Ponto central da investigação é saber o tamanho do estrago nas Forças Armadas

Gilmar Fraga / Agencia RBS

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

William Waack
Estadão

O que se pode considerar como “hard facts” no material que embasou prisões, buscas e apreensões contra Bolsonaro, aliados e militares dá a ideia de um grupo motivado pela intenção geral de “virar a mesa” – isto é, dar um golpe – mas sem sequer uma noção clara de como fazê-lo. E, principalmente, sem a necessária força militar.

As transcrições de conversas, sobretudo entre os mais próximos de Bolsonaro, revelam um grupo preso às próprias quimeras políticas e tão incompetente a ponto de gravar parte do que se pode chamar de “conspiração”, embora mais pareça uma conversa de botequim em Copacabana de militares de pijama.

MILITARES RECUARAM – O ponto nevrálgico da investigação não é mais a figura de Bolsonaro, suficientemente comprometida e envolvida em processos de vários tipos, fora esse. É saber até onde chega o estrago dentro da instituição das Forças Armadas.

Qualquer que fosse o roteiro do golpe, que até aqui não está claramente descrito na investigação, parece claro que, de saída, os comandantes de tropa não queriam participar.

Sabia-se da penetração do bolsonarismo na cúpula das forças, o que se torna mais nítido agora com o material divulgado pela PF. Ela foi ao ponto de provocar uma divisão entre comandantes no Exército, com a maioria mantendo o que sempre acharam de Bolsonaro: um capitãozinho rebelde, cuja única serventia era varrer o petismo da paisagem política.

ROMPIDA A DISCIPLINA – Mas os atuais comandantes constatam hoje, consternados, que a investigação passou por cima da instituição, que não foi capaz de matar na raiz o bolsonarismo em suas fileiras. Que generais de quatro estrelas foram humilhados na operação da PF, sem que a instituição possa reagir. E nem deve.

Quando é que a coisa toda afundou numa instituição que se esforçara para recuperar confiança, prestígio e imagem? Talvez naquilo que era público e notório, mas os próprios militares preferiram fechar os olhos. Foi quando o general Pazuello participou de um comício de Bolsonaro, violando o Estatuto das Forças Armadas, e o Exército não o puniu.

Uma vez rompida a disciplina no topo, o resto é consequência.

11 thoughts on “Ponto central da investigação é saber o tamanho do estrago nas Forças Armadas

    • FHC & LULA, feitos servis “khazarianos” Irmãos Siameses, em continuadas e identicas missões, desmantelar instituições e infiltrando-as moldá-las segundo maré vermelha internacional!

  1. Não teve o impacto, que se esperava.
    Hoje, no Globo, uma entrevista com o brigadeiro Damasceno, comandante da FAB, apoiando as investigações até o final

    Pegou muito mal, entre os oficiais legalistas, o tratamento aos palavrões direcionado a eles, pelo general Braga Neto e coronéis golpistas. Foram chamados de cagões, melancias, traidores da pátria, covardes. Braga Beto chegou ao ponto de oferecer a cabeça do Comandante do Exército, general Gomes Freire de cagão e oferecendo a cabeça dele aos leões.
    Chamou o atual comandante, general Tomás, de ambicioso, falso e cagão também.

    Então, Braga Neto e sua turma, não estão tendo nenhuma solidariedade de seus pares. Eles, agora ,estão a espera dos leões da justiça. Perderam a credibilidade, jogaram na lama, a hierarquia e a disciplina.

    Terão que se virar sozinhos, porque os legalistas sabem, que seriam perseguidos pelos generais e coronéis da tropa de Bolsonaro.

    Teriam que se entreicheirar na guerrilha, conforme dito por Bolsonaro na fatídica reunião golpista de 5 de julho de 2022,

  2. Lembrando…

    Quando do comício que o então sinistro e generaleco subiu ao palco,

    BROXAnaro o chamou de

    “meu gordinho!”

    Se o tratasse por “cachorrinho” não faria diferença nenhuma. Tendo aceito a coleira de há muito, pazuello simplesmente balançaria as nádegas rotundas.

    • Esse articulista de merda..defensir de bandidos..um Judas fo verdadeiro jornalismo do naipe de HF (RIP)..Essa desgraça só ezcreve bobagens um bosta que não tem noção minima do que o nosso amado Brasil…está passando…Essa desgraça maldita propaga somente um lado…queria ver se estivéssemos mergulhado em uma guerra civil..se essa bosta estaria vomitando suas articulações em favor de marginais políticos..que ele tanto defende…querua ver essa marica diante de um fuzil..para ver até onde vai sua valentia em escrever essas e outras bobagens contra o Brasil…desgraçado maldito..Judas..cria da rede Globo…dos irmãos metralhas..
      ..
      Me perdoe Carlão..o linguajar me perdoe..

  3. O meu pai na sua sabedoria simples sempre disse que o Exército nunca perdeu uma batalha só contra o Tesouro Nacional. O compromisso dos nossos milicos sempre foi um só, com o próprio soldo, o resto a gente empurra com a barriga.

  4. Um contraponto: o ponto central de futuras investigações é saber o tamanho do estrago no país pela imprensa amestrada.

    O país está entregue a uma espécie de jornalismo das “catacumbas dos infernos”. Tem coisa, por exemplo, que gente deve deixar de lado. Não acrescenta nada para a melhoria do debate político nacional. Mas tem coisa, como essa do jornalista William Waack, que são tristes.

    “Mas os atuais comandantes constatam hoje, consternados, que a investigação passou por cima da instituição, que não foi capaz de matar na raiz o bolsonarismo em suas fileiras. Que generais de quatro estrelas foram humilhados na operação da PF, sem que a instituição possa reagir. E nem deve”, escreveu no Estadão.

    Ora, esse tipo de jornalismo cansa: “a investigação passou por cima da instituição, que não foi capaz de matar na raiz o bolsonarismo em suas fileiras”. Matar o bolsonarismo em suas fileiras? Que democracia está sendo defendida pelo articulista?

    Esses movimentos populares legítimos são a essência da democracia. São do jogo democrático, inclusive, sem os quais não há democracia, como janismo, brizolismo, petismo etc. e, principalmente lulismo, nascidos de processos sociais e políticos numa democracia. Essa cantiga falsa em defesa da democracia, com “citações de perfumaria”, como matar bolsonarismo e lulismo (não citado na matéria) “non ecziste”, royalties para o padre Quevedo e pelo recurso redacional muitas vezes usado em textos pelo editor de Tribuna da Internet.

    Para terminar: o parlamentar Aldo Rebelo foi Ministro da Defesa. Todos sabem de seu viés ideológico. O mundo caiu? Não, claro que não. Ele foi dos maiores nacionalistas que passou pelo ministério. Defensor intransigente da soberania nacional. Veio na esteira do lulismo. Ou não? Nessa lógica deveriam ter matado o lulismo?

  5. A realidade é uma só. Bolsonarismo não existe, o que sempre existiu é a extrema direita e os contrários devem bater palmas para o ‘tosco’ pois ele fez um enorme estrago no conservadorismo.
    PS: Nós somos tão protegidos pelos ‘céus’, que sempre aparece uma ‘anta’ ou um ‘tosco’ para estragar qualquer plano.

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