Carlos Newton
Há certas coisas interessantes sobre a mídia brasileira. Uma das mais curiosas é o temor que os veículos de jornalismo de informação e opinião demonstram em relação à Organização Globo. Ninguém publica matérias sobre ilegalidades cometidas por Roberto Marinho e seus três herdeiros. Nesse quadro, apenas a Tribuna da Imprensa de Helio Fernandes publicava notícias sobre os bastidores da Globo e as trapalhadas do pai e dos filhos, assinadas por Helio ou por mim.
Como agora o caro amigo H.F. está operando na outra esfera, fiquei sozinho nesse métier, sempre escrevendo com a maior exclusividade e tudo rigorosamente verdadeiro. Nossos artigos são transcritos em blogs, sites e portais de todo o país, com muita repercussão também nas redes sociais.
Esta semana, escrevi sobre uma grande novidade no Ministério das Couminações: a descoberta de falsificações documentais usadas por Marinho para se apossar da TV Paulista (Canal 5 de São Paulo), durante o regime militar.
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JOGO DOS SETE ERROS NAS FALSIFICAÇÃO DA GLOBO
Essas novas provas foram liberadas pelo Ministério das Comunicações e a Tribuna da Internet já recebeu algumas das cópias. Entre elas as três páginas de transferência de ações com as falsificações explícitas e juntadas ao último processo que aprovou a cessão delas para o Sr. Roberto Marinho. Vejam o jogo dos sete erros:
1 – Cópia do Termo de transferência de ações da Rádio Televisão Paulista, em 11 de fevereiro de 1977. Nessa data, a denominação da emissora já era TV Globo de São Paulo S/A (desde 1973);
2 – Na lateral do termo está anotado que o valor de cada ação era de Cr$ 1.000,00 e à mão está escrito Cr$ 1,00 (um cruzeiro);
3 – Os cedentes eram os quatro sócios, Oswaldo Ortiz Monteiro e outros parentes. O total de suas ações representava 52% do capital inicial da emissora. Sem assinatura de todos os quatro, não poderia haver cessão;
4 – Dois dos cedentes majoritários já tinham falecido em 1962 e 1964, Hernani Junqueira e Manoel Vicente, e não poderiam dar procuração antecipada para um terceiro, diretor da Globo, transferir para Roberto Marinho suas ações no distante 1977, falsidade que foi apontada pelo próprio MPF/SP em 2003 e pelo Instituto Del Picchia de Documentoscopia;
5 – Em todos os termos de transferência, mais de 400 páginas, um outro diretor assinou os documentos como procurador do dr. Roberto, sem juntada de procuração alguma;
6 – Na parte inferior de cada cartela aparece como representante da Rádio Televisão Paulista o mesmo desconhecido cidadão. Esqueceram que se tratava de transferência de cessão de ações da TV Globo de São Paulo S/A;
7 – O cedente transfere ao Cessionário, por venda, as ações indicadas no quadro acima…. Qual venda? E para cumprir a exigência da Portaria 163/65, sobre a regularização do quadro de acionistas, o próprio Roberto Marinho, sem saída, presidiu a Assembleia Geral Extraordinária de 30 de junho de 1976, que aprovou, ele mesmo aprovou, a transferência das ações dos 4 antigos acionistas majoritários para si.
FALSIFICAÇÕES GROTESCAS – Instado na Justiça a provar a regularização societária por longos 12 anos, Marinho mandou que fosse enviado às autoridades federais o pacote com mais de 400 páginas com os mesmos termos contraditórios e falsos, pois não havia as necessárias procurações. Mesmo assim, com tamanhas ilegalidades, o dono da Globo estava confiante em que o governo garantiria sua impunidade, e foi isso mesmo que aconteceu.
Foi com base nesses documentos falsos que Roberto Marinho obteve a edição da Portaria 430/77. E foi só depois disso que a armação e a simulação societária chamaram a atenção. Tudo foi um grande teatro, mas quem ousaria vaiar o principal ator, em pleno regime militar?
Como disse da tribuna do Congresso o então senador Roberto Requião, “não se precisava chegar a tanto, agindo-se ao arrepio da Lei Maior, dos estatutos da empresa, da própria lei das sociedades anônimas e das leis federais que regulavam o setor de telecomunicações“.
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P.S. – As pessoas perguntam: e agora, que está tudo revelado, o que pode acontecer à Organização Globo? Bem, por favor aguardem, porque será o assunto de amanhã. (C.N.)
Entonces, eis que
https://natelinha.uol.com.br/coluna-do-sandro/2024/09/11/grupo-negocia-retorno-da-tv-tupi-apos-44-anos-fora-do-ar-216581.php
TI = Tribuna Imprescindível…
Cada vez fica mais acertado aquele velho ditado de que “Atrás de cada grande fortuna, sempre há uma grande fraude”
Isso é a prova de que a velha imprensa não serve pra mais nada. No Brasil não há mais jornalismo.