Caio Junqueira
CNN
O general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, afirma que não deu ordem, não coordenou, não elaborou nem discutiu o plano golpista, não sabia dos detalhes e não aprovou nada. Enfaticamente, o general da reserva disse a interlocutores não ter tido qualquer papel no plano para executar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Ele disse, segundo apurou a CNN, que nunca houve em sua residência uma reunião no dia 12 de novembro, em Brasília, com oficiais de postos inferiores para tratar de assunto ilícito e que não há prova material de que ela tenha ocorrido.
NO MESMO PRÉDIO – Na conversa, relatou que o local era residência de vários militares do Ministério da Defesa e do governo, como os generais Luiz Eduardo Ramos e Paulo Sérgio Nogueira e que o prédio tem um local de convivência na cobertura, comportando reuniões sociais e particulares.
Segundo relatos obtidos pela CNN, Braga Netto chegou a sugerir uma acareação entre os investigados.
O ex-candidato a vice de Bolsonaro disse recentemente a militares da reserva não haver qualquer mensagem escrita ou falada dele para o general Mário Fernandes e que, tampouco, havia uma relação de subordinação entre eles.
PRINCIPAL ALVO – Mário Fernandes foi um dos presos nesta semana pela operação da PF. O general reformado foi secretário-executivo da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro (PL) e ex-assessor do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ).
É apontado como o responsável por imprimir o documento, intitulado “Planejamento – Punhal Verde e Amarelo”, nas dependências do Palácio do Planalto.
Segundo fontes ouvidas pela CNN, Braga Netto afirmou que não deu ordem, não coordenou, não elaborou, não discutiu o plano, não sabia dos detalhes de execução, não aprovou nada, até porque não tinha cargo no governo e muito menos atribuições para isso — ele era candidato a vice de Bolsonaro no período.
SEM LIGAÇÃO – Afirmou, ainda segundo apuração da CNN, que as mensagens trocadas diretamente entre o General Mário Fernandes e Mauro Cid que mostram que o general tratava dos assuntos sem interlocutores com o ajudante de ordens e com o próprio presidente.
Ressaltou que, pelo fato de ter ocupado cargo de ministro de Estado, tinha acesso direto ao presidente.
A leitura feita por ele foi a de que o episódio tem muitas lacunas e detalhes que precisam ser esclarecidos.
“PLANO OUSADO” – Braga Netto também relatou a pessoas próximas que, na época do episódio, as discussões públicas e privadas orbitavam na adoção de algum mecanismo constitucional, caso fosse constatada a irregularidade no processo eleitoral.
E complementou relatando que não seria coerente e plausível que àquela altura dos acontecimentos, um pequeno grupo de militares estivesse pensando em um plano tão ousado, arriscado e ilícito, já que ainda existiam soluções institucionais. Também teria questionado que, se o plano de execução foi discutido tão abertamente, pode ter havido omissão e prevaricação de quem possa ter tomado conhecimento dele.
Na leitura feita por Braga Netto a interlocutores, a PF tentou, com o plano de execução, criar uma ligação entre os fatos divulgados de discussão de uma minuta do golpe em meados de novembro com os incidentes na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Essa da acareação é ótimo. Deve ser aplaudida de pé. Com a acareação, logo se percebe quem é bandido e quem é polícia. (C.N.)
Quem tem “culpa no cartório’, no caso do golpe etc., e que ainda não foi preso, deve estar sofrendo uma espécie de ‘tortura chinesa’ com o supostamente ‘demorado’ inquérito de Moraes, que seria, no entanto, estrategicamente planejado e cronologicamente executado.
Mas, depois de Moraes prender general e coronéis, sem a menor cerimônia, como o capitão estaria se sentindo?
Acuados, com o descoberto e recém-exposto, dois de seus filhos acabaram se ‘acusando’, com declarações inomináveis e idiotas.
E Cid? De novo diante do mesmo dilema hoje: ou ‘entrega’ o capitão ou volta para a cadeia?
Verdade seja dita, Justiça seja feita. ACAREAÇÃO, na verdade, entre o passado que já morreu mas continua insepulto dando as cartas se jogando de mão e o novo que já nasceu mas que continua sendo impedido de se levantar e se estabelecer, é o melhor e mais eficaz que o Brasil tem a fazer, para se libertar das amarras do passado que o impede de evoluir para encontrar-se com a sua melhor versão possível, como propõe a Revolução Pacífica do Leão. http://www.tribunadainternet.com.br/2024/11/21/braga-netto-nega-participacao-no-golpe-e-ate-sugere-acareacao/#comments