Thaísa Oliveira
Folha
O inquérito policial militar aberto para investigar os militares que deveriam ter protegido o Palácio do Planalto diante dos ataques golpistas de 8 de janeiro livrou as tropas de culpa e apontou “indícios de responsabilidade” da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, que integra a pasta do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). O relatório sigiloso, obtido pela Folha, foi finalizado em 2 de março e recebeu uma complementação no dia 14 daquele mês.
A apuração concluiu que, se houvesse tido planejamento “adequado” no início do governo do presidente Lula (PT), seria possível ter evitado a invasão do palácio ou minimizado os estragos.
MANTIDO NO CARGO – À época, a secretaria do GSI era chefiada pelo general Carlos Feitosa Rodrigues. Ele chegou ao cargo em 2021, na gestão do bolsonarista Augusto Heleno. Foi mantido no governo Lula pelo general Gonçalves Dias, ministro do GSI que pediu demissão em abril após a divulgação de imagens que colocaram em xeque a atuação do órgão durante o 8 de janeiro.
Como no caso de Feitosa, a situação se repetia no Departamento de Segurança Presidencial da secretaria. O diretor, coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, também havia sido nomeado por Heleno e mantido por Gonçalves Dias. Ele ficava diretamente abaixo de Feitosa na estrutura interna do gabinete.
O inquérito militar afirma que, no âmbito do GSI, “resta evidente” que “o planejamento, o acionamento e o emprego” de militares “no tocante às ações ligadas à manutenção da integridade física do Palácio do Planalto e adjacências” cabe à secretaria.
A QUEM CABIA? – O relatório destaca que, de acordo com o protocolo que define as ações do GSI e do CMP (Comando Militar do Planalto) na defesa do palácio (chamado de Plano de Operações Escudo), competia ao DSeg “acionar o deslocamento” da tropa de choque do Exército.
Também era obrigação da secretaria “buscar informações indispensáveis ao planejamento de ações preventivas” junto à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e aos órgãos da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal, o que não foi feito.
No dia 6 de janeiro, uma sexta-feira, o GSI previu situação de “normalidade” no final de semana. Como mostrou a Folha em abril, a Abin diz que o ex-ministro do GSI recebeu 11 alertas em seu WhatsApp do dia 6 de janeiro até o início dos ataques.
EFETIVO MENOR – A título de comparação, o inquérito policial militar constatou que o número de militares no dia 8 de janeiro era menor do que o de 31 de julho do ano passado, quando Jair Bolsonaro (PL) convocou manifestantes contra o STF.
Na ocasião, a segurança do Planalto havia sido reforçada por 110 militares —o equivalente a uma subunidade ou três pelotões. No dia 8 de janeiro, o Comando Militar do Planalto enviou apenas um pelotão (36 homens) por volta das 12h.
“Desta forma, é possível concluir que, sendo realizado um planejamento das ações de segurança adequado, com o acionamento de valor de tropa suficiente, a execução das ações de segurança por parte das tropas do CMP teria melhores condições de êxito”, diz.
PODERIA EVITAR – “Nesse sentido, a invasão ao Palácio do Planalto poderia ter sido evitada ou minimizado os danos patrimoniais sofridos”, completa.
O inquérito militar afirma que, devido à falta de planejamento, as tropas em campo não tinham condições de reagir à investida golpista. Por isso, diz que “não foram encontrados indícios de crime militar ou crime comum na atuação das tropas”.
“Devido a uma previsão de ‘normalidade’ por parte daquele órgão [Secretaria Presidencial] —que não se verificou na realidade—, o efetivo solicitado ao CMP e empregado foi abaixo do necessário diante do grande número de invasores e do comportamento agressivo dos mesmos.”
FALHA NO PLANEJAMENTO – “Noutro vértice, conclui-se que há indícios de responsabilidade da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial/Dseg quanto à invasão do Palácio do Planalto, considerando que houve falha no planejamento e na execução das ações”, aponta o inquérito militar.
Imagens do circuito interno de câmeras do Palácio do Planalto durante a invasão mostraram não só o baixo número de homens no local, mas também falta de comando. A entrada principal do prédio ficou desguarnecida por cerca de 45 minutos.
O inquérito foi aberto em 11 de janeiro para averiguar a atuação da tropa do Comando Militar do Planalto. A investigação foi conduzida pelo coronel Roberto Jullian da Silva Graça, hoje chefe do Estado-Maior do CMP.
FALHAS DO DF – O inquérito policial militar também levanta as falhas da Secretaria de Segurança Pública do Governo do Distrito Federal —embora a pasta não tenha sido foco da investigação nem apareça nas conclusões.
O documento ressalta que o GSI e o CMP não foram chamados para a reunião organizada pela Secretaria em 6 de janeiro, dois dias antes do ataque, nem “comunicados de suas decisões ou relatórios de inteligência”.
O inquérito afirma ainda que a PM-DF —de acordo com o próprio protocolo de ações— deveria ter impedido a chegada dos manifestantes até a praça dos Três Poderes, o que não ocorreu. Outro argumento usado na defesa dos militares é o de que “a única informação” enviada pela Polícia Militar foi a de que as manifestações teriam “animosidade baixa”, com “até duas mil pessoas”.
ATUAÇÃO DO EXÉRCITO – O relatório também minimiza a atuação do Exército no acampamento golpista montado em frente ao quartel-general, em Brasília.
O inquérito afirma que a área foi ocupada a partir de 30 de outubro “de forma intensa, porém pacífica” e que houve “redução gradual no número de manifestantes” a partir de 15 de novembro “em razão da postura restritiva” do Comando Militar do Planalto.
O documento também diz que, diferentemente da “postura restritiva” adotada pelo CMP, “o Governo do Distrito Federal autorizou que os manifestantes realizassem seu desembarque” no Setor Militar Urbano, onde fica o quartel.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, o Exército diz que a culpa institucional do vandalismo no 08 de janeiro cabe ao Gabinete de Segurança Institucional do governo Lula e à Secretaria de Segurança do governo Ibaneis. E agora, José? O que vai acontecer? Nada, rigorosamente nada. O “jus embromandi” entrará em ação e os culpados serão os suspeitos de sempre, como no filme “Casablanca”. (C.N.)
“Dendos”, em: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=pfbid035NES7RChYMG8McWqr2Wa5ao8Ax7VzB5UsyrXGQ1kj8rVDzayZNCxA5wCH1UVHqLel&id=100002475765956&mibextid=Nif5oz
Muitas narrativas vão descer pelo ralo, armaram uma casa de caboclo que não deu muito certo.
Aquele major dando água aos invasores é muito sugestivo.
Quem deu água aos invasores foi um major do GSI
O governo lula mal tinha uma semana, que vagabundos!
Minha campanha é Alckmin para ministro da Defesa já! Se tem alguém que sabe como ninguém sucatear e fazer um desmonte bom do Estado brasileiro é essa turma do PSDB, e é exatamente disso que as forças armadas precisam.
Pra qualquer pessoa com pelo menos 2 neurônios na cachola, é óbvio que o governo do narcotraficante Lula da Silva é o responsável direto pelo vandalismo do dia 8/01, numa armação combinada com os facinoras do $TF.
O governo Bolsonaro até o início de janeiro tinha o domínio dos órgãos de segurança do país.
Anderson Torres assume a Secretaria de Segurança Público do DF, em 2 de janeiro, esteve presente até o dia 6 de janeiro na Secretaria, data em que viajou para os EUA.
Ibaneis Rocha, era o governador do DF.
O GSI e a ABIN, estava sob o domínio bolsonarista. Em poucos dias o GDias não tinha como mudar toda a estrutura do GSI, mesmo que mudasse, não adiantaria, pois todo esquema para a invasão aos prédios dos Três Poderes já estava montado e em andamento. Até o mês de abril de 2023 Lula ainda estava substituindo funcionários do GSI e Abin.
A cúpula do Exército não tem culpa de haver acampamentos nas portas dos quartéis, em especial no Quartel General de Brasília, mas os comandantes dos quarteis, tem culpa em permitir esses acampamentos em área militar que serviu de base para a tentativa do golpe com os acampados pedindo intervenção do Exército contra democracia, isto é, implantar uma ditadura. Isso não era um movimento pacífico de pessoas do bem, como querem fazer crer.
Os dias 12 de dezembro, 24 de dezembro e 8 de janeiro, estavam dentro do projeto do golpe. Dia 8 de janeiro não foi um caso isolado, como querem insinuar. Fazia parte da tentativa do golpe.
Desculpa de aleijado, é a muleta!
Sem pestanejar foi um destrambelhado evento de falsa bandeira, tipo àquele ataque ataque de Lula ao Menino do Mep, na cadeia em 1981, segundo Cesar Benjamim em artigo na Folha.
Um ato de doentes mentais.