
Eduardo Bolsonaro projeta bolsonarismo mais ideológico
João Pedro Pitombo
Marianna Holanda
Julia Chaib
Folha
Ligado a líderes da ultradireita no exterior e protagonista da crise tarifária entre Brasil e Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ganhou musculatura entre os setores mais radicais da direita e ensaia um voo solo fora da sombra do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde fevereiro nos EUA, caminhando para ter o mandato de deputado federal cassado pela Câmara, ele busca se projetar como líder de um braço mais ideológico do bolsonarismo, com um discurso que rejeita acordos e dispensa alianças políticas com o centrão.
PRESIDÊNCIA – Eduardo já disse a interlocutores que estuda disputar a Presidência em 2026, mesmo à revelia do pai, como mostrou a Folha. As discordâncias entre ambos ficaram expostas em relatório da Polícia Federal.
Ao mesmo tempo, semeia as bases e aglutina em torno de si um grupo que, segundo aliados, reúne entre 20 e 30 deputados federais e estaduais com quem tem afinidade. Segundo interlocutores, parte deles pode deixar o PL –e o seu fundo eleitoral– para se filiar a uma legenda nanica com o filho do ex-presidente. Procurado, Eduardo Bolsonaro não respondeu aos contatos da reportagem.
O objetivo do deputado é manter no clã o espólio eleitoral de Jair, que está inelegível e foi condenado a 27 anos de prisão. Ele calcula que, se um candidato como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), for eleito, o bolsonarismo estará enterrado enquanto movimento político.
INFLUÊNCIA – Com essa avaliação, Eduardo já expressou a opinião de que, se Lula (PT) for reeleito, seria uma espécie de mal necessário, para manter essa influência bolsonarista. Ele cogita se lançar à Presidência para manter o “movimento vivo” e eleger uma bancada de bolsonaristas, fortalecendo este grupo para 2030.
A postura mais radical de Eduardo resultou em um afastamento de aliados, com críticas a dirigentes do centrão e troca de farpas com o presidente do seu próprio partido, Valdemar Costa Neto (PL).
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) e Eduardo falaram ao telefone há cerca de um mês, quando o presidente do PP fez um apelo para que o deputado focasse a artilharia contra a esquerda e poupasse aliados de suas críticas.
“CANALHICE” – A conversa ocorreu antes do novo episódio com Valdemar, que disse que ele ajudaria a matar o pai se insistisse em se lançar ao Planalto, ao que Eduardo classificou como canalhice.
O filho 03 do presidente costuma ser acusado de dividir a direita. Líderes dizem que o deputado expõe publicamente divergências do grupo e impede a construção de acordos para avançar em temas considerados cruciais para o bolsonarismo.
O mais notório exemplo é o da anistia. Eduardo, que articulou as sanções ao Brasil junto ao governo dos Estados Unidos, vem dizendo que a única forma de reverter esse quadro é com a aprovação de uma anistia ampla e geral, que contemple todos os condenados nos ataques golpistas do 8 de Janeiro.
RESISTÊNCIA – A proposta, contudo, enfrenta resistência no Congresso, no Judiciário e no Executivo. Há uma costura por um projeto de redução de pena, a que o deputado se opõe fervorosamente.
Como a Folha mostrou, aliados de Bolsonaro avaliam que ele estaria disposto a aceitar um acordo, contanto que fique em prisão domiciliar. Bolsonaro está preso desde 4 de agosto no inquérito que investigava a coação do Judiciário, com apoio do governo Donald Trump.
Eduardo desistiu de retornar ao Brasil, por temer ser preso. Ao passo que o STF (Supremo Tribunal Federal) fecha o cerco em torno do deputado, ele chama o Brasil de “ditadura” e alega que o centrão é inimigo do bolsonarismo.
ALVO – Tarcísio de Freitas tem sido um dos seus principais alvos, por ser o nome favorito do centrão para 2026. Ele atribui uma eventual candidatura do ex-ministro de Bolsonaro ao “establishment”.
Por trás do discurso antissistema está uma tentativa de realinhar o grupo que outrora se reunia em torno do escritor Olavo de Carvalho e que, internacionalmente, segue a linha de Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump organizador de uma rede de líderes da ultradireita mundial.
Assim, o mesmo Eduardo que no início do ano era pré-candidato ao Senado e cogitou trocar o PL pelo PP agora tem conversado com legendas menores para viabilizar o projeto presidencial, segundo interlocutores. Para isso, conta com parlamentares, empresários e com um ecossistema midiático que inclui nomes como o youtuber Kim Paim e o empresário Paulo Figueiredo.
“EDUARDISTA” – O deputado estadual de Minas Gerais, Cristiano Caporezzo (PL), pediu para ser listado como o primeiro da lista dos “eduardistas”. Ele busca uma vaga para o Senado e destaca a importância do filho do ex-presidente no trabalho de base do bolsonarismo.
“Desde que Jair Bolsonaro resolveu se lançar candidato, uma das pessoas mais importantes para organizar a rua era o Eduardo, assim como nas redes era o Carlos”, lembra o deputado.
Ele afirma que, caso Jair não consiga reverter a inelegibilidade, o melhor nome para disputar a Presidência é o de Eduardo. Elogia Tarcísio de Freitas, mas diz que ele deveria disputar a reeleição. “Ele está fazendo um trabalho importante em São Paulo, não faria sentido deixar o estado mais rico da federação.”
APOIO – Outro nome próximo a Eduardo é o do deputado estadual Leandro de Jesus (PL), da Bahia, que prepara sua candidatura à Câmara dos Deputados com o apoio do filho de Bolsonaro. Ele aponta Eduardo como sucessor natural de Jair.
“Em 2026, de qualquer modo, nós teremos um Bolsonaro candidato a presidente da República, seja o Jair, seja o Eduardo. Isso aí já é martelo batido com toda certeza”, afirma o deputado, minimizando uma possível porta fechada no PL.
Em Mato Grosso do Sul, o deputado federal Marcos Pollon (PL) ensaia uma candidatura a governador caso Eduardo concorra à Presidência. Ele está às turras com o próprio partido desde a filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja, oriundo do PSDB. O deputado estadual Cabo Bebeto (PL), de Alagoas, faz coro ao nome de Eduardo como plano B a Jair: “É a nossa segunda opção, sem sombra de dúvida.”
Politicamente, Bananinha não tem mais qualquer relevância
Ele será cassado, e se voltar ao Brasil será preso, porque vai ser condenado por obstrução da justiça; ele não tem escapatória.
Está num mundo de dimensão diferente da realidade, acha até que tem capacidade (vejam só!) de ser candidato a presidente.
Bananinha virou um pária, figura responsabilizada por ataques ao Brasil.
Mas o sonho dele é assumir a liderança que o ex-mito tem ou tinha, imediatamente. É uma questão psicanalítica, que Freud pode explicar, mas politicamente não tem nenhuma relevância.
Fonte: O Globo, Opinião, 29/09/2025 14h34 Por Merval Pereira
Bananinha tem complexo de importância. Mas, só complexo não resolve. É preciso ser de fato importante.
Jair Bolsonaro, além da perseguição política implacável, está com doença maligna.
Aliás, não foi exatamente uma visita que Tarcísio fez ao ex-mito, em Brasília.
O que Tarcísio fez, foi atender a uma convocação do ex-mito, de quem é mais um mero fantoche.
Acorda, Brasil!
Um mer…! Por mim deveria morrer no ostracismo após devolver os milhões em rachadinhas e puxar uma cana.
Bananinha cavou a própria cova?
Bananinha foi amassado com açúcar, canela, leite em pó e nescauzinho?
Nada é certo neste país.
E o Supremo Tribunal da Politicagem varia conforme os ventos das conveniências.
Este Perdulário e Suntuoso Judiciário comanda este país.
Feito biruta de aeroporto.
Basta ver Lula, Dilma, Dirceu há uma década.
Matéria bem ao gosto xiita.
Um contraponto sunita: Algum filho de Dom Curro vier atender aos anseios dos xiitas ancorados no site e lançarem candidatura à presidência.
Seria um bom panorama visto da ponte sobre um rio de bosta.
O golpe impresso!
Senhores José Perez e Carlos Newton , não entendo o porque dos órgãos de imprensa ainda darem palanques a esse sujeito .