Após trocar Lupi por outro suspeito, só falta Lula errar na devolução da grana

De deputado a ministro da Previdência, Wolney Queiroz tem 30 anos de atuação política - A Crítica de Campo Grande

Queiroz sabia da fraude no INSS, mas não fez nada…

Eliane Cantanhêde
Estadão

Mais uma decisão incompreensível do presidente Lula. Substituir Carlos Lupi por Wolney Queiroz no Ministério da Previdência foi automaticamente percebido pela opinião pública como trocar seis por meia dúzia. Lula se desgastou ao nomear Lupi, ao demorar a demiti-lo e, por fim, ao pôr no lugar justamente o braço direito dele.

E o que Lula ganhou em troca? Primeiro, o que já tinha: o apoio do PDT, que é satélite histórico do PT e não tem outra alternativa senão ficar com o governo. Depois, um escândalo de bom tamanho, na pior hora: o roubo de mais de R$ 6 bilhões do INSS. Lupi foi informado em 2023, Queiroz era o número 2 do ministério e soube junto com ele. Nenhum dos dois fez nada.

LULA DESGUARNECIDO – O escândalo está aí, é um fato, e os efeitos políticos podem ser mais ou menos devastadores para Lula dependendo da evolução das investigações, do surgimento de novos nomes e detalhes e da guerra de narrativas entre governo e bolsonarismo. O seis por meia dúzia não ajuda Lula nem um pouco.

Sua melhor defesa usada foi no pronunciamento da véspera do Primeiro de Maio, ao lembrar que os desvios do INSS vinham desde 2019 (Jair Bolsonaro era presidente) e que foi o seu governo, a sua Polícia Federal e a sua Controladoria-Geral da União que agiram e desbarataram a quadrilha. Apesar dos pesares, é um bom argumento.

Porém, se PF e CGU apuraram e atuaram firmemente, Lula não teve agilidade, ou força política, para entrar no vácuo, demitir rapidamente Lupi, convencer o PDT e nomear para a vaga alguém de boa estatura, fora da política, o mais distante possível do escândalo e capaz de emprestar seu nome e credibilidade às investigações e medidas. Não. Lula optou por um “companheiro” e por manter o PDT sob suas asas. Pensou pequeno.

QUEIROZ É SEMIPETISTA – Pernambucano, deputado federal por seis mandatos, Wolney Queiroz votou contra o impeachment de Dilma Rousseff, a reforma trabalhista e a da Previdência e foi líder da oposição a Bolsonaro na Câmara, que unia PDT, PT, PSOL, Rede e PCdoB.

Em 2022, ele defendeu a candidatura Lula contra a do pedetista Ciro Gomes. Ok, currículo muito conveniente a Lula e ao PT. Mas para a função? Para a opinião pública?

Só falta Lula errar na questão central: a devolução do dinheiro de aposentados e pensionistas, usado por criminosos para compra de carrões e ser enviado em malas para paraísos fiscais. O governo está preocupado com as contas, mas a dona Maria e o seu João, que trabalharam muito a vida toda e ganham pouco na velhice, não querem saber de política, contas e companheiragem, só querem seu dinheiro de volta e que isso nunca volte a ocorrer no INSS, aliás, em lugar nenhum.

8 thoughts on “Após trocar Lupi por outro suspeito, só falta Lula errar na devolução da grana

  1. Os trambiques vieram desde 2019 com Bolsonaro, está justificado o trambique atual, isso é um ótimo argumento.
    Os currados por Dom Curro, não merecem essa prosopopeia idiotizada.
    Dom Curro sabe escolher ladrões substitutos, é sua área.
    Os cretinos fundamentais encontram nisso sua catarse.
    Como poderia ter dito Vicente Limongi Neto, esse governo jogou as duas patas na cara dos velhinhos do INSS.

    • E o caso das taxas administrativas nos empréstimos consignados?
      Paulo Bernardo…Gleise Hoffman …esquecidos!
      Sempre os velhinhos são surrupiados.

  2. “… o apoio do PDT, que é satélite histórico do PT …””

    Ah, Dona Eliana, não dá uma dessas ..

    A 4a. Série não perdoa….

    HA!HA!HA!HA!HA!HA!HA

    • Ah, Dona Eliana, a Senhora não conheceu a 4a. Série…

      ELEIÇÕES

      Pedetista afirma que seu partido está ‘livre de compromissos’ com o PT
      Brizola descarta sair como vice de Lula à Presidência

      WILSON TOSTA
      da Sucursal do Rio

      O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, disse ontem que seu partido se considera “livre de compromissos” em relação à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. Segundo Brizola, o PDT já descartou sua participação na chapa com o candidato a vice-presidente, o que selaria a aliança.
      A Folha apurou que Brizola pretende, ainda em janeiro, dar um ultimato ao PT para que se defina sobre o lançamento da candidatura de Lula, a coordenação da campanha e o programa de governo. Se os petistas não aceitarem ou tentarem adiar a decisão, as negociações serão encerradas.
      “A impressão é a de que o nosso gesto (de aceitar ser vice de Lula) não foi compreendido pelo PT”, disse Brizola, por telefone, de sua fazenda no Uruguai. “Por conseguinte, já consideramos um assunto ultrapassado: não pretendemos abrir essa discussão.”
      Brizola acusou o PT de ter cometido um “ato unilateral” ao lançar a candidatura de Lula sem consultar o PDT e contra a vontade do PSB e do PC do B. Mas disse que não descarta a possibilidade de ser candidato à Presidência da República, caso a aliança não vingue.
      “De braços cruzados é que não vamos ficar”, afirmou.
      Brizola defendeu a realização de um “último esforço” para unir as oposições, ainda em janeiro, mas ressaltou não descartar a aliança com o PT -mesmo se mostrando pessimista em relação à coligação.
      O lançamento de Lula sem uma conversa prévia com os pedetistas deixou a impressão de que os petistas querem apoio, não aliança. E as repetidas afirmações de Lula de que pode renunciar em favor de um “candidato de unidade” têm exasperado Brizola, que acha que elas denotam indecisão.
      O pedetista também se irritou por não ter tido resposta a sua pretensão de ser candidato a vice na chapa de Lula. Deixou claro a correligionários que depois de meio século de política e três mandatos de governador, acha constrangedor ter sido deixado falando sozinho pelo PT.
      A idéia de uma chapa Lula-Brizola começou a ser aventada em julho, quando os dois almoçaram no Rio. Na ocasião, em seu estilo de falar por metáforas, o pedetista disse que os “rebanhos” do PDT e do PT precisavam se unir, mas que, para que isso acontecesse, era necessário que os seus dois líderes se unissem numa chapa.
      Enquanto o PT hesitava, surgiu no PDT uma corrente favorável ao lançamento da candidatura de Brizola, integrada, entre outros, por Alceu Collares, Albuíno Azeredo, Nilo Batista e Noel de Carvalho. Esse grupo se fortaleceu com pesquisas que apontavam a diminuição da rejeição a Brizola no Rio e a possibilidade de haver segundo turno nas eleições para presidente caso seja maior o número de candidaturas.

      https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc070106.htm

      • ELEIÇÕES
        Partido quer segurar possível aliança enquanto tenta convencer diretório a apoiar os brizolistas no Rio
        PT vai aceitar Brizola como vice de Lula
        CARLOS EDUARDO ALVES
        da Reportagem Local

        A direção do PT vai comunicar ao PDT, nos próximos dias, que aceita a inclusão de Leonel Brizola como candidato a vice-presidente da República em eventual chapa a ser encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva.
        Trata-se de uma tentativa de evitar a saída prematura de Lula do páreo presidencial. Brizola se ofereceu para secundar Lula há quase dois meses, não entusiasmou os interlocutores, mas agora o sim à proposta é visto no PT como indispensável para dar sobrevida à possível candidatura de Lula.
        Ocorre que, com a evidente má vontade do PSB de cacifar novamente a corrida presidencial de Lula, o PT entende que uma aliança com o PDT é a última chance de manter viva a perspectiva de fugir de um palanque solitário em 98.
        Os caciques petistas acham que uma dobradinha Lula-Brizola não acrescentaria votos ao petista, além de, pior, permitir a soma de duas rejeições altas. Mas, ao aceitar a idéia do pedetista, o PT acha que amarra temporariamente Brizola, enquanto tenta dar o presente que o ex-governador fluminense realmente quer: o apoio a uma candidatura de seu partido ao governo do Rio.
        Lula está na Itália, participando de encontros sindicais e de conversações com a esquerda daquele país. Viajou na semana passada desanimado com a dificuldade de reunir outras legendas em torno de sua possível candidatura.
        O petista volta amanhã e, na próxima segunda-feira, viaja novamente, agora para a Alemanha. O objetivo é fugir das pressões dos que o querem candidato a qualquer custo.
        Lula, nas conversas com os amigos, não mostra ânimo em disputar nova eleição presidencial, mas sabe que dificilmente conseguirá fugir da tarefa. O risco é que uma recusa abriria nova página na interminável novela da divisão dos grupos petistas, pela falta de um substituto consensual.

        Cenários
        A dificuldade de montar um palanque não atordoou somente Lula. José Dirceu, presidente nacional do PT, também não esperava tantos obstáculos.
        Dirceu viajou para a Argentina e tinha volta prevista para ontem à noite. A partir de hoje, o dirigente vai examinar a maneira de tentar mudar a posição de diretórios do PT resistentes a alianças com outros partidos nas eleições para governos estaduais.
        Aloizio Mercadante, um dos vice-presidentes do partido, repetiu ontem a avaliação que Lula vem fazendo no PT. “O Lula só será candidato com alianças nacionais e estaduais”, declarou.
        A frase é endereçada a diretórios específicos. O PSB quer o apoio do PT no Amapá, no Pará, em Alagoas e em Pernambuco. As maiores resistências estão nos dois últimos Estados.
        Com o PDT, o nó é no Rio. Depois de tentar acalmar Brizola com o sim à sua dobradinha com Lula, a cúpula petista vai investir para reverter a tendência da maioria do diretório fluminense a favor de uma candidatura própria ao governo estadual.
        Não será fácil. Na última eleição municipal, Lula e Dirceu boicotaram a candidatura do petista Chico Alencar à prefeitura carioca para forçar a adesão ao pedetista Miro Teixeira.
        O desastre eleitoral de Miro e o bom desempenho de Alencar tornam mais difícil a tentativa de impor ao PT fluminense a submissão ao interesse de Lula.

        https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc211019.htm

  3. Acreditar que o dono da zona iria colocar uma alma pura para gerenciar o cabaret é muita, digamos assim, ” ingenuidade”. Não acham?

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