Governo libera R$ 2,4 bilhões para atender senadores e deputados

Charge do Jorge Braga (opopular.com.br)

Pedro do Coutto

O presidente Lula enfrenta pressões parlamentares que têm interesse nas elevações dos gastos atingindo assim o planejamento traçado pelo governo. É claro que os deputados e senadores estão forçando a liberação de recursos de acordo com as00 obras que pretendem realizar para benefício próprio e de seus apadrinhados, sobretudo em ano de eleições.

Nesta semana, o governo Lula autorizou os repasses de emendas parlamentares que totalizam R$ 2,4 bilhões. Os pagamentos atendem principalmente a pedidos feitos por senadores e deputados federais mais próximos ao governo. Entre os beneficiados está o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que recebeu R$ 24 milhões do valor das emendas. O presidente da Câmara, Arthur Lira, que recentemente fez críticas ao ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, não recebeu emendas até o momento.

RECORDE – O valor liberado pelo governo federal é o recorde do ano e chegará diante de votações importantes que passarão pelo Congresso. Entre elas, a votação no Senado do dispositivo já aprovado na Câmara que antecipa a expansão do limite de gastos de 2024, dando uma despesa extra calculada em R$ 15,7 bilhões. A votação dos vetos presidenciais também estará marcada para as próximas sessões.

As emendas parlamentares são garantidas para todos os deputados federais e senadores, mas costumam ser utilizadas como moeda de troca entre o governo e o Legislativo. Cada deputado tem direito a R$ 37,9 milhões anualmente e cada senador tem direito a R$ 69,6 milhões que devem ser investidos em seus estados.

SOLUÇÃO – Tenho a impressão de que o problema é de solução trabalhosa, mas não impossível. É importante considerar que é preciso reduzir os gastos dos parlamentares com as emendas e ajustá-las aos programas que estão na própria pauta governamental. O que não pode haver é uma rebelião de deputados e senadores em função do déficit zero que o governo quer alcançar.

Os obstáculos devem ser transpostos, mas a repercussão na opinião pública é grande. A responsabilidade do governo é maior ainda. Afinal, se abandonar o teto de gastos a inflação poderá voltar a ultrapassar as metas pré-estabelecidas. Enfim, governar é articular os interesses e conduzi-los para um patamar capaz de torná-los viáveis sem a abertura de gastos extraordinários.

7 thoughts on “Governo libera R$ 2,4 bilhões para atender senadores e deputados

  1. Diante desse visível “Inferno de Dante”, acaso sobrarão rarefeitas migalhas para os irresponsavelmente negados reajustes de servidores, fazendo CANALHA e INSENSIVELMENTE o tempo ir terrorista e sabotadamente decorrendo!

  2. O mestre Pedro do Couto, nos dando mais uma lição.
    Todos os governos enfrentam essa sinuca de bico na relação com o Congresso.
    Os Parlamentares estão com o apetite gigantesco por gastos com emendas, que atendam suas bases eleitorais, principalmente em ano eleitoral e o governo tentando adequar os gastos na busca do equilíbrio fiscal e consequentemente, manter a inflação sob controle. Não é tarefa fácil.
    A arrecadação de impostos ainda está muito tímida e os investimentos externos não vieram no ritmo que o ministro Fernando Haddad esperava. O investidor está receoso com o clima de polarização exacerbada, que pode afetar o retorno de seus investimentos.
    O Congresso não quer saber de nada disso, porque os interesses eleitorais dos parlamentares vêm sempre em primeiro lugar, que se dane a Pátria, que citam apenas para discurso falso para a galera. O Poder, está na frente de tudo e a vida seguindo seu rumo.

  3. Senhor Roberto Nascimento , mas o então presidente Itamar Franco , os enquadrou e como vingança, os lideres á época do PMDB , negaram- lhes legenda , e o exilaram numa embaixada em Portugal , por ser honesto demais , para o padrão dos políticos Brasileiros da época , imaginem agora , o que não fariam com Itamar Franco hoje , com toda certeza iriam trucida-lo , sem dó e nem piedade , por ser honesto .

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *