Lula lidou com a fraude na Venezuela sem respeitar qualquer princípio moral

Lula repete destinos em 1ª viagem nacional a trabalho de 2024

Lula se prejudicou ao defender uma imoralidade flagrante

William Waack
Estadão

Não há opções fáceis nem boas na questão da Venezuela e qualquer operador razoavelmente profissional em relações externas se empenharia em não tornar mais complicada uma situação já difícil. Foi o que Lula fez ao minimizar a fraude eleitoral cometida pela ditadura de Nicolas Maduro.

Lula é um operador apenas da própria imagem e, como tal, tem uma irrestrita confiança na própria capacidade de “moldar” retoricamente os fatos. Desta vez não conseguiu. Ao contrário, sua imagem foi consideravelmente abalada mesmo nos setores políticos condescendentes com qualquer coisa que ele diz, e dispostos a aceitar qualquer “escorregão” do presidente.

DOIS FENÔMENOS – A situação parece indicar dois fenômenos relacionados um ao outro. Lula fez uma leitura completamente equivocada da amplitude dos acontecimentos na Venezuela, tanto do ponto de vista doméstico quanto internacional. E a “flauta mágica” com a qual se acostumou a encantar plateias de vários tipos (em geral, falando o que elas gostariam de ouvir) parece que não funciona mais como antes.

Quais seriam as possíveis causas que ajudem a entender como um político com tanta experiência, como Lula, frustra uma audiência que sempre lhe foi simpática e, ainda por cima, limita suas opções diante de um complexo contexto, como o da Venezuela?

Uma causa evidente é o ranço ideológico, típico de uma esquerda ultrapassada e retrógrada que julga ser sua razão de existir opor-se “aos ianques”, e que o impede de ver os fatos.

ANTIAMERICANISTA – Lula nunca foi considerado “de esquerda” pelos velhos quadros do Partidão (os comunistas de Luis Carlos Prestes), mas manteve a visão de mundo segundo a qual o sistema internacional é uma luta de classes de ricos contra pobres, conduzida pelos Estados Unidos.

A outra causa do crasso erro cometido em relação à Venezuela é a certa “solidão” vivida pelo presidente, que não dispõe mais do mesmo Estado Maior com pensamento estratégico e cálculo político da velha guarda do PT.

Nessa questão específica, quem o aconselha sofre do mesmo ranço e da mesma limitação de horizontes.

PRINCÍPIOS MORAIS – Todo operador experiente de política externa sabe do dilema entre “moralidade” e “pragmatismo”. Ou seja, não é possível pensar em relações com outros países apenas do prisma dos “princípios”.

Mas também não cabe fazer de conta que eles não existem, ou que não importem (o desfecho da última Guerra Fria é um bom exemplo disso).

É isto que tornou a situação da Venezuela tão complicada para o Brasil. O problema para Lula não é o fato de ter sido “pragmático” e, com isso, ter ofendido princípios morais. O problema é a falta deles.

Irã fará ataques a Israel em retaliação à morte de líder do Hamas, diz jornal

Quem é Ali Khamenei, o líder revolucionário do Irã • Diário Causa Operária

Ali Khamenei mandou retaliar para fazer “punição severa”

Deu no Estadão

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, emitiu uma ordem de ataques diretos a Israel em retaliação ao assassinato de Ismail Haniyeh, líder do Hamas morto em Teerã. A informação foi confirmada por três autoridades iranianas ao The New York Times.

Entre as fontes, que falaram sob condição de anonimato, há membros da Guarda Revolucionária do Irã. Eles disseram que a ordem foi dada na reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional nesta quarta-feira, 31, logo após a confirmação da morte de Haniyeh.

REPERCUSSÃO – O líder do Hamas estava em Teerã para a posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, quando foi morto. Tanto o grupo terrorista como o governo iraniano culparam Israel, que não confirma nem nega o envolvimento no ataque.

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu disse que Israel “desferiu golpes devastadores” contra seus inimigos. Ele se referiu diretamente ao ataque que matou o comandante do Hezbollah, Fuad Shukr, apontado como responsável pela ofensiva que matou 12 crianças nas Colinas do Golã. Mas não mencionou Ismail Haniyeh.

“Acertamos nossas contas com Mohsen e acertaremos nossas contas com qualquer pessoa que nos faça mal”, declarou, referindo-se o nome de guerra do comandante do Hezbollah. “Qualquer um que mate nossas crianças, qualquer um que assassine nossos cidadãos, qualquer um que faça mal a nosso país, sua cabeça tem um preço.”

IRÃ VAI REVIDAR – O Irã apoia o Hamas na Faixa de Gaza, o Hezbollah no Líbano e outros grupos rebeldes que integram o chamado “Eixo da Resistência”. Ao mesmo tempo em que busca evitar uma guerra direta com Israel, o regime iraniano aumenta a pressão com ataques dos seus aliados por procuração.

Em abril, Teerã lançou um ataque sem precedentes a Israel com uma saraivada de mísseis e drones em resposta ao ataque matou comandantes iranianos no prédio consular em Damasco, Síria. A muito anunciada retaliação foi quase que inteiramente interceptada, sem causar muitos estragos.

Agora, o regime considera uma nova rodada de ataques com mísseis e drones contra alvos militares, possivelmente, em coordenação com grupos aliados no Iêmen, Síria e Iraque, disseram as autoridades ouvidas pelo The New York Times. Ainda não está claro, no entanto, em que intensidade ou se o Irã vai calibrar a ofensiva para demonstrar força sem escalar o conflito, como fez da última vez.

PUNIÇÃO SEVERA” – Khamenei orientou o comando militar e a Guarda Revolucionária a preparar planos de ataque e defesa para o caso de escalada do conflito no Oriente Médio ou ataque dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, segundo o NY Times. Publicamente, o líder supremo ameaçou “punição severa” após a morte de Ismail Haniyeh em Teerã.

Assim como ele, o novo presidente Masoud Pezeshkian, o ministro das Relações Exteriores, a Guarda e até a missão do Irã na ONU disseram abertamente que tem o direito de se defender e vão retaliar.

Os Estados Unidos reconhecem que os ataques não contribuem para conter a tensão, mas descartam uma expansão do conflito de imediato. “Certamente não ajudam a baixar a temperatura”, disse o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby. “No entanto, não há sinais de que uma escalada seja iminente.” (Com NY Times e AFP)

Eu pedi que Figueiredo fosse um “presidente doido”, para consertar este país…

Vicente Limongi Netto

“A Amazônia tornou-se paraíso dos grileiros. Estão acabando com a floresta, matando o “inferno verde”, secando os pulmões de oxigênio do mundo. E os jaris completam a obra dos devastadores da mata, poluindo os rios. O general Figueiredo vem com o propósito de quebrar os dentes dos grileiros. Há um exército clandestino nas matas amazônicas.

Os grileiros têm arsenais de armas e munições. Vangloriam-se das chacinas de roceiros. E quando os próprios posseiros reagem, na defesa do que plantaram, gritam pela imprensa que os “comunistas” são ousados e desejam subverter a ordem. Os grileiros desmatam mais que as saúvas, que as nuvens dos gafanhotos. Os insetos destroem para comer. Os grileiros para saciar a ambição. E esta não tem limites.

Esperamos que o general Figueiredo estabeleça no país o império da justiça. Dando a cada um o que for justo. Isso é tarefa de leão. De leão ou de louco. Dizem que o general é demasiadamente franco. Mas o Brasil precisa é de um presidente doido. Um louco capaz de pôr a nação em ordem. Que não tema o poder de aventureiros, a ditadura da ambição”.

ISSO FOI EM 1978– Parece que escrevi este texto ontem. Mas foi em 5 de outubro de 1978, antes de Figueiredo assumir. Publicado por mim no Correio Braziliense. Creio que é histórico, porque retratou uma realidade tenebrosa e que não se foi resolvida. Pelo contrário, se agravou.

Em resposta a este texto, recebi um cartão do então presidente João Batista Figueiredo, redigido de próprio punho. Estava deixando o governo, em 1984, não tinha esquecido o que escrevi, agradecia minhas palavras e lamentava não ter sido um chefe da nação realmente doido, para enfrentar e solucionar os problemas brasileiros. Sua resposta foi a seguinte:

“Brasília, 22/3/84. Prezado Sr. Vicente Limongi Netto. Obrigado por suas palavras de solidariedade e de incentivo. Já no final do meu governo, cheguei à conclusão de que não tenho sido doido no nível necessário. Vou me empenhar a fundo para consegui-lo. Um abraço do João Figueiredo”.

Faltava quase um ano para terminar o mandato, mas ele não conseguiu ser suficientemente doido. É pena.

 NADA MUDA – O tempo passa e nada muda. Agora estamos perplexos com a posição dúbia de Lula com relação às eleições presidenciais na Venezuela. A combinação não poderia ser mais estapafúrdia. Lula acende vela a Deus e manda o PT acender outra, ao diabo, declarando apoio a Nicolás Maduro. 

De quebra, Lula faz marola, e pede conselhos a Joe Biden. É o fim da picada. Seria cômico se não fosse trágico.  O asqueroso, sanguinário e truculento ditador Nicolás Maduro, prende e arrebenta, e o governo brasileiro bota o rabo entre as pernas.  O governo age como se o Brasil fosse uma republiqueta. As tais atas são os boletins das urnas. Desculpa esfarrapada de Lula manda esperar por elas.

Até os buracos dos asfaltos das ruas sabem que a demora é para enganar trouxas e ingênuos, que acreditam que existe eleições limpas e democráticas na Venezuela. Maduro mandou Lula tomar chá de camomila. O presidente exagerou nos bules e nas xícaras e perdeu o rumo. Corre o risco de apequenar o cargo.  Aliás, já apequenou.

Há três graves equívocos que causam distorções no debate sobre a polarização

Nani Humor: POLARIZAÇÃO

Charge do Nani (nanihumor.com)

Marcus André Melo
Folha

Há pelo menos três graves equívocos no debate sobre polarização. O primeiro é supor que ela exige algum grau de simetria entre posições polares. Alguns argumentam que não havia polarização nos EUA porque Biden é centrista. A confusão origina-se na falta de compreensão quanto ao conceito de mediana, muitas vezes entendida como centro.

A mediana de uma distribuição de preferências políticas pode estar ou não no valor central, digamos 5 em uma escala de 1 a 10 (onde 10 é extrema direita e 1, extrema esquerda). Não importa a escala —se baseada no auto posicionamento ou métricas objetivas— a mediana é o ponto que divide o eleitorado em duas partes iguais: metade à esquerda deste ponto e metade à direita.

POSIÇÃO DA MEDIANA – Segundo o Latinobarometro/Eurobarometro (2023), a mediana está à direita do centro, por exemplo, na Polônia, Brasil e Finlândia — é superior a 6; ou muito mais à direita dele em El Salvador e Montenegro, girando em torno de 7. Em outros está à esquerda (Espanha).

A polarização assimétrica nestes casos ocorre entre grupos com posições centrais na escala e um dos polos, e não entre estes últimos. Se a mediana estiver em cerca de 3, posições em 6 será percebida como “fascista”.

Uma tendência universal, em eleições majoritárias ou no voto distrital, é que haja uma convergência ideológica dos competidores para a mediana de preferências (não para o centro!). Mas a convergência tem dado lugar a tendências centrípetas.

CONFLITO MULTIDIMENSIONAL – O segundo equivoco é confundir as dimensões do conflito político (economia, pauta de costumes, etnia etc.), reduzindo-os a uma só dimensão. O equívoco não permite entender a similaridade de posições em relação à economia ou gasto social entre esquerda e direita radicais, etc. Como sabemos, o conflito político tornou-se crescentemente mais multidimensional.

O terceiro é desconsiderar que a polarização não se reduz a questões programáticas. Dados sobre os EUA mostram certa estabilidade no posicionamento de democratas e republicanos em relação às políticas públicas, mas mudança radical na forma em que percebem uns aos outros.

A divergência no Brasil também é mínima: envolve posse de armas e educação sexual.

MAIS AFETIVA – A polarização tornou-se afetiva, assentando-se em emoções negativas (desconfiança, desprezo, aversão) dirigidas a grupos políticos rivais.

A métrica mais comum para medi-la é a diferença entre os escores de simpatia para seu próprio partido e rejeição quanto aos rivais.

Embora concordem em relação às políticas, crescentemente abominam a possibilidade que seus filhos casem com adversários políticos. A geometria política não é simplória.

Apoio de PT e do próprio Lula à farsa de Maduro é um vexame histórico

Após impasses com governo Bolsonaro, Maduro não vai participar de posse de Lula | O Popular

Charge reproduzida de O Popular

Marcos Augusto Gonçalves
Folha

A apressada e irresponsável nota de apoio do PT à farsa eleitoral venezuelana é um dos episódios mais vergonhosos da história do partido e da esquerda brasileira. Considerar que o resultado do pleito foi “democrático e soberano” é de um cinismo absoluto. Boa parte das lideranças do PT parece ver o que chama de “democracia burguesa” como um trampolim para regimes autocráticos como os da Venezuela, China e Rússia – na falta da saudosa ditadura do proletariado.

A eleição foi uma trapaça desde o início, quando a principal candidata de oposição, María Corina Machado, viu-se impedida de concorrer. Bastaria essa decisão arbitrária para caracterizar o processo como não democrático.

ENDOSSO DE LULA – O despautério que foi a manifestação petista contou, na grande moldura, com o endosso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, pelo menos como chefe de Estado do Brasil, pediu mais detalhes sobre as apurações para conceder sua bênção ao ditador. Deu, porém, declarações ensaboadas em que se esforçou para normalizar tudo e livrar a cara de Maduro.

Desde 2013, quando chegou ao poder, o sucessor de Chavez tem lançado mão de expedientes autocráticos e de casuísmos para se manter no cargo. Governa por decreto, intervém em instituições, censura a imprensa, determina prisões políticas e tortura e mata opositores, com o apoio de suas milícias.

Manobras ilegítimas também marcaram esta eleição, que deverá castigar o povo venezuelano com mais 6 anos de governo de um tiranete corrupto, mentiroso, violento e mistificador. Não fosse trágica, a imagem de Maduro em sua caricata autoproclamação poderia ser cena de uma chanchada sobre os ridículos tiranos de nossa América Latina.

ROTA DE COLISÃO – O PT entra em colisão com as forças progressistas do continente e dá um abraço no bolsonarismo –trata-se, afinal, de um bolsonarismo com sinal trocado — ao chancelar um governo antidemocrático e seu processo eleitoral esdrúxulo, que veta candidaturas e impede a livre manifestação do povo. Bolsonaro adoraria ter uma nota boazinha como essa de um país com o peso do Brasil.

O fato de Maduro ser considerado de esquerda ampara a deplorável manifestação da Executiva Nacional petista, que nem sequer pediu transparência na divulgação da contagem de votos. Mas será Maduro mesmo de esquerda? Que esquerda? Mais se mostra um populista protofascista, num caso típico em que os extremos se tocam.

Em sua fundação, em 1980, o Partido dos Trabalhadores abrigou um amplo debate no qual uma nova esquerda democrática teve papel fundamental. Em que pese a convivência de diferentes vertentes, tratava-se em linhas gerais de um partido que nascia mantendo certa distância do stalinismo e do populismo varguista para lutar por socialismo e justiça social dentro das regras da democracia.

MÁQUINA ELEITORAL – O PT cresceu, transformou-se em máquina eleitoral, escorregou na corrupção, mas se manteve como referência de defesa dos interesses populares num sistema político povoado por siglas oportunistas e fisiológicas.

Suas posições, contudo, em diversos aspectos preservaram visões retrógradas, rígidas e esquemáticas do carcomido pensamento de esquerda de outros tempos.

O antiamericanismo é um desses traços característicos, que encontra em Celso Amorim um praticante incorrigível. Nem sempre se sabe ao certo os casos em que Lula está de acordo com o partido e aqueles em que não está ou finge não estar –ou finge estar. No caso da Venezuela está claro que as afinidades entre Lula, seu partido e o assessor Celso Amorin são plenas. Estão todos em defesa do ditador. Um vexame histórico.

Com margem de 40%, Venezuela bate todos os recordes de fraudes eleitorais

CNE afirmou que Maduro venceu com 51% dos votos, mas Corina Machado disse que as atas nas mãos da oposição mostram que González Urrutia obteve 70% dos votos, contra 30% de Maduro.

Velhinha enfrenta a polícia e protesta contra a fraude

Andrés Oppenheimer
Estadão

Nas minhas quatro décadas cobrindo eleições na América Latina, vi muitas eleições fraudulentas. Mas o que aconteceu em 28 de julho na Venezuela tem todas as características de ser a maior de todas as fraudes eleitorais.

Na maioria das eleições fraudulentas, os autocratas manipulam a contagem de votos para roubar um, dois ou três pontos percentuais para que possam reivindicar a vitória. Mas, na Venezuela, Nicolás Maduro quebrou todos os recordes: inventou 40% dos votos, de acordo com contagens da oposição e pesquisas de boca de urna.

UMA SURPRESA – O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado pelo governo, surpreendeu os observadores com o anúncio na madrugada de segunda feira de que Maduro teria vencido com 51,2% dos votos, contra 44,2% do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia.

A líder da oposição, María Corina Machado, que apoiou González Urrutia depois de o regime de Maduro a ter impedido de disputar a eleição, disse que as atas nas mãos da oposição mostram que González Urrutia obteve 70% dos votos, contra 30% de Maduro. Foi a maior margem de vitória na história das eleições venezuelanas, disse Corina Machado.

Em primeiro lugar, todas as pesquisas críveis antes da eleição mostraram que o candidato da oposição, González Urrutia, tinha uma vantagem de pelo menos 25 pontos percentuais em relação a Maduro. Uma pesquisa pré-eleitoral da consultoria ORC deu a González Urrutia 60% dos votos, contra 14,6% de Maduro.

BOCA DE URNA – Em segundo lugar, uma pesquisa realizada no dia das eleições pela Edison Research, a respeitada empresa que realiza pesquisas para as principais redes de televisão dos Estados Unidos e de outros países, concluiu que González Urrutia obteve 64% dos votos, enquanto Maduro obteve apenas 31%. A pesquisa de boca de urna da Edison Research entrevistou 6.846 eleitores em 100 centros de votação em toda a Venezuela.

Os resultados oficiais anunciados pelo regime venezuelano “são completamente contrários ao que mostrou a nossa pesquisa de boca de urna”, disse o vice-presidente executivo da Edison, Rob Farbman, à estação de rádio colombiana FM. A pesquisa mostrou que “foi basicamente uma vitória esmagadora de González (Urrutia) e da oposição”, acrescentou ele.

Terceiro, na noite das eleições, o regime de Maduro atrasou o primeiro anúncio dos resultados por seis horas e proibiu os representantes da oposição de acessar os centros de contagem do Conselho Nacional Eleitoral.

 

SEM RESULTADOS – Mais importante ainda, as autoridades eleitorais de Maduro se recusaram a divulgar os resultados por local de votação ou por urna, conforme exigido pela lei venezuelana.

Já antes das eleições, Maduro tinha negado o direito de voto a cerca de 4,5 milhões de venezuelanos que viviam no estrangeiro, a maioria dos quais são opositores do governo e representam mais de 20% do total de eleitores do país. Além disso, impediu Machado de se candidatar, prendeu ativistas da oposição e censurou a mídia.

“Este foi o maior roubo eleitoral da história moderna da América Latina”, disse-me o ex-presidente boliviano Jorge Tuto Quiroga, que foi convidado pela oposição a observar as eleições juntamente com outros ex-presidentes, mas não conseguiu entrar no país.

PROTESTOS – Resta saber se Maduro conseguirá o que quer. A história está repleta de exemplos de autocratas que tentaram roubar eleições e, mais cedo ou mais tarde, pagaram um preço alto.

O ex-presidente populista da Bolívia, Evo Morales, fraudou as eleições de 2019 e logo foi forçado a renunciar devido a uma combinação de protestos em massa e pressão internacional. Algo semelhante aconteceu na Ucrânia em 2004.

As dúvidas a respeito dos resultados oficiais de Maduro só continuarão a crescer enquanto ele não divulgar os registros detalhados por centro de votação. Se Maduro tivesse vencido, deveria ser o primeiro interessado em mostrar esses registros eleitorais ao seu país e ao mundo, para demonstrar a sua suposta vitória. Mas ele os escondeu, o que é mais uma prova da grotesca fraude que acaba de cometer.

(Artigo enviado por José Carlos Werneck)

Israel anuncia morte de líder militar do Hamas um dia após matar o chefe político

Mohammed Deif, Hamas military leader who eluded Israel for decades, is  claimed to be dead – WJBF

Mohammed Deif, o chefe militar, foi eliminado em Gaza

Deu no Estadão
Reuters

O chefe da ala militar do Hamas, Mohammed Deif, foi morto em um ataque aéreo de Israel na Faixa de Gaza no mês passado, disse Tel Aviv nesta quinta-feira (1º), um dia após o líder político do grupo ser assassinado em Teerã em uma ofensiva atribuída ao Estado judeu.

“As Forças Armadas de Israel anunciam que em 13 de julho de 2024, caças atacaram uma área de Khan Yunis e, após uma avaliação de inteligência, confirmou-se que Mohammed Deif foi eliminado no ataque”, disse o Exército.

SEM CONFIRMAÇÃO – O Hamas não confirmou nem negou a morte de Deif —mais uma da sequência de assassinatos anunciados nos últimos dias. Um membro do grupo, Ezzat Rashaq, disse que qualquer informação sobre o caso é responsabilidade exclusiva das lideranças da facção.

Responsável pelas mortes de dezenas de israelenses em atentados suicidas, Deif liderou a lista de mais procurados de Israel por décadas. Ele ascendeu no grupo ao longo de 30 anos, desenvolvendo uma rede de túneis por baixo de Gaza e aprimorando sua expertise na fabricação de bombas.

Mais recentemente, Deif foi considerado um dos mentores do ataque terrorista no sul de Israel no dia 7 de outubro, que desencadeou a guerra em Gaza, agora em seu 300º dia.

CORTEJO FÚNEBRE – O anúncio ocorreu enquanto uma multidão pedia vingança durante o cortejo fúnebre de Ismail Haniyeh em Teerã. O líder político da facção foi morto nesta quarta no momento em que visitava o Irã para a cerimônia de posse do novo presidente do país persa, Masoud Pezeshkian.

Irã e Hamas culpam Israel, que não negou nem confirmou um papel no assassinato —postura diferente da adotada em relação à morte do comandante sênior do Hezbollah, em Beirute, na terça-feira (30). No caso do assassinato de Muhsin Shukr, chefe operacional do grupo fundamentalista libanês, Tel Aviv assumiu a autoria do ataque.

Tanto o Hezbollah quanto o Hamas são apoiados pelo Irã. As mortes mais recentes aumentaram a preocupação com uma escalada nas hostilidades no Oriente Médio, com ameaças de vingança contra Israel, que disse não buscar uma guerra regional, mas que responderia com força a qualquer ataque.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– É uma impressionante rotina de guerra – um a um, vão sendo eliminados os principais líderes inimigos de Israel, não importa onde estejam. Um foi morto na Síria, outro no Libano, um terceiro no Irã e mais um na Faixa de Gaza. O êxito dessas investidas mostra a qualidade dos serviços do Mossad, o serviço secreto israelense, que humilha a Abin, concorrente brasileira. (C.N.)

Crítica de Barroso ao favorecimento da corrupção incomoda ministros do STF

Brasil mais justo: Em palestra na ABL, Barroso cita decisões emblemáticas  do STF

Barroso esqueceu seus erros e lembrou os erros dos outros

Mariana Muniz
O Globo

A declaração do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, de que algumas decisões da Corte teriam atrapalhado o combate à corrupção no Brasil gerou incômodo entre ministros do tribunal, que entendem a fala do colega como “despropositada”.

Três ministros ouvidos pelo Globo de forma reservada se disseram incomodados com a manifestação, lembrando que a atuação do Supremo é pautada na preservação de valores constitucionais e atendendo a questionamentos que são levados ao tribunal. Esses magistrados lembram, contudo, que essas posições do presidente do STF não são inéditas e já foram externadas por ele em outras ocasiões.

SAIU DERROTADO – A declaração de Barroso ocorreu nesta terça-feira durante encontro na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, enquanto o ministro citava julgamentos contrários a bandeiras da Operação Lava-Jato em que sua posição saiu derrotada.

— O Supremo anulou o processo contra um dirigente de empresa estatal que tinha desviado alguns milhões porque as alegações finais foram apresentadas pelos réus colaboradores e pelos réus não colaboradores na mesma data, sem que isso tivesse trazido nenhum prejuízo. Também acho que atrapalhou o enfrentamento à corrupção — disse o ministro, sem citar nomes.

Barroso acrescentou que “houve decisões do Supremo em matéria de enfrentamento à corrupção que não corresponderam à expectativa da sociedade”, mas ressaltou que o fato de discordar não o permite “tratar com desrespeito a posição das pessoas que pensam de maneira diferente”.

CASOS CONCRETOS – O ministro foi um dos principais defensores da Lava-Jato no STF. Entre as decisões consideradas contrárias à operação referenciadas por Barroso nesta terça-feira estão o fim da prisão em segunda instância e a anulação de sentenças em razão da ordem da fala de delatores no processo.

Barroso também mencionou a submissão do afastamento do então senador Aécio Neves ao Senado. À época, o hoje presidente do STF disse no julgamento que havia indícios “induvidosos” de crimes cometidos por Neves, que foi acusado de corrupção passiva e obstrução da Justiça, por pedir e receber R$ 2 milhões da JBS, além de ter atuado no Congresso e junto ao Executivo para embaraçar as investigações da Lava-Jato. A decisão colegiada da Corte, porém, acabou derrubada pelo Senado.

Em sua fala, o presidente do STF também apontou que “a importância de um tribunal não pode ser aferida em pesquisa de opinião pública, porque existem na sociedade interesses conflitantes e sempre haverá queixas e insatisfações”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Excelentes declarações de Barroso, Em tradução simultânea, ele está dizendo que, se dependesse dele, Lula não teria saído da prisão em 2019. No entanto, Barroso fez coisa pior em 2021, ao apoiar a anulação das condenações de Lula, decisão que permitiu a candidatura dele. Na formação do Supremo nos últimos anos, o único ministro que vinha votando sempre na forma da lei era Luiz Fux. Mas acabou se juntando aos demais ao aprovar 17 anos de prisão para quem estava no 8 de janeiro, mas sem nenhuma prova de vandalismo ou enfrentamento com a Polícia. Ou seja, no Supremo atual nenhum ministro deixou de votar fora da lei, não escapa um. (C.N.)

Apregoando “nada de anormal”, Lula comete grande erro ao defender Maduro

Lula disse que cabe à Justiça decidir sobre resultado

Pedro do Coutto

O presidente Lula se manifestou nesta terça-feira pela primeira vez sobre a eleição na Venezuela, após Nicolás Maduro ter sido reconduzido à Presidência em um processo contestado. “Não tem nada de grave, nada de assustador”, disse Lula. A declaração foi feita em entrevista à Rede Matogrossense, afiliada da TV Globo, e antecedeu a viagem do presidente aos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nesta quarta-feira.

Lula também comentou sobre a nota divulgada pelo PT,que considerou a eleição pacífica, democrática e soberana. Para Lula, o comunicado do partido, que foi criticado por petistas, é um “elogio ao povo venezuelano pelas eleições pacíficas”.

ERRO – Ao dizer que em sua opinião não encontrou nada de anormal na Venezuela, o presidente Lula cometeu um dos maiores erros de sua vida e também de sua visão internacional dos fatos.

Omitiu, por exemplo, os vários atingidos em consequência de protestos em Caracas, com mais de setecentas pessoas presas, multidões no meio das ruas exigindo a verdade das urnas. Como é possível o presidente da República ter dado essa declaração fora da realidade? O assessor especial para política externa do Palácio do Planalto, Celso Amorim, e o Itamaraty afirmaram que o Brasil aguarda a publicação do resultado oficial das eleições na Venezuela pelo Conselho Nacional Eleitoral.

PRAZO –  Segundo o calendário eleitoral, o órgão sob o comando chavista tem até sexta-feira para fazer isso. Ao contrário do que declarou Lula, alegando normalidade nas eleições venezuelanas, o Itamaraty orientou a embaixadora brasileira no país a não ir ao evento de proclamação do resultado da vitória de Maduro.

Lula também prejudicou o seu diálogo com Joe Biden que tem a visão oposta. Vários países do continente estão reprovando o comportamento de Maduro. É uma situação incompreensível essa que se coloca, assim como a posição do PT a favor da vitória de Maduro. Lula aposta no caminho do absurdo nesse caso.  Não há cabimento em suas declarações. Lula sai em socorro de Maduro comprometendo a si próprio.

Um canto de amor ao Brasil que se tornou eterno e jamais será esquecido

Tribuna da Internet | A paixão jovem de Gonçalves Dias, quando a amada  estava entre menina e mulherPaulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, jornalista, etnógrafo, teatrólogo e poeta romântico maranhense Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) é o maior fenômeno de intertextualidade da cultura brasileira.

A “Canção do Exílio” escrita em 1843, em Coimbra, onde o poeta estudava, transformou-se num ícone múltiplo. Representa, antes de tudo, a saudade (e a idealização) da terra natal, um sentimento universal e sem idade. Além disso, tornou-se a expressão do nacionalismo num país que acabara de conquistar sua independência política.

Canto singelo de louvor à pátria, a canção é o poema mais citado na literatura e na música popular brasileira. De quebra, trouxe para nosso imaginário a figura do sabiá, pássaro também identificado com a nação brasileira. Gonçalves Dias já o via como uma referência mítica, além do substantivo comum. Tanto que escreve o sabiá com inicial maiúscula.

CANÇÃO DO EXÍLIO
Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso Céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossas vidas mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá

Na Venezuela, até o Partido Comunista não reconhece que Maduro foi reeleito

Deu noPoder360

O PCV (Partido Comunista da Venezuela) publicou nesta 3ª feira (30.jul.2024) uma nota contrária à autoproclamada vitória de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) na eleição à Presidência. Segundo o partido, o anúncio do resultado “contrasta abertamente com o ânimo que existiu durante o processo eleitoral”.

“Alertamos a opinião pública internacional que, assim como o governo de Nicolás Maduro tenha despojado o povo venezuelano de seus direitos econômicos e sociais, agora pretende privá-lo de seus direitos democráticos”, disse o PCV.

MUDAR A POLÍTICA – O Bureau Político do Partido Comunista salientou que o povo venezuelano se expressou nas urnas de domingo com a clara intenção de mudar a política do país.

O partido também pediu que as facções “genuínamente democráricas” unam suas forças para “defender a vontade do povo venezuelano”.

Por fim, a sigla exigiu ainda que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) divulgue todos os boletins de urna do pleito de domingo (28.jul).

PROTESTOS POPULARES – Nesta 3ª feira (30.jul), tanto a oposição quanto o governo organizaram atos na capital, Caracas, para se manifestarem sobre o resultado das eleições. Os contrários a Maduro ficaram reunidos desde as 12h (horário de Brasília) em frente ao prédio da ONU (Organização das Nações Unidas).

Os apoiadores do governo se concentraram na sede do Executivo a partir das 15h (horário de Brasília). Atos contra o atual presidente e o resultado anunciado já deixaram ao menos 6 pessoas mortas e dezenas de feridas na Venezuela, segundo a ONG (Organização Não Governamental) Foro Penal. Outras 132 pessoas foram presas.

PRISÃO DE EX-DEPUTADO – De acordo com o partido Voluntad Popular (centro-esquerda), de oposição, o dirigente e ex-deputado Freddy Superlano foi detido por agentes do governo na capital. A legenda classificou o ato como “sequestro”. Outras duas pessoas também foram levadas.

O CNE informou na madrugada de 2ª feira (29.jul) que Maduro obteve 51,2% dos votos válidos contra 44% de Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita).

A oposição questionou o resultado e afirmou poder provar que houve fraudes na reeleição de Maduro. Segundo María Corina Machado, principal nome da oposição venezuelana e que afirma ter tido acesso aos boletins de urna, Maduro teve 2.759.256 votos, abaixo dos 6.275.180 de González.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Importantíssima matéria enviada por José Guilherme Schossland, sempre de olho no lance. Quando um líder ultraesquerdista, do tipo Maduro, é denunciado pelos comunista e pela centro-esquerda, conforme se constata, com apelo à opinião pública internacional, é sinal de que se chegou ao fim da picada. Portanto, Lula, Gleisi e Amorim perderam boas oportunidades de ficar de boca fechada, onde não entram moscas nem saem asneiras em série. (C.N.)

TSE manda concluir a investigação contra Bolsonaro por ataques às urnas

charge carmem lucia boa | Jornal Ação Popular

Charge da Pryscila (Arquivo Google)

Carlos Newton

A ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral em 3 de junho, já mostrou que vai conduzir o TSE em estilo bem diferente do adotado por seu antecessor Alexandre de Moraes. Uma de suas decisões foi mandar concluir as investigações pendentes e que se arrastam no âmbito do chamado Inquérito do Fim do Mundo, aquele que não acaba nunca.

Dentro dessa nova estratégia, o corregedor-geral eleitoral, ministro Raul Araújo, fixou um prazo de cinco dias para a Polícia Federal concluir o inquérito administrativo que tem como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por ataques ao sistema eleitoral brasileiro. 

FICOU NA GAVETA – Araújo tomou a decisão em 28 de junho, mas estranhamente ela só foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico na última quarta-feira, 24 de julho, e dois dias depois a Polícia Federal anunciou ter encontrado documentos ligando o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, delegado Alexandre Ramagem, a um complô para desmoralizar a urna e abrir caminho para um golpe de estado, caso o então oposicionista Lula da Silva vencesse a eleição de 2022, como viria a acontecer.

Realmente, desde 2021, quando foi aberto o inquérito, o então presidente Jair Bolsonaro vinha alegando que havia obtido votos suficientes para ganhar o pleito de 2018 já no primeiro turno, mas teria sido vítima de um complô. 

Esses novos documentos encontrados na última busca e apreensão mostram que o incentivador de Bolsonaro era Alexandre Ramagem. Como diretor-geral da Abin, ele incitava Bolsonaro, dizendo estar convicto de que tinha havido fraude eleitoral em 1028.

BOLSONARO ATACA – Ao invés de exigir que a Abin provasse a fraude eleitoral, Bolsonaro partiu logo para o confronto com o TSE e o Supremo.

Sem que Ramagem lhe passasse qualquer prova, o então presidente transformou o ataque à urna eletrônica num escândalo internacional, que Nicolás Maduro acaba de citar, na semana passada, ao  denunciar as tais fraudes inas eleições brasileiros, vejam bem o problema que se criou pela irresponsabilidade de Ramagem e pela insensatez de Bolsonaro.

Agora, a Polícia Federal, atandendo à ordem de Cármen Lúcia, enfim vai concluir o inquérito e encaminhá-lo ao Ministério Público Federal, para denunciar Bolsonaro, Ramagem e quem mais estiver envolvido.

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P.S. –
A grande dúvida é saber se a Procuradoria pedirá a prisão preventiva de Bolsonaro e Ramagem. Na minha opinião, não haverá prisão e será permitido que os réus respondam a processo em liberdade. (C.N.)

Dirceu é internado e faz cateterismo para ver se haverá cirurgia cardíaca

José Dirceu é internado em hospital de Curitiba para exames

Dirceu se sentiu mal e seu problema é de circulação

Pedro Augusto Figueiredo
Estadão

O ex-ministro José Dirceu (PT) foi internado no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo nesta quarta-feira, 31, por insuficiência coronária. Ele fará exame de cateterismo cardíaco previsto para ocorrer na quinta-feira, segundo boletim médico divulgado pelo hospital. O objetivo é determinar se há necessidade de cirurgia.

É o segundo problema de saúde enfrentado por Dirceu este ano. Em fevereiro, ele deu entrada no mesmo hospital com pneumonia. De acordo com o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho dele, o ex-ministro passa bem.

DISSE ZECA – “Falei com meu pai há pouco, por vídeo, ele está muito bem, fará um cateterismo, para avaliar se existe ou não, obstrução de uma artéria coronária, procedimento que ele já fez em 2007 e 2018, quando não foi necessário colocar stent”, escreveu o parlamentar no X (antigo Twitter).

Antes da internação, José Dirceu declarou na terça-feira, 30, que o ditador Nicolás Maduro foi o vencedor das eleições venezuelanas e que o processo ocorreu de forma segura e inviolável. “Precisamos aguardar a conferência das atas e não dar razão à oposição, muito menos às manifestações violentas”, disse.

Afastado dos holofotes, o ex-ministro planeja se candidatar a deputado federal por São Paulo na eleição de 2026, conforme adiantou ao Estadão, mas diz que é necessário consultar a direção do PT e os deputados da sigla para o plano ir adiante.

CONDENAÇÕES – Dirceu foi condenado em 2012 a 7 anos e 11 meses de prisão no esquema do mensalão. O esquema consistia no pagamento de mesadas a parlamentares para assegurar apoio à base governista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2004.

Em 2016, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso concedeu indulto ao ex-ministro da Casa Civil no âmbito do mensalão, mas ele permaneceu preso em razão de penas oriundas da Lava Jato.

Em 2016, o então juiz e atual senador Sérgio Moro (União-PR) condenou Dirceu a 23 anos de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pela acusação de ter recebido propina em um contrato da Petrobras. No ano seguinte, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) diminuiu a pena para oito anos e 10 meses. Em maio deste ano, o STF anulou a pena em razão da idade do político, de 78 anos, o que faz a pena prescrever.

Boa notícia! A mentalidade de Kamala contrasta com a política americana

Kamala Harris

Kamala começa bem, ao se recusar a receber Netanyahu

Janio de Freitas
Poder 360

O número é aterrador: 722 milhões de seres humanos no mundo passam fome. Presença crescente da miséria, são mais 22 milhões do que em 2020/2022, na estimativa conjunta de cinco agências da ONU.

Ao mesmo tempo, os envios de armas, munição, tanques e aviões dos Estados Unidos e da Europa-Otan, para impulsionar a guerra da Ucrânia e o massacre dos palestinos, já estão na casa dos US$ 200 bilhões. E vai adiante.

NETANYAHU NOS EUA – O Congresso dos Estados Unidos, que autoriza a parte norte-americana desse gasto, concedeu ao condutor do massacre palestino a honra de recebê-lo em sessão solene e ouvi-lo em discurso sobre a devastação de Gaza. Na mesma ocasião em que o Tribunal Penal Internacional reconheceu mais uma violação da Convenção de Genebra por Israel.

Invadir e construir colônias israelenses em terras da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental são ações ilegais. Transgressões ao direito internacional. Crimes. Donald Trump diz falsidades dignas de Benjamin Netanyahu e Netanyahu falseia com a desfaçatez de Trump.

Para um e para outro, o mesmo aplauso exuberante da maioria de congressistas. Apesar de quase 100 anos entre cenas idênticas dos anos 1930 e de agora.

KAMALA DISSE NÃO – A recusa de Kamala Harris a presidir, por atribuição da Vice-Presidência, a sessão de Netanyahu foi já um ato indissociável da candidata. Quisesse só evitar formalidades equivocantes ou antecipar, para o público, uma distância política que atinge também o governo Biden, já seria uma brava atitude, com projeções arriscadas na influente comunidade judaica.

Parecidos em vários traços da personalidade, como mentirosos Netanyahu e Trump são iguais. Do primeiro, ante as manifestações contrárias: Israel tem informações de que “os manifestantes são financiados pelo Irã”, mundo afora. Do outro, em comício: “Ela quer abortos no 8º e 9º mês”.

O primeiro comanda um país e uma guerra de morticínio furioso. O outro presidiu a maior potência mundial e talvez seja levado pelos conterrâneos a dominá-la outra vez. Ambos pendurados em processos criminais. Diante disso, a desistência forçada de Joe Biden, por atrapalhar-se em debate sem sentido e com sinais atribuíveis a ansiolítico forte, deveria ser motivo de vergonha nacional.

BIDEN FALHOU – Com sua contribuição decisiva para os horrores israelenses em Gaza e para o continuado sacrifício da Ucrânia por Putin, associada à guerra fria com a China, Biden nada fez pelo mundo que nos justificasse sua reeleição. Fazê-lo é o que se espera da necessária vitória de Kamala Harris sobre Trump.

No argumento trumpista de que “não é americana nata”, como exigido, Kamala traz uma qualidade particular. De mãe indiana (bióloga e importante pesquisadora de câncer) e pai jamaicano (professor de economia), nasceu na Califórnia, e pronto.

Mas, se eleita, levará para o eixo do mundo uma mentalidade geneticamente contrastante com a dos políticos norte-americanos. E originada de duas formações étnicas enriquecidas pela calma, a reflexão, um profundo sentido de humanidade. O quanto Kamala Harris tem dessa carga bendita, pode ser que os norte-americanos nos deixem saber, mais adiante.

Costa Neto, do PL, elegeu um novo “inimigo político” – Kassab, do PSD

Bolsonaro nomeia aliado de Kassab para instituto de tecnologia da  informação - 03/06/2020 - Mercado - Folha

Kassab está atrapalhando a eleição do irmão de Bolsonaro

Bela Megale
O Globo

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem feito questão de destacar, em conversas com aliados, que elegeu um novo inimigo político: o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Costa Neto aponta que dois fatores pesaram para isso. Um é a influência de Jair Bolsonaro, que passou a ter Kassab como um grande desafeto.

O outro motivo são as eleições municipais deste ano. O presidente do PL tem dito que Kassab tem tomado decisões “mostrando que quer derrotar sua legenda”. O mandachuva do PL faz questão de sinalizar que hoje está mais irritado com Kassab que o próprio Bolsonaro.

PROVOCAÇÃO – No início do mês, Valdemar Costa Neto fez uma provocação pública ao ex-prefeito de São Paulo. Durante a festa de aniversário de Antonio Britto (PSD-BA), pré-candidato à presidência da Câmara, disse no ouvido de Kassab a seguinte frase:

— Vou meter o ferro em você — referindo-se às disputas nas eleições municipais.

O presidente do PSD riu e minimizou o episódio, mas Costa Neto fez questão de contar a indireta aos jornalistas, fazendo críticas públicas a Kassab. Ele se queixou do “apetite” do ex-prefeito nas eleições deste ano e disse que tentou entrar em acordo com o PSD em relação a disputas de algumas prefeituras, sem sucesso.

IRMÃO DE BOLSONARO – Como informou a coluna, um dos focos de tensão é a eleição pela prefeitura de Registro, cidade no interior de São Paulo. O irmão de Bolsonaro, Renato, lançou sua pré-candidatura à prefeitura pelo PL. O PSD de Kassab, no entanto, colocou no páreo o ex-deputado e ex-prefeito de Registro, Samuel Moreira.

Intermediários do PL tentaram fazer Kassab retirar o nome de Samuel, como um gesto amistoso a Costa Neto e a Bolsonaro. A proposta não avançou e a candidatura de Moreira está mantida.

No meio do fogo cruzado segue o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem Kassab como um de seus secretários e tem Bolsonaro como seu criador e apoiador político.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Excelente artigo de Bela Megale sobre os bastidores da política. Confirma o que sempre dizemos aqui: Kassab é o maior equilibrista da política brasileira. Tirando os casos do PL e do União Brasil, inflados pelo fenômeno Bolsonaro, o PSD de Kassab é o partido que mais cresce, e o faz de forma segura. Kassab tornou-se hoje o esteio político de Tarcísio de Freitas em São Paulo, que não pode prescindir dele, vejam a que ponto chega o surrealismo na política brasileira. (C.N.)

Mais vexame! Brasil “veementemente” condena assassinato de líder do Hamas

O chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh aparece ao lado do brasileiro Geraldo Alckmin, horas antes de ser morto

Em Teerã, Alckmin ao lado de Hanivet, o líder do Hamas

Igor Gadelha
Metrópoles

O Itamaraty emitiu, nesta quarta-feira (31/7), uma nota oficial afirmando que o governo brasileiro “condena veementemente” o assassinato do chefe político do Hamas, Ismail Haniveh. O líder do grupo terrorista foi morto durante um atentado aéreo ocorrido nas primeiras horas desta quarta. Haniveh estava no Irã para participar da posse do novo presidente daquele país, Masoud Pezeshkian.

Na nota, o Itamaraty condena o crime contra o líder extremista, mas não atribui autoria do atentado, não reivindicado por ninguém até agora. O Hamas e o Irã acusam Israel pela morte de Haniveh.

DIZ O ITAMARATY – “O Brasil repudia o flagrante desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã, em clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas, e reafirma que atos de violência, sob qualquer motivação, não contribuem para a busca por estabilidade e paz duradouras no Oriente Médio. Tais atos dificultam ainda mais as chances de solução política para o conflito em Gaza, ao impactarem negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns”, diz a nota do Itamaraty.

No documento, o Ministério das Relações Exteriores prega ainda a necessidade de evitar uma escalada de consequências imprevisíveis no Oriente Médio após o crime.

“O Brasil reitera o apelo a todos os atores para que exerçam máxima contenção, de modo a impedir que a região entre em conflito de grandes proporções e consequências imprevisíveis, às custas de vidas civis e inocentes, bem como exorta a comunidade internacional para que envide todos os esforços possíveis com vistas a promover o diálogo e conter o agravamento das hostilidades”, afirma o Itamaraty.

ALCKMIN NO IRÃ – O vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, esteve presente na posse do novo presidente do Irã e apareceu em imagens ao lado do líder do Hamas, horas antes do assassinato do líder extremista.

Não há registros de que Alckmin tenha conversado com Haniyeh. Além do representante do Hamas, estavam presentes líderes de outros grupos extremistas, como Jihad Islâmica, Hezbollah e Houthis.

E o governo do Irã novamente jura vingança contra Israel após a morte de líder do Hamas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Parece Piada do Ano, mas é uma tragédia diplomática atrás da outra no Oriente Médio. Alguém poderia explicar por que o Brasil está assim apoiando o Hamas tão entusiasticamente? Afinal, o que temos a ver com a briga desses dois povos semitas? (C.N.)

Israel mata Haniveh, líder do Hamas, mas isso não significa o fim da guerra

Quem era Ismail Haniyeh, o chefe do gabinete político do Hamas que foi morto em Teerão | Euronews

Haniev estava escondido num abrigo de veteranos do Irã

Igor Gielow
Folha

Filho do grande campo de refugiados de Al-Shati, no norte da Faixa de Gaza, o líder assassinado do Hamas, Ismail Haniyeh, combinava pragmatismo e moderação com uma retórica inflamada contra Israel.

Morreu às 2h desta quarta (31, 19h30 de terça em Brasília) como viveu, em uma condição provisória de abrigo. Segundo a Guarda Revolucionária do Irã, ele estava em uma casa discreta que abriga veteranos da guerra do país com o Iraque, nos anos 90, no norte de Teerã. E o Irã promete se vingar.

VIDA DUPLA – Melhor alojamento ele tinha em sua casa, no Qatar, onde vivia um exílio luxuoso bancado pela monarquia local e, segundo os serviços de segurança israelenses, negócios imobiliários rentáveis de sua família na Faixa de Gaza.

Ele mudou definitivamente para o país do golfo Pérsico em 2019, dois anos depois de assumir a chefia da ala política do Hamas. Ele era seu principal líder, mas não o único: as decisões da guerra contra Israel em Gaza são tomadas na prática pelo linha-dura Yahya Sinwar, por exemplo.

Com isso, era visto como um moderado, dentro do que é possível chamar de moderação no grupo terrorista fundamentalista islâmico, nascido em 1987 com a revolta palestina conhecida como intifada.

LIBERTAÇÃO DE REPÓRTER – De todo modo, era recebido frequentemente em Moscou e Ancara, para ficar em dois aliados regionais do Hamas que não têm uma agenda comum. Amparou sua fama episódios como seu papel na libertação de um repórter da BBC que havia sido sequestrado por islamistas em Gaza, em 2007.

Haniyeh ingressou no Hamas no mesmo ano da fundação do grupo, quando formou-se em literatura árabe na Universidade Islâmica de Gaza. Lá, havia se envolvido com a política anti-israelense influenciada pela Irmandade Muçulmana, a organização surgida no Egito que desde 1928 inspira grupos radicais islâmicos mundo afora, como os terroristas da Al Qaeda.

Aproximou-se do líder do Hamas, o frágil xeque Ahmad Iassin, de quem tornou-se protegido e uma espécie de secretário particular. É famosa uma fotografia de 2003 em que ele segurava o telefone para o xeque, que era cego e tetraplégico.

PRINCIPAL LÍDER – O religioso, popular entre os moradores de Gaza por seu trabalho social que acabou confundido com o Hamas em si, foi morto em um ataque israelense no ano seguinte. Haniyeh tornou-se o principal líder do grupo desde então,

Em 2006, ele foi eleito premiê palestino, iniciando o processo de divisão que opôs o Hamas ao Fatah, a principal facção palestina, que comanda a Autoridade Nacional reconhecida na ONU como embrião de um eventual Estado.

A guerra cobrou preço pessoal do líder agora morto. Em 10 de abril, três de seus filhos e quatro netos foram mortos em um ataque aéreo de Israel em Gaza. Ele se manteve desafiador: “Todo nosso povo e todas as famílias de Gaza pagam um preço alto em sangue, e eu sou um deles”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Israel cumpriu o prometido e matou o maior líder do Hamas, depois de transformar Gaza num cemitério de crianças, mulheres e idosos, que nada têm a ver com a guerra. O líder morreu, mas o Hamas continuará ameaçando Israel através dos tempos. E agora, o que Netanyahu quer, além de aumentar as ocupações israelenses? (C.N.)

Piada do Ano! Padilha diz que o PT tem autonomia para apoiar Maduro

Lula insiste e vai manter Padilha no front da articulação política pelos  próximos meses | O Tempo

Padilha tenta explicar as declarações de Lula sobre Maduro

Renata Souza
da CNN

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, defendeu a autonomia do PT em se posicionar sobre as eleições na Venezuela e disse que não cabe a ele, ao governo ou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentar a nota emitida pelo partido.

“Até por ser o presidente Lula uma pessoa democrática e por defendermos a democracia, os partidos têm autonomia. Nós não somos um país onde o presidente manda no partido ou o partido manda no presidente. Isso aí são outros modelos de organização que não é a tradição do governo do presidente Lula, não é nem a tradição do PT”, afirmou, durante o programa “Bom Dia, Ministro”.

SEM COMENTÁRIOS – “O PT tomou uma posição que cabe a um partido tomar. Não sou eu, nem o presidente Lula que vai comentar a posição do PT em relação a essa nota. Então tomou aquilo que é o seu papel enquanto partido, enquanto outros partidos também tomaram outras posições”, complementou, em entrevista nesta quarta-feira (31).

Na segunda-feira (29), o PT divulgou um comunicado tratando Nicolás Maduro como presidente “reeleito” e cumprimentando o povo venezuelano pela “jornada democrática” no pleito.

Padilha também afirmou que a posição da Presidência sobre as eleições venezuelanas estão expostas nos canais oficiais do governo.

MUITO EXPLÍCITAS – “As notas oficiais do governo brasileiro, através do Itamaraty, são muito explícitas. E o presidente Lula reforçou, inclusive, na fala dele ontem: ‘eu estou aguardando a ata’ [das eleições]”, disse o ministro.

Em entrevista ontem (30), Lula havia comentado pela primeira vez o resultado das eleições no país vizinho. Segundo ele, “não tem nada de anormal nem de errado” no processo.

O líder brasileiro ressaltou, porém, que o reconhecimento do Brasil ao resultado das eleições venezuelanas depende ainda da apresentação das atas de votação. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Maduro foi reeleito com 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo González. A oposição, no entanto, questiona o resultado e aponta fraude no pleito.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Esse ministro Alexandre Padilha merece ganhar o Oscar de Coadjuvante. Sua capacidade de bajular o presidente é impressionante. As declarações dele são iguais à eleição na Venezuela – nunca têm nada de anormal ou de errado. Deve ser muito duro exercer a política assim, sempre com a coluna curvada. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, não faz esse tipo de papel sujo e já esculhambou a reeleição fraudada de Maduro, e ninguém do PT teve coragem de dizer nada. (C.N.)

Presidente do PSB diverge do PT e chama a Venezuela de “ditadura”

Leia a íntegra da entrevista do presidente Carlos Siqueira ao portal Terra  – PSB 40

Carlos Siqueira diz que a reeleição de Maduro foi fraude

Larissa Rodrigues
CNN Brasil

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, criticou a condução das eleições na Venezuela e condenou o que chama de “violações dos direitos humanos e democráticos perpetradas pelo regime chavista” de Nicolás Maduro.

A declaração vem na esteira dos protestos que acontecem no país desde segunda-feira (29). Ao menos seis mortes teriam sido registradas durante confrontos com as autoridades policiais venezuelanas.

UMA DITAURA – À CNN, Siqueira definiu o processo eleitoral da Venezuela como uma ditadura. “É mesmo uma ditadura e o retrato mais cruel está estampado nos semáforos de várias cidades latino-americanas e brasileiras, ou seja, centenas de venezuelanos pedindo esmolas nos sinais de trânsito. Além disso, (Maduro) persegue adversários políticos”, disse.

Ainda de acordo com o político, “seria impossível imaginar um regime autoritário realizar eleições livres, transparentes e democráticas”.

As críticas do partido do vice-presidente Geraldo Alckmin diferem da nota divulgada nesta segunda pelo Partido dos Trabalhadores, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

PT APOIA MADURO – O PT reconheceu a vitória do presidente da Venezuela e disse ainda saudar o povo venezuelano pelo processo eleitoral, considerada uma “jornada importante, democrática e sóbria”.

Desde as eleições de domingo (28), um grande número de países afirma haver incerteza sobre o resultado que mostra Nicolás Maduro reeleito.

A oposição venezuelana alega que houve fraude e garante que poderá provar ter vencido a eleição, se houver uma investigação internacional.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A eleição só foi aprovada por países de esquerda, como Rússia, China, Nicarágua e Cuba, e alguns poucos países latino-americanos, entre eles, alguns que dependem da importação de petróleo venezuelano. O mais curioso foi o PT ter se apressado em apoiar Maduro. No entanto, o recém-convertido petista Randolfe Rodrigues, senador pelo Amapá, abriu dissidência e já deu declarações contrárias à posição do PT, denunciando abertamente a farsa. (C.N.)

A presença de Deus, nos encontros e desencontros entre Spinoza e Leibniz

El hereje y el cortesano: Spinoza, Leibniz y el destino de Dios en el mundo moderno

Deus seria a natureza ou um ente necessário ao bem viver?

Hélio Schwartsman
Folha

“The Courtier and the Heretic” (o cortesão e o herege), de Matthew Stewart, não é exatamente um livro novo (saiu em 2007), mas, como gostei bastante de um título mais recente do autor (“An Emancipation of the Mind”, que já comentei aqui), resolvi experimentar. Não me arrependi. “The Courtier…” é até melhor do que “An Emancipation…”.

Em “The Courtier…”, Stewart conta a história do encontro e dos subsequentes desencontros entre dois dos mais notáveis filósofos do século 17, Spinoza e Leibniz, que não poderiam ser mais diferentes, nem mais semelhantes.

MODERNIDADE – Spinoza é o grande nome da modernidade. Percebeu que o avanço das ciências criaria problemas para o Deus pessoal dos religiosos e aceitou as consequências. Sua filosofia equipara Deus à natureza, tirando-lhe qualquer espaço de atuação, e nega a existência de milagres e de uma vida após a morte no modelo das religiões.

Não é surpresa que tenha sido excomungado pela comunidade judaica de Amsterdã e vilipendiado por todos os teólogos da Europa. “Judeu ateu” é a expressão menos insultuosa dirigida a ele.

Leibniz leu e entendeu Spinoza, mas se recusava a abandonar o Deus pessoal. Não por ser um carola inveterado (ele não ia à igreja), mas por achar que as pessoas precisam de religião para viver em paz.

MELHOR DOS MUNDOS – Na tentativa de resgatar esse Deus, criou um sistema engenhoso mas abstruso, com suas mônadas e mundos possíveis (vivemos no melhor deles), que virou motivo de chacota de Voltaire e Jonathan Swift. Pior, Stewart mostra que, no fundo, Leibniz continuou sendo um spinozista, mas “no armário”.

Tão interessante quanto a investigação filosófica que Stewart nos apresenta são suas observações sobre a psicologia dos dois filósofos, notadamente a de Leibniz, uma figura muito mais difícil de destrinchar do que Spinoza.

O alemão, afinal, é um daqueles raros personagens que pode ser pintado como gênio, vilão e pessoa bem-intencionada.