“No Rancho Fundo” marca a genialidade de Ary Barroso e Lamartine Babo

A cantora Elisinha Coelho, a mãe de Goulart de Andrade

Elisa Coelho foi a primeira a gravar

Paulo Peres
Poemas & Canções

O radialista, músico e compositor mineiro Ary de Resende Barroso (1903-1964) e o advogado e compositor Lamartine de Azeredo Babo, na letra de “No Rancho Fundo”, falam das desilusões amorosas de um cantor humilde na cidade grande. O samba-canção “No Rancho Fundo” foi gravado por Elisa Coelho, em 1931, pela RCA Victor.

###
NO RANCHO FUNDO
Lamartine Babo e Ary Barroso

No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade contam coisas da cidade
No rancho fundo, de olhar triste e profundo
Um moreno conta as mágoas tendo os olhos rasos d’água
Pobre moreno, que de tarde no sereno
Espera a lua no terreiro tendo o cigarro por companheiro
Sem um aceno ele pega da viola
E a lua por esmola vem pro quintal deste moreno

No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria nem de noite nem de dia
Os arvoredos já não contam mais segredos
E a última palmeira já morreu na cordilheira
Os passarinhos internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza enche de trevas a natureza
Tudo por quê? Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno para uma casa de sapê

1 thoughts on ““No Rancho Fundo” marca a genialidade de Ary Barroso e Lamartine Babo

  1. A letra não está inteira.
    Eis a letra completa:

    Rancho Fundo
    Lamartine Babo

    No rancho fundo
    Bem prá lá do fim do mundo
    Onde a dor e a saudade
    Contam coisas da cidade…

    No rancho fundo
    De olhar triste e profundo
    Um moreno canta as “mágua”
    Tendo os olhos rasos d’água…

    Pobre moreno
    Que de noite no sereno
    Espera a lua no terreiro
    Tendo um cigarro
    Por companheiro…

    Sem um aceno
    Ele pega da viola
    E a lua por esmola
    Vem pro quintal
    Deste moreno…

    No rancho fundo
    Bem prá lá do fim do mundo
    Nunca mais houve alegria
    Nem de noite, nem de dia…

    Os arvoredos
    Já não contam
    Mais segredos
    E a última palmeira
    Ja morreu na cordilheira…

    Os passarinhos
    Internaram-se nos ninhos
    De tão triste esta tristeza
    Enche de trevas a natureza…

    Tudo por que
    Só por causa do moreno
    Que era grande, hoje é pequeno
    Para uma casa de sapê…

    Se Deus soubesse
    Da tristeza lá da serra
    Mandaria lá prá cima
    Todo o amor que há na terra…

    Porque o moreno
    Vive louco de saudade
    Só por causa do veneno
    Das mulheres da cidade…

    Ele que era
    O cantor da primavera
    E que fez do rancho fundo
    O céu melhor
    Que há no mundo…
    O sol queimando
    Se uma flor a desabrocha
    A montanha vai gelando
    Lembra o aroma
    Da cabrocha….
    BY Bhevandron

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *