Paulo Peres
Poemas & Canções
O jornalista e poeta carioca Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918), no soneto “Língua Portuguesa”, faz uma abordagem sobre o histórico da língua, tema já tratado por Camões.
LÍNGUA PORTUGUESA
Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Gosto muito desse soneto, às vezes cito alguma passagem.
Sempre gostei de literatura clássica, nossa e de alguns portugueses.
Ocasionalmente vou no Lima Barreto desintoxicar os neurônios lendo O Homem que Sabia Javanês ou O Triste fim de Policarpo Quaresma, faço mil ilações, hehehhe