Trump não descarta possível recessão nos EUA, e Bolsas reagem em queda

A mera menção de recessão nos EUA gera uma reação em cadeia

Pedro do Coutto

As bolsas de Nova York e também a de São Paulo caíram fortemente após declarações do presidente americano Donald Trump. Ele se recusou, em uma entrevista, a prever se haverá ou não uma recessão nos Estados Unidos este ano. “Detesto fazer previsões como essas”, disse Trump ao canal Fox News.

A mera menção de recessão nos EUA gerou uma reação em cadeia, uma vez que a confiança do investidor diminui, os mercados ficam mais sensíveis e as decisões de consumo e investimento são adiadas. As declarações de Trump alimentaram o temor de que uma guerra comercial possa desencadear uma desaceleração econômica.

APLICAÇÕES – Por isso, muitos investidores começaram a retirar as suas aplicações de Bolsas internacionais e indo para o dólar, considerado um porto seguro em momentos de crise.  Trump não descartou que podem acontecer aumentos nos preços ainda neste ano, nos EUA. Para ele, sua estratégia de tarifas (que sobretaxam importações, como as do aço) e cortes de gastos públicos fazem parte de uma “transição necessária”. As demissões no setor público lançadas pelo governo por seu assessor bilionário, Elon Musk, geram ainda mais preocupação.

A inflação nos Estados Unidos não é boa para os negócios no mundo todo. Isso porque a escalada de preços aumenta os juros e prejudica as empresas, que vendem menos e pagam mais caro para financiar seu crescimento. Os investidores deixam de investir na Bolsa e vão para o Tesouro Americano, aproveitando as taxas maiores.

PIB – Essas previsões de recessão ganharam ainda mais força depois que o Federal Reserve, banco central dos EUA, de Atlanta estimou uma contração de 2,4% no PIB no primeiro trimestre. Seria o pior resultado desde o auge da Pandemia de Covid-19. Isso, mais as declarações pouco incisivas de Trump, fizeram os investidores ligarem o sinal de alerta.

O que se vê é que Trump ao anunciar medidas restritivas, coloca dúvidas ligadas ao seu comportamento que muda da noite para o dia, sendo marcado pela incerteza. Um dia prevê a elevação sobre produtos importados. No dia seguinte, muda de opinião e reaparece o imposto sobre o valor de produtos importados pelos Estados Unidos. O vai e vem das medidas tributárias é desconcertante, implicando numa dúvida permanente.

4 thoughts on “Trump não descarta possível recessão nos EUA, e Bolsas reagem em queda

  1. Com a política de ostra, voltada para dentro dos EUA, principalmente a taxação de tarifas lineares, em 25 por cento para o aço para todos os países, Donald Trump vai sofrer do mesmo mal, que ele atribuiu ao presidente Joe Biden: Aumento da inflação e recessão, está última dita por ele, como inevitável.

    Trump trouxe de volta o antiamericanismo, do passado. Na Europa e no Canadá a população desses países, se movimentam para boicotar produtos americanos.

    Trump operou uma ação ( taxação das importações). A reação está em marcha.
    E aí, Trump, o que fazer,?

  2. O Ogro louro, começa a ficar preocupado com as consequências de seus atos. Até os republicanos, muito diplomaticamente, tem levado a Trump a preocupação do Partido com a queda nas pesquisas e o medo dos agentes econômicos de perda de lucros em seus negócios

  3. Trump percebeu, que sua política de isolar os EUA, impondo tarifas a rodo, até em aliados históricos, como o Canadá e a Europa, rompendo acordos comerciais e militares. Praticamente ameaçou abandonar a OTAN e anexar o Canadá, a Groelândia e o Canal do Panamá.

    É muita loucura para pouco tempo de governo. Isso tem um preço, que Trump vai pagar e os americanos também. É questão de tempo. Já começou com a queda das bolsas e o aumento do dólar.

  4. Os bolsonaristas estão preocupadíssimos com as ações de Trump contra o Brasil.
    Começou hoje com a taxação do aço brasileiro.
    Em abril está programado um tarifaço nas exportações de comodities brasileiras, dentre elas o Etanol, carne, frango, café, ovos e soja. Uma paulada na cabeça do Agro.

    A pergunta que não quer falar:
    Os bolsonaristas, que se declaram patriotas de verde e amarelo vão ficar a favor de Trump ou a favor do Brasil. Em Brasília e no Rio, não tem mais Rivotril nas farmácias. Bom dia, Sóstenes Cavalcante, que esteve no Studio I na segunda e provocado por Otávio Guedes, sobre quem o PL apoiaria: A Ucrânia ou a tabelinha entre Trump e a Rússia? Sóstenes Cavalcante gaguejou e desviou do assunto, como fazem muito bem todos os políticos.
    A saia justa na oposição bolsonarista, com o governo Trump, está quase chegando abaixo dos joelhos.

    Estão se reunindo com os marqueteiros, dia e noite para arrumarem um jeito de sair desse labirinto. Tá todo mundo de olho nessa.

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