Insegurança torna a população refém e apenas vem à tona em época de eleições

Problema se prolonga e é usado apenas como tema de promessas

Pedro do Coutto

Pesquisa nacional publicada na edição de ontem de O Globo revela que o problema da segurança pública é o maior e mais intenso das principais cidades do país. Todos querem realmente que o poder público enfrente a força da criminalidade que se projeta em todos os setores da atividade urbana. Estamos diante de uma situação em que sete das dez principais cidades têm o tema como urgência absoluta. A amostragem é significativa.

Reflexo de fenômenos que assolam as grandes cidades, o medo da população vem servindo de munição no debate eleitoral — e a segurança, área na qual os municípios têm limitações para atuar, “invade” as campanhas por meio de promessas e trocas de farpas. Seis a cada dez candidatos nas 26 capitais falam em aumentar o poder da Guarda Municipal, por exemplo.

PLANEJAMENTO – Mas esta não é a solução. A questão é a falta de planejamento e a efetiva atuação dos governantes. Também surgem propostas voltadas para a vigilância tecnológica, enquanto a iluminação pública passou a ser menos mencionada.

As cidades mais violentas do país, segundo os dados do Atlas da Violência, não são necessariamente as que estão dizendo agora, nas pesquisas eleitorais, que têm a segurança como maior preocupação. Isso se dá, avalia o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, por causa da ascensão nos grandes centros urbanos de problemas como as cracolândias, o medo de que o roubo de celular resulte em crimes financeiros e a disseminação do crime organizado.

CAPITAIS –  Os maiores percentuais de inquietação com a segurança nas capitais, acima dos 40%, estão no Rio (60%), Salvador (51%), Vitória (47%) e Fortaleza (45%). Entre elas, apenas o município capixaba não está entre os mais populosos do Brasil. Em São Paulo, maior cidade do país, 32% dos entrevistados colocam o tema no topo dos problemas. É no Centro paulistano, inclusive, que se forma a cracolândia mais conhecida, palco de diversas cenas de assaltos e incursões policiais nos últimos anos.

A questão é prioritária, e para ser tem uma ideia, um celular é roubado no país a cada 20 segundos. É uma situação alarmante que vai se agravando na medida em que nenhuma ação concreta é tomada. É preciso planejar com base na incidência dos fatos em todos os locais em que tais casos ocorrem com um sistema capaz de neutralizar a atividade dos ladrões.

Isso, além de outros fatos ainda mais graves, atinge as esferas públicas. A população está alarmada e clamando socorro. Mas, ao que tudo indica, por enquanto, o tema só volta à pauta quando acompanhado de promessas durante as campanhas eleitorais.

14 thoughts on “Insegurança torna a população refém e apenas vem à tona em época de eleições

  1. Pablo Marçal vai resolver! Foi a El Salvador e trará a “Solução Bukele”, para São Paulo e para o Brasil!
    PS. É o único remédio a ser urgentemente aplicado!

    • Maestro Marçal está em “Oto Patamá”, mestre!
      Assim como o ladrãozinho de joias também prometeu acabar com a bandidagem do país, mas os malditos comunistas não permitiram que seu plano fosse bem sucedido.

  2. Candidatos fazem promessas insanas e inviáveis. As desinformações, as soluções simplistas para problemas complexos, as mentiras brotam em profusão das bocas dos candidatos e, pior, iludem muita gente.

    Li um texto no site “theconversation” que ilustra bem a situação explorada pelos candidatos através da disseminação de fake news perniciosas, coisa que alguns defendem como “liberdade de expressão”. https://theconversation.com/analise-uma-sociedade-que-nao-valoriza-ciencia-e-presa-facil-para-desinformacao-e-autoritarismo-238037

      • El Salvador não se tornou uma ditadura? Aliás, comparar El Salvador, um país minúsculo, com área menor que qualquer estado do Brasil, assim como o número de habitantes.

        Para aumentar o efetivo das FA e polícias, foi realizado um aumento na dívida pública bastante grande.

        E a economia? A informalidade está em uns 70% da população economicamente ativa, o que é um grande problema

        “En el Gobierno de Bukele, la pobreza aumentó del 22.8% de los hogares en 2019 al 26.6% en 2022. En ese período alrededor de 200,000 personas cayeron en la pobreza extrema. No hay dados de 2023, pero la pobreza debe haber aumentado, porque el costo de la vida creció 6% (hasta noviembre) y los salarios y otras fuentes de ingresos de la población no mejoraron.
        ¿De qué sirve aumentar la deuda pública en $9,649 millones si al mismo tiempo crece la pobreza?”

  3. Investir em educação…O IDH próximo de 1,0 é o ideal… então vejamos: Suíça: 0,967; Noruega: 0;966; Islândia: 0,959; Hong Kong: 0,956… Brasil… v. google kkkkk

    • Pois é, as sumidades críticas das práticas governamentais que pululam nas redes, sempre debatem em torno dos problemas de segurança depois dos crimes cometidos, quer dizer, na repreensão, difícil achar quem discuta como evitar, quer dizer, a prevenção. Claro, para isso precisa-se de mais reflexão e neurónios, e não dá o IBOPE do “prende e arrebenta”

  4. Aqui é o país cuja polícia mais mata no planeta, temos a 4ª população carcerária da Terra (com quase 100% de lotação acima da capacidade máxima, o que torna nossas prisões um inferno). Achar que bandido aqui não é repreendido é ser incoerente.
    Só existe uma única solução pra falta de segurança: redução da desigualdade e da marginalização.
    O que podemos esperar de uma criança que nasce na favela, onde não existe Estado, onde a água, energia, TV e comércio é gerido pelo tráfico, não tem uma escola de qualidade (que é fechada ou aberta por ordem do tráfico), e cuja única referência que ela tem do Estado é um homem fardado que sobe lá para matar quem mora no mesmo lugar que ela?

  5. Aplicação da Lei Penal

    “A justiça aplica a pena ao réu de maneira inversamente proporcional à quanria que este tem no bolso, observando, antes, a que partido pertence ou a que ideologia segue”

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