Carlos Newton
O advogado Frederick Wassef, que tem defendido a família Bolsonaro em diversas questões judiciais, foi colocado em escanteio pelo clã, devido a seu temperativo explosivo. As relações esfriaram, embora Wassef tenha se exposto e até colocado em risco seu futuro profissional, ao viajar aos Estados Unidos para recomprar o relógio Rolex vendido por Bolsonaro.
Wassef está furioso e colocou como prioridade resguardar sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, tendo pedido ao Conselho Federal que questione no Supremo a apreensão de seus quatro celulares, devido à necessidade de preservar a chamada relação de confidencialidade entre advogado e cliente.
DEFESA COMBINADA – No site Metrópoles, o jornalista Ricardo Noblat disse que Wassef confirmou neste domingo a informação exclusiva da Tribuna da Internet, sobre a combinação entre os defensores de Bolsonaro e do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
“Wassef ultimamente anda dizendo que Cezar Bitencourt, advogado de defesa de Mauro Cid, tenente-coronel do Exército, faz tudo combinado com os advogados de Bolsonaro e de Michelle. Wasseff está furioso porque o deixaram fora da combinação. Não lhe disseram que era para guardar silêncio quando fosse depor na Polícia Federal. Então, danou-se a falar”, informou Noblat.
Embora seja uma atitude antiética, combinar as defesas é praxe na advocacia. Pode dar certo ou errado. No caso de Wassef, foi um erro não ter combinado com ele. É um advogado experiente, em seu depoimento não deve ter falado nada que comprometa Bolsonaro. Mas escanteá-lo não é uma boa política, com toda certeza.
PEDIDO NEGADO – No início desta semana, o ministro Alexandre de Moraes vai negar o pedido da defesa de Bolsonaro, que tenta transferir o inquérito para a 6ª Vara Federal de Guarulhos, imitando o golpe de Zanin para “descondenar” Lula da Silva.
Mas desta vez a interpretação será diferente, não só porque a interpretação do Supremo varia de acordo com o freguês, mas também porque há uma jurisprudência que justifica manter o inquérito no STF. E a maioria dos ministros vai acompanhar o voto de Moraes.
Por seu turno, ainda esta semana a defesa de Bolsonaro deve abrir ação contra o Tribunal de Contas da União, para pedir que sejam devolvidas ao ex-presidente as joias apreendidas. Será a primeira vez que se discutirá a validade da Portaria 59, que definiu os objetos “personalíssimos” que devem pertencer ao presidente e à primeira-dama.
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P.S. – Embora os petistas protestem com veemência, na forma da lei a definição de objeto “personalíssimo” continua valendo, embora a Portaria 59 tenha sido revogada, porque não houve a necessária substituição dos termos do respectivo artigo. (C.N.)