemonia que julga ter. (C.N.)             

Exames mostram que Bolsonaro está com pneumonia, ainda em fase inicial

 dez vezes por dia'

Bolsonaro cancelou a agenda e fez uma bateria de exames

Deu no Diário do Nordeste

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi diagnosticado com princípio de pneumonia viral após passar por bateria de exames na manhã deste sábado (21). A informação é do médico Cláudio Birolini, que acompanha a saúde do ex-presidente. 

Bolsonaro passou mal na sexta-feira (20), quando estava no segundo dia de agenda política em Goiás. Ele cancelou os compromissos e retornou a Brasília. Antes disso, contudo, ele já tinha relatado sintomas. 

SINTOMAS – Segundo o próprio ex-presidente, ele estava com soluços, havia sentido enjoos e tinha vomitado diversas vezes. As informações são do g1.

Segundo Birolini, os exames a que Bolsonaro foi submetido já estavam agendados, mas foram adiantados devido ao estado de saúde do ex-presidente. 

“Tá tudo bem, exceto pelo achado, que provavelmente é uma pneumonia viral em resolução”, afirmou. O ex-presidente deve ser medicado para a doença ainda neste sábado. A

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
O diagnóstico de pneumonia mostra que a última cirurgia deu certo. Desde a facada, em 2018, a saúde de Bolsonaro é precária. Eles jamais deveria andar a cavalo, de motocicleta ou jet-ski, porque são práticas que forçam o abdômen. Até a transa sexual tem de buscar posição mais adequada. Mas o pior mesmo é Bolsonaro permitir que os eleitores o carreguem nos ombros. Agindo dessa forma, o quadro da saúde dele vai se complicar cada vez mais. Lembrem que a última cirurgia foi delicadíssima, o intestino demorou quase um mês para voltar a funcionar. Dizem que ele está fingindo para ficar em prisão domiciliar, igual ao Maluf e ao Collor. Mas é certo que, ao invés de “imbrochável”, ele logo deve passar a ser “inservível”. (C.N.)

Evangélicos têm grande importância na política brasileira, afirma Cardozo 

José Eduardo Cardozo: "Ficha Limpa não pode ter viés político"

Substituir Bolsonaro é problema do PL, afirma Cardoso

Deu na CNN

“Como Jair Bolsonaro não poderá ser candidato em 2026, por ter sido condenado duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral, que o declarou inelegível, muitos pré-candidatos disputam a herança do bolsonarismo”, diz José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e um dos mais importantes políticos do PT.

“Uma das correntes políticas mais cobiçadas é o voto dos evangélicos, que têm uma importância muito grande na política brasileira, como também têm os católicos”, afirmou o comentarista

Esse é um terreno que está colocado para a disputa política que se dará no ano que vem”, opinou.

ATO EVANGÉLICO – No domingo, a Marcha para Jesus de 2025 reuniu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e parte dos seus aliados, além do advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, que representou o governo Lula no encontro.

“O governador Tarcísio tem uma estratégia de ser um candidato da extrema direita e da direita para a Presidência da República. A primeira delas será consolidar o seu apoio no bloco bolsonarista”, disse

“Nós sabemos que Jair Bolsonaro não poderá ser candidato e, nessa perspectiva, está hoje posta a disputa entre todos aqueles que querem receber a herança do bolsonarismo. Tarcísio é um deles, então ele precisa consolidar a sua presença neste bloco”, prosseguiu.

Um mar de sombras e vida, na poesia de Augusto Frederico Schmidt

Nenhuma descrição de foto disponível.Paulo Peres
Poemas & Canções

O poeta carioca Augusto Frederico Schmidt (1906-1965) sentia viver um mar de sombras, rico de vida e de harmonia, mas ao mesmo tempo  inquieto e desconhecido, que fazia nascer a misteriosa música de seus versos.

MAR DESCONHECIDO
Augusto Frederico Schimidt

Sinto viver em mim um mar ignoto,
E ouço, nas horas calmas e serenas,
As águas que murmuram, como em prece,
Estranhas orações intraduzíveis.

Ouço também, do mar desconhecido,
Nos instantes inquietos e terríveis,
Dos ventos o guaiar desesperado
E os soluços das ondas agoniadas.

Sinto viver em mim um mar de sombras,
Mas tão rico de vida e de harmonias,
Que dele sei nascer a misteriosa

Musica, que se espalha nos meus versos,
Essa música errante como os ventos,
Cujas asas no mar geram tormentas.

Zambelli intimada a apresentar defesa por escrito contra perda de mandato

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) chegou a afirmar, em entrevista, ser “intocável” na Itália por ter cidadania italiana

Na Itália, Zambelli citou Pizzolato, um petista que fugiu

Deu na CNN

Os advogados da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) apresentarão, por escrito, a defesa da parlamentar contra a perda de mandato.

Foragida na Itália, Zambelli foi notificada nesta semana. Ela tem um prazo de cinco sessões na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para apresentar a sua defesa.

CONFIRMOU RECEBIMENTO – A parlamentar licenciada foi notificada por e-mail na última terça-feira (17). Ela já deu ciência do recebimento da notificação. O caso será relatado pelo deputado federal Diego Garcia (Republicanos-PR). Após a apresentação da defesa, o relator terá cinco sessões para apresentar um parecer.

Pelos prazos regimentais, o processo pode ficar apenas para agosto, após o recesso parlamentar. Após a Comissão, o caso segue para o plenário da Câmara dos Deputados.

Em maio, Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão, perda de mandato na Câmara dos Deputados e o pagamento de indenização de R$ 2 milhões por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A parlamentar recorreu, mas foi derrotada por unanimidade em julgamento da Primeira Turma da Suprema Corte.

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NOTA DA REDAÇÕ DO BLOG –
A deputada está foragida na Itália. A intimação é mera formalidade. Quanto à modesta multa de R$ 2 milhões, faz parte da bizarrice atual do Supremo, que vive num mundo do faz de conta. É a chamada multa de São Tadeu: de ele não pagar, nem eu. (C.N.)

Trump, o Oriente Médio e os riscos de um novo abismo geopolítico

Trump decidirá “em até duas semanas” se osEUA ingressarão na guerra

Pedro do Coutto

Num cenário global cada vez mais instável e complexo, a recente declaração do presidente norte-americano Donald Trump de que decidirá, “em até duas semanas”, se os Estados Unidos ingressarão na guerra entre Israel e Irã, é mais do que uma provocação: é um alerta.

Um aviso de que o tabuleiro geopolítico do século XXI segue sendo manuseado com a mesma ousadia — ou imprudência — que caracterizou os momentos mais tensos da Guerra Fria. O mundo assiste, atônito, enquanto o líder da maior potência militar do planeta transforma a diplomacia em espetáculo e o equilíbrio internacional em aposta.

CONFRONTO – Não é a primeira vez que Trump — em seu segundo mandato, cada vez mais moldado por impulsos e retórica nacionalista — flerta com decisões de alto risco em política externa. Mas nunca, desde a crise dos mísseis de 1962, a possibilidade de um confronto direto envolvendo múltiplas potências nucleares pareceu tão presente.

O conflito entre Israel e Irã, com raízes profundas e implicações regionais de larga escala, já tem sido motivo de preocupação da ONU e de líderes europeus. A entrada dos EUA no campo de batalha, ainda que sob justificativas de “apoio a um aliado estratégico”, representaria uma escalada imprevisível.

A interrogação que paira sobre analistas e chanceleres ao redor do mundo, no entanto, não se limita à decisão americana. A reação de Rússia e China será determinante para o desfecho desse impasse. Ambas as potências têm interesses concretos na estabilidade — ou instabilidade — do Oriente Médio.

INFLUÊNCIA AMERICANA – Moscou mantém laços militares e diplomáticos com Teerã, além de ver em qualquer enfraquecimento da influência americana na região uma oportunidade geopolítica. Pequim, por sua vez, aposta em parcerias comerciais e na segurança energética que passa, inevitavelmente, pela estabilidade do Golfo Pérsico.

Ao insinuar uma decisão tão drástica em prazo tão curto, Trump parece apostar novamente na imprevisibilidade como arma estratégica. É seu estilo. Um estilo que já balançou alianças históricas, rompeu com acordos multilaterais e impôs sanções econômicas à revelia de instituições globais. Mas o palco atual é diferente. O risco não é apenas diplomático: é humanitário, é militar, é civilizacional.

Em uma era em que redes sociais transformam discursos em faíscas e algoritmos amplificam tensões, a ausência de mediação ponderada entre líderes mundiais torna-se ainda mais perigosa. A política internacional não é mais conduzida apenas por tratados e embaixadores, mas por declarações intempestivas e vídeos virais. Nesse ambiente, uma frase mal colocada ou um míssil mal interpretado podem ser o estopim de um desastre.

O pano de fundo dessa ameaça também revela o quanto o mundo mudou — e o quanto permanece o mesmo. As rivalidades entre potências, os conflitos por influência regional e o uso da guerra como instrumento político continuam ativos, mesmo sob novas roupagens. A diferença é que, agora, tudo se dá em tempo real, com bilhões de olhos atentos e pouca margem para correções.

DIPLOMACIA  – A pergunta essencial, portanto, não é apenas se os EUA vão entrar em guerra. Mas se ainda existe espaço, no atual sistema internacional, para que a diplomacia, a racionalidade e o senso de responsabilidade global prevaleçam sobre o ego dos líderes. O destino de milhões pode depender disso.

Enquanto o presidente Trump ensaia mais um ato de sua diplomacia performática, o mundo gira — mas não gira em paz. Gira em torno do medo, da incerteza e da urgência de que a política volte a ser um instrumento de equilíbrio, não de provocação. Porque se as potências decidirem trocar palavras por bombas, não haverá vencedor. Apenas sobreviventes. E, talvez, nem isso.

Lula vai arrombar os cofres públicos para tentar vencer a última eleição

Lula não quer desagradar aliados no corte de gastos | Charges | O Liberal

Charge do J.Bosco (O Liberal)

Vicente Limongi Netto

Lula da Silva falando grosso, desafiando adversários. Garante que é o melhor de todos eles. Podem fazer fila. Lula incendeia a rinha. Quem não conhece, que compre o traste.  O quase oitentão jura que permanece vigoroso. Já com sebo nas canelas. Provocador até nas vírgulas. É o perfil do maratonista Luiz Inácio da Silva. 

Palavras duras de Lula podem soar, para alguns, como desespero. Lula pisa na chamada direita, sem dó nem piedade. Permanece com a caneta cheia de tinta. Experiente em disputas eleitorais, sabe que em eleição vale tudo, menos perder. Usando a caneta mágica, vai arrombar os cofres públicos.

NO ATAQUE – Lula lançou flechas nos possíveis adversários. Ratinho, Tarcísio, Caiado e Zema. O trunfo de Lula é acreditar na polarização. Diluindo a força dos eventuais concorrentes.

Mas a “virulenta direita”, na definição de Lula, pode vestir-se de grandeza e desprendimento e lutar unida em torno de um nome, consagrando Ratinho, Tarcísio, Caiado ou Zema.

A briga pelo poder ficaria, então, mais fascinante. Deixando Lula, o PT e seguidores mais atentos e com os pés no chão, porque ele dificilmente sairá vitorioso.