Lula exige seus R$ 29 bilhões e, se não aparecerem, cai a desoneração da folha

Charge do JCaesar | VEJA

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Carlos Alberto Sardenberg
O Globo

Então ficamos assim: os empresários e o Congresso que se virem para arrumar R$ 29 bilhões de receita extra para o governo federal. Esse foi o recado do presidente Lula, dado na última quinta-feira. É tipo ameaça: se não aparecer esse dinheiro novo, cai a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. “Que era o que eu queria” — completou Lula.

O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco, acolheu. Disse que procurará a receita extra. Mas há incertezas na praça.

MUITAS DÚVIDAS – Os empresários daqueles 17 setores — que não recolhem 20% da folha de salários para a Previdência — não sabem até quando contarão com o benefício, que reduz o custo de contratação de mão de obra.

No setor produtivo, sobra risco: onde e como o Congresso pretende recolher aquele dinheiro? Segundo Pacheco, haverá aumento de arrecadação sem a cobrança de novos impostos. Mesmo assim, serão R$ 29 bilhões que sairão dos negócios das empresas para o caixa do governo federal. Que gastará tudo.

Onde o dinheiro seria mais eficientemente utilizado? Muitas empresas fazem maus negócios. Mas o setor privado gera, sim, emprego e renda. O governo é exemplo de mau gastador. Não é possível que a receita aumente tanto sem o proporcional ganho nos serviços prestados pelo governo federal.

DUAS HISTÓRIAS – Há aqui duas histórias em paralelo. A primeira, mais imediata, começa com uma MP do governo, bolada pelo ministro Fernando Haddad, que cancelou a desoneração da folha. Por esse sistema, a empresa, em vez de pagar 20% sobre os salários, recolhia um imposto, menor, sobre o faturamento.

O benefício estava em vigor desde 2011, promoção da dupla Dilma Rousseff, presidente, e Guido Mantega, então ministro da Fazenda. Eis o PT de Haddad/Lula desfazendo a lei dos companheiros.

O Congresso derrubou a medida, manteve a desoneração e ainda estendeu o benefício a municípios menores. Lula vetou. O Congresso derrubou o veto. O caso foi parar no Supremo. Em vez de decidir, o STF mandou a bola de volta ao governo e ao Congresso: que encontrassem, em conjunto, um meio de compensar a receita perdida com a desoneração.

MAIS UMA MP – O ministro Haddad propôs — e o presidente Lula assinou — uma nova MP, sem negociação. Essa medida reduzia ou eliminava a possibilidade de empresas usarem o crédito obtido com o pagamento de PIS/Cofins.

Atingiu em cheio diversos setores produtivos, que perderiam R$ 29 bilhões, o tanto que Haddad calculava receber. Protestos generalizados, Rodrigo Pacheco, sensibilizado, digamos assim, devolveu a MP, tornada sem efeito.

Mas para além dessa história inacabada, há outra, de fundo: o equívoco de origem do arcabouço fiscal. O programa foi lançado com um objetivo básico: garantir a expansão de despesas do governo federal. Promessa de Lula: o Estado gastará para fazer a economia andar. Segundo o presidente, é investimento. Pouco importa, o dinheiro é o mesmo e sai do mesmo caixa. Ora, onde arranjá-lo? Tomando mais impostos.

COBRANDO DOS RICOS? – No começo, o ministro dizia que se tratava de cobrar imposto que os ricos não pagavam.

O Congresso aprovou algumas medidas, mas a conta não fechou. Aí começaram a pescar o dinheiro no consumidor — impostos sobre combustíveis — e nos setores produtivos.

Contando dois anos, seria uma derrama, algo perto de 2% do PIB (R$ 200 bilhões) saindo do setor privado para financiar os gastos do governo.

Passou uma medida, passou outra, mas a coisa encrencou quando chegou às MPs da desoneração e do PIS/Cofins. Caiu a ficha.

ENDIVIDAMENTO – O déficit zero, supostamente objetivo do governo, só se alcança com forte aumento de carga tributária. Carga já elevada que passa por uma reforma. Não vai dar. O clima azedou. Dólar para cima, Bolsa para baixo. Não é má vontade do mercado. É a compreensão de que o país não crescerá assim.

O forte aumento de despesa será pago com endividamento. Dívida pública elevada puxa juros para cima. Custos mais altos para empresas batem na inflação.

Por isso Haddad e Simone Tebet começaram a falar em segurar a despesa. Até aqui, sem combinar com Lula, que continua cobrando os R$ 29 bi.

7 thoughts on “Lula exige seus R$ 29 bilhões e, se não aparecerem, cai a desoneração da folha

  1. Sr. Newton

    Encontrei 16,5 bilhões para o Ladrão…

    È só cortar esse valor dos pseudos artistas vagabundos maledetos que sobra dinheiro..

    Agora faltam 12,5 bilhões para o Ladrão…

    Já é um bom começo

    Alõ Dona Tablet, achei o dinheiro…!!!

  2. A ignorância e a arrogância do Stalinácio não tem limites, a teoria econômica funciona sim na prática, de nada adianta condenar a teoria se ela funciona. O presidente demente entrou no “módulo” negação, é do meu jeito e não aceito ideia contrária. Então vamos ter tudo aquilo que não queremos ter, desemprego associado a queda na arrecadação e a volta da inflação, agora menos bem menos branda, para ferrar com as nossas despesas.

  3. Amigão,

    Cá estou.., é a correria do dia a dia…

    Vamos por parte, como fazia o Jack Estripador.

    Primeiramente, valeu pela intervenção e a consideração no post

    Não existe uma página avulsa no Blog para colocar as matérias de informação, por isso que faço com os artigos na tela., para o Editor- Chefe analisar a noticia..

    O Editor-Chefe tem todo o direito de delatar as matérias, que não são úteis, não vejo problema nisso., afinal é ele o jornalista.

    Não é a primeira vez que isso acontece, eles ficam babando de raiva” com minhas postagens., principalmente aquelas que atingem o alvo..

    Já vi vários me atacando, um deles fazia trocadilho com meu nome para me atacar, e não foi uma ou duas vezes, foram várias, não respondia para não afetar o andamento do Blog.

    Mas, ele foi mexer com o Editor-Chefe, falou demais, e levou um pontapé nos fundilhos, escorraçado do Blog., nem pela direita nem pela esquerda, foi um direto no traseiro flácido do comuna

    Amigão, sou macaco-velho nos Blogs da Net, já passei por vários deles, são mais de 20 anos teclando por várias Avenida da Rede, já estou com calos nos dedos das mãos… (eh!eh!eh!)…

    Estou aqui no Blog do Sr. Newton desde 2,009, mas antes disso entrava no Blog do Sr. Hélio Fernandes..que tinha o Sr. Newton como articulista (pergunte para ele sobre)

    Mais de uma década.

    No ano 2.000 , frequentava os Blogs do Uol, grupos de discussão, da Folha Sp, do Estadão, do IG, fora Blogs de Esportes ,quando ainda era fã do futebol..

    Estou aqui no Blog do Sr. Newton desde 2,009, mas antes disso estava no Blog do Sr. Hélio Fernandes..

    Mais de uma década.

    Esse mesmo pessoal já andava por lá, eram os MAVs.,

    Naquele tempo tinha somente o PT e o PSDB, então levava chumbo dos dois.

    como não havia regras então dava para mandar chumbo para os
    MAVs, tanto petralhas como tucanalhas.

    Já fui bloqueado, excluído, tive várias mensagens delatadas, também em Blogs de jornazistas bem famosos , que se dizem “democráticos” e defendem a democracia.,

    Quando é a favor deixam o texto, quando não é te censuram e excluem dos Blogs….

    Essa é a nossa “pseudo democracia”, tão cantada em verso e prosa……

    E vamos em frente…

    Mais uma vez, valeu pela consideração.

    Amigão, aquele abraço, e o Rio de Janeiro continua lindo…..

    E para terminar o dia, aquela música para nossos conterrâneos cariocas……

    Uma das maiores vozes do Brasil de quem sou fã…

    https://www.youtube.com/watch?v=ZKlA5TbjBKU

    Até a próxima, se o Ladrão não acabar com o Páis antes…..

    Sr. Armando, um belo currículo!!!
    Muito bom!
    Tremendo guerreiro!
    👏👏👏👏👏👏

    O vídeo é um dos mais lindo que já vi, música linda, voz inesquecível e a fotografia irretocável.
    Pena que o Rio de Janeiro não é mais assim.
    Agora é só violência em todos os bairros sem exceção.
    A topografia do Rio é invejável, mas muito mal aproveitada.
    Vou ser sincero, diante de tanta violência, nem reparo mais a paisagem, tô sempre atento aos ataques dos ladrões, é uma vida tensa e estressante.
    É uma pena…

    Te deixo um fraterno abraço, e vamos enfrente…
    José Luis

  4. Não existe dinheiro infinito, ele não quer entender isso.
    Não vou torcer para ele quebrar o país e cair do cavalo, estamos no mesmo barco e uma inflação galopante afetaria a todos.
    Alguém do time e da ideologia dele precisa dar um basta nesta aventura nefasta.

  5. Senhor James Pimenta , o dinheiro não acabou , mas sim estão sendo levados pelos ” larápios da republica ” , sem que ninguém ouse dar um basta nessa roubalheira do dinheiro público , sob as mais diferentes rubricas , dando um ar de legalidade , tal como a dívida pública que segue crescendo indefinidamente a fundo perdido , por não trazer nenhum beneficio ao Brasil e a seu povo , sem sofrer uma auditagem .

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