Sidney Miller ficou famoso quando compôs uma belíssima música sobre o circo

História com Gosto: Pois é, pra que ? Sidney Miller

Sidney Miller, grande compositor

Paulo Peres
Poemas & Canções

O compositor carioca Sidney Álvaro Miller Filho (1945-1980), na letra de “O Circo”, nos traz as lembranças dos sonhos infantis, repletos de ilusões e fantasias, onde a vida é mais alegre e colorida.  A música foi gravada no LP Sidney Miller, em 1967, pela Elenco.

O CIRCO
Sidney Miller

Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver o circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro de qualidade
Corre, corre, minha gente que é preciso ser esperto
Quem quiser que vá na frente, vê melhor quem vê de perto
Mas no meio da folia, noite alta, céu aberto
Sopra o vento que protesta, cai no teto, rompe a lona
Pra que a lua de carona também possa ver a festa

Bem me lembro o trapezista que mortal era seu salto
Balançando lá no alto parecia de brinquedo
Mas fazia tanto medo que o Zezinho do Trombone
De renome consagrado esquecia o próprio nome
E abraçava o microfone pra tocar o seu dobrado

Faço versos pro palhaço que na vida já foi tudo
Foi soldado, carpinteiro, seresteiro e vagabundo
Sem juízo e sem juízo fez feliz a todo mundo
Mas no fundo não sabia que em seu rosto coloria
Todo encanto do sorriso que seu povo não sorria

De chicote e cara feia domador fica mais forte
Meia volta, volta e meia, meia vida, meia morte
Terminando seu batente de repente a fera some
Domador que era valente noutras feras se consome
Seu amor indiferente, sua vida e sua fome

Fala o fole da sanfona, fala a flauta pequenina
Que o melhor vai vir agora que desponta a bailarina
Que o seu corpo é de senhora, que seu rosto é de menina
Quem chorava já não chora, quem cantava desafina
Porque a dança só termina quando a noite for embora
Vai, vai, vai terminar a brincadeira
Que a charanga tocou a noite inteira
Morre o circo, renasce na lembrança
Foi-se embora e eu ainda era criança

Planalto constata “ataque especulativo” sobre Prates, presidente da Petrobras

 da Petrobras, Jean Paul Prates

Prates quer acabar com as ruinosas importações de diesel

Eduardo Gayer e Roseann Kennedy
Estadão

O Palácio do Planalto quer saber de onde surgiram os novos rumores de que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, seria demitido. Nesta terça-feira, 19, o boato foi ventilado nos gabinetes de Brasília e nas mesas de operação do mercado financeiro, prejudicando as ações da estatal negociadas na Bolsa.

Para interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar da derrota do ex-senador na queda de braço sobre a distribuição de dividendos da empresa, uma eventual demissão não seria feita neste momento.

PALAVRA DE ORDEM – A sensibilidade de uma troca na Petrobras, argumentam, exigiria outro “timing” – neste momento, a ordem é enfraquecer a narrativa de que Lula faz interferências desmedidas na estatal.

Mais cedo, nas redes sociais, o presidente da Petrobras ironizou a situação. “Trabalho intenso o dia todo em Houston com mais de 15 reuniões por dia, sem olhar o telefone, e agora soube que já andaram me “derrubando” no Brasil… isso só me assegura que estou no caminho certo. Faz parte!”, publicou.

A equipe palaciana quer entender se os ruídos foram plantados por especuladores financeiros, por inimigos do presidente da Petrobras ou se houve a tentativa de criar uma espécie de onda “Fica, Jean”.

ALIADO DE HADDAD – Lula costuma realizar eventuais trocas na equipe de forma lenta e gradual. Foi assim com a substituição de Daniela Carneiro por Celso Sabino no Ministério do Turismo, em julho, e com a minirreforma ministerial de setembro. Além disso, Jean Paul Prates conquistou um aliado de peso frente à artilharia que sofre: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O ex-prefeito de São Paulo virou um ponto de equilíbrio nas desavenças entre o presidente da Petrobras e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que convenceu Lula a orientar a estatal a não distribuir parte dos dividendos aos acionistas neste momento.

Prates foi senador pelo PT do Rio Grande do Norte, mas sofre resistência até entre correligionários. Ele é visto por aliados como muito ligado ao mercado financeiro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Prates é profissional do ramo do petróleo e está fazendo uma excelente administração na Petrobras. Como diria Trump, ele está trabalhando para fazer a empresa ser grande de novo. Mas os espertalhões do mercado querem tirá-lo a todo custo, porque ele pretende acabar com as importações de petróleo e óleo diesel, uma das maiores fontes de corrupção na Petrobras. Trabalhei vários anos lá e sei exatamente o que estou falando. (C.N.)

Marqueteiro começa a “transformar” Lula num presidente atlético e jovial

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retoma atividades físicas e alimenta peixes no Alvorada na manhã desta quarta-feira

Cinegrafista deu bobeira e mostrou o barrigão de Lula

Carlos Newton

Temos afirmado aqui na Tribuna da Internet que um dos principais problemas de Lula da Silva é não ter medo do ridículo. Todos sabem de seu incorrigível egocentrismo, pois lembram dele declarando que “não tem uma viva alma mais honesta do que eu”, antes de ser condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, tendo cumprido 580 dias de cadeia.

A arrogância e a pretensão caracterizam seu comportamento de salvador da pátria e do universo, pois no exterior ele se comporta como se fosse o maior estadista da Terra.

CAINDO NA REAL – Paparicado em Brasília, que é chamada de Ilha da Fantasia, Lula vive numa bolha de ilusão que Voltaire chamaria de “o melhor dos mundos”. Mas de vez em quando o petista tem de cair na real, especialmente quando todas as pesquisas mostram sua popularidade em queda.

No início, ele desdenhou os números, depois foi ficando assustado, até começar a reagir, culpando os ministros e cobrando “trabalho” a eles.

Mas isso não resolve nada e o próprio Lula resolveu convidar o marqueteiro da campanha dele das eleições de 2022, Sidônio Palmeira, para uma reunião no Palácio do Alvorada, na última quinta-feira da semana passada (dia 14).

REDES SOCIAIS – Como especialista em fabricar ilusões, o marqueteiro criticou o que todo mundo já sabe – o mau desempenho de Lula e do PT nas redes sociais, em comparação ao esquema profissional montado por Carlos Bolsonaro com Tércio Arnaud, o especialista que trabalha com eles desde a campanha de 2018.

O resultado da volta de Sidônio Palmeira ao PT foi patético. Uma semana depois, na terça-feira, dia 19, o marqueteiro colocou Lula nas redes sociais, de uniforme preto de ginástica, fazendo um falso jogging.

A filmagem foi altamente profissional, porque a imagem do celular não tremia e o ângulo era perfeito para esconder o barrigão de Lula.

MENSAGEM FALSA – E assim apareceu Lula, correndo para lá e para cá, como se já tivesse se recuperado totalmente da operação ne implante no quadril, que foi seriíssima e há pouco tempo ele confessou que ainda sentia dores, o que é natural.

Lula correndo com recursos gráficos do Super Mario

A imagem foi trabalhada e Lula ficou “magrinho”

No dia seguinte, quarta-feira, dia 20, Lula apareceu todo de vermelho, por causa do aniversário do PT, parecendo um guará perdido no cerrado, Lula apareceu nas redes sociais alimentando as carpas do lago no Alvorada. Desta vez, não houve como esconder a pança. No mesmo dia, dona Janja da Silva compartilhou  um vídeo com uma montagem de Lula como personagem do jogo Super Mario. Nela, o petista “passa todas as fases” para o crescimento do Brasil. As imagens foram trabalhadas e Lula ficou bem magrinho…

Hoje, vamos ver qual será a nova mensagem genial do marqueteiro, que tenta transformar Lula no que ele não é mais, porque a idade não perdoa e não adianta tentar disfarçar, o resultado fica ridículo.

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P.S. 1
Na quarta-feira, mais uma armação: o titular da Educação, Camilo Santana, publicou nas redes sociais um vídeo de um encontro “casual” dele com o ministro dos Transportes, Renan Filho, fazendo caminhada matinal. No vídeo, Santana ressalta a importância do exercício físico e diz que estava “seguindo o exemplo do presidente”, que convidou a população a se exercitar diariamente. 

P.S. 2 –  Em 29 de setembro, Janja mandou fazer a harmonização facial e Lula, que ficou muito boa, e um implante de cabelos na testa, que precisa de reforço. Além disso, aumentou a barba no queixo para tentar esconder a papada, que está mais enrugada do que maracujá de gaveta, como se diz na Amazônia. É claro que isso não significa que Lula remoçou. Mas há quem acredite. (C.N.)

Lula quer manipular a religião para evitar a manipulação dos religiosos

Evangélicos veem chance “de ouro” para Lula se reaproximar de igrejas |  Metrópoles

Lula pretende mesmo expulsar os vendilhões dos templos?

Mario Sabino
Metrópoles

Em mais uma memorável reunião ministerial que honra a república brasileira, Lula minimizou a resistência democrática das Forças Armadas às vivandeiras bolsonaristas que foram bulir nos bivaques para chamar Jair Bolsonaro de “covardão”.

“Não teve golpe não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiseram fazer, não aceitaram a ideia do presidente, mas também porque o presidente é um covardão”, disse o atual presidente sobre o presidente anterior que ele não tira da cabeça.

TUDO ERRADO – Eu poderia dizer exatamente isto: “Lula, esqueça o cara, Jair Bolsonaro é uma coisa que só existe na sua cabeça”. Só que não. A Nêmesis de Lula continua a assombrá-lo, não há STF que o derrube.

Para complicar, Lula experimenta queda na popularidade, o motivo da convocação da reunião ministerial (interesse do país não é prioridade). Previsivelmente, o presidente petista disse que tudo o que foi feito até agora não basta e que, portanto, é preciso fazer muito mais.

Nessas horas, eu me lembro de Ronald Reagan. O presidente americano dizia que a frase mais temível que se podia ouvir em inglês era: “Eu sou do governo e estou aqui para ajudar você”. Mas não tem jeito: esquerda no poder é isso, e somos obrigados a conviver com a turma que quer nos salvar de nós mesmos, sempre esperando que consigamos nos salvar dela.

LULA EVANGÉLICO – Lá estou eu fazendo digressões. O que eu gostaria de comentar é a fala de Lula sobre os evangélicos, fationa do eleitorado na qual a aversão ao presidente petista, que já era grande, aumentou ainda mais depois dos ataques antissemitas de Lula a Israel.

O presidente petista está inconformado porque acha que, na verdade, os evangélicos estão sendo manipulados pelos bolsonaristas.

Para Lula, que comparou Israel a Hitler, o Brasil tem de ser “um país em que a religião não seja instrumentalizada por um partido político ou um governo. Que a fé seja exercitada na mais plena liberdade das pessoas que queiram exercê-la. A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo neste país.”

MANIPULAÇÃO – Muito bem, parabéns! E o que Lula quer fazer para que a religião não seja manipulada de forma vil e baixa? Ele quer manipular a religião de forma vil e baixa.

De acordo com o Metrópoles, o Palácio do Planalto pretende “construir uma agenda em comum entre o governo e os evangélicos, com temas em que haja consenso em áreas como proteção da família, segurança e assistência social” e incluir “evangélicos em conselhos setoristas do governo.

Uma das propostas é nomear lideranças desse segmento para o chamado Conselhão de Lula”.

APROXIMAÇÃO – Além disso, o governo federal pretende “melhorar a comunicação com os evangélicos. Para isso, a ideia é discutir com o próprio segmento religioso para tentar entender a melhor forma de dialogar com ele”.

É divertido ver Lula e os petistas se portando como tementes a Deus, tentando manipular a realidade que rejeita aborto, odeia maconha, é contra casamento gay e tem no trabalho uma ética de vida.

Mais do que divertido, é instrutivo assistir a tudo isso.

Bolsonaro encara enormes obstáculos na defesa técnica e na defesa política

Bolsonaro reage a cerco judicial em meio a rumores de sua prisão

Bolsonaro simplesmente alega que o golpe não aconteceu

William Waack
Estadão

É altíssima a probabilidade de Jair Bolsonaro ter a prisão decretada em futuro não distante. As duas linhas de defesa – técnica e política – enfrentam barreiras formidáveis, e o principal problema é ele mesmo.

A defesa “técnica” acha que os inquéritos da Polícia Federal contêm erros de origem, como afirmar que a falsificação de cartões de vacina seria passo rumo ao golpe de Estado. Mas os investigadores apresentaram, no caso específico dos cartões de vacinação, um conjunto bem detalhado que vai dar trabalho à sua equipe de criminalistas.

CONJUNTO DA OBRA – Ainda no âmbito “técnico” da acusação de tentativa de golpe de Estado, a defesa enfrenta depoimentos contundentes de ex-comandantes nas Forças Armadas que falaram como testemunhas – pesa mais do que delações. Supõe-se que a PGR montará uma peça única de denúncia, compondo com os tais cinco eixos de atuação dos investigadores esse “conjunto da obra” que vai de joias e vacinas a golpe de Estado.

O lado “político” da defesa é igualmente complicado. Ela trata obviamente de consolidar a versão de que tudo não passaria de uma perseguição judicial movida pelos mesmos tribunais superiores que o impediram de governar e favoreceram Lula. Essa versão não parece ter conquistado muito mais gente além do núcleo duro do bolsonarismo.

TESE DA PERSEGUIÇÃO – A defesa “política” ensaia repetir exemplos históricos nos quais personagens políticos transformaram os tribunais que os julgavam em grandes plataformas de propagação de suas ideias, afirmando-se como profetas perseguidos. Para desempenhar esse papel, falta a Bolsonaro principalmente a capacidade de formulação de um discurso razoavelmente coerente.

Pergunta óbvia é saber se uma provável prisão de Bolsonaro “engrandece” o personagem ou, ao contrário, o diminui como influente figura política. A resposta a essa questão especulativa depende em grande medida das investigações em curso – quanto mais politizadas, mais rápida a desmoralização delas, e uma “salvação” de Bolsonaro.

INCOMPETÊNCIA – O problema para a defesa técnica é a notória incompetência e amadorismo de Bolsonaro, que espalhou rastros.

Diante dos elementos que se acumulam, o próprio ex-presidente parece dirigir as esperanças de seus seguidores para um outro tipo de esperança, que tem contornos de autoengano.

Se Lula foi condenado em três instâncias e o STF o devolveu ao Planalto, seria razoável acreditar, nessa versão, que uma virada de maré no ambiente político proporcionaria a um eventual condenado Bolsonaro destino similar, em nome de “pacificação” ou o que seja. Mas essa maré não parece estar surgindo.

Mercado confia mais em Campos Neto do que em Lula, diz uma nova pesquisa

Jorge Braga - 09/05/2023 | O Popular

Charge do Jorge Braga (O Popular)

Deu na Folha

Para os fundos de investimentos, não há comparação: Roberto Campos Neto é mais confiável do que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em pesquisa realizada pela plataforma de investimentos Genial e pela empresa de inteligência de dados Quaest, 81% dos gestores, economistas, traders e analistas do mercado responderam “confiar muito” no presidente do Banco Central. Apenas 1% tem a mesma visão de Lula.

Para 96% dos entrevistados, o presidente é “pouco ou nada” confiável. Quanto a Campos Neto, o índice cai para 2%.

NOVA PESQUISA – Os números fazem parte da pesquisa “O que pensa o mercado financeiro”, que já havia sido realizada pelas duas empresas em novembro do ano passado. Os dados foram coletados por entrevistas online e por meio de respostas a questionários de 14 a 19 de março deste ano.

Dos 101 fundos com sedes em São Paulo e Rio de Janeiro, 64% têm visão negativa do governo Lula, um aumento de 12% em relação à pesquisa anterior. São 30% os que qualificam como “regular” a atual administração e 6% têm visão positiva.

Também nesse quesito, a avaliação do mercado financeiro é muito mais favorável a Campos Neto. Na pergunta “como avalia a atuação do presidente do Banco Central desde o começo de 2023”, 94% responderam como “positiva” e apenas 1% como “negativa.”

TAXAS DE JUROS – Lula vive às turras com Campos Neto desde o início do seu mandato. Ele se irrita com o que considera excessiva resistência do Banco Central em reduzir as taxas de juros.

Na semana passada, acusou o presidente do BC de “contribuir para o atraso do crescimento econômico” do país. “Não tem nenhuma explicação os juros da taxa Selic estarem em 11,25% [ao ano]. Não existe nenhuma explicação econômica, nenhuma explicação inflacionária, não existe nada, a não ser a teimosia do Banco Central em manter essa taxa de juros”, disse ele, em entrevista ao SBT.

Nesta quarta-feira (20), o Copom (Comitê de Política Monetária), do BC, voltou a se reunir para discutir a Selic e deciciu uma queda de 0,5 ponto percentual, o que levou os juros 10,75% ao ano.

HADDAD POPULAR – A popularidade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também é bem superior à de Lula: 64% avaliam seu trabalho como positivo, enquanto 12% veem como negativo.

Apesar disso, os fundos de investimento são descrentes de que o governo vai atingir o déficit zero neste ano, uma das bandeiras de Haddad na Fazenda: 99% não creem que isso vá acontecer. Mesmo assim, 51% consideram que o ministro está mais forte agora do que no início do mandato e 14%, menos forte.

O maior temor do mercado é o intervencionismo do governo federal na economia. Para 50% dos entrevistados, este é o maior risco para o governo Lula, mais do que o dobro em relação a estouro da meta fiscal (23%). Bem superior também à perda de popularidade do presidente (19%), baixo crescimento (3%), deterioração no cenário externo (2%), confronto com o Congresso Nacional (2%) e volta da inflação (1%).

DIREÇÃO ERRADA – Apenas 19% dos integrantes de fundos de investimento esperam que a inflação aumente neste ano, e a maior parte (46%) acredita em redução. São 36% os que possuem expectativa de índice semelhante ao de 2023 (4,62%).

As opiniões são pessimistas também quanto ao rumo da economia: 71% consideram que a política econômica está na direção errada.

No cenário para os próximos 12 meses, 47% avaliam que a economia vai seguir como está hoje, 32% que continuará igual, e 21% acreditam na piora.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Esse tipo de pesquisa vale quase nada, porque os gestores dos fundos de pensão torcem por juros altos, para aumentar seus lucros. Roberto Campos Neto é homem de mercado e defende o mercado. Lula decidiu enfrentá-lo, ao invés de cativá-lo. E o resultado foi a farra dos juros, que eleva muito a dívida. Nem sempre Lula está errado quando defende queda dos juros. Por falar nisso, e os juros nos cartões de crédito, que ainda podem chegar a 430% ao ano?  (C.N.)

É desanimador notar que quase todos os bolsonaristas iriam apoiar o golpe

Charge Clayton | Charges | OPOVO+

Charge do Clayton (O Povo/CE)

Hélio Schwartsman
Folha

Os depoimentos do general Antônio Freire Gomes e do brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior dão cor e textura à tentativa de golpe capitaneada por Jair Bolsonaro e seus seguidores, mas não creio que mudem muito as perspectivas penais do ex-presidente.
O Supremo, afinal, em todas as decisões relativas aos ataques de 8 de janeiro, já dera sinais de que uma eventual condenação de Bolsonaro era questão de tempo. Um placar de 9 a 2 me parece verossímil.

ELEITORES CONFUSOS – As falas dos dois ex-comandantes também não devem mudar muito o pensamento dos cerca de 25% de eleitores que se dizem bolsonaristas convictos. Já comentei aqui o trabalho do psicólogo Drew Westen, que mostra que militantes políticos parecem sentir prazer sempre que conseguem apaziguar uma dissonância cognitiva relativa a seu líder. Os circuitos cerebrais utilizados, os sistemas de recompensa, são os mesmos envolvidos na dependência de drogas.

A grande dúvida é sobre como reagirão os eleitores que, sem ser bolsonaristas radicais, engrossavam a votação no capitão reformado. Para esse grupo, dissonâncias cognitivas às vezes levam a mudanças de posição.

Pelo Datafolha, 74% dos brasileiros dizem que a democracia é sempre a melhor forma de governo. Conciliar tal convicção e os depoimentos dos dois oficiais-generais com as atitudes do ex-presidente pode ser desafiador para quem não despreza fatos nem a lógica.

E OS POLÍTICOS – Outra incógnita diz respeito aos políticos que se perfilavam ao lado de Bolsonaro. Para uma parcela deles, que devem quase todos os seus votos ao capitão reformado, é muito difícil desligar-se do ex-presidente sem alijar a maior parte da sua base. É pouco provável que rompam com o golpista frustrado.

Mas, para lideranças que não estão tão umbilicalmente ligadas ao ex-presidente, um afastamento é não apenas factível como necessário.

Deixar de fazê-lo significará normalizar o golpe de Estado, o que seria muito ruim para a democracia.

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P.S. –
Acredito que Hélio Schwartsman esteja certo no seu cálculo. Quase todos os bolsonaristas apoiariam um golpe de estado, para se livrarem de Lula e do PT. O tema é irresistível e vamos abordá-lo novamente. (C.N.)

Lewandowski usa o caso Marielle para esconder o fracasso da fuga em Mossoró

Qual será o salário de Ricardo Lewandowski como ministro da Justiça? |  Política | Valor Econômico

Lewandowski finge que está fazendo um bom trabalho

Mario Sabino
Metrópoles

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, resolveu chamar uma entrevista coletiva para anunciar o que não é seu: a homologação do acordo de delação premiada de Ronnie Lessa pelo ministro Alexandre de Moraes. O acordo deve resultar, espera-se, na resolução completa do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

A entrevista sobre o que não é seu foi porque o ministro da Justiça ainda deve o que é dele: Ricardo Lewandowski continua levando um baile de Querubim e Tatu, os dois fugitivos da prisão de segurança máxima de Mossoró, e é bom mudar de assunto.

VIÚVA FAZ CRÍTICA – Quem não gostou foi a viúva de Marielle, a vereadora Monica Benicio. Ela escreveu no X:

“Transformar os fatos deste caso num espetáculo já virou prática corriqueira de diversos veículos de imprensa, contra a qual tenho lutado duramente. O que me causou surpresa, realmente, foi ver um ministro de Estado agir do mesmo modo, em especial, com o fechamento vazio de seu pronunciamento, ao dizer ‘brevemente pensamos que teremos resultados concretos’. Queremos respostas concretas.”

E Monica Benicio continuou: “Nós, familiares de Marielle e Anderson, não aguentamos mais a falta de respostas sobre quem mandou matar Marielle e nem promessas vazias sobre especulações de prazos que não se sustentam, só servem para aumentar a nossa dor e a nossa ansiedade. Isso é desrespeitoso conosco, familiares e amigos que perdemos pessoas amadas e vivemos com a ausência de justiça.”

MINISTRO MIDIÁTICO – A espetacularização do caso Marielle Franco por Ricardo Lewandowski já seria vexatória se ele fosse o melhor ministro da Justiça da história deste país. Como ele está longe de ser, o aproveitamento midiático fica mais evidente.

Um aspecto que chama a atenção na França, onde morei, é a circunspecção com a qual as autoridades tratam de crimes. Quem faz declaração pública é o procurador, em falas bem encadeadas e claras, nas quais se divulga tudo aquilo que se sabe até o momento, desde que não prejudique a investigação. É um ritual narrativo que leva em conta a transparência do processo investigativo, a prestação de contas à sociedade e o respeito às vítimas e aos seus próximos.

Tudo muito diferente da esculhambação brasileira, com todo mundo gritando, vazando e fazendo pronunciamentos que saem do nada para lugar nenhum, como bem apontou a vereadora Monica Benicio. Quem mandou matar Marielle? Onde estão Querubim e Tatu?

No Brasil, as pessoas honestas estão fadadas sempre a pagar a conta alheia

A honestidade é uma forma de se ser conscientemente modesto. - Vergílio Ferreira - Frases

Vergilio Ferreira é um dos maiores escritores de Portugal

Luiz Felipe Pondé
Folha

A expressão “true crime”, conhecida de quem gosta de produções audiovisuais baseadas em crimes verdadeiros, ou documentários mesclados com narrativas ficcionais, pode descrever situações bem mais estranhas do que as ficções que passam nos streamings. E, por isso mesmo, podem parecer mais absurdas.

Vou narrar uma para você hoje. Nada de países europeus ou EUA, nem envolve assassinatos ou serial killers. Nenhum caráter espetacular, mas humilhantemente real e com cara de Brasil mesmo.

NUM SÁBADO – Imagine um empresário de médio porte, com um negócio que atende o que se chamaria no passado de “classe operária”, na época do Lula 1 e 2, “classe C”, hoje, apenas, classes menos favorecidas, mas que consegue ir às compras no final de semana na periferia de São Paulo.

Agora imagine que um dia normal de sábado, loja cheia de felicidade, mulheres alegres comprando o que podiam, maridos de cara feia, com aquela preguiça atávica que homens, normalmente, têm com lojas em geral, crianças correndo, vendedores pensando nas comissões, o empresário pensando que ia conseguir pagar salários, FGTS, férias, pagar os 150 boletos mensais —incluindo os enormes impostos—, e, claro, as propinas dos fiscais amigos. Um sábado feliz, enfim.

De repetente, uma gangue mascarada invade a loja, fecha as portas, e começa o assalto. Homens gritando que iam matar todo mundo, estuprar as mulheres. Correm e põem uma arma na boca do empresário, ameaça diretamente sua secretaria, levantando sua saia com uma das suas metralhadoras.

ROUBAM OS CHEQUES – “Infelizmente”, no cofre não tinha quase nenhum dinheiro em espécie. Mas, para a sorte dos bandidos –aqueles mesmos que alguns inteligentinhos consideram “vítimas sociais”–, no cofre havia muitos talões de cheques virgens da PJ [pessoa jurídica]. Roubam todos. Roubam dinheiro e cartões de créditos dos clientes e funcionários – na época, celulares não eram ainda comuns.

Quebram muitos móveis, aparelhos de TV, batem nalgumas pessoas, ameaçam de morte o empresário dizendo: “a gente sabe onde você mora, viu, seu milionário? Vamos pegar sua mulher e sua filha e dar uns tratos nelas”. E vão embora. O sábado foi perdido.

Os mais jovens talvez não saibam o risco que era ter talões de cheques roubados, mas vou explicar. Os ladrões saiam comprando com os cheques, e muita gente não checava a “fonte” do cheque. Em sendo de PJ, o risco era maior ainda.

BOLETIM DE OCORRÊNCIA – Nosso personagem “empresário”, que de milionário não tinha nada, fez boletim de ocorrência como manda o figurino. Tudo certinho, mas, como reza a cartilha nacional, nessas terras de Lula, Bolsonaro e seus capangas, o cidadão comum nunca está protegido em situação alguma.

Não há garantias, nem se você fizer a liturgia para o caso em questão. Pouco importa o que os poderosos vomitem, o Brasil só tem leis para quem não faz happy hour com os poderosos em Brasília. Para os amigos tudo, para os inimigos a lei.

Algum tempo depois, nosso empresário é intimado a comparecer diante da “justiça”. E por quê? Uma empresária de uma cidade do interior havia recebido um dos cheques roubados como pagamento de uma compra grande feita por um dos integrantes da gangue que roubara os talões no assalto descrito acima. Ela recorreu à “justiça” para que o empresário roubado fosse obrigado a pagar o cheque. E o que aconteceu? O juiz determinou que a vítima do assalto pagasse o cheque roubado. Você não acredita?

JUSTIÇA SOCIAL – Muita gente no Brasil e no “judiciário” gosta de fazer “justiça social” com o chapéu alheio. Pouco importou os apelos da vítima do assalto, que era um absurdo ele ter que pagar um cheque que lhe fora roubado, o que ele ouviu foi que seria melhor para ele pagar aquele cheque do que se o processo seguisse adiante porque, nesse caso, sairia ainda mais caro para ele, que ainda perderia ao final com certeza.

Moral da história: o empresário foi assaltado, teve um enorme prejuízo, teve que pagar o advogado e ainda pagar o cheque que o ladrão passou na loja da empresária que não se deu ao trabalho de checar o cheque de uma PJ.

Último ato: fechou a loja, demitiu todo mundo e foi embora do país. No Brasil, gente honesta só se ferra.

Após depoimentos de militares, Mourão questiona se ‘pensar em dar golpe é crime’

Antonio Hamilton Mourão - Tudo Sobre - Estadão

Mourão acha que o golpe foi planejado, mas não ocorreu

Nicholas Shores
Veja

Ex-vice-presidente da República, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou ao Radar que, “quando você vai espremer” os depoimentos de ex-comandantes de Forças Armadas à Polícia Federal (PF) sobre uma trama golpista para manter Jair Bolsonaro no poder depois da derrota na última eleição, “vai ficar a discussão se pensar em dar um golpe é crime ou não”.

“Em relação ao disse-me-disse, tititi todo aí, reuniões no Palácio da Alvorada no final de 2022, é um processo em que fulano diz A, sicrano diz B… Vamos aguardar o final dessa investigação”, disse o general da reserva do Exército.

“Só que Estado de Sítio e Estado de Defesa não é golpe. Golpe é: você toma o poder, fecha o Congresso e, depois, você organiza. Como, por exemplo, Getúlio (Vargas) fez em 1937”, acrescentou.

ALIJADO DO PROCESSO – Mourão afirmou que já estava “alijado” do processo de tomada de decisão de Bolsonaro desde muito antes das reuniões no Alvorada em novembro e dezembro de 2022 com o general Paulo Sérgio Nogueira, então ministro da Defesa, e o general Freire Gomes, o tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Júnior e o almirante Almir Garnier Santos, que, à época, comandavam o Exército, a Aeronáutica e a Marinha, respectivamente.

“Naquela reunião que aparece filmada, em julho (de 2022), quem está sentado do lado do presidente (Bolsonaro) na função de vice era o Braga Netto. Mostra bem que eu estava fora do processo”, disse.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Mourão tem um grave defeito. É um militar que defende tortura, e essa circunstância mostra que não honra a farda. Mesmo assim, é muito melhor do que Bolsonaro. Mourão nada tem a ver com o golpe, já estava rompido com Bolsonaro há séculos, e sua opinião merece ser ouvida. Afinal, que dia ocorreu a tal tentativa de golpe? E o horário? Foi de dia ou na calada da noite? Também tenho dúvidas democráticas a respeito. (C.N.)

Dúvida cruel! Será que os mandantes da morte de Marielle ainda estão no país?

Caso Marielle: advogados deixam defesa de Ronnie Lessa após acordo de  delação - Rádio Itatiaia

Mais magro e com outro visual, Ronnie Lessa já contou tudo

César Tralli
TV Globo

A delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi fechada após uma série de depoimentos amplamente documentados em áudio e vídeo. As conversas ocorreram no presídio federal de Campo Grande, onde o acusado de assassinar Marielle Franco cumpre pena.

De acordo com o teor da delação, Ronnie Lessa contou, por exemplo, que foi a uma reunião a sós – olho no olho – com os dois mandantes do assassinato de Marielle, onde ouviu de ambos o interesse em contratá-lo para matar a vereadora.

APERTO DE MÃOS – Ronnie Lessa revelou detalhes do local, da duração deste encontro, do teor de toda conversa e, na saída, disse que se despediu dos dois com um aperto de mãos. Cerca de três semanas após este primeiro encontro, Ronnie Lessa botou em prática o atentado fatal.

Algum tempo depois da morte de Marielle, diante da enorme comoção e repercussão do crime, Ronnie Lessa disse que esteve pessoalmente mais uma vez com os mandantes do homicídio.

Ainda segundo o que consta da delação, o matador externou aos contratantes que estava muito preocupado com a pressão da sociedade para identificar e prender os assassinos. Ele temia que chegassem até ele.

Lessa contou que ouviu dos mandantes para ficar tranquilo, pois a investigação (em curso na época) não ia dar em nada, sugerindo que eles (mandantes) tinham acesso privilegiado a pessoas que investigavam a execução de Marielle.

EM CELA ISOLADA – Ronnie Lessa está em cela isolada na penitenciária federal de Campo Grande (MS). Foi lá, em agosto de 2023, que ele tomou conhecimento de que Élcio de Queiroz estava colaborando com a investigação da PF e do MP do Rio.

Lessa ouviu dos investigadores tudo que Élcio disse sobre a participação dele na execução do plano de morte de Marielle. O ex-PM sentiu que não fazia mais sentido segurar tudo sozinho. Decidiu, então, falar também.

Os mandantes, segundo Lessa, integram um grupo político poderoso no Rio de Janeiro com vários interesses em diversos setores do Estado. O ex-PM deu detalhes de encontros com eles e indícios sobre as motivações. E tudo passou a ser verificado pela força tarefa de policiais e membros do Ministério Público.

PARLAMENTAR ENVOLVIDO – Assim, foi se consolidando a delação premiada, que acaba de ser autorizada pelo STF. O caso foi parar no Supremo porque há suspeita de envolvimento de parlamentar do Congresso Nacional.

Diligências ainda estão em curso para fechar de vez a investigação e atribuir criminalmente responsabilidades sobre o mando da morte de Marielle Franco e de Anderson Gomes.

Do presídio federal em Campo Grande, Ronnie Lessa participou na segunda-feira (18) de videoconferência com o juiz que integra a equipe do ministro Alexandre de Moraes. Ele confirmou os termos dos depoimentos prestados e revelações feitas ao longo da investigação policial do ano passado. O depoimento por videoconferência foi pré-requisito para a homologação da delação premiada de Lessa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Aqui no Brasil, o sistema favorece a impunidade dos grandes criminosos. Com a publicidade em torno do caso, é claro que os depois mandantes ou já se evadiram ou estão tomando as providências para sair do país. A delação só deveria ter sido divulgada depois que os mandantes já estivessem presos. Posso estar errado, mas a lógica é essa. (C.N.)

O futuro de Bolsonaro está nas mãos do procurador-geral-da-República

Ex-presidente foi indiciado pela PF sob suspeita de fraude

Pedro do Coutto

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai decidir num prazo de duas semanas se acolhe a manifestação da Polícia Federal e encaminha à Justiça, no caso ao Supremo Tribunal Federal, processo criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta  falsificação de um atestado de vacina visando entrar nos Estados Unidos, como aconteceu no final de 2022.

O parecer do procurador-geral da República, por si só, acentua um fato sem precedentes na história do país. Um presidente determinar caminhos tortuosos, incluindo a falsificação de documentos, quando contraditoriamente negava-se a se vacinar. Mas, na hora de precisar do atestado, deslocou-se para um ato irregular. O certificado falso foi fornecido pela Prefeitura de Caxias e tudo isso deixou o governo passado em péssima situação, sobretudo contra a imagem pública. Incrível. Como reagirão diante disso os seus apoiadores e eleitores?

PESQUISAS – Enquanto isso, o presidente Lula impulsiona o seu ministério para recuperar parcelas expressivas da sociedade que, conforme as últimas pesquisas, revelaram, manifestaram-se com certo grau de insatisfação diante do desempenho do governo. O impacto das condições existentes em setores do Ministério da Saúde foi enorme e por si só abalaria o governo que agora que deixa o plano da omissão e parte para recuperar pontos perdidos.

Portanto, há confusão no cenário político e ao qual temos que adicionar uma viagem a Israel dos governadores Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas e que significou um ato anti-Lula que recentemente exagerou ao comparar a invasão de Gaza ao Holocausto. Caiado e Tarcísio sinalizaram como pretendem agir nas campanhas eleitorais, tanto a deste ano quanto a de 2026. O quadro está traçado, com Bolsonaro inelegível e o campo aberto ao candidato que consiga dar sequência ao processo político do país que continua a ser polarizado.

Lula divulga notas e culpa gestão de Bolsonaro por não encontrar móveis

Governo Lula gasta quase R$ 200 mil em móveis novos para presidente e primeira-dama - YouTube

Janja comprou as peças mais caras à venda em Brasília

Marianna Holanda e Renato Machado
Folha

O governo Lula (PT) divulgou duas notas no intervalo de quatro horas para buscar explicar a situação dos móveis do Palácio da Alvorada que estavam desaparecidos e que foram motivo de troca de farpas com a família de Jair Bolsonaro (PL).

Conforme revelou a Folha, a Presidência da República encontrou todos os 261 bens do patrimônio —vcujo sumiço havia sido alvo de queixas de Lula e da primeira-dama Janja após a transição do governo.

DIZ O GOVERNO – No começo da tarde desta quarta-feira (20), após a publicação da reportagem, a gestão petista falou em “descaso com onde estavam esses móveis, sendo necessário um esforço para localizá-los todos novamente”, mas sem citar o ex-presidente.

No final da tarde, divulgou nova nota, desta vez culpando diretamente a gestão Bolsonaro por não ter encontrado os itens e dizendo que a compra de novos móveis pelo governo Lula foi “imprescindível”.

A ausência dos móveis também havia sido um dos motivos alegados pelo novo governo para o gasto de R$ 196,7 mil em móveis de luxo, como revelado pela Folha.

MAIS ALEGAÇÕES – O governo alegou mais cedo que os móveis estavam desaparecidos e que o fato de terem sido encontrados não significava que eles estavam em boas condições de uso. O Planalto reforçou ainda que os móveis adquiridos serão usados por todos os próximos presidentes, uma vez que pertencem ao patrimônio da Presidência.

“Os trabalhos foram finalizados somente em setembro do ano passado, quando todos os bens foram encontrados em dependências diversas da residência oficial. Ou seja, houve um descaso com onde estavam esses móveis sendo necessário um esforço para localizá-los todos novamente”, diz o texto.

Na segunda nota, publicada às 18h25, a Presidência da República buscou dar mais explicações. Disse que quem não sabia onde estavam os itens era a gestão anterior, “parte deles abandonados em depósitos externos ao Palácio da Alvorada e sem efetivo controle patrimonial”. “Foi o governo atual que localizou esse patrimônio”, disse.

“LEVARAM TUDO” – A chamada “guerra dos móveis” teve início nos primeiros dias de 2023, quando Lula reclamou de começar o seu governo vivendo em um hotel, sem poder se mudar para a residência oficial do Palácio da Alvorada. Reclamou do estado de conservação das residências oficiais do Alvorada e da Granja do Torto.

Durante um café da manhã com jornalistas, afirmou que Jair Bolsonaro e sua mulher Michelle “levaram tudo”.

Nesta quarta, após a reportagem da Folha, Bolsonaro disse no X, antigo Twitter: “Todos os móveis estavam no Alvorada. Lula incorreu em falsa comunicação de furto”.

NÃO LEVARAM NADA – O levantamento do patrimônio do Palácio da Alvorada pela Comissão de Inventário Anual da Presidência da República havia apontado preliminarmente, ainda em 2022, que 261 bens citados não haviam sido localizados durante os trabalhos.

Já início do governo Lula, em 2023, a Presidência da República afirma que uma nova conferência havia sido realizada e o número de bens desaparecidos diminuiu para 83. O relatório final da comissão foi concluído só em setembro do ano passado, quando todos os itens foram encontrados.

A Folha questionou a Secom em qual local específico do Alvorada os móveis foram encontrados. A secretaria disse que eles estavam “nas diversas dependências” do palácio, sem fornecer mais detalhes. De acordo com pessoas com conhecimento do tema, boa parte estava em um depósito.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Esse tipo de acusação falsa é constrangedor. O Brasil vive um momento de retrocesso político execrável, provocado pelo Supremo, que resolveu intervir na política e ressuscitar Lula, condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro. O Supremo simplesmente desconsiderou a hipótese de Bolsonaro perder a eleição diante de outro candidato, a não ser o então presidiário Lula. E a democracia precisava seguir em frente, livre, sem intervenções. 
 (C.N.)

Affonso Romano confronta seus desejos poéticos com essa dura realidade

Erros e acertos de Picasso são vistos como poesia por Affonso Romano de Sant 'Anna - Flávio ChavesPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista e poeta mineiro Affonso Romano de Sant’Anna descreve os seus “Desejos”, em versos bastante atuais.

DESEJOS
Affonso Romano de Sant’Anna

Disto eu gostaria:
ver a queda frutífera dos pinhões sobre o gramado
e não a queda do operário dos andaimes
e o sobe-e-desce de ditadores nos palácios.

Disto eu gostaria:
ouvir minha mulher contar:
– Vi naquela árvore um pica-pau em plena ação,
e não: – Os preços do mercado estão um horror!

Disto eu gostaria:
que a filha me narrasse:
–  As formigas neste inverno estão dando tempo às flores,
e não: – Me assaltaram outra vez no ônibus do colégio.

Disto eu gostaria:
que os jornais trouxessem notícias das migrações dos pássaros,
que me falassem da constelação de Andrômeda
e da muralha de galáxias que, ansiosas, viajam
a 300 km por segundo ao nosso encontro.

Disto eu gostaria:
saber a floração de cada planta,
as mais silvestres sobretudo,
e não a cotação das bolsas
nem as glórias literárias.

Disto eu gostaria:
ser aquele pequeno inseto de olhos luminosos
que a mulher descobriu à noite no gramado
para quem o escuro é o melhor dos mundos.

BC reduz Selic a 10,75% ao ano, mas coloca o pé no freio, devido à inflação

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

Nathalia Garcia
Folha

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reduziu nesta quarta-feira (20) a taxa básica de juros (Selic) em mais 0,5 ponto percentual, de 11,25% para 10,75% ao ano. Em decisão unânime, o colegiado do BC também alterou a comunicação sobre os seus próximos passos e sinalizou um corte da mesma intensidade apenas na próxima reunião.

Isso significa que o comitê prevê uma nova redução de 0,5 ponto somente no encontro agendado para maio, deixando de se comprometer com a magnitude dos movimentos depois disso. Dessa forma, o Copom ganha mais liberdade para mudar o ritmo de cortes à frente.

SEM PLURAL – A orientação dada pelo Copom sobre o ritmo de redução da Selic foi alterada com a retirada do plural no trecho do comunicado que era aguardado com grande expectativa pelo mercado financeiro.

“Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião”, escreveu o colegiado.

Na avaliação do comitê, essa é a condução apropriada para manter a política monetária contracionista —que busca desacelerar o crescimento da economia— no processo de redução da inflação.

DEPENDE DA INFLAÇÃO – As palavras “cautela”, “moderação” e “serenidade” continuaram fazendo parte do repertório do comunicado. “O comitê avalia que as conjunturas doméstica e internacional estão mais incertas, exigindo cautela na condução da política monetária”, afirmou.

Isso pode sinalizar uma possível redução de ritmo a partir de meados do ano. O Copom, contudo, reiteirou que a magnitude total do ciclo de flexibilização de juros ao longo do tempo dependerá da evolução da trajetória da inflação, dentro outros fatores.

O Copom manteve nesta quarta-feira o ritmo de cortes aplicado desde o início da flexibilização de juros iniciada em agosto do ano passado. Até agora, já foram seis reduções consecutivas na mesma intensidade de 0,5 ponto percentual. Com isso, a Selic chegou ao menor patamar desde fevereiro de 2022, quando a taxa básica estava fixada em 9,25% ao ano.

LULA CRITICA – Depois de um momento de trégua, Lula voltou a fazer pressão sobre Campos Neto na semana passada. Na ocasião, afirmou que o chefe da autoridade monetária mantém a taxa de juros alta “por teimosia” e que ele contribui para o “atraso do crescimento econômico” do país.

Com os efeitos defasados da política monetária sobre a economia, o BC passa a mirar com cada vez mais ênfase o alvo fixado para 2025, quando terá início o modelo de meta contínua após mudança no sistema de metas de inflação.

O comitê conta, desde janeiro, com quatro diretores indicados pelo governo Lula—Paulo Picchetti, Rodrigo Teixeira, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino—, de um total de nove membros da diretoria, incluindo o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Um dos problemas de Lula é não ter medo do ridículo. Para Lula, tudo o que não dá certo é culpa do Banco Central.  Desde o início de sua gestão, vem criticando impiedosamente o Banco Central, sem perceber que vem sendo ajudado pela atual direção, considerada a melhor do mundo. São coisas do Brasil, como diz Pedro do Coutto. (C.N.)

Bolsonaro faz 69 anos, vamos cantar parabéns ou pedir que tenha juízo?

Parar o ódio é tarefa urgente

Charge do Ivan Cabral (Sorriso Pensante)

Carlos Newton

Mesmo sem fazer pesquisa, sabe-se, com toda certeza, que quase todos os bolsonaristas, incluindo os militares, aceitariam o golpe de estado, porque isso significaria livrar o país do petismo. Esses brasileiros lembram e jamais esquecerão o que Lula da Silva e o PT fizeram no verão passado, digamos assim, e gostariam de vê-los longe do poder.

Embora os bolsonaristas sejam minoritários, a simples existência do fanatismo deles comprova o mal que o Supremo Tribunal Federal fez ao país ao se meter em política, descondenando Lula e os maiores corruptos do mundo, ao mesmo tempo em que passou a perseguir justamente aqueles que lutavam para tentar o aprimoramento da democracia.

ANTIDEMOCRACIA – Dez anos depois da Lava Jato, o resultado dessa distorção foi o fortalecimento da antidemocracia no país. Como brasileiros, todos deveriam se sentir envergonhados. Ter Lula e Bolsonaro como maiores ídolos políticos desta nação é um fato deprimente e constrangedor.

Mas as pessoas se comportam como se essa imundície toda tivesse de ser parte integrante da normalidade institucional. Ou seja, acham que única opção do país seria escolher entre Lula ou Bolsonaro, como se não houvesse alternativa, e é claro que existe.

É pena que a grande maioria dos brasileiros se comporte assim, deixando-se levar por falsos líderes. De toda forma, sabemos que se trata de um fenômeno político-social passageiro, porque o tempo sempre se encarrega de corrigir determinados erros que cometemos.

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P.S. –
Como dizia o poeta Mário Quintana, esses falsos líderes passarão e o país continuará indo em frente, como um passarinho, sem que eles possam nos atrapalhar. Nada como o tempo, para resolver esse tipo de problema.  (C.N.)

Lula fez “falsa comunicação de furto” dos 261 objetos perdidos no Alvorada

Lula ficou desolado ao entrar no Palácio da Alvorada, diz Janja | Blog da Natuza Nery | G1

Janja convocou a imprensa para esculhambar Michelle

Rafaela Ferreira
Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quarta-feira, 20, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL) “incorreu em falsa comunicação de furto” por ter acusado o ex-chefe do Executivo e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pelo “desaparecimento” de 261 objetos do Palácio da Alvorada. Os itens foram localizados pelo governo no ano passado, dentro do próprio imóvel.

“Todos os móveis estavam no Alvorada. Lula incorreu em falsa comunicação de furto”, escreveu o ex-presidente no X (antigo Twitter).

FIZERAM ESCÂNDALO – Durante a transição de governo, no final de 2022, Lula e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, reclamaram das condições da residência oficial, em Brasília, e apontaram que estavam faltando bens no local, após Bolsonaro e Michelle deixaram de usar o Alvorada.

Além da mobília, também foram considerados desaparecidos utensílios domésticos, livros e obras de arte.

Os itens foram localizados até setembro do ano passado, dez meses depois da primeira inspeção no local, que ocorreu em novembro de 2022. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência afirmou que os objetos foram encontrados em “dependências diversas” dentro do Palácio da Alvorada. Ao ser questionada sobre quais seriam essas dependências, a pasta informou que os objetos estavam “espalhados” no imóvel, sem detalhar os locais.

NÃO TINHAM SUMIDO – Foram necessárias três conferências para localizar os móveis, disse a pasta. A primeira inspeção, em novembro de 2022, atestou que 261 bens estavam desaparecidos. A segunda conferência ocorreu no início do ano passado e localizou 173 peças.

A última foi feita em setembro e atestou que nenhum item havia sido extraviado pelo casal Bolsonaro. Apesar da descoberta dos itens, a Secom disse que os móveis sofreram um “descaso” por parte de Bolsonaro e Michelle.

O suposto sumiço dos móveis foi um dos motivos para que Lula e Janja comprassem nova mobília. Em dezembro do ano passado, um levantamento feito pelo Estadão mostrou que o governo federal gastou R$ 26,8 milhões com reformas, compra de novos móveis, materiais e utensílios domésticos para os palácios presidenciais de Brasília em 2023.

MICHELE EXPLICOU – Na ocasião, Michelle havia usado das redes sociais para explicar onde poderia estar a mobília desaparecida.

“Esses móveis estão ou no depósito 5 do Palácio da Alvorada ou no depósito da Presidência. Existe esse depósito com várias cadeiras, mesas, sofás, quadros, que você pode fazer esse rodízio. Quando a Marcela Temer me apresentou o Alvorada, em 2018, ela me falou dessa possibilidade e da possibilidade de trazer os meus móveis, da minha casa”, disse a ex-primeira-dama, quando Janja denunciou que tinham levado até a cama do casal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Importante matéria, enviada por Mário Assis Causanilhas. Quem conhece Lula sabe que ele está pouco ligando para essas coisas. Quem fez o escândalo, à época, foi sua terceira-dama, Janja da Silva, ao tentar justificar a compra de móveis superluxuosos para o quarto e a sala principal do Alvorada. É triste isso, ver um presidente que vive a reboque da mulher e deixa que ela faça o que bem entende. Dos 261 pertences, cujo sumiço Janja denunciou na televisão, em matéria exclusiva na GloboNews, nenhum havia sido levado. E agora, será que a jornalista vai mostrar que foi usada pela terceira-dama? (C.N.)

Torres afirma que os ex-chefes militares mentiram e propõe até fazer acareação

O ex-ministro Anderson Torres presta depoimento na CPI do 8 de Janeiro

Torres jamais se reuniu com os ex-comandantes militares

Paolla Serra
O Globo

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres solicitou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acesso aos registros de entrada dos palácios da Alvorada e do Planalto, além de dados de geolocalização do seu telefone, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do ex-comandante do Exército Freire Gomes e do ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior.

O objetivo do requerimento da defesa de Torres é confrontar a versão dada pelos militares em depoimentos prestados à Polícia Federal de que ele teria atuado como “suporte jurídico” para a elaboração de uma minuta golpista apresentada em reuniões na presença de Bolsonaro e de aliados.

ATÉ ACAREAÇÃO – Na petição, assinada pelo advogado Eumar Novacki, são solicitados também que seja autorizado um novo depoimento de Torres, bem como uma acareação com os oficiais, caso as supostas contradições não sejam sanadas.

A interlocutores, o ex-ministro da Justiça tem dito ter encontrado com Freire Gomes e Baptista Junior apenas uma vez no Alvorada. Na ocasião, teria apenas cumprimentado os militares que chegavam para encontrar com Bolsonaro.

Como O Globo mostrou, tanto o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, como o então comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, confirmaram aos investigadores a presença de Torres em pelo menos um desses encontros.

SUPORTE JURÍDICO – Freire Gomes contou que o ex-ministro atuava “explanando o suporte jurídico para as medidas que poderiam ser adotadas”. Em janeiro do ano passado, foi apreendida na casa dele uma minuta de um decreto golpista que tinha o objetivo de instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mudar o resultado das eleições presidenciais realizadas em 2022.

Já Baptista Junior relatou que Torres chegou a participar de uma reunião em que os comandantes das Forças, e que na ocasião ele buscou “pontuar aspectos jurídicos que dariam suporte às medidas de exceção (GLO e Estado de Defesa”.

Segundo o militar, o ex-ministro tinha como papel assessor o ex-presidente durante a reunião “em relação às medidas jurídicas que o poder Executivo poderia adotar no cenário discutido”.

DEFESA DESMENTE – Na semana passada, após Moraes derrubar o sigilo dos depoimentos prestados, a defesa de Torres reiterou que ele não esteve nas reuniões em que foram discutidas ‘medidas antidemocráticas’.

“O ex-ministro da Justiça, citado de modo genérico e vago por duas testemunhas, esclarece que houve grande equívoco nos depoimentos prestados. Nesse sentido, vai requerer nova oitiva e eventual acareação, além de outras providências necessárias à elucidação do caso. Anderson Torres mantém sua postura cooperativa com as investigações e seu compromisso inegociável com a democracia”, informou Novacki, em nota.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Chefes militares não somente mentindo, mas também combinando depoimentos entre si, isso é grave e o ex-ministro Anderson Torres acaba de colocar de saia justa o general Freire Gomes e o brigadeiro Baptista Júnior. Pelo jeito, realmente não se fazem mais militares como antigamente, aqui do lado de baixo do Equador. (C.N.)

Estivemos fora do ar desde a madrugada e agora voltamos para perturbar o ambiente

Emenda cria censura na internet para quem falar mal de político em redes sociais - Flávio Chaves

Charge do Rice (Arquivo Google)

Carlos Newton

Às oito horas da manhã, quando tentei iniciar a edição da Tribuna da Internet, nosso site estava fora do ar. Entrei no Painel do Cliente UOL e deparei com o seguinte aviso:

MANUTENÇÃO PROGRAMADA – Visando uma melhoria no ambiente, dos dias 19/03 a 22/03 das 23h à 01h, haverá manutenção no banco de dados de Hospedagem, podendo causar instabilidade de 15 minutos.

Bem, fiquei tranquilo, pensei que era coisa à toa e logo a Tribuna estaria de volta. No entanto, uma hora depois o site ainda fora do ar e enviamos um pedido de atendimento aos especialistas do UOL, e a resposta, enviada por Pamela C., foi a seguinte:

Lamentamos muito o ocorrido com o produto, mas estamos efetuando uma manutenção em nosso ambiente de hospedagem na data de hoje. pedimos gentilmente que aguarde normalização e efetue testes ao longo do dia.

Bem, aí a coisa mudou de figura. Uma simples manutenção, que no máximo causaria “instabilidade de 15 minutos”, de repente pode se prolongar ao longo do dia??? Preocupado, enviei outra mensagem ao UOL:

Querida Pamela,
Vocês prometeram fazer a manutenção de madrugada, em 15 minutos. Por favor, verifique se não tem algo errado no meu site.
Gratíssimo.

Poucos minutos depois, o Suporte Técnico do UOL me respondeu em mensagem enviada por James D:

Prezado cliente, bom dia.
Pedimos desculpas por eventuais transtornos. Essa situação é geral. Nossa equipe responsável já está trabalhando para corrigir, mas no momento não temos prazo para normalização. Permanecemos à disposição.

Isso foi às 10h41m. Desde então, o editor da Tribuna ficou ligado no servidor UOL, aguardando as providências. Na verdade, é preciso levar na brincadeira esses problemas. Desta vez, pelo menos, não foi ataque de hachers, que já nos fizeram investidas realmente devastadoras. No ano passado, além de nos tirar do ar, eles queriam destruir o blog.

ARQUIVO DESTRUÍDO – Embora exista um pagamento extra que hipoteticamente nos garantiria “back up” das matérias, ou seja, a incolumidade do arquivo, os hackers conseguiram apagaram quase todo o arquivo da Tribuna, levando preciosos textos de Helio Fernandes, Jorge Béja, Carlos Chagas, Sebastião Nery, Pedro do Coutto, Roberto Nascimento, José Antonio Perez e outros importantes colaboradores.

Hoje, nem consegui  ficar esperando para ver o que aconteceu. Seguiram-se outras mensagens dizendo que estavam trabalhando para resolver o problema, e nada.

À tarde, deixei o site de lado e acompanhei minha mulher ao médico, para conferir sua recuperação e aproveitei para checar minha pressão e capacidade pulmonar, parece que ainda terão de me aguentar por um largo tempo, nem adianta ficar tirando o blog do ar.

ESTAMOS DE VOLTA – Cheguei por volta das 18 horas, liguei o computador e – surpresa! – os gênios do UOL colocaram o ovo em pé… E foi bem depois  das 15 horas, porque os comentários só voltaram às 15h45m, e o anterior fora às 03h51, sobre a riqueza de Maluf, quando logo depois saímos do ar.

Sempre que ocorrem esses apagões, participantes e comentaristas do site sugerem que a gente contrate outro servidor, mas é ilusão tentar preservar a Tribuna. Enquanto existirmos, estaremos sob ataque dos maus políticos e dos empresários e banqueiros corruptos. Aliás, é um orgulho sofrer esse tipo de ataque. E vamos continuar com o servidor UOL, porque é um gigante, o melhor da praça. Se somos atacados mesmo debaixo da proteção dele, imaginem em outro servidor…

E vamos em frente, sempre juntos. O médico me mandou botar para quebrar, porque aos oitenta anos fico meio inimputável juridicamente, posso fazer qualquer putaria coms os outros, desculpem a expressão.

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P.S. –
E logo hoje, que é aniversário do grande jornalista e advogado José Carlos Werneck, meu companheiro na Editoria de Política de O Globo desde a década de 70… Daqui meu abraço e votos de muita felicidade ao querido amigo, que é conhecidíssimo em Brasília, onde acabamos de perder o Paulo Pestana, bem mais jovem do que nós. (C.N.)

Se criassem a vacina contra burrice, Bolsonaro iria fraudar o certificado

Bolsonaro não comparece à sabatina após fiasco na Globo e na Band - Vermelho

Charge do Nando Motta (Arquivo Google)

Mario Sabino
Metrópoles

Não consigo pensar em nada mais ridículo do que um presidente da República pedindo ao seu ajudante de ordens para falsificar certificado de vacinação contra a Covid.

Se a convicção contra a segurança da vacina era tanta, se o medo de virar jacaré era real, Jair Bolsonaro deveria ter renunciado a viajar aos Estados Unidos. As nossas escolhas têm consequências e pronto.

OUTRA ESTUPIDEZ – Jair Bolsonaro acreditava que a fraude permaneceria em segredo. Outra estupidez. O sujeito vivia sabotando todas as medidas sanitárias contra a Covid, fazia campanha aberta contra a vacinação, vivia às turras com o Poder Judiciário, Alexandre de Moraes já estava tocando inquéritos sigilosos — como é que ele abriu um flanco desses?

Nunca houve um presidente que se enrolasse tanto sozinho como Jair Bolsonaro. E, pelo jeito, só havia patetas obedientes ao lado dele. Ninguém para dizer: “ô, chefia, não faz isso, não…”

Comparado aos outros indiciamentos, esse parece ser de menor dano, mas não é: a PF acusa o ex-presidente de associação criminosa (outros 16 Einsteins foram indiciados) e inserção de dados falsos em sistema de informação. Dá cana brava. Não, não tem nada a ver com aquela palhaçada da perturbação a baleia.

NOS ESTADOS UNIDOS – Jair Bolsonaro supostamente usou os documentos falsos para enganar a imigração americana. Fosse um cidadão comum, não entraria nunca mais nos Estados Unidos. Talvez não entre mais.

E ele ainda pode ser condenado à prisão pela Justiça americana.

Deveria existir vacina contra a burrice. Mas, se existisse, o ex-presidente não se vacinaria e mandaria falsificar o certificado.