Pedro do Coutto
O presidente Lula se manifestou nesta terça-feira pela primeira vez sobre a eleição na Venezuela, após Nicolás Maduro ter sido reconduzido à Presidência em um processo contestado. “Não tem nada de grave, nada de assustador”, disse Lula. A declaração foi feita em entrevista à Rede Matogrossense, afiliada da TV Globo, e antecedeu a viagem do presidente aos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nesta quarta-feira.
Lula também comentou sobre a nota divulgada pelo PT,que considerou a eleição pacífica, democrática e soberana. Para Lula, o comunicado do partido, que foi criticado por petistas, é um “elogio ao povo venezuelano pelas eleições pacíficas”.
ERRO – Ao dizer que em sua opinião não encontrou nada de anormal na Venezuela, o presidente Lula cometeu um dos maiores erros de sua vida e também de sua visão internacional dos fatos.
Omitiu, por exemplo, os vários atingidos em consequência de protestos em Caracas, com mais de setecentas pessoas presas, multidões no meio das ruas exigindo a verdade das urnas. Como é possível o presidente da República ter dado essa declaração fora da realidade? O assessor especial para política externa do Palácio do Planalto, Celso Amorim, e o Itamaraty afirmaram que o Brasil aguarda a publicação do resultado oficial das eleições na Venezuela pelo Conselho Nacional Eleitoral.
PRAZO – Segundo o calendário eleitoral, o órgão sob o comando chavista tem até sexta-feira para fazer isso. Ao contrário do que declarou Lula, alegando normalidade nas eleições venezuelanas, o Itamaraty orientou a embaixadora brasileira no país a não ir ao evento de proclamação do resultado da vitória de Maduro.
Lula também prejudicou o seu diálogo com Joe Biden que tem a visão oposta. Vários países do continente estão reprovando o comportamento de Maduro. É uma situação incompreensível essa que se coloca, assim como a posição do PT a favor da vitória de Maduro. Lula aposta no caminho do absurdo nesse caso. Não há cabimento em suas declarações. Lula sai em socorro de Maduro comprometendo a si próprio.
Ah é! E qual das justiças? A da Venezuela ou a divina? Se for a Venezuelana, é bom comprar um sofá bem confortável para esperar, se for a divina, só na eternidade, e mesmo assim alguns não poderão ver, haja visto que estarão no inferno.
Poderia confessar anormalidade?
As eleições ocorreram normalmente, Lula está correto nisso, mas não o sistema eleitoral como um todo. Com impedimentos de candidaturas da oposição ou com excesso de exigências para pessoas votarem desde o exterior. Não houve a transparência necessária para corroborar a vitória de Maduro. O pós-eleição, com protestos que ocasionaram mortes
Assim, a posição do governo em aguardar a divulgação de atas auditáveis das urnas para reconhecer a vitória de Maduro (mesma de Biden, da UE, outros países e instituições) é a correta. E está demorando muito essa divulgação, tornando muito suspeita a declaração de vitória do CNE.
Ver o Pedro do Couto criticar Lula e Maduro, os chefetes do narcossocialismo sul-americano é um alento.
Caso não seja uma indignação seletiva, talvez ele consiga enxergar as semelhanças entre a fraude da eleição venezuelana, coordenada pelo Maduro e seus lacaios, e a das eleições brasileiras de 2022, coordenada pelo STF/TSE. Lá, para sorte da oposição, existe a impressão do voto e a contagem pública dos votos logo após o fechamento da urna. Lá, o CNE recusa-se a publicar as atas da contagem pública; aqui, como inexiste impressão do voto, o TSE recusou-se a publicar o código fonte dos programas do processo eleitoral. Lá, como aqui, os fraudadores estão perseguindo e prendendo e condenando quem contesta os resultados da eleição.
Apoiar Nicolas Maduro como fez o PT, sem nenhuma crítica de Lula, está sendo o maior tiro no pé, que o Partido dos Trabalhadores cometeu desde seu nascimento, no início da década de 80.
O velho caudilho trabalhista, no seu terceiro mandato, nesse apoio envergonhado, tentando explicar o inexplicável, sobre respeito a vontade popular ao mesmo tempo que exige a apresentação das atas de votação, que Maduro não quer apresentar, porque sabe que perdeu, coloca o Brasil e o governo Lula, distanciado das democracias do Cone
Sul.
Lula está entregando de bandeja, a liderança da região para a Argentina. O Brasil, um gigante, se apequenou, ficou menor, nanico no contexto das nações sul americanas, ao lado da Bolívia e de Cuba.
Como pode o PT ser contra golpistas no plano interno e apoiar um golpista externo? Incoerência total. Só podia sair da cabeça da deputada Gleise Hoffman, presidente do PT, travestida de esquerda por conveniência, pois se trata de uma conservadora do Paraná, manifestar apoio ao Ditador Maduro, que também não é de esquerda coisa nenhuma. Trata-se de um ditador, que comprou os militares, o Judiciário da Venezuela, empresários desonestos e prende a oposição, mata e prende manifestantes, com o único objetivo de permanecer no Poder para enriquecer a família e amigos.
Lula está entregando o governo para a oposição, dois anos antes das eleições presidenciais de 2026.
Nas próximas pesquisas, Lula vai ter uma surpresa, que ele não esperava, fruto das suas contradições, que não é de hoje. Cai a máscara do líder “esquerdista”.
Será, que não existe ninguém no governo, para aconselhar o presidente? Acho que não.
Janja não deveria viajar para a França. Tenho certeza, que Janja aconselharia Lula, a abrir uma distância regulamentar do ditador da Venezuela.
Lula deve ter ouvido Rui Costa e Celso Amorim. Levou bola nas costas e o Brasil viu a bola entrando nas redes. Gol contra.