No coração do povo, começa hoje a Folia de Reis, celebrando o Menino Jesus

Espetáculo de Folia de Reis será apresentado de graça em Catanduva | São José do Rio Preto e Araçatuba | G1

No interior, a Folia de Reis prossegue até 6 de janeiro

Carlos Newton


Os poetas cariocas Paulo Peres e Chico Pereira escreveram este poema em parceria, inspirados no Natal do folclore brasileiro, mas precisamente, na Folia de Reis, que se inicia na noite de 24 de dezembro e se estende até 6 de janeiro, com a Festa de Reis. O poema foi musicado por Amarildo Silva, do grupo Cambada Mineira.

FÉ E CANTORIA
Amarildo Silva, Paulo Peres e Chico Pereira

Somos três Reis à sua porta
Pedindo licença para entrar.
Nossa visita importa
O nascimento louvar
Do Mestre Menino-Deus
Através desta folia,
Dogmas cristãos meus,
Feitos de fé e cantoria

De longe escuto o teu tambor,
Uma luz forte anuncia o Salvador.
O estandarte vem na frente,
guiado, pela estrela do Oriente.
Mão calejada, pé-rachado
e a voz que sai esgoelada,
Rei Herodes se disfarça de palhaço.
Abro a porta, janela enfeitada
Uma oração singela é ofertada

O mestre, a farda, ladainha,
oração, chegada e despedida.
Baltazar, Belchior e Gaspar,
Reis da Folia.
Nossa casa é uma casa de alegria.

E gostaríamos de agradecer
Através desta folia
Aos santos Reis Magos
Por não deixarem esmorecer
A caminhada até Jesus
Pela fé no menino Jesus…

Nossa casa é uma casa de alegria,
Sempre aberta para esta folia.
Oração, fé e cantoria.

PSD é sucessor do PMDB à sombra do governo, seja qual for o governo

Quadro de governabilidade é muito favorável a Lula, avalia Gilberto Kassab  - JOTA

Kassab soube criar um partido “para chamar de seu”

Marcus André Melo
Folha

O PSD é o grande vencedor das eleições municipais, tendo eleito o maior número de prefeitos e vereadores. Mais importante é que este número é o melhor preditor das eleições para a Câmara em 2026, onde o partido já detém a quarta maior bancada. No Senado, o PSD possui a maior bancada. O PSD é o novo PMDB?

O velho PSD getulista e o novo PSD têm pouco em comum; mas o que têm em comum merece ser ressaltado, que é o peso do governo do dia em sua criação.

ORDEM DO GOVERNADOR – Em Minas Gerais, o estado em que veio a ser o esteio do partido, o processo é cristalino e vertical: o velho PSD foi criado por ordem do governador.

 “O processo adotado para a organização do eleitorado em facção foi o expediente clássico de fundar o ‘Partido do Governo’, no qual os altos funcionários ocupassem os postos de destaque”, diz Orlando de Carvalho em 1946, acrescentando:

O governador expediu uma mensagem aos prefeitos “ordenando-lhes que convidassem entre 5 a 10 pessoas de influência política no município para, em sua companhia, virem a Belo Horizonte tomar parte em uma reunião destinada a lançar as bases do PSD”.

MAIS AUTÔNOMO – O PSD de Gilberto Kassab foi menos vertical e mais autônomo. Dilma Rousseff cortejou Kassab e Kassab afirmou: “Estamos à disposição para ajudá-la. Queremos que seu governo dê certo. É importante para o Brasil”. Kassab protagonizara disputas ferozes para a prefeitura e Senado contra o PT.

Mas Dilma buscou reduzir sua dependência do PMDB e, por isso, incentivou a criação não só do PSD, mas também, depois, a recriação do PL, envolvendo o próprio Kassab —em 2006, o PL e o Prona haviam sido fundidos no PR, e a sigla PL atualmente surgiu da mudança de nome do PRB em 2019.

Kassab, então, é nomeado ministro de Dilma, afinal seu partido “não era de direita, nem de esquerda, nem tampouco de centro”.

CONTRA O PMDB – A criação de “um partido falso”, segundo Eduardo Cunha, tinha um propósito. “Foi contra a gente mesmo, contra o PMDB.” “Ela tinha a estrutura e não precisava implodi-la.

A leitura que foi feita quando veio aquela operação Tabajara, do Kassab, era que não podia dar certo. Kassab virou formador de partido.” O impeachment foi produto, entre outras coisas, desse movimento. Mas o partido deu certo.

Mais importante, “Kassab foi ajudado por todo mundo para fazer aquilo”. O principal aliado foi o TSE, que permitiu que um partido novo tivesse acesso ao fundo partidário proporcionalmente ao número de seus deputados mesmo tendo sido eleitos por outros partidos.

ENTENDIMENTO – A inovação anômala, que teve voto crítico a favor de Dias Toffoli, foi o entendimento de que o fundo não pertencia aos partidos, mas a seus membros. Executivo e TSE alinharam-se, portanto, para viabilizar o novo “partido do governo”.

Ao contrário do velho PSD, o novo se insere em quadro de intensa fragmentação partidária. Partidos congressualmente fortes e críticos para a governabilidade tipicamente não têm candidatos presidenciáveis.

O PMDB é paradigmático. O PSD agora, no entanto, tem candidatos viáveis que pode atrair para a sigla.

Mundo moderno está em pedaços e o mal-estar atinge muitos corações

O homem moderno vive sob a ilusão de que sabe o que quer,...Luiz Felipe Pondé
Folha

O mundo moderno está em pedaços. Um mal-estar atravessa muitos corações. São muitas as formas de interpretação desse mal-estar —para além, é claro, da clássica visão freudiana que não é nosso objeto aqui e para a qual nutro grande respeito.

Muitos entendem que esse mal-estar não existe e seja apenas a recorrente sensação humana de que alguma coisa esteja fora do lugar. O mundo carregaria a imperfeição em seu coração — visão trágica. A modernidade destruiu o passado e colocou o dinheiro no lugar de todos os valores — visão romântica. Concordo com ambas.

OPÇÃO BENEDITINA – Vejamos hoje uma outra análise desse mal-estar moderno. Tenho em mente o livro “A Opção Beneditina, Uma Estratégia para cristãos em uma nação pós-cristã”, de Rod Dreher, de 2017 —que conta com tradução em português.

A nação que consta no título são os Estados Unidos, já que o autor é um escritor cristão americano conservador— nascido metodista, convertido nos anos 1990 ao catolicismo, hoje integrante da igreja ortodoxa russa, que vive na Hungria, um laboratório de ideias conservadoras.

Sei que a palavra “cristão” e “conservador” deixam algumas pessoas com o cabelo em pé, prontas a jogar sua ignorância em cima de quem as usa com respeito. Deixemos a caravana de raivosos passar.

LIBERDADES INDIVIDUAIS – Pessoalmente, não partilho das visões absolutamente negativas de Dreher quanto às liberdades individuais construídas pela experiência liberal democrática. Nem partilho do seu conservadorismo cristão de costumes.

Além disso, não sou religioso, o que me afasta de grande parte de sua visão metafísica de mundo. O que julgo interessante em sua “opção beneditina” é sua crítica à modernidade e sua proposta de como viver em meio a ela.

Lendo o livro “Depois da Virtude”, lançado em 1981, do filósofo britânico Alasdair McIntyre, Dreher ficou impactado pelas observações finais em que o filósofo afirma que o mundo precisava de um novo são Bento.

SÃO BENTO – MacIntyre merece uma atenção especial, que pretendo dar em algum momento futuro. Aqui não irei além dessa referência acima porque ela é muito importante para entender o argumento de Dreher. Antes de tudo, quem foi são Bento? Bento de Núrsia (480-547) é considerado o pai do monaquismo ocidental.

Criador da ordem beneditina, são Bento redigiu uma regra monástica básica, não distante daquelas como a de Basílio Magno (329-379), da Capadócia, em que a vida do monge seria pautada pela oração, pelo estudo e pelo trabalho árduo.

ERA DAS TREVAS – O momento em que viveu são Bento é muito significativo tanto para MacIntyre quanto para Dreher. Vivendo durante o reino ostrogodo, Roma está em profunda decadência. O Império Romano ocidental em frangalhos, a era das trevas se iniciava, com o esfarelamento institucional da ordem romana na Europa.

A ideia de que vivemos num período semelhante à decadência do Império Romano é amplamente reconhecida no mundo intelectual. Como dirá o padre Cassiano, abade do mosteiro beneditino de Núrsia, visitado num dado momento por Dreher, “há que se preparar para o que está vindo”.

Fazendo clara analogia ao período caótico em que viveu Bento de Núrsia, o abade Cassiano se referia a dissolução da modernidade sob os escombros do caos gerado por sua própria decadência, liderada pela decadência dos Estados Unidos e da Europa ocidental, além do fim da ordem geopolítica construída no pós-Segunda Guerra.

EM RETROCESSO – Decadência política, moral, espiritual e violência econômica crescentes. MacIntyre afirma que, para enfrentar a desordem moral do mundo atual e o fracasso de qualquer forma de ética, para além da retórica fake e vazia sobre o tema, seria necessário dar um passo atrás, fazer um recuo e buscar criar formas locais de convivência no âmbito moral, político, social, porque o mundo tende à anarquia.

Apesar de não religioso no momento em que escreve esse livro, é essa a referência que o leva a falar de “um novo são Bento” necessário.

A opção beneditina é, basicamente, buscar se afastar, e afastar as crianças principalmente, da palhaçada perigosa em que a modernidade se transformou.

FORA DO MUNDO – Para Dreher, criando comunidades de famílias que queiram viver segundo o evangelho da forma mais autônoma possível com relação aos laços de dependência social e política do mundo ao redor.

Segundo MacIntyre, só em pequenas comunidades seria possível, talvez, enfrentar o caos moral e político, ainda que colorido e cantado em prosa e verso, que nos espera.

Em ambos, o reconhecimento do fracasso do projeto moderno. A resposta não é só recuar, mas se tornar, como um mosteiro beneditino, independe do mundo à sua volta

Com 45 mil mortos em Gaza, Natal exaspera a indignação na Palestina

Papa Francisco visita o presépio em que Jesus aparece embalado em um lenço palestino

No presépio do Vaticano, um lenço palestino embala Jesus

Jamil Chade
do UOL

Neste Natal de 2024, no Vaticano, o presépio montado trouxe inicialmente um menino Jesus embrulhado num lenço tradicional palestino. Um gesto de apoio à população de Gaza e de qualquer lugar do mundo que esteja sendo alvo de uma ocupação brutal. Dias depois, o lenço sumiu.

Num mundo fraturado, Gaza é o retrato de um colapso da humanidade. Um depoimento da derrota da diplomacia. E, ainda assim, o silêncio das potências e daqueles capazes de influenciar é revelador e reabre o debate sobre a cumplicidade diante de crimes atrozes.

SEM HESITAR – A própria Santa Sé sabe, hoje, as consequências de quando opta por hesitar. No dia de Natal de 1942, o papa Pio 12 usou sua tradicional alocução na rádio Vaticano para emitir seu único comentário público sobre o genocídio dos judeus por parte da Alemanha Nazista.

“Este voto (a favor de um mundo mais justo) a humanidade deve às centenas de milhares de pessoas que, sem culpa própria, às vezes apenas por razões de nacionalidade ou raça, se encontram destinadas à morte ou a uma aniquilação progressiva”, declarou Pio 12.

Não houve uma referência nem aos autores dos crimes e nem uma declaração contundente de defesa dos judeus. Mas a frase foi suficiente para reverberar pelos corredores da diplomacia mundial e, desde então, o Vaticano tem sido alvo de uma polêmica sem fim sobre seu papel durante a Segunda Guerra Mundial.

FOI OMISSO? – Pio 12 foi acusado de não ter feito o suficiente para denunciar crimes cometidos por cristãos. Há quem conteste essa versão. Alguns de seus confidentes mais próximos insistem que seu silêncio foi deliberado como estratégia para salvar vidas, principalmente a de judeus na Itália. Por décadas, a Santa Sé sustentava que não tinha informações para se pronunciar.

Mas uma carta encontrada recentemente ampliou o constrangimento e o debate. Nela, um padre jesuíta alemão alertava que 6 mil cidadãos judeus e poloneses eram assassinados diariamente nas câmaras de gás. O texto ainda cita Auschwitz.

A carta era datada de 14 de dezembro e era endereçada ao secretário pessoal do papa, Robert Leiber. Dez dias depois, Pio 12 faria a alocução de 45 minutos chamada “o Santo Natal e a humanidade sofredora”, na qual faz a alusão indireta ao massacre dos judeus.

ELE SABIA – Ou seja, o papa sabia de tudo. Ainda assim, ele nunca mais tocaria no tema de forma tão aberta ao longo de 19 anos de pontificado.

Ainda como cardeal Pacelli, ele havia sido o secretário de Estado do Vaticano no papado de Pio 11, que morreu às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Em 1933, Pio 11 assinou um acordo com a Alemanha, na esperança de proteger os católicos durante o regime de Adolf Hitler.

Mesmo assim, entre 1933 e 1939, Pacelli escreveu 55 denúncias ao Terceiro Reich. Pio 11 ainda publicou três encíclicas contra a onda totalitária que varria o mundo. Em 1937, a encíclica “Com Grande Ansiedade” era uma denúncia do nazismo, escrita em grande parte por Pacelli.

RAÇA HUMANA – Pio 11 havia iniciado os trabalhos para a publicação de uma encíclica que denunciaria a incompatibilidade entre o cristianismo e o racismo. O documento já tinha até nome: Humani Generis Unitas (A Unidade da Raça Humana).

Mas ele acabaria morrendo e seu sucessor, Pio 12, abortou o projeto ao assumir o Vaticano, em 1939. O motivo: não provocar Mussolini e Hitler.

Um ano depois de assumir o trono de Pedro, Pio 12 recebeu em seu gabinete o chefe da diplomacia nazista, Joachim von Ribbentrop. Naquele dia, o alemão se queixou da atitude do pontífice e o acusou de estar tomando o lado dos Aliados. Pio 12 respondeu lendo uma longa lista de crimes cometidos pelos nazistas.

FAZIA INFORMES – Pessoas fiéis ao papa garantem que, ao longo dos anos, ele repassou informações aos governos aliados sobre o que seus bispos e cardeais informavam sobre os territórios ocupados pelos nazistas.

Mas, entre os Aliados, as queixas eram de que ele não havia sido explícito em condenar Hitler. Alas importantes de historiadores e vaticanistas também sustentam que o silêncio do Vaticano — ou pelo menos sua hesitação — diante do Holocausto é uma das marcas mais complicadas na história recente do cristianismo.

Oitenta anos depois, o debate sobre o silêncio e a cumplicidade diante de crimes volta a atormentar as lideranças mundiais. Muitas delas não perderam a ocasião de estar na inauguração da nova Catedral de Notre-Dame. Mas, ao mesmo tempo, mantiveram um silêncio atroz diante da destruição de igrejas históricas no território palestino.

SILÊNCIO DO MUNDO – Esta omissão também foi denunciada pelo reverendo Munther Isaac, em Belém, o berço de Jesus. “O mundo não nos vê como iguais. Estamos atormentados pelo silêncio do mundo”, disse.

Para ele, Gaza é hoje o “compasso moral da humanidade”. E alertou: “Se nosso cristianismo não está escandalizado com o que ocorre, há algo de errado com nossos valores cristãos”.

O pastor diz que, diante dos impérios, “Deus não se manteve em silêncio e mandou seu filho para estar ao lado dos mais vulneráveis”. “Hoje, Jesus está em cada criança morta. Ele é a criança de Gaza. Jesus está sob os escombros. Ele renasceu sob ocupação, está com os refugiados”, disse o reverendo, que ainda tem uma pergunta ao Ocidente, diante do que ele denuncia como cumplicidade. “Nós, palestinos, vamos nos reconstruir, vamos nos reerguer. Mas e vocês?

É preciso lutar contra a lavagem cerebral que substituiu Cristo por Papai Noel

Menino de rua com seus presentes de natal. | ...Natal fica t… | Flickr

Menino de rua improvisando seus presentes de Natal

 

Carlos Newton

O advogado, jornalista, analista judiciário aposentado do Tribunal de Justiça (RJ), compositor, letrista e poeta carioca Paulo Roberto Peres inspirou-se no Natal para escrever estes três poemas, que eu adoro.

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PAPAI NOEL

A lavagem cerebral
Do governo mundial
Substitui no Natal
Cristo por Papai Noel.

Comanda inverso papel
De renas puxando trenó
Sobre a neve brasileira
Qual estórias da vovó.

Papai Noel na trincheira
Do capitalismo selvagem
Ilude com sua imagem
O cotidiano da criança.

Seja criança rica, seja criança pobre
Traz um sonho sempre nobre
Que Papai Noel não atenua
Quando é criança de rua.

Criança que dorme nos braços da lua,
Nos bancos das praças ou sob marquises
Com fome, com frio, do crime aprendizes,
Eivadas de medo, de drogas, de suicidas
Estatísticas nas elites esquecidas.

Crianças “crianças” nas brincadeiras,
Nas fantasias aventureiras
Do brinquedo improvisar
Esperando o Natal chegar.

O Papai Noel, como princípio,
Cujo enfeite sempre foi visto,
No lixo joguei.

Armei um humilde presépio
E na bênção de Jesus Cristo
O Natal festejarei!..

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PARABÉNS, JESUS CRISTO!

Parabéns, Jesus Cristo,
Hoje é o seu aniversário!
Estamos felizes,
Embora façamos do cotidiano
Um Natal de sua sabedoria,
Pois os seus dogmas
São a Lei maior deste Universo.

Todavia, neste dia, especialmente,
Queremos presenteá-lo
Através de orações,
De canções e de reflexões.

Mestre, faça sua festa
Em nossos corações,
Abençoe e ilumine esta noite,
Onde o vinho, o pão e a fé
Sejam uma dádiva
Aos famintos e injustiçados.

Sinto-me gratificado
Em fazer do seu aniversário
O maior acontecimento da História
E nele desejar a todos
Um Feliz Natal!

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POEMA DE NATAL

Amigo,
como é gratificante
saber que você existe
e temos os mesmos ideais,
mormente, no que concerne ao Natal,
dia este onde cada pessoa
seja ela religiosa ou não,
em qualquer lugar do mundo,
tem que parar, tem que pensar,
tem que se curvar pelo
menos um segundo e festejar
o nascimento de
Jesus Cristo,
pois haverá sempre
alguém desejando um
Feliz Natal
e não importa de que
maneira isto é feito,
importa sim
o seu significado
e a marca registrada
da presença eterna do
Messias
em cada Ser Humano!

Contas públicas estão na Vara de Falências e procura-se o responsável

Tribuna da Internet | Lula exige seus R$ 29 bilhões e, se não aparecerem, cai a desoneração da folha

Charge do JCaesar (Veja)

J.R. Guzzo
Estadão

Em tempos mais inocentes, o sujeito viajava para o mundo da lua à passeio. Ficava lá, distraído, sem se estressar com as dificuldades aqui de baixo e, em geral, sem dar prejuízo a ninguém. Infelizmente, não é mais bem assim no Brasil de hoje – ou nem um pouco assim.

Temos, agora, muita gente que viaja para o mundo da lua com más intenções. Em geral, são altas autoridades do Estado, e dizem coisas que só existem em suas cabeças. Mas não se trata do louco manso padrão do Viaduto do Chá. Fazem isso porque querem lhe vender um Rolex suíço fabricado junto ao Lago Azul de Ypacaray.

DISSE LULA – “Ninguém neste País tem mais responsabilidade fiscal do que eu”, disse Lula numa entrevista ao receber alta do hospital, onde foi operado para remover um hematoma no crânio. É como se tivesse anunciado que foi ele quem inventou o ovo frito.

As contas públicas do Brasil estão na porta da Vara de Falências. Os programas de “corte de gastos”, na vida real, só aumentam impostos. O governo roda em déficit há dezessete meses seguidos. Todas as estatais estão no prejuízo. O Correio se declara em situação de insolvência. Em matéria de irresponsabilidade-raiz, só mesmo Dilma consegue uma performance igual.

O presidente passou os dois anos do seu governo dizendo, sem parar, que equilíbrio nos gastos público é coisa de banqueiro-bilionário-safado-sabotador-da-faria-lima, e que ele jamais iria cortar verbas destinadas aos “pobres”.

NENHUM CORTE – Como nunca falou de nenhuma outra despesa que poderia ser cortada, a conclusão é que não haveria corte nenhum – e não houve corte nenhum.

“Gasto é vida”, disse Lula. “Investimento não é gasto”, repetiu – como se fosse possível investir sem tirar dinheiro de algum lugar. A defesa do equilíbrio foi excomungada por seu entorno político como “terrorismo fiscal”.

Se isso não é irresponsabilidade, então o que seria? Em um ano o dólar foi de R$ 4,90 para R$ 6,30, como legítima defesa contra a baderna fiscal, a inflação está roncando na casa dos 7% anuais e o assalto armado ao Tesouro Nacional entrou em transe – com o tráfico maciço de emendas no Congresso, bilhões em aumentos para o judiciário e a ladroagem sem qualquer risco de punição no resto da máquina.

BOLSO DO POBRE – A arrecadação de impostos, este ano, vai passar dos R$ 3,5 trilhões. Mas não se vê o “investimento”, e nem o dinheiro no bolso do “pobre”.

Lula diz que o “único problema da economia é o juro” – quando os juros altos, na verdade, são o único motivo pelo qual a inflação não disparou.

Mais: caminham rumo aos 15%, e agora quem defende essas taxas é o novo presidente que o próprio Lula nomeou para o Banco Central. O que a “Faria Lima” tem a ver com isso?

Daniel Silveira busca auxílio médico e Moraes manda prendê-lo

Silveira teve crise renal e demorou demais no hospital

Cézar Feitoza
Folha

A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (24) em Petrópolis (RJ) o ex-deputado federal Daniel Silveira, por descumprimento de medidas cautelares para sua liberdade condicional.

A prisão ocorreu por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Silveira será levado para Bangu 8, no Rio de Janeiro. O ex-deputado estava em liberdade desde sexta-feira (20).

FORA DE HORA – Na decisão, Moraes diz que no sábado (21) —primeiro dia de liberdade— Silveira desrespeitou as condições impostas em sua condicional e só chegou em casa às 2h10 da madrugada de domingo (22).

A defesa de Silveira justificou, em petição enviada ao Supremo, que o ex-deputado sentiu “fortes dores lombares” na noite de sábado e foi levado “com urgência ao hospital na cidade de Petrópolis (RJ), para exames médicos e medicação apropriada”.

Os advogados anexaram o prontuário médico de Silveira, que mostram que ele foi à “unidade [hospitalar] por conta de dor lombar com irradiação para flanco e refere histórico de insuficiência renal”.

DEMOROU DEMAIS – Alexandre de Moraes, porém, aponta incompatibilidade de horários. Silveira deixou o hospital à 0h34 de domingo e só chegou em casa 2h10.

“Patente a tentativa de justificar o injustificável, ou seja, o flagrante desrespeito as condições judiciais impostas. Não houve autorização judicial para o comparecimento ao hospital, sem qualquer demonstração de urgência”, diz Moraes.

O ministro ainda disse que Silveira “demonstrou, novamente, seu total desrespeito ao Poder Judiciário e à legislação brasileira, como fez por, ao menos, 227 vezes em que violou e descumpriu as medidas cautelares diversas da prisão durante toda a instrução processual penal”.

EXIGÊNCIAS -O ex-deputado tinha saído da prisão na última sexta-feira (20), após ter cumprido um terço da pena de 8 anos e 9 meses de prisão com “excelente conduta carcerária”.

O ministro impôs, porém, uma série de medidas cautelares. Ele precisava usar tornozeleira eletrônica, estava proibido de deixar o Rio de Janeiro e teria que ficar em casa das 22h às 6h, e nos fins de semana e feriados. Seguia proibido de usar redes sociais, de dar entrevistas e de frequentar clubes de tiro, bares, boates e casas de jogos. E não poderia frequentar cerimônias militares nem manter contato com investigados sobre a trama golpista.

Daniel Silveira teria de comprovar, em até 15 dias, qual será seu novo trabalho. Ele deveria se apresentar semanalmente ao juízo de execuções penais, para comprovar o “efetivo exercício de atividade laborativa lícita”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Se Moraes tivesse lido Charles Dickens e conhecesse seu famoso “Conto de Natal”, jamais mandaria prender Silveira nessas condições. Poderia ter considerado que o réu, inseguro, simplesmente ficara mais um tempo na sala de espera do hospital aguardando para conferir se não teria uma recaída. Quem sofre de problemas renais sabe o que isso significa. Moraes parece ser o personagem Scrooge, que só sabe conviver com o mal. Exigir autorização judicial para um réu doente buscar auxílio médico de madrugada, às vésperas de Natal, é o fim da picada. Que Deus tenha piedade de sua alma. (C.N.)

Maioria dos brasileiros teme mais a polícia do que confia nela, diz Datafolha

Protesto contra violência policial em SP, no último dia 5 

Pedro do Coutto

Uma pesquisa do Datafolha divulgada no domingo pela Folha de S.Paulo revelou que a população brasileira teme mais do que confia na polícia que, segundo o levantamento, causa mais medo do que confiança em 51% dos brasileiros com 16 anos ou mais.

Os que disseram confiar na polícia mais do que temê-la somam 46%. O Datafolha entrevistou, em 12 e 13 de dezembro, 2.002 pessoas de 16 anos ou mais em 113 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

PESQUISA ANTERIOR –  O resultado é parecido com o da pesquisa anterior, realizada em 2019, quando Jair Bolsonaro era presidente. Na ocasião, os que diziam temer mais do que confiar eram 51%, enquanto os que confiavam mais do que temiam eram 47%. Entre homens, o que temem a polícia são 56%, ante 45% entre mulheres. No âmbito racial, o temor da polícia é de 59% entre pretos e 45% entre brancos. Nesses segmentos, as margens de erro variam de 3 a 5 pontos percentuais, segundo o Datafolha.

É um fato grave, pois reflete um comportamento inadequado por parte dos policiais, consequência de fatos que se desenrolam seguidamente com a exposição de crimes praticados e excessos em muitos casos que fazem com que a população tenha medo de recorrer aos agentes de segurança. Muitos dos entrevistados relataram ter receio de fazer denúncias contra policiais diante da repercussão que isso pode ocasionar.

O resultado do levantamento acende um alerta para que os agentes de segurança mudem a sua forma de atuação, uma vez que a população não se sente segura em relação à forma de trabalho da polícia há muito tempo. A forma pelas quais as corporações têm atuado historicamente tem incomodado, uma vez que não se pauta, na prática, na segurança e no direito social para todos. O medo da polícia é um fenômeno cíclico, pois não se trata de uma situação que acontece agora. Em São Paulo, a situação está longe do controle, mas temos visto dados alarmantes ao longo da história do Brasil.

ENTRE GÊNEROS – A pesquisa do Datafolha aponta que o temor tem dado parecido entre gêneros (56% entre mulheres 52% entre homens). Há, no entanto, diferenças entre pretos (59%, ante 45% entre brancos) e entre eleitores de Lula e de Bolsonaro no segundo turno de 2022 (58% no caso do primeiro e 40% no do segundo). As margens de erro nesses segmentos variam de 3 a 5 cinco pontos percentuais.

Nas últimas semanas, o estado de São Paulo enfrenta uma crise na segurança pública com casos em sequência de violência policial. Em um deles, um soldado foi filmado jogando um homem em um córrego em Cidade Ademar, na Zona Sul da capital paulista. Em outro, um estudante de medicina foi morto com um tiro disparado por um PM dentro de um hotel na Vila Mariana, também na Zona Sul. Noutro episódio, um soldado, que estava de folga, matou um rapaz de 26 anos com 11 tiros no Jardim Prudência, na Zona Sul. Ele foi atingido ao tentar fugir com produtos de limpeza furtados de um mercado.

A falta de segurança em geral no país contribui para que parte da população se sinta compelida a apoiar discursos que acabam por apoiar a violência policial. Enfim, a sociedade está vivendo em estado de prontidão e medo com base numa parceria entre o crime e policiais.

Pensando bem, o maior problema do mundo talvez seja a religião

Crianças palestinas e judias conseguem se entender…

Carlos Newton

A vida é feita de tragédias. Como diz a oração católica “Salve Rainha”, o mundo é um vale de lágrimas, trazendo perdas sucessivas que precisamos lutar para superá-las e muitas vezes nem conseguimos. Quando há uma guerra como a provocada pelo Hamas e revidada por Israel, o mundo inteiro sofre, ao mesmo tempo.

O consequente genocídio torna-se assunto obrigatório e deveria levar as pessoas a raciocinar sobre o ocorrido, ao invés de seguirem trocando ódios em favor de israelenses ou palestinos.

É preciso lembrar que muitas guerras acontecem por motivos terrenos, disputas disso ou daquilo, mas essa desgraça permanente no Oriente Médio ocorre sempre em nome de Deus, o que a torna ainda mais grave e desnecessária.

MELHOR SER ATEU? – Sem a menor dúvida, seria melhor se todos fossemos ateus, como John Lennon imaginou, antes de receber aqueles tiros no meio da rua. Mas certamente os homens iriam encontrar outros motivos para fazer guerra e matar inimigos.

Sempre tive muitos amigos e colegas ateus. Eu mesmo era ateu, desde criança. Recusei-me a fazer a primeira comunhão, meus pais nem insistiram. Mas fui me modificando com o tempo e a convivência com a espiritualidade. Hoje sou cada vez menos ateu e tenho respeito por todas as religiões.

É evidente que o ateísmo não significa que a pessoa se torne menos caridosa, solidária e prestativa, muito pelo contrário. Da mesma forma, seguir uma religião, não importa qual, pode ser impositivo e até  se tornar fanatismo.

JUDEUS E ISLAMITAS – No caso da guerra eterna entre judeus e islamitas, o premier Netanyahu aproveitou a tragédia e formou um governo israelense destinado a administrar um matadouro de palestinos, sejamos francos, até porque o tenebroso premier não consegue fazer outra coisa.

É hora de um cessar-fogo definitivo, de devolução dos reféns que restam e de uma trégua negociada. Mas Netanyahu não tem a grandeza de líderes anteriores que procuravam a paz.  Aparentemente, seria impossível, mas Yasser Arafat e Ytizak Rabin não pensavam assim e quase chegaram lá.

A vingança não leva a nada, a não ser a uma violenta reação contrária. A ONU precisa enviar os boinas azuis para a ocupar a Faixa de Gaza e cessar as hostilidades. Mas quem se interessa?

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P.S. 1
Sei que é muito difícil acreditar em Deus, porque significa acreditar no improvável, no ilógico e no intangível, concordo. Minha mente racional me leva a descrer. Mas na vida é mais fácil seguir em frente quando se tem algum ponto de referência, porque nos momentos de muita dor, quando o coração está dilacerado, uma oração sempre ajuda, até para que possamos perdoar um ao outro, e sermos também perdoados.

P.S. 2Acredito que o maior problema do mundo talvez sejam as religiões, especialmente quando são excludentes e repelem casamentos com pessoas de outras igrejas. Aliás, as religiões mais radicais neste ponto são justamente a judaica e a islamita, que têm mesma origem e insistem em evitar casamentos com pessoas de outras crenças. Ainda não perceberam que o mundo somente terá paz quando todos forem iguais e estiverem miscigenados. O Brasil é hoje o país onde existe a maior miscigenação racial e religiosa. Mas o avanço do radicalismo dos pentecostais já significa um retrocesso. Tenham todos um Feliz Natal, pensen um pouco sobre isso. (C.N.)

Presente de Natal! Governo libera emendas e Dino veta de novo

Em qual dos dois você menos acredita?, #lula #papainoel

Em qual deles você acredita? (Jotape charges)

Daniel Weterman e André Shalders
Estadão

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou R$ 728,7 milhões em emendas de comissão, herdeiras do orçamento secreto, em apenas três dias. O Poder Executivo efetuou as liberações antes da decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, nesta segunda-feira, 23, determinou o bloqueio dos repasses por falta de transparência.

O dinheiro atende indicações de um grupo de 17 líderes partidários da Câmara, comandados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que apadrinharam um total de R$ 4,2 bilhões em emendas. O ofício das lideranças foi revelado pela revista Piauí e confirmado pelo Estadão.

COM RESPALDO – Novos documentos aos quais o Estadão teve acesso mostram que o dinheiro começou a ser liberado, com respaldo formal do Palácio do Planalto.

Os líderes apadrinharam todas as emendas de forma conjunta, sem mostrar individualmente o nome dos parlamentares atendidos. O Estado de Alagoas, reduto de Lira, é o maior beneficiado, com R$ 73,7 milhões em novas indicações.

De acordo com especialistas e ONGs que acompanham o processo no STF, as indicações ferem a decisão da Suprema Corte.

DIZ O PLANALTO – A Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo e pela coordenação das emendas parlamentares, afirmou que todo o processo de execução orçamentária está amparado na portaria interministerial do governo e no parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que orientaram as regras para a liberação dos recursos.

Além disso, a pasta declarou que a responsabilidade pelo cumprimento dessas determinações é dos ministérios que liberaram o dinheiro.

O Planalto também disse que o que não estiver em conformidade com a decisão do STF está sujeito a ação de órgãos controle internos, como a Controladoria-Geral da União (CGU).

NA ÚLTIMA HORA – Os empenhos, que autorizam o andamento de obras, projetos e o pagamento futuro para Estados e municípios, ocorreram de quarta-feira, 18, a sexta-feira, 20, enquanto o Congresso votava o pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), conforme documentos do Portal da Transparência e do Siga Brasil.

Só houve os votos necessários na Câmara e no Senado quando o governo prometeu pagar emendas para os parlamentares, incluindo que foram liberadas nesses três dias.

Nesta segunda-feira, 23, o ministro Flávio Dino deu nova decisão para suspender o pagamento das emendas. No despacho, o ministro diz que a “indicação coletiva” por meio do ofício contraria as decisões do STF sobre o tema até o momento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, o Planalto está remando numa direção de entendimento com o Congresso, mas o Supremo faz o possível e o impossível para evitar essa composição. Isso significa que o jogo está cada um por si na Praça dos Três Poderes, o que seria a política ideal na democracia, caso houvesse harmonia institucional e respeito às leis pelo Supremo. Como não há, reina a esculhambação. (C.N.)

Lula é aconselhado a descartar Alckmin como opção para Defesa

Ministro José Múcio vira alvo do fogo amigo do PT. Entenda - Folha PE

Múcio avisou que vai sair e está esperando o substituto

Andreza Matais
do UOL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido aconselhado a buscar fora do governo um nome para substituir o ministro José Múcio Monteiro no Ministério da Defesa.

Esses interlocutores avaliam que transferir o vice-presidente Geraldo Alckmin do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para a vaga, como cogitado, seria colocar seu vice numa posição de conflitos que o obrigará a intermediar constantemente com o próprio governo.

MÚCIO DE SAÍDA – De perfil conciliador, o ministro apresentou ao governo sua disposição em deixar a pasta no próximo ano, quando irá completar 77 anos. Argumentou que quer passar seus últimos anos de vida ativa junto com os netos e que, no cargo, não conseguiu tirar um dia de folga dada a quantidade de incêndios que apagou.

Desde que Lula assumiu o mandato, a relação do governo com os militares tem sido de crise. Por interferência da primeira-dama Janja da Silva, Lula recusou a presença dos militares na sua segurança, optando pela Polícia Federal. A queda de braço gerou desgastes.

O inquérito que investiga a tentativa de golpe no país também desgastou os militares. Coube a Múcio pregar sozinho que não se pode generalizar as Forças Armadas com a atuação de generais no plano golpista.

MEDIDAS DO PACOTE – No meio disso, o governo incluiu no pacote fiscal mudanças nas regras de aposentadoria dos militares. O Congresso deixou essa discussão para 2025. Nova crise.

Em vídeo institucional, a Marinha fez críticas indiretas ao pacote, ironizando que teriam privilégios. “Quer privilégios? Vem para a Marinha”, dizia a gravação, mostrando a dura rotina de treinamento dos militares.

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), jogou mais lenha na fogueira ao misturar a reação aos militares envolvidos no plano golpista. “Também é grave que o vídeo ofensivo seja divulgado quando um ex-comandante da Marinha é indiciado por participar do plano de golpe de Jair Bolsonaro”, postou ela nas redes sociais.

APAGANDO INCÊNDIOS – No governo desde a primeira hora, Múcio vem atuando como bombeiro desde antes de assumir o cargo. Foi o primeiro ministro a ser escolhido por Lula, ainda antes da posse, justamente para apaziguar o clima de rejeição nas Forças a um governo de esquerda.

Na ocasião, precisou buscar no então presidente Jair Bolsonaro (já derrotado nas urnas) apoio para ser recebido pelos comandantes e fazer a transição.

Mesmo assim, o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, se recusou a ir à posse do sucessor, e depois foi um dos alvos da PF em operação sobre a tentativa de golpe de Estado.

ACAMPAMENTOS – Também foi Múcio quem atuou para desmobilizar acampamentos nas portas dos quartéis que pediam intervenção militar para evitar a posse de Lula. Na época, disse que tinha amigos entre os acampados e pediu calma. Em conversas reservadas, afirmara que havia familiares de militares entre os acampados, o que tornava a situação delicada.

Além de Alckmin, outro nome sempre lembrado em Brasília para a vaga é o do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele deixa a vaga em fevereiro.

As especulações nesse sentido, contudo, geram desconfiança no grupo de Pacheco de que sejam uma tentativa de tirá-lo do caminho do Ministério da Justiça, uma vaga cobiçada pelo grupo Prerrogativas. Ricardo Lewandowski, atual ministro, é cotado para assumir uma vaga na embaixada de Portugal.

Trump diz que Musk não vai controlar a Presidência dos EUA

Donald Trump: notícias sobre o presidente eleito dos EUA | Folha

Trump defende a participação de Musk no seu governo

Deu na CNN
Reuters

O presidente eleito Donald Trump disse aos apoiadores neste domingo (22) que o dono do X, Elon Musk, não poderia ser presidente dos Estados Unidos, porque ele “não nasceu no país”.

“Mas não, ele não vai ser presidente, isso eu posso te dizer. E eu estou seguro, você sabe por quê? Ele não pode. Ele não nasceu neste país”, disse Trump.

SUL-AFRICANO – O empresário nasceu na África do Sul, naturalizou-se canadense e depois americano. Fundou várias empresas, como a Tesla, fabricante de carros elétricos, a SpaceX, que atua no segmento de viagens espaciais, e a Boring Company, de infraestrutura e construção.

A fala vem após adversários de Trump sugerirem que o bilionário estava “tomando o controle da presidência”. Musk e Trump derrubaram um acordo bipartidário nesta semana que previa a continuação do financiamento do governo, gerando uma confusão no Congresso americano e uma quase paralisação da máquina federal.

ORÇAMENTO – O Congresso, no entanto, aprovou a lei orçamentária no início do sábado (21) que evitou a paralisação do governo antes da agitada temporada de viagens de férias no país.

A versão final eliminou algumas disposições defendidas pelos democratas, que acusaram os republicanos de ceder à pressão de um bilionário não eleito que não tem experiência no governo.

Trump encarregou Musk, a pessoa mais rica do mundo, a liderar uma força-tarefa de corte de orçamento, mas ele não terá posição oficial em Washington.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Trump ironizou as críticas a Musk e reconheceu que ele entende de Orçamento público. O mundo vai ter de aturar dose dupla de Trump e Musk. Vai ser divertido e vou comprar pipocas. (C.N.)    

Política tosca e petismo ignaro ameaçam futuro da esquerda no país

A reação de Haddad diante da disparada do dólar | VEJA

Haddad não peitou Lula e instaurou-se o caos econômico

Vinicius Torres Freire
Folha

No último dia político do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros tentaram passar uma mão de tinta na parede rachada do crédito do governo. Lula foi o maior responsável pelo desastre financeiro de dezembro, que deixará sequelas na economia e no seu cacife político, fecho de um ano de erros horríveis.

Feito o estrago, sugeriu-se a Lula que elogiasse a autonomia do Banco Central e Gabriel Galípolo; que demonstrasse consciência da “necessidade de novas medidas [fiscais]”.

EMBROMAÇÃO – Fernando Haddad voltou a dizer que medidas virão, talvez em março, e que o pacote seria apenas parte de um processo de ajuste politicamente difícil, o que é verdade, mas não justifica o disparate de novembro.

Foi um reconhecimento do erro e das desgraças recentes, anunciado por Lula com soberba disfarçada por sorrisos amarelos, sabe-se lá se com consequências práticas.

Os problemas do ano foram decerto agravados por motivos que porta-vozes do mercadismo relegam a notas ao pé de página. Por exemplo, impactos da política econômica americana no Brasil, seca e a conspiração informal da elite contra a tributação justa e acerto maior das contas públicas.

TRAGÉDIA DE ERROS – Mas 2024 foi uma tragédia de erros do governo. Na louvação de Galípolo, Lula juntou Haddad, Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil).

Haddad, Galípolo e Tebet haviam aconselhado Lula a engordar o pacote de novembro e a deixar de lado a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000.

Com soberba provinciana, cálculo político míope, triste ignorância e festa no PT, Lula baixou um pacote magro e com essa isenção de IR para agradar à classe média que majoritariamente não vota no PT (nem votará, muitos preferindo um Marçal da vida).

FALSA SURPRESA – No último dia útil de 2023, o governo baixara medida provisória surpresa a fim de diminuir a perda de receita com a redução de impostos da folha de pagamento de empresas (“desoneração”) e com o Perse (para empresas de eventos, turismo e cultura, isenção criada na epidemia, malversada e prorrogada de modo malandro).

Um Congresso de direita, fulo pelo atropelamento político, e empresas derrubaram a MP. Em junho, a fim de tapar esse buraco, o governo tentou restringir o uso de créditos tributários por parte de empresas, o que causou revolta e praticamente enterrou o plano de alta de impostos de Lula 3.

Em abril deste 2024, estava claro que o governo não cumpriria metas de déficit, o que implicaria legalmente em limitação de gasto público no 2026 eleitoral. Por pressão do governo quase inteiro e do PT, com a graça de Lula, mudou-se a meta.

DESPENCANDO – As condições financeiras rolaram a ladeira. A taxa de juros de um ano saiu de 10% ao ano em março para 15% agora (em termos reais, de 6% para 10%); o dólar foi de R$ 5 para mais de R$ 6.

No final de 2022, o governo de transição aprovara enorme aumento de gasto, talvez acreditando que arrumaria receita mais tarde. Aprovou em 2023 um arcabouço fiscal que dependeria de contenção de gastos obrigatórios, vetada por Lula em 2024, para desgosto de Haddad.

O governo não tinha plano econômico (ou para quase nada), nem de esquerda: gasto para pobres, imposto sobre ricos, controle rígido de pressões inflacionárias. Em 2024, dinamitou o programa precário que havia. Cálculo político tosco e petismo ignaro ameaçam a ponte para o futuro da esquerda em 2026.

Vexame! Lobby dos juízes no Congresso manteve os supersalários

Tribuna da Internet | Justiça no Brasil, manipulada e dispendiosa, custa  três vezes mais que a média mundial

Charge do Kemp (humortadela.com.br)

Luísa Martins
CNN Brasil

Depois de um intenso lobby de juízes e procuradores contra o trecho do pacote fiscal que limitava os supersalários, o Congresso Nacional flexibilizou o texto original do governo e abriu margem para a manutenção de pagamentos fora do teto constitucional.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do governo previa que só poderiam extrapolar o teto verbas indenizatórias previstas em lei complementar. O Congresso alterou para lei ordinária, que exige menos quórum para ser aprovada, ou seja, “passa mais fácil”.

SEM MUDANÇA – Além disso, o Congresso estabeleceu que, enquanto essas novas leis não estão sancionadas, tudo fica como está — ou seja, não há nenhuma revogação dos supersalários pagos atualmente.

Desde o início de dezembro, integrantes da magistratura e do Ministério Público vinham intensificando suas articulações no Poder Legislativo, na tentativa de convencer os parlamentares a rejeitar qualquer restrição aos supersalários.

Como parte dessa estratégia, entidades representativas das categorias divulgaram notas públicas contra a PEC, ameaçando uma aposentadoria em massa de cerca de 40% dos seus quadros.

AMEAÇA SINISTRA – Conselhos que reúnem presidentes dos tribunais afirmavam que, nesse eventual cenário, haveria um congestionamento de processos no sistema de Justiça brasileiro, aumentando a lentidão.

Também apontavam que os gastos futuros do governo com previdência e com a abertura de novos concursos não compensariam os cortes da proposta – o que foi negado por interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O teto constitucional é equivalente ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje fixado em cerca de R$ 44 mil. Em tese, nenhum servidor público pode receber um valor mensal maior que esse.

TUDO ACERTADO – Na prática, porém, vários “penduricalhos” são pagos à parte, especialmente nos Estados.

Os gastos do Poder Judiciário, com auxílios e gratificações pagos além do teto, chegaram a R$ 4,4 bilhões em 2023, segundo relatório do Transparência Brasil.

De acordo com o documento, dos 13,2 mil juízes e desembargadores que foram objetos da pesquisa, quase 70% receberam entre R$ 100 mil e R$ 499 mil acima do limite constitucional.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não se pode dizer que isso seja ilegal ou configure corrupção, que também ocorre no Judiciário, apesar dos altíssimos salários. Mas é possível dizer, sem medo de errar, que isso é um escândalo, representando a desmoralização da categoria profissional que deveria estar protegendo os brasileiros, ao invés de insistir em explorá-los, impiedosamente. Por isso, há momentos em que tenho vergonha de ser brasileiro. (C.N.)

Golpe que une governo e Supremo é muito pior do que o bolsonarista

Lula Alexandre de Moraes

Lula e Moraes executam um golpe bem mais ameaçador

André Marsiglia
Poder360

O turbilhão nacional não para: prisões preventivas de generais para evitar atrapalhar investigações que já acabaram, ministros do STF que são vítimas e juízes do mesmo caso, redes sociais que são reguladas para, em seguida, o governo pedir exclusão de críticas a suas políticas públicas, a Justiça eleitoral criando mais políticos de direita inelegíveis do que formigas em doce de coco, pessoas com medo de falar, congressistas sem imunidade parlamentar.

Se há quem duvide ter sido tentado um golpe no país há dois anos, nenhuma dúvida há de que, neste momento, as autoridades do Estado empreendem contra seus adversários políticos um violento contragolpe, no qual o Direito foi cooptado como instrumento político de caça a adversários de quem está no poder.

É MUITO PIOR – Se golpe é ruim, contragolpe é pior. Caso tenha se desejado um golpe no governo passado, uma coisa é certa: não foi adiante.

Já o contragolpe atual do Estado está a pleno vapor, destruindo a institucionalidade do país: juiz se tornou rei, Suprema Corte se fez governo, governo virou aliado de rei, Congresso foi para o calabouço e o Direito e a Constituição se tornaram nada. 

Ao ensinar Constituição nas universidades, sinto-me constrangido, envergonhado, tanto quanto se eu fosse o guia de uma excursão de adultos pelos parques fictícios da Disney.

CONTRAGOLPE AMEAÇADOR – É preciso ser muito tolo, cego ou ingênuo para acreditar que o contragolpe do Estado vai assegurar a democracia, tornar viável a pacificação de que o país tanto precisa.

Teremos autoridades tão ingênuas a ponto de não enxergar que não haverá país se esquerda e direita não se aceitarem mutuamente, se juízes não voltarem a julgar, se governos não voltarem a se preocupar com governança?  Duvido muito.

Acredito mais que a esquerda tema que a direita seja a única capaz de viver de votos em um país pacificado. Afinal, a melhor proposta da esquerda hoje para se eleger é convencer as pessoas a ter medo da direita.

PACIFICAR É PRECISO – Se houver uma pacificação política do país, é claro que os juízes não terão chance de se de ser tão poderosos e influentes politicamente em um país acalmado.

A pacificação não interessa a quem exerce hoje o poder no país, por isso, o contragolpe do Estado é muito mais perverso. E, como está corroendo por dentro das entranhas das instituições, como está rasgando o direito e a Constituição, talvez seja o golpe mais perigoso, o golpe definitivo, o verdadeiro golpe, o golpe sem volta.

Ivan Lins e Celso Viáfora criaram um Papai Noel brasileiro, de camiseta

Música do Brasil: ♫Papai Noel de camiseta♫

Ilustração do Ivan Jerônimo (Arquivo Google)

O arranjador, cantor e compositor paulista Celso Viáfora, na letra de “Papai Noel de Camiseta”, soltou a imaginação para retratar uma realidade que para muita gente não existe. A música foi gravada por Ivan Lins no CD Um Novo Tempo, em 1999, pela Abril Music.

PAPAI NOEL DE CAMISETA
Ivan Lins e Celso Viáfora

Noel irá chegar de camiseta
metido num chinelo e de bermuda jeans
tocando agogô invés de uma sineta
cantando do xará o “Palpite Infeliz”
então, será Natal
A noite vai ser mais feliz

Estenderá uma toalha na sarjeta
em qualquer praça de subúrbio do País
trará cachaça, arroz, feijão, a malagueta
doce de leite, balas de goma e quindins
aí será Natal
A noite vai ser mais feliz

E surgirão blocos mirins
de suas camas de jornal
e drag queens
os reis magros do carnaval
de pé no chão
os solitários da paixão
um tamborim
alguém trará um violão
um bandolim
e a multidão vai sambar com a batida dos sinos

Ali no morro nascerá mais um menino
e, no primeiro sol, virão os bentevis
Num dia de Natal, a gente pode ser feliz

“Autonomia” que Lula oferece a Galípolo no BC é “submissão total”

Imagem colorida de presidente Lula gesticulando ao lado de Gabriel Galípolo - Metrópoles

Lula decidiu usar Galípolo para tentar acalmar o mercado

Mario Sabino
Metrópoles

Depois da semana em que o Banco Central se viu obrigado a torrar 7 bilhões de dólares para evitar que o real se tornasse moeda de brinquedo, o marqueteiro de Lula, Sidônio Palmeira, cotado para ser o novo ministro da Secom, teve uma ideia copiada de transmissões ao vivo de Jair Bolsonaro.

Ele colocou Lula ao lado de Gabriel Galípolo na biblioteca do Palácio do Alvorada, acompanhado de Fernando Haddad, Simone Tebet e Rui Costa, para que o presidente da República dissesse ao novo presidente do BC que não iria interferir no trabalho da autoridade monetária.

“Você será o mais importante presidente do Banco Central que o Brasil já teve, porque será o presidente com mais autonomia”, afirmou Lula, entre declarações de amor recentíssimo à responsabilidade fiscal.

MAIS OU MENOS – Assim como não existe mais ou menos virgindade, não existe mais ou menos autonomia de banqueiro central. Ou ele é autônomo ou ele não é. Como o presidente do Banco Central tem autonomia garantida por lei de 2021, Lula não faria mais do que a sua obrigação em respeitá-la.

O mercado se tranquilizou, parece, com a cena armada pelo marqueteiro de Lula, mas é aquela tranquilidade à base de ansiolítico. O que deveria existir é medida protetiva de distância mínima entre presidente da República e presidente do BC.

Com um Executivo irresponsável, um Congresso delinquente e um Judiciário voraz, foi Roberto Campos Neto quem segurou a inflação até aqui. Se não fosse ele a manter a taxa de juros alta, ao blindar os diretores do banco da gritaria presidencial para que pudessem cumprir a sua função, o governo já estaria pintando dinheiro para cobrir com mais inflação gastos totalmente fora de controle.

SEM CONTINUIDADE – Mas a fala de Lula não aponta para a continuidade do trabalho exemplar do ex-presidente do Banco Central.

“Quero que você saiba que está aqui por uma relação de confiança minha e de toda a equipe de governo (…) Porque eu tenho certeza que, pela tua qualidade profissional, tua experiência de vida e teu compromisso com o povo brasileiro, certamente você vai dar uma lição de como se governa o Banco Central com a verdadeira autonomia”, disse Lula.

A interpretação de texto básica é que o presidente da República espera que Gabriel Galípolo não seja um Roberto Campos Neto, a quem acusa injustamente de ser um sabotador bolsonarista. Que o seu garoto “dê uma lição como se governa o Banco Central com a verdadeira autonomia”.

SUBMISSÃO TOTAL – A “verdadeira autonomia” que Lula e o PT querem de Gabriel Galípolo é o seu contrário: a verdadeira submissão. Porque, afinal de contas, ele tem uma “relação de confiança” com o presidente da República e “compromisso com o povo brasileiro”.

Lula deu um recado a Gabriel Galípolo nas entrelinhas de significado oposto ao do enunciado: “Olha, companheiro, eu te pus aí porque conto com você para baixar na marra a taxa de juros, porque preciso ser reeleito e não quero mais ter de tocar nesse assunto em público”.

O novo presidente do BC ainda vai ter de provar se é leal ao país ou a Lula, e não haverá marqueteiro capaz de consertar o desastre se Gabriel Galípolo tiver mais lealdade ao seu criador.

Republicano diz que Musk age como “primeiro-ministro” dos EUA

Musk's millions for Trump make him biggest US political donor

Elon Musk está incomodando até o Partido Republicano

Fábio Galão
Gazeta do Povo

O deputado republicano Tony Gonzales, do Texas, disse que o empresário Elon Musk parece atuar como um “primeiro-ministro” dos Estados Unidos, após uma disputa sobre o orçamento federal na Câmara que quase paralisou o governo americano.

“Temos um presidente, temos um vice-presidente, temos um presidente da Câmara [Mike Johnson]. Parece que Elon Musk é o nosso primeiro-ministro”, disse Gonzales em entrevista ao programa Face the Nation, da emissora CBS, neste domingo (22).

VOZ DO POVO – Gonzalez disse que conversou com Musk durante a tumultuada semana na Câmara e que, embora o empresário não ocupe um cargo eletivo, a voz dele é “um reflexo da voz do povo”.

Na quarta-feira (18), quando estava prestes a ser votada na Câmara uma proposta de orçamento federal que precisava ser aprovada até sexta (20), sob risco de serviços do governo americano serem paralisados, Musk fez uma série de postagens no X contra o projeto, negociado por republicanos e democratas durante meses.

O presidente eleito, Donald Trump, apoiou Musk e o projeto foi retirado de pauta, o que gerou críticas dos democratas.

PLANOS B E C – Um orçamento “plano B”, este apoiado por Musk, foi a plenário na quinta-feira (19), mas foi rejeitado. Apenas dois democratas votaram a favor da proposta. Entretanto, também houve insatisfação entre os republicanos, já que 38 deputados do partido foram contra o projeto.

Por fim, na sexta-feira e na madrugada de sábado (21), de última hora, uma terceira proposta foi aprovada na Câmara e no Senado, evitando a paralisação governamental.

Musk ironizou, perguntando antes da votação se o projeto era “republicano ou democrata”.

TRUMP ELOGIA – Num evento conservador em Phoenix, no Arizona, neste domingo, Trump disse que Musk “fez um trabalho incrível” na questão do debate sobre o orçamento e negou que o empresário, que chefiará um departamento de eficiência governamental na gestão que começa em 20 de janeiro, terá tanto ou mais poder do que ele.

“Não, ele não vai assumir a presidência. Eu gosto de ter pessoas inteligentes ao meu lado”, disse Trump, segundo informações da CNN.

“Eles [democratas] estão em uma nova onda. ‘Rússia, Rússia, Rússia’, ‘Ucrânia, Ucrânia, Ucrânia’, todas essas farsas [em referência a acusações que os democratas fizeram contra Trump no seu primeiro mandato]. A nova é: ‘O presidente Trump cedeu a presidência a Elon Musk’. Não, não, isso não vai acontecer”, afirmou o presidente eleito.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
O mundo será muito mais agitado e surpreendente com a volta de Trump, apimentado pela assessoria de Musk. A mídia e as redes sociais vão ferver. (C.N.)

O projeto do pacote dos cortes de gastos e a trava no salário mínimo

Charge do J. Bosco (oliberal.com)

Pedro do Coutto

O Congresso aprovou na última semana, o Projeto de Lei nº 4.614 de 2024, do pacote fiscal de revisão de gastos públicos. O texto foi analisado pela Câmara e pelo Senado e vai à sanção presidencial. Um dos pontos do texto enviado pelo governo é a redução do ganho real do salário mínimo para, no máximo, 2,5% acima da inflação. O dispositivo muda a regra atual, que ancora o crescimento da renda ao reajuste da inflação e ao crescimento do Produto Interno Bruto.

O texto aprovado pelos congressistas não sofreu alterações em relação à vontade do governo. Com isso, a Fazenda estima um alívio de R$ 2,2 bilhões nas contas públicas em 2025 e R$ 109,8 bilhões até 2030. Hoje, o reajuste tem como base a soma da inflação do ano passado mais o crescimento real igual ao PIB de dois anos anteriores.

LIMITAÇÃO – Agora, cresce com variação real limitada às regras do marco fiscal, ou seja, até 2,5% acima da inflação. O novo limite não significa que a remuneração vai diminuir de um ano para o outro. Continuará aumentando, mas em um patamar menor do que em tempos de economia aquecida.

A economia se dará porque muitos benefícios estão atrelados ao reajuste do salário mínimo. Quanto maior for o reajuste, mais gastos o governo tem com algumas categorias. Em cifras, cada R$ 1 a mais no salário mínimo eleva os desembolsos públicos em R$ 391,8 milhões. Os números constam no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025. Mas os gastos ainda são altos, mesmo com o limitador.

INFLAÇÃO  – Quando Lula anunciava o ganho real do salário mínimo, acendeu-se uma luz de esperança para os milhões de segurados que recebem nessa faixa no sentido de respirar um pouco diante da inflação. Mas agora verifica-se que com o limite de reajuste mantido em 2,5%, a ideia anunciada no início do seu governo – e que seria um progresso com décadas de espera – fica esvaziada.

A esperança se desenhava, destacada pelo próprio presidente, foi por água abaixo. Estranha-se até que o desgaste do governo não tenha sido colocado sobre a lupa da oposição. Mais uma vez, o trabalhador paga o pato enquanto há setores que ganham fortunas com a escala do salário mínimo e com a inflação do país.

“Mauro Cid de Braga Netto” será indiciado por se envolver no golpe

O coronel Flávio Peregrino foi alvo de operação da PF

Coronel Flávio Peregrino já foi alvo de operação da PF

Lauro Jardim

A PF vai indiciar em breve Flávio Peregrino, alvo de uma operação de busca e apreensão na semana passada no âmbito das investigações acerca da trama de golpe de Estado. O coronel foi nos últimos anos uma espécie de faz-tudo do general Walter Braga Netto.

Na definição de um militar próximo aos dois, “o que o Mauro Cid era para o (Jair) Bolsonaro, o Peregrino era para o Braga Netto”. É o cerco se fechando.

MESMA POSTURA – Braga Netto mudou de advogado, mas não sua postura quanto às acusações que constam no relatório da PF sobre as articulações para o golpe de Estado, da qual ele seria um dos cabeças.

O general continua negando tudo em relação aos preparativos para uma virada de mesa, conforme relatado no inquérito hoje nas mãos da PGR.

José Luis Oliveira Lima, seu novo advogado, está pedindo a Alexandre de Moraes que Braga Netto seja ouvido em depoimento que, em resumo, será para negar e não para admitir nada que a PF lhe imputa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É muito estranho que o ministro Alexandre de Moraes indicie o Batman, mas esqueça de indiciar o Robin. Isso significa que não há provas, mas na verdade não representa empecilho, porque Moraes e o delegado federal Fábio Shor, que comanda a força-tarefa, têm muita “criatividade”, como o próprio ministro apregoa. (C.N.)