Governo Lula corre atrás do prejuízo e quer emplacar a PEC da Segurança

PEC cria o Sistema Único de Segurança Pública

Deu no G1

O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, defendeu na última sexta-feira (31) a PEC da Segurança Pública e afirmou que a medida “não muda uma vírgula nas autonomias dos estados e municípios”. A proposta de emenda à Constituição cria o Sistema Único de Segurança Pública, que passaria a coordenar as ações entre União, estados e municípios. Governadores de oposição criticam o texto sob o argumento de que ela diminuiria a autonomia dos estados.

Parada havia quatro meses no Congresso, ela voltou a ser discutida após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, que terminou com mais de 100 mortos.

CONSÓRCIO – Sarrubbo deu a declaração em entrevista coletiva após uma reunião com prefeitos e secretários municipais e membros das Guardas Civis Municipais promovida pelo Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo (CIOESTE). O consórcio reúne 14 cidades, incluindo a capital paulista.

Sobre a operação no Rio, Sarrubbo afirmou que o papel do governo federal é dialogar com as forças do Rio de Janeiro e oferecer o apoio necessário no combate ao crime organizado. Ele disse não considerar a ação um sucesso:

“Na minha visão, uma operação policial de sucesso absoluto é aquela sem mortes, em que o criminoso é conduzido à Justiça, vivo de preferência, com sua integridade física preservada”, declarou. Segundo ele, “o isolamento dos estados, o isolamento das forças federais, o não compartilhamento de dados e informações nos levou a esse estado de coisas”.

“NADA DISSO” –  O secretário ponderou que aí “surge esse debate de que o governo federal quer tomar conta de tudo”, mas afirmou que “não é nada disso”. “O que nós queremos é ter um olhar nacional sobre a segurança pública. Porque, se lá nas décadas de 1980 e 1990, nós tivéssemos tido esse olhar para o Brasil, o crime organizado não teria se espalhado por todo o país”, completou Sarrubbo.

O governo federal apresentou a PEC há um ano. Na terça-feira (28), o relator da proposta, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), disse que vai antecipar a apresentação do seu relatório para novembro. O parlamentar afirmou que, em um primeiro momento, apresentaria o parecer em dezembro, mas que agora vai protocolar o relatório em novembro.

Ele disse ainda que a expectativa é que a PEC seja analisada pelo plenário da Câmara em dezembro. “O evento de hoje deu força [para o projeto]. Ajudou a quebrar muitas barreiras”, disse.

CRÍTICA – Durante o discurso, Sarrubbo criticou a fragmentação histórica das políticas públicas na área.

“Enquanto o Rio de Janeiro cuidava da facção dele e São Paulo da sua, o crime estava voando para Bahia, Recife, Alagoas, Manaus, abrindo novos mercados. E nós continuávamos discutindo facção de São Paulo e facção do Rio”, disse.

“Nós todos precisamos extrair soluções por meio do diálogo, e esse diálogo passa por um ente que tenho a oportunidade de secretariar com muita alegria”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGO governo Lula recusou-se a ceder veículos blindados, alegando uma proibição inexistente, porque a lei exige decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) apenas para envio de tropa federal, sem abranger a cessão de equipamentos. Agora, o governo federal está correndo atrás do prejuízo, porque a maioria dos favelados (88%) apoiou a operação policial, segundo pesquisa Atlasintel. Os trabalhadores já se cansaram de ser oprimidos e explorados pelas milícias e facções. (C.N.)

9 thoughts on “Governo Lula corre atrás do prejuízo e quer emplacar a PEC da Segurança

  1. Corre muito, muito, mas muito atrás mesmo.

    Não sem razão há uma indústria da violência urbana, que se alimenta, inclusive politicamente, do nosso desespero.

    Vai ocupar os complexos de favelas de novo com o Globocop filmando?

    Não. Porque agora não está mais nem aí pra nada. Vamos pra um “projeto” pirotécnico ainda mais inócuo e vagabundo de segurança.

    Empurrando as décadas com a barriga.

    Alguém se recorda de 2010?

    No tempo do hit Firework da Katy Perry.

    Katy continua linda.

    A mesma corja que está no poder há 23 anos nem tanto.

    Nem Trump, o aloprão, será capaz de salvar da prisão e da derrocada o procrastinador e o extremamente incompetente.

    Uma década e meia de insegurança e propaganda enganosa desde então.

    O povo não aguenta mais ser feito de trouxa em uma área tão letal.

    Se quiser um termômetro eleitoral e populista da violência, basta olhar para os nossos vizinhos.

    Desse jeito vai pisar no freio de novo no final da corrida para deixar o alemão ganhar.

    Vergonha que humilha e revolta qualquer torcedor.

  2. Hoje, mais do que nunca, há estrutura e tecnologia no Estado para sufocar e aniquilar financeiramente.

    O capitalismo está globalizado, digitalizado e a criminalidade não vive alheia a essa realidade.

    Se agisse com inteligência, vontade e sem tamanha corrupção e covardia, razões para a procrastinação, essas facções criminosas não teriam crescido e se expandido tanto por este país.

    É essa barbárie que deixaremos para nossos filhos e netos?

    Bala perdida para qualquer um, em qualquer lugar da cidade maravilhosa, até há tão pouco, em termos históricos, capital política, mas ainda capital turística, cultural, populacional de extrema relevância global?

  3. Quando Barba disse que traficantes são ‘vítimas’, não foi ato falho

    A sociologia de Barba romantiza o crime

    Quando Barba disse que traficantes são ‘vítimas’, não foi ato falho. Desde sempre, os ideólogos progressistas absolvem o criminoso e culpam a sociedade. O crime é mero subproduto do meio

    Já entrou para a antologia política a declaração de Barba de que os traficantes são “vítimas dos usuários”. Em seguida, temendo os efeitos eleitorais, tentou dizer que a frase foi “mal colocada”.

    Seus intelectuais de estimação – sempre prontos a traduzir toda estupidez barbista em tese sociológica – contemporizaram: o presidente só queria apontar a cumplicidade do consumo na cadeia do tráfico. Mas não foi ato falho.

    Para Barba e a esquerda, o crime, numa sociedade capitalista, é mero subproduto do meio, um reflexo das desigualdades. A culpa, portanto, é da sociedade.

    (…)

    Fonte: O Estado de S. Paulo, Opinião, 02/11/2025 | 03h00 Por Editorial

    https://www.estadao.com.br/opiniao/a-sociologia-de-lula-romantiza-o-crime/

  4. A GLO PARA A COP 30 EM BELÉM É FATO CONSUMADO? Lula antecipou viagem e já está lá.
    Por José H. C. Abreu
    Os motivos oficiais apresentados são, vistorias das obras de infraestrutura para a COP 30, inaugurações, acompanhamento dos preparativos no local, verificação das obras aeroportuárias, saneamento e mobilidade na cidade. Com receio de que o evento seja um fiasco e PALCO DE PROTESTOS CONTRA ELE, será que vai declarar a GARANTIA DA LEI E DA ORDEM – GLO, botar o exército nas ruas e cair fora deixando os estrangeiros à própria sorte? Não há fontes confiáveis que digam que a antecipação tenha sido motivada principalmente por medo de protestos ou de que a COP30 “seja um fiasco”. Também não há indícios públicos de que Lula planeje “declarar a GLO e cair fora deixando os estrangeiros à própria sorte” — ou seja, de abandonar o evento ou desativar oficialmente seu apoio/logística. Há, porém, reportagens que falam de desafios logísticos e tensões: hospedagens caras, obras ainda em curso, pressão para o evento dar certo. A antecipação pode ser vista como uma medida preventiva e simbólica: mostrar envolvimento direto, controle da agenda, reduzir risco de imprevistos de última hora — especialmente porque sediar uma COP de grande porte envolve muitos riscos operacionais. Ao chegar cedo, Lula está cumprindo agendas auto-promocionais, fazendo vistorias, inaugurações, reforçando junto à opinião pública de que o governo está “na frente” dos preparativos. Por outro lado, é plausível que parte da antecipação tenha o objetivo de “minimizar surpresas” — protestos, falhas de logística, adversidades. Sobre a ideia de “deixar os estrangeiros à própria sorte” parece muito improvável em termos práticos e diplomáticos — como sede de conferência internacional, o Brasil e o governo federal têm interesse em que o evento ocorra com alguma dignidade, para sua imagem internacional e para sua agenda doméstica. É mais provável que a antecipação da viagem de Lula seja uma medida de gestão de risco mais reforço simbólico do papel de liderança do Brasil, do que uma ação motivada por pânico ou fuga antecipada de crises.
    Se houver protestos ou falhas, isso não significa automaticamente que o governo “vai desistir” ou abandonar o evento — mas sim que estará sob pressão e talvez por isso queira estar presente e visível o quanto antes. A Polícia Federal já ativou um plano de segurança, logística, proteção diplomática e garantia do direito de manifestação e há pedido do governo do Pará por decreto de GLO citando o Ministério da Defesa e o próprio presidente como decisores, porém a decisão somente será tomada quando baixar o desgaste produzido pelo IBAMA liberando a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Há preocupações reais sobre logística: greves em obras e falta/alto custo de hospedagem criaram riscos concretos de atraso e dificuldade para receber delegações e reportagens internacionais já apontaram isso. Movimentos sociais e organizações da Cúpula dos Povos já expressaram preocupação com militarização do evento e com o uso da GLO — ou seja, protestos são esperados e há debate sobre como o governo deve responder. E a pergunta-chave — Lula vai “declarar a GLO e cair fora deixando os estrangeiros à própria sorte”? Muito improvável. As evidências públicas apontam para: (1) presença antecipada de Lula para gerir riscos e mostrar liderança; (2) mobilização antecipada de PF e organismos para segurança; (3) forte custo político e diplomático em “abandonar” a COP (o Brasil se candidatou a sediá-la e tem interesse em que funcione). A GLO pode ser usada como instrumento de segurança/controle (se for decretada), mas não há indício de plano para abandonar o evento e deixar delegações sem apoio. Lula antecipou a viagem por razões operacionais e políticas (vistoria/inaugurações e controle de narrativa). Protestos e problemas logísticos são reais — autoridades já se preparam; a GLO está sendo discutida e pode ser decretada se o governo julgar necessário. Abandono do evento por parte do governo é altamente improvável dado o custo político e diplomático, mas, porém, todavia, contudo, senão, entretanto, encerremos com a frase do Governador Helder Barbalho: “Haverá GLO. Combinamos com as Forças Armadas”.


  5. Em complemento, propõe-se a alteração do art. 22 da Constituição com o propósito de atribuir
    competência privativa à União para legislar sobre normas gerais acerca da segurança pública, defesa social e sistema penitenciário, garantindo-se, assim, uma atuação uniforme e integrada de todos os entes da federação nessas áreas. Isso sem prejuízo de dotar-se a União, os Estados e o Distrito Federal de competência concorrente para legislar sobre a temática, nos termos do art. 24 do texto constitucional.

    Perigoso isso. A União será o stf, que proibirá isso, aquilo e aquilo outro, tal como na ADPF 635.

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