Israel rompe o cessar-fogo e bombardeia Faixa de Gaza, Líbano e Síria

A imagem mostra uma equipe de socorristas transportando uma pessoa ferida em uma maca, coberta com um cobertor. A cena ocorre em um ambiente interno, com várias pessoas ao fundo observando. A maca é colocada em uma ambulância, e há evidências de sangue visíveis na roupa da pessoa ferida. Os socorristas estão concentrados na tarefa de ajudar a vítima.

Um palestino ferido chega ao hospital no Sul de Gaza

Guilherme Botacini
Folha

O Exército de Israel realizou nesta segunda-feira (17) uma série de novos ataques a alvos do Hamas na Faixa de Gaza, rompendo o frágil cessar-fogo com o grupo terrorista em meio a obstáculos nas negociações para as próximas fases da trégua e novas trocas de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.

Os ataques deixaram ao menos 326 mortos, incluindo crianças, informou o Ministério da Saúde de Gaza. Médicos relatam ao menos 150 feridos após diversos bombardeios em várias áreas do território palestino, o episódio mais agudo de violência no conflito desde que a trégua entrou em vigor, no dia 19 de janeiro.

FIM DO CESSAR-FOGO – Uma autoridade sênior do Hamas afirmou à agência Reuters que os ataques significavam o rompimento unilateral, por parte de Israel, do acordo de cessar-fogo, e que a retomada da ofensiva expunha os reféns ainda em posse do grupo terrorista a um “destino desconhecido”.

O Exército de Israel, por sua vez, disse que estava preparado para continuar com os ataques contra comandantes do Hamas e a infraestrutura em Gaza pelo tempo que fosse necessário — e que expandiria a campanha militar para além dos bombardeios.

Três casas foram atingidas em Deir al-Balah, no centro do território palestino, além de um edifício na Cidade de Gaza e alvos em Khan Yunis e Rafah, no sul da Faixa, de acordo com médicos e testemunhas.

ACORDO PARADO – A escalada da violência ocorre em meio a um desacordo entre Israel e Hamas sobre como avançar com o cessar-fogo, inicialmente com três fases previstas.

Mediadores de países árabes, apoiados pelos Estados Unidos, não conseguiram resolver as diferenças entre as duas partes em conflito nas últimas duas semanas. A Casa Branca afirmou nesta segunda que Israel consultou os EUA antes de realizar os ataques.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirma que o Hamas “rejeitou todas as ofertas que recebeu” do enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e dos outros mediadores.

ALVOS TERRORISTAS – “Por orientação do escalão político, as Forças de Defesa de Israel e o Shin Bet [serviço de segurança interna] estão atacando extensivamente alvos terroristas do Hamas em toda a Faixa de Gaza”, disseram as duas organizações em uma declaração conjunta.

As negociações estancaram em discordâncias a respeito de como continuar a trégua. Inicialmente, a previsão era de que as forças de Israel se retirassem completamente de Gaza na fase 2, que deveria ter começado no início de fevereiro, em troca de nova leva de libertações de reféns.

Embora Israel tenha assinado o acordo, Netanyahu insiste que o país não encerrará a guerra até que as capacidades de governo e militares do grupo terrorista sejam destruídas.

MAIS CESSAR-FOGO – No dia 2 de março, o premiê propôs um plano “para estender o cessar-fogo temporário por 50 dias”, com o objetivo de rediscutir a segunda fase do pacto. O plano previa a libertação de metade dos reféns restantes imediatamente, com o restante solto caso um acordo fosse alcançado.

O Hamas não concordou com as mudanças, e Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária em Gaza para pressionar o grupo terrorista.

De acordo com o jornal The Times of Israel, Tel Aviv se recusou a conversar a partir dos termos iniciais da segunda fase, que deveria ter começado no dia 3 de fevereiro. O cessar-fogo, no entanto, permaneceu em vigor por pouco mais de duas semanas, enquanto os mediadores trabalhavam para negociar novos termos para extensão do trato.

VÁRIOS ATAQUES – Outros episódios de violência ocorreram nesse meio tempo, demonstrando a fragilidade da trégua que agora cai por terra. No último dia 8, um ataque aéreo israelense matou dois palestinos em Rafah —o Exército israelense afirmou que os aviões atacaram um drone que cruzou de Israel para o sul de Gaza e que “vários suspeitos” teriam tentado recolher o material.

Com duração de 42 dias, a primeira fase do acordo previa, além da trégua temporária das hostilidades, a libertação de 33 do total dos cerca de 100 reféns israelenses que continuavam nas mãos do Hamas, parte deles mortos —outros 5 tailandeses também foram sendo soltos pela facção no período.

Em troca, 2.000 palestinos detidos em prisões israelenses foram libertados, e Israel retirou suas tropas de algumas de suas posições em Gaza durante esse período.

LÍBANO E SÍRIA – Mais cedo, o Exército de Tel Aviv anunciou que também lançou ataques em locais no sul do Líbano e no sul da Síria.

Ao menos 2 pessoas morreram e 19 ficaram feridas após a ofensiva israelense em Daraa, no sul da Síria, segundo a agência estatal de notícias Sana.

O Exército de Israel confirmou os ataques e afirmou que os alvos eram quartéis-generais militares e locais contendo armas e equipamentos militares.

10 thoughts on “Israel rompe o cessar-fogo e bombardeia Faixa de Gaza, Líbano e Síria

  1. Apesar de descendente, cada vez mais não acredito no número inflacionado de 6.000.000 de mortos. Eu era pequeno e já ouvia falar em “colonos”, quando, na verdade, eram “grileiros”. Declaro: não acredito no velho testamento. Muito menos no vitimismo utilizado para justificar a covardia que praticam, da mesma forma que alegam que um dia lhe fizeram.

  2. Muito importante é saber, também, os desdobramentos dos massacres ou mortes havidos nos campos de refugiados de Sabrah e Shatilla, quando a influência em tais eventos apontou Israel como culpado. Será que até no Oriente Médio o esquecimento é regra? O terrorismo em Haifa, nos idos de 1940, foi esquecido? Sei que não existem inocentes, mas sempre o silêncio ou esquecimento encobrem a verdade e as vidas humanas continuam a ser descartadas, para o gáudio dos fabricantes de armas, principalmente…

  3. Atentado do Hotel King David

    O atentado do Hotel King David foi um ataque à bomba ao referido hotel na cidade de Jerusalém, ocorrido a 22 de julho de 1946, na região do Mandato Britânico da Palestina (Não é de hoje, conforme se percebe), tendo como perpetradores os membros de uma organização armada sionista que lutava pela criação do Estado de Israel denominada Irgun (diminutivo de Irgun Zvai Leumi, Organização Militar Nacional). O hotel servia de residência dos familiares de funcionários do governo britânico na Palestina. O ataque foi organizado por Menachem Begin, que mais tarde foi primeiro-ministro de Israel por dois mandatos. Resultou na morte de 91 pessoas (28 britânicos, 41 árabes, 17 judeus e 5 outros mortos) e ferimentos graves em outras 45 pessoas.

    Em julho de 2006, o antigo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outros políticos da direita israelense participaram da celebração do sexagésimo aniversário do atentado. O grupo colocou uma placa comemorativa no hotel, em homenagem ao Irgun. O acontecimento gerou descontentamento por parte do Reino Unido, cujo embaixador em Israel lamentou o fato de o município ter autorizado a colocação da placa, pois imaginava que o evento de 1946 fora um ato de terrorismo.

  4. Senhor Carlos Vicente , o tal ” holocausto de judeus ” na época da 2ª guerra mundial . é uma verdadeira farsa aja vista a baixa densidade populacional / demográfica europeia na época , então como podem terem morrido um 1/3 dessa população nas tais câmaras de gás montadas nos vagões ferroviários e ainda tiveram a cara de pau de instituírem um dia dessa farsa e empurrarem por goela abaixo de diversos países , com o agravante de que foi comprovado cientificamente que era impossível tamanha mortandade nas câmaras de gás , mas ironicamente estamos vivenciando o verdadeiro e inegável extermínio e ” HOLOCAUSTO ” a céu aberto do povo Palestino em pleno século 21 perpetrado pelas falsas vítimas do holocausto de judeus (ISRAELENSES) algozes do povo Palestinos , sendo sequer os Países -membros da OTAN e da comunidade Europeia moveram uma palha em socorro do povo Palestino, mas estimulam e financiam a guerra da Ucrânia x Rússia .

    • Eis a razão pela qual nem gosto da ONU e muito menos aplaudo o Aranha. Não consultaram os que lá estavam, quando colocaram os judeus lá. E, por favor, nem tentem me convencer da veracidade do “testamento divino”. Isso é mitologia judia, tal como existem as mitologias grega e romana.

  5. O perigo de querer reescrever a história, muita vez com as tintas da ignorância e estupidez, é confundi-la com as versões dos interesses espúrios e inconfessáveis dos arautos da renovação/revolução que salvará a raça humana, desde que os seus opositores sejam exterminados.

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