Crise na Petrobras é estratégica e exige atuação imediata do governo

Divergências incidem na política de preços dos combustíveis

Pedro do Coutto

Mais uma vez, ressurge a crise sobre a Petrobras com base na administração da estatal e discordâncias quanto à atuação de Jean Paul Prates. Ontem, o tema foi focalizado no Estúdio I, da GloboNews, tendo sido colocadas opiniões do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, surgindo o nome de Paulo Mercadante para substituir Prates. Mercadante teria que deixar a Presidência do BNDES.

Mas a questão não é só essa. Também as divergências dentro da Petrobras se sucedem, incidindo inclusive na política de preços do óleo bruto, da gasolina e do óleo diesel. A pressão parece ter atingido o seu ponto máximo. Alguma coisa terá que acontecer sob pena de a pressão interna no governo se elevar a um grau absolutamente incômodo e impraticável, envolvendo a maior empresa brasileira e a sua direção.

COBRANÇAS – A Petrobras vem sendo objeto de cobranças diversas, sendo que no governo Lula, mais uma vez, ocorre uma crise. A solução não é fácil, mas o governo tem pela frente situações complexas e daí a dificuldade de sua atuação. No caso do petróleo, a divergência coloca em pontos opostos o ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, e o presidente da Petrobras. Prates não parece disposto a pedir demissão, deixando assim a responsabilidade maior para o próprio presidente da República.

Não digo que a demissão de Prates terminará com a crise, mas o governo não estabeleceu uma unidade na administração pública, com uma visão unificada. Ficam ocorrendo fatos isolados que trazem como consequência a necessária substituição de pessoas. Pressões políticas sempre existem. A Petrobras é a maior delas.

MATÉRIAS POLÊMICAS – Enquanto isso, Merval Pereira num artigo do O Globo de ontem, sustenta que o problema que ocorre entre o Supremo e o Congresso Nacional pode ser minimizado se o STF deixar para o Congresso a solução de matérias polêmicas como a posse de pequenas doses de maconha e a fixação  do foro a que tem direito autoridades que saem da justiça comum.

É a melhor solução, mesmo porque o Supremo poderá julgar casos relativos a essa questão e seria mais lógico que não fosse ele o autor de uma legislação desse propósito. Coisas da política.

“Ainda não chegamos à descriminalização do uso recreativo da maconha, como têm feito diversos países, o mais recente a Alemanha. Mas o Supremo está a um voto de declarar inconstitucional a definição de crime para o porte de maconha para uso pessoal, o que já é um passo na direção certa. Outro tema importante, tanto política quanto socialmente, é a definição do que seja foro privilegiado. Em ambos os casos, os dois Poderes divergem. Sobre a maconha, o Congresso é bem mais restritivo que o Supremo, enquanto na questão do foro privilegiado o Supremo quer ser mais abrangente que o Congresso (este quer restringi-lo ao máximo). Ambos têm motivações políticas para suas posições”, afirma o jornalista.

 

9 thoughts on “Crise na Petrobras é estratégica e exige atuação imediata do governo

  1. Sr. Pedro

    Lá em cima citei que estou sentindo aquele cheiro de corrupção..

    A OPERAÇÃO DA PETROBRAS PARA SALVAR UM PARCEIRO DO PT

    Como a Unigel, empresa amiga dos petistas baianos, conquistou o contrato que tem prejuízo previsto de quase meio bilhão para a estatal

    • Aliada do PT fez contrato com perda prevista de R$ 487 mi para Petrobras

      Negócio com empresa Unigel foi formalizado em dezembro; TCU defende suspensão

  2. A crise na Petrobrás está sendo alimentada pelo presidente Lula, na medida, que faz cara de paisagem, nas críticas que o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira faz ao presidente Jean Paul Prates da Petrobrás.
    Silveira, o ministro é aliado do presidente do Senado Rodrigo Pacheco e do presidente do PSD, Gilberto Kassab.

    Silveira quer comandar a Petrobrás e encontrou um obstáculo no presidente da maior empresa brasileira, o engenheiro Prates.

    Lula tem estimulado as críticas, porque também pretende intervir na política da petroleira, principal entre na política de investimentos e nos preços dos combustíveis.
    Nesse sentido, Lula repete os erros cometidos por Bolsonaro, que demitiu o Castelo Branco e o general Luna, por não obedecerem as suas ordens.

    A cabeça do atual presidente da Petrobrás , já subiu no telhado, porque Lula não vai querer contrariar o PSD, que indicou o nome do ministro Silveira.

    Aloísio Mercadante, que preside o BNDES, muito bem, por sinal, seria o mais do mesmo na Petrobrás. Porque Mercadante é um quadro histórico do PT e claramente não se rebaixaria para o ministro Silveira, um político incoveniente. Para Silveira é melhor ter um embate com Prates do que Mercadante, muito mais experiente no jogo político. Na primeira estocada se Silveira, Mercadante vai demolir essa triste figura inventada pelo PSD.
    Nós estamos muito mal resolvidos nesse Ministério das Minas e Energia.

    Lula está perdendo tempo, alimentando crises uma em cima da outra. A equipe não ajuda o presidente. O chefe da Casa Civil, Rui Costa é fraco e não age como um algodão para as crises saírem do colo do Lula.
    De crise em crise a popularidade do Lula despenca mês a mês. Isso é de uma gravidade abissal, porque abre caminho para a ingovernabilidade, geradora de impeachment.

    A vida não está sendo fácil nesse governo Lula 3. O presidente vem envelhecendo a olhos vistos com essa avalanche de problemas de toda ordem para administrar.
    Esse time de ministros do Lula 3, não tem craques suficientes para ganhar um campeonato.

    Uma Reforma Ministerial urgente, é medida que se impõe para estancar a crise, que vem como uma tsunami política.

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