Medida provisória sobre reoneração foi uma lambança que azedou o fim do ano

Haddad chegou ao comando da Fazenda sob forte desconfiança, avançou casas ao longo de 2023, mas derrapou no fim do ano

Haddad vinha bem, mas acabou dando uma bela mancada

Renata Agostini
Estadão

O jogo só acaba quando termina é o tipo de máxima do esporte que se aplica a quase tudo na vida e deveria ter sido lembrada por esta colunista ao escrever, em dezembro, o último texto para este espaço. A poucos dias do Natal e após vitórias em série de Lula no Congresso, vaticinei que Fernando Haddad era o melhor produzido pelo governo Lula naquele 2023.

O diagnóstico de que o ministro da Fazenda havia triunfado em seus intentos parecia-me indisputável.

CONVÉM NÃO ELOGIAR – Os últimos dias do ano vieram como lembrete ácido de que convém não elogiar. A medida provisória que prevê a reoneração da folha de pagamentos rapidamente tornou-se o tipo de lambança inconteste.

O setor produtivo foi a público repudiá-la em uníssono. O Congresso sentiu-se afrontado. Tributaristas não precisaram de muito para dizer que a coisa toda vai levar a mais judicialização.

Pensada longamente pelo time de Haddad, a proposta foi apresentada de forma atabalhoada sem que integrantes da equipe econômica conseguissem esclarecer, por exemplo, quando as novas regras começariam a valer.

AZEDAR A FESTA – Não era possível de pronto sequer entender quais setores de fato seguiriam com o benefício. Além disso, empacotou-se o fim da desoneração com uma proposta para reduzir a compensação tributária.

Sacada da cartola para tentar ajudar a elevar a arrecadação federal, a medida ajudou a azedar ainda mais o fim do ano do empresariado.

Era evidente que o movimento resultaria em azedume também na política. O Congresso havia aprovado o benefício da desoneração e derrubado o veto de Lula ao projeto. Seria ilógico que recebesse de bom grado uma medida provisória no apagar das luzes de 2023 desfazendo o trabalho legislativo. No entendimento do time de Fernando Haddad, alguma reação do governo teria de existir, já que a lei aprovada é inconstitucional e a prorrogação do benefício não possui cobertura orçamentária.

ESTRAGO FOI FEITO – Para a equipe econômica, buscar uma liminar no Supremo Tribunal Federal para barrar a desoneração seria reação mais danosa, pois faria com que todos os setores ficassem sem o incentivo de uma só vez. A edição da medida provisória acaba também forçando Congresso e setor produtivo a sentar à mesa para negociar, diz um secretário da Fazenda.

Ainda que a política encontre um caminho de concertação com a visão de Haddad ao longo dos próximos meses, parte do estrago já foi feito, segundo empresários. Não há planejamento que suporte um vaivém de decisões como este.

Haddad, que chegou ao comando da Fazenda sob forte desconfiança do mercado e da política, avançou casas ao longo de 2023, abrindo espaço para a aprovação de diversas medidas no Congresso. Mas… derrapou na saída. E vai precisar recuperar terreno num momento em que parte do governo e do seu próprio partido renovam as investidas contra seu projeto.

2 thoughts on “Medida provisória sobre reoneração foi uma lambança que azedou o fim do ano

  1. LEWANDOWSKI NA ‘’SEGURANÇA’’ PÚBLICA: COMÉDIA OU TRAGÉDIA? O QUE É ISSO COMPANHEIRO! O Brasil é de fato ‘’uma rocha estranha’’. Marta Suplicy torna-se a rainha da periferia. Descendentes de 400 anos de escravidão da teocracia cristã tornam-se faxineiros da escadaria do Bonfim, um templo dos algozes, genocidas e exterminadores de negros e índios. A Grande Mídia quase chega ao orgasmo quando repercute tais sincretismos, ecumenismos, verdadeiras ‘’síndromes de Estocolmo’’! Os advogados do diabo ‘’humanistas garantistas’’ colegas e pupilos de Lewandowski passaram 40 anos aperfeiçoando as legislações da impunidade em favor de corruptos e delinquentes comuns, para que jamais faltasse uma farta clientela, e uma conta bancária de 100 milhão de reais para os jovens filhotes da OAB, antes dos 30 anos. Durante as ditaduras o Brasil é representado por filmes ou narrativas como ‘’O Caso dos Irmãos Naves’’, ‘’A freira e o Torturador’’, ‘’Batismo de Sangue’’, etc. Nas democracias temos ‘’Rio Babilônia’’, ‘’Pixote, a Lei do mais Fraco’’, ‘’Tropa de Elite’’, etc. Eu não tenho dinheiro, mas vou apostar um milhão de reais da conta de um dos milionários jornalistas da grande mídia aberta, vendida, oportunista, que quando Lewandowski deixar seu ministério terá engordado sua conta bancária com seus múltiplos salários e penduricários, terá comprado muitos ternos, gravatas e camisas novas, como aqueles da confraternização da vitória sobre o golpe 8/1. Suas damas também estavam impecáveis; os familiares e peixinhos do ministro terão feito muitas viagens internacionais (as tetas da vaca República sempre estiveram cheias para esses parasitas). As castas governantes sugam tudo; para o povo-bezerro, as sobras. Por outro lado, as favelas terão aumentado 10%, além dos 100% de favelização a mais dos 40 anos de Diretas-Já! Mais 10 organizações ou facções criminosas novatas estarão operando no ‘’país do futuro’’. Milhares de cidadãos do bem terão sido assassinados pelos ‘’reeducandos’’, ‘’ressocializandos’’, pelos ‘’di menores’’ no cio, respingando testosterona e adrenalina, pelos criminosos de ‘’menor potencial ofensivo’’ com dezenas de ‘’anotações’’ ou ‘’registros’’ criminais’’ (novo eufemismo da obediente mídia prostituída); pelas criminosas que necessitam ficar em casa, ‘’cuidando’’ de seus bebezinhos e menores de idade, potenciais futuros facínoras, assassinos de menores do bem, filhos de famílias programadas e boas cuidadoras. Quando Lewandowski terminar seu mandato, centenas de crianças indígenas estarão mortas em estado esquelético, ‘’análogo’’ à situação dos judeus do holocausto nazista. Helicópteros terão caído por falta de fiscalização dos órgãos públicos, com mortes de consumidores inocentes, etc. No Rio Grande do Sul temos um ‘’causo’’ ou anedota muito engraçada que podemos comparar com a ‘’Justiça’’ de Lewandowski e seus pares, advogados do diabo da OAB, do Estado e dos Três Poderes: Um pequeno proprietário dos pampas pergunta ao visitante: “Compadre, eu tenho uma cadela muito boa na lida do campo, mas que está muito magra, triste, abatida, tenho medo que ela não sobreviva. Eu já fiz de tudo e nada resolve, compadre, o que você me aconselha?’’. Responde a visita: ‘’Você já experimentou dar comida ao bicho, compadre’’. Pergunta-se também ao Judiciário ‘’humanista e garantista’’ de Lewandowski: Vocês já experimentaram deixar os corruptos eleitos e os facínoras comuns atrás das grades? LUÍS CARLOS BALREIRA. PRESIDENTE MUNDIAL DA LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA.

  2. Senhor Renata Agostini (Estadão) , lembre-se que a tal ” desoneração da folha de pagamento ” , beneficiou indiscriminadamente tanto os empresário ” honestos ” , quanto os desonestos trazendo um prejuízo enorme de difícil recuperação , devido a não seletivização das empresas que de fato deveriam precisariam serem beneficiadas , o que não ocorreu até hoje , pelo andar da carruagem os parlamentares não o querem e nem desejam.

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