Vera Rosa
Estadão
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quis mandar mais um recado de insatisfação ao Palácio do Planalto quando disse a líderes da Casa que pretende destravar cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs).
Na prática, porém, a intenção de Lira é expor a fragilidade do governo e mostrar que a articulação política do Planalto, conduzida pelo ministro Alexandre Padilha, precisa “cumprir acordos”, se quiser ter votos no plenário.
COM MORAES – Lira se reuniu nesta quarta-feira, 17, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Depois, ele esteve no Senado para participar da entrega do anteprojeto de reforma do Código Civil ao presidente do Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O Estadão apurou que Lira disse a Moraes não ter intenção de estimular confronto com o Supremo nem de criar uma CPI para investigar abuso de autoridade e atos de censura de ministros da Corte e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como propõe a oposição. Moraes preside o TSE.
Em conversa com líderes da Câmara, no entanto, Lira desabafou e reclamou até mesmo da equipe econômica pelo atraso no envio dos projetos de lei complementar da reforma tributária. “Vocês acham que sou eu que tenho de organizar a base?”, perguntou o presidente da Câmara.
MAIS EMENDAS – O governo entendeu o sinal e já começou a liberar uma nova leva de emendas parlamentares. Da semana passada para cá, por exemplo, o Ministério da Saúde autorizou o pagamento R$ 4,8 bilhões em emendas. Deste total, R$ 2,5 bilhões saíram nesta quarta-feira, 17. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, está na mira do Centrão, que é comandado por Lira.
Aliados do presidente Lula da Silva disseram ao Estadão que essas crises com Lira são “sazonais”. E ninguém acredita que cinco CPIs vão funcionar simultaneamente na Câmara, em um ano eleitoral.
Após o recesso de julho, há uma espécie de “recesso branco”. Nesse período, deputados e senadores fazem algumas semanas de “esforço concentrado” para votações e, depois, partem para a campanha. As eleições para prefeituras e Câmaras Municipais estão marcadas para outubro.
PADILHA NA MIRA – O alvo de Lira é o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem ele chamou de “incompetente” e “desafeto pessoal”, na semana passada. Tudo piorou, no entanto, depois que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, demitiu o superintendente do Incra em Alagoas, Wilson Cesar Santos, que é primo de Lira.
A demissão ocorreu após pressão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e de outras cinco entidades, que não se entendiam com Santos. Os movimentos prometiam invadir novamente a superintendência do Incra em Alagoas, que chegou a ser ocupada no ano passado, neste mês do Abril Vermelho.
Lira quer mostrar força ao Planalto e fazer o sucessor na Câmara. O seu pré-candidato favorito é o deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil, mas a campanha dele enfrenta dificuldades. A eleição que vai renovar a cúpula do Congresso está marcada fevereiro de 2025.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É uma rotina que chega a ser cansativa. Cada vez que Lira se desentende com o governo, logo em seguida começam a ser liberadas as emendas parlamentares. Não se pode desprezar a força que Lira tem na Câmara. Realmente, ele sabe controlar a banda de música, digamos assim. Último detalhe: Lira vai continuar mandando no Incra. O Planalto já lhe pediu o nome do substituto do primo. (C.N.)
Podres poderes! Lira é um criminoso. Além de chantagista. Mais um oriundo das oligarquias atrasadas do serão nordestino. Manipula a miséria e enriquece os seus. Cretino e canalha. Pior é que o povo aceita e sequer entende o que está acontecendo. O debate é superficial. Só quando a inflação aparece é que o povo se toca.
Sr. Newton
Lirão vai ser o Novo Meu Malvado Favorito..
Dá-lhe, Coroné…, manda brasa nessa cambada de vagabundos comunas…
Senhor PEREZ , o deputado federal – Al Arthur Lira deve ser um caso único no mundo , onde até hoje ele concorreu/concorre a cargos eletivos com um único” mandato de segurança ” , que nunca é julgado e foi transformado em perpétuo e em salvo conduto á impunidade .