Se o general Freire Gomes revelar o que sabe, será nitroglicerina pura

Impatiality on X: "General Freire Gomes do exercito brasileiro entra para a  história como o general que por interesses pessoais traiu a pátria e  entregou o Brasil nas mãos do comunismo. Defina

Freire Gomes se comportou como um militar legalista

Roberto Nascimento

Está fadada ao fracasso essa fantasiosa estratégia que a imprensa está atribuindo a militares golpistas, que pretenderiam incluir na cena do crime golpista o general Freire Gomes, comandante do Exército no final do governo Jair Bolsonaro.

Quem verdadeiramente deu a ordem para a continuidade dos acampamentos golpistas na frente dos quartéis do Exército foi o então comandante-em-chefe das Forças Armadas, o presidente da República.

EXPLICAÇÃO CLARA – A nota oficial assinada pelo então comandante Freire Gomes era bastante clara. Dizia que não havia ordens judiciais para desfazer os acampamentos, porque se trata de manifestações pacíficas, garantidas pela Constituição (artigo 5º).

Se o general Freire Gomes desse a ordem para desmobilizar os acampamentos, Bolsonaro poderia exonerá-lo do cargo e nomear algum general golpista Theophilo Gaspar, de quatro estrelas e integrante do Alto Comando, aquele que pediu ao Mauro Cid para levar a Bolsonaro o recado: “Assina o Estado de Defesa, que eu coloco as tropas na rua”.

O primeiro a ser preso certamente seria o ministro Alexandre de Morais, do Supremo.

BRAGA NETTO – Outro sinal da atitude republicana do general Freire Gomes foi a contrariedade do golpista Braga Netto, que o classificou de “cagão” ao saber que ele não apoiaria o golpe,  segundo a delação do tenente-coronel Mauro Cid. Os fatos são muito graves.

O general Freire Gomes, diante dessas apurações, da delação premiada do ten. Coronel Mauro Cid, se for chamado a depor, nem precisa da companhia de advogados, a sua inocência na trama golpista é uma constatação irremovível.

Basta o general contar tudo o que sabe e que ainda não veio à tona. Seria nitroglicerina pura. Um conselho para generais e coronéis envolvidos até o pescoço na tentativa de golpe: não cutuquem com vara curta.a onça que tem dentro do general Freire Gomes. O bote pode ser inevitável.

Atribuir a Bolsonaro a liderança do golpe seria uma espécie de Piada do Século

Bolsonaro manifesta surpresa com público na Avenida Paulista | Brasil | Pleno.News

A dúvida é saber quem era o verdadeiro líder do golpe

Carlos Newton

São impressionantes as boçalidades que a imprensa e as redes sociais divulgam. Por exemplo, atribuir a Jair Bolsonaro a liderança dessa tentativa de golpe seria uma Piada do Século. É óbvio em que 2018 ele foi eleito presidente com apoio massivo dos militares e das chamadas forças auxiliares.

O principal motivo dessa adesão, dentro do projeto esboçado pelo general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, foi a necessidade de pôr fim aos sucessivos e fracassados governos do PT, pois à época a liderança de Bolsonaro era mínima, como deputado de baixo clero, como ele próprio se define.

Assim, em 2018, Bolsonaro foi a apenas um instrumento, mas ganhou forte embalo político e realmente passou a liderar os civis antipetistas – ou antilulistas, o que vem a ser a mesmíssima coisa.

APOIO MILITAR – É engano julgar que as Forças Armadas se tornaram bolsonaristas. Na verdade, aproveitaram a ocasião e desfrutaram do governo dele, que contratou cerca de seis mil militares para exercerem funções civis, algo jamais visto, nem mesmo no regime militar de 64.

Foi um governo curvado aos militares, que tiveram sua Previdência Social preservada, seus salários foram equiparados aos servidores civis e ganharam uma série de penduricalhos, inclusive uma vultosa gratificação quando se aposentam.

Ora, se as Forças Armadas apoiaram Bolsonaro, é porque tiverem fartos motivos para tal, capazes de serem avaliados monetariamente, sejamos sinceros. Mas é erro afirmar que os militares se tornaram bolsonaristas.

ANTILULISMO – É preciso entender que as Forças Armadas simplesmente preferem aturar Bolsonaro do que suportar Lula da Silva, por tudo o que ele representa, como ex-agente infiltrado pela ditadura no sindicalismo e depois como líder político ignorante, despreparado, pretencioso e corrupto.

O Supremo ilegalmente tirou Lula da cadeia, devolveu-lhe os direitos políticos, mas a grosseira maquiagem jurídica não consegue esconder os múltiplos defeitos que os militares veem em Lula.

Mais de um ano depois, hoje pouco se sabe acerca da tentativa de evitar que Lula voltasse ao poder, e muito poderia ser esclarecido pelo general Freire Gomes, o comandante do Exército que disse não aos golpistas, com apoio quase unânime do Alto Comando.

MENSAGEM DE NATAL – Merece ser lembrada a mensagem dirigida à tropa na véspera de Natal, quando o golpe tentava explodir o caminhão de combustível no aeroporto de Brasília.

A hierarquia, a disciplina e a coesão não são apenas pilares que sustentam uma instituição de Estado como a nossa. São marcas indeléveis que derivam dos nossos valores mais caros, que precisam ser cultivados todos os dias, da mesma forma que nossos veteranos fizeram antes de nós. Em um ano como o de 2022, esses valores foram, mais uma vez, postos à prova e mostraram para toda a sociedade que o Exército Brasileiro continua forte, disciplinado e unido em prol do nosso Brasil”, disse Freire Gomes.

A essa altura, o comandante já havia dissuadido os oficiais golpistas e firmado a posição do Alto Comando. Mesmo assim, os generais rebelados seguiram em frente.

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P.S.
Quando Freire Gomes retornar na Espanha, é preciso ouvi-lo, para que esclareça o que realmente aconteceu e se Bolsonaro estava mesmo à frente do golpe ou se era um joguete nas mãos dos generais que o cercavam. A meu ver, já afirmei isso aqui várias vezes, não acredito que Bolsonaro fosse transformado em ditador, porque general não bate continência para capitão, conforme Roberto Nascimento destacou em brilhante artigo na Tribuna. Quanto ao general Freire Gomes, nem precisa prestar depoimento, é até mais democrático apenas dar uma entrevista a respeito, para esclarecer as coisas. O Brasil tem o direito de saber a verdade. (C.N.)

Judeus eram considerados “perseguidos” e agora são classificados como “opressores”

Conflito Israel-Hamas: 5 conclusões após 4 semanas de guerra - BBC News  Brasil

Em Gaza, é um povo destruindo outro povo, propositadamente

Hélio Schwartsman
Folha

Algumas semanas atrás, perguntei aqui como, nas mentes dos autoproclamados progressistas, os judeus passaram num intervalo de poucas décadas, de protótipo da minoria perseguida a odioso grupo opressor. Em seguida, confessei minha ignorância, mas “Israelophobia”, de Jake Wallis Simons, oferece respostas.

A tese central de Simons é a de que o ódio a Israel, a “entidade sionista”, é uma nova mutação do velho antissemitismo. Nos primeiros séculos da era cristã, judeus eram odiados por causa de sua religião; no século 19 e início do 20, o eram por causa da raça; e, agora, por causa de Israel. O autor esmiúça essas transformações.

DESDE O NAZISMO – Simons faz uma espécie de arqueologia da israelofobia. Mostra que, no mundo árabe, ela veio através da militância de Amin al Husseini, o mufti de Jerusalém, que foi colaborador próximo dos nazistas. Al Husseini, que defendia a eliminação física dos judeus, venceu a competição com outros grupos, como o moderado clã Nashashibi, para tornar-se a representação dos palestinos nos anos 1940.

É muito por causa de sua ação que os árabes não aceitaram a partilha da ONU de 1947. Ele também influenciou a Irmandade Muçulmana egípcia e sua cria, o Hamas.

Na esquerda, a hostilidade a Israel teve um forte empurrão da URSS. Até 1967, Moscou tinha relações próximas com Tel Aviv, mas foi se afastando. A partir de 1973, a hostilidade tornou-se aberta.

CAMPANHA RUSSA – Os soviéticos lançaram operações de propaganda anti-Israel. Uma delas foi comandada por Iuri Andropov. Eles reciclavam clássicos do antissemitismo, como “Protocolos do Sábios de Sião”, só substituindo a palavra “judeus” por “sionistas”. Às vezes, até os erros ortográficos do original eram reproduzidos.

Dá para discordar de várias das asserções de Simons, que, a meu ver, é tolerante demais para com graves violações a direitos humanos cometidas por Israel.

Mas é uma obra calcada em fatos e muito, muito informativa. Vale a leitura.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Sinceramente, desta vez, não está difícil defender os judeus – está simplesmente impossível. Deveria partir de Israel o acordo dos dois Estados, mas sabemos que isso jamais acontecerá. Os israelenses precisam aprender que o maior desafio da vida é ser justo. (C.N.)

PT prefere cultivar a empáfia e não aceita se retratar quando é necessário

Lula defende a paz, diz Alckmin após comparação de Israel com Hitler Por  Poder360

Lula tem uma enorme capacidade de produztr asneiras

Dora Kramer
Folha

O PT é muito bom em exigir desculpas do alheio. Cobra retratações com a maior facilidade, mas tem muita dificuldade em se retratar quando a necessidade se impõe.

Fez o que fez com a cumplicidade de partidos aliados no mensalão e, no máximo, reconheceu a existência de “erros” sem nunca ter admitido o crime, a despeito das condenações impostas a petistas de alto escalão.

ATITUDES ABSURDAS – A presidente Dilma Rousseff fez o que fez com a economia do país e o que faz o presidente Luiz Inácio da Silva? Tenta reescrever a história ao lhe dar de presente um posto de relevância no setor, o comando do banco do Brics.

Executor da desastrosa “nova matriz”, Guido Mantega só não foi recompensado com a gestão da Vale porque há gestores responsáveis na companhia.

Sobre o que se viu na Operação Lava Jato, então, nem se fala. Houve o que houve, desvios de procedimentos levaram a anulações judiciais sem declaração de inocência aos envolvidos, mas a roubalheira, de novo com a parceria de partidos aliados, ficou demonstrada. Lula, no entanto, se sente no direito de retaliar e exigir que joelhos prestem reverência ao milho.

GAFES HOMÉRICAS – Há mais exemplos nesse histórico, incluindo gafes homéricas, que de algum modo explicam a razão pela qual Lula se recusa a consertar a barbaridade cometida na comparação da ação israelense em Gaza à operação genocida de Hitler na Segunda Guerra Mundial.

Nem precisaria pedir desculpas no molde exigido por Israel em sua oportunista reação à qual o presidente deu margem. Há grandeza em certos recuos e pequenez em determinadas ocasiões.

Lula poderia modular a declaração, teria evitado que Binyamin Netanyahu se aproveitasse da situação, mas prefere se aferrar à empáfia agora potencializada pela ausência de conselheiros influentes e, sobretudo, sensatos. Gente do calibre do falecido Márcio Thomaz Bastos. Como ministro da Justiça, salvou o chefe de várias enrascadas e faz uma falta danada.

Ainda são mínimas as chances de ser aprovada uma anistia no Congresso

40 anos de Anistia: Brasil, o país que não quer olhar para o passado

Charge do Lattuff (Arquivo Google)

Vera Magalhães
O Globo

Era óbvio que Jair Bolsonaro pretendia dar uma demonstração de apoio popular e político que, de alguma forma, intimidasse a Polícia Federal e o Judiciário a prosseguirem com as investigações que chegam cada vez mais perto dele. Mas foi só no próprio ato deste domingo que ele explicitou o segundo e mais concreto objetivo da convocação dos seus apoiadores para a avenida Paulista: articular um ou mais projetos de lei propondo anistia para quem praticou alguma ação golpista nos últimos anos.

Para disfarçar a carapuça, ele disse falar em nome daqueles que estão presos pelo 8 de Janeiro, mas fica evidente o alcance maior da sua ideia de uma anistia “por parte do parlamento brasileiro”: abranger também a si próprio e aos demais aliados políticos que venham a ser tornados réus e posteriormente condenados e presos por algum dos vários momentos em que ações golpistas foram colocadas em marcha.

VÁRIOS INQUÉRITOS – Sim, porque não é só o 8 de Janeiro que está sendo investigado e ensejando punições. Os diversos momentos anteriores a ele também têm inquéritos próprios, diversas graduações de participação e crimes diferentes que foram cometidos.

Bolsonaro sabe disso, e joga a isca para ver se consegue mobilizar sua tropa no Congresso para começar a agir imediatamente. Uma eventual anistia aos “pobres coitados” que já estão presos seria apenas o embrião para outra mais ampla.

Mas qual a chance de qualquer iniciativa nesse sentido prosperar no Legislativo? Por ora, praticamente nenhuma. Nem Arthur Lira nem Rodrigo Pacheco nutrem simpatia pela ideia, e a discussão desse tipo de iniciativa paralisaria qualquer agenda do país e desviaria o foco para isso.

DIFICULDADES – Ademais, a cúpula de outros partidos, que não o PL, que foram do governo Bolsonaro, como PP e Republicanos, hoje está dividida entre o governo e a oposição, o que dificulta arregimentar apoio para pressionar os presidentes da Câmara e do Senado.

Assim, por mais que tenha tido êxito em levar à Paulista tanto apoio popular (nesse sentido o número de quem foi é uma coisa de menor relevância) quanto apoio político (num sinal de que seguirá relevante como cabo eleitoral e catalisador da oposição), Bolsonaro não teve sucesso no objetivo que traçou de pressionar o Judiciário e o Legislativo.

Pelo contrário: ao admitir a existência de uma ou mais minutas falando em golpe, estado de sítio ou outras medidas de exceção, corroborou provas já à disposição da PF e do STF.

Lula e o PT tentam menosprezar o impressionante ato público de domingo

Apoiadores de Bolsonaro se reúnem em ato na Av. Paulista | Exame

Lula proibiu que fizessem perguntas sobre o ato público

Mario Sabino
Metrópoles

É fato que não deixa de ser curioso o que ocorre com Jair Bolsonaro, chefão de partido nenhum, e Lula, chefão do PT. Depois de 4 anos de tentativas de autodestruição política, locatário de uma agremiação, derrotado na eleição presidencial e agora sob fogo cerrado do STF, da PF e da imprensa, o primeiro consegue colocar uma multidão na avenida Paulista.

Com as condenações criminais anuladas, um partido grande e organizado, eleito presidente da República e apoiado pelo STF e pela imprensa, o segundo não pode sair livremente às ruas e as suas entrevistas são, no mais das vezes, controladas e concedidas apenas a jornalistas ainda mais amigos do que a média geral.

SEM COMENTÁRIOS – Entro no assunto porque Lula evitou falar da manifestação de domingo na avenida Paulista, durante uma entrevista coletiva para o lançamento de um programa governamental.

O presidente apresentou o negócio — um programa social para dar uso a imóveis abandonados da União —, mas as perguntas só podiam ser feitas a ministros presentes.

Um jornalista até tentou sair do roteiro e perguntou ao presidente sobre o ato convocado por Jair Bolsonaro. A resposta foram vaias dos militantes presentes.

PREGAÇÃO DO ÓDIO – Quem respondeu brevemente foram os seus áulicos, depois do evento. Associaram os líderes religiosos que apoiam Jair Bolsonaro à pregação de “ódio” e menosprezaram o que se viu na Avenida Paulista ontem, como se tivessem vencido a eleição presidencial por uma larga margem de votos e Lula não tivesse sido destronado como o maior político popular do Brasil.

Esse menosprezo explica também por que o apesar virou por causa. Mostra a distância entre um partido que se quer popular e o país no qual metade dos cidadãos que votaram em 2022 tem ojeriza ao petismo e a tudo a ele associado.

O povo passou na janela e só o PT não viu.

Em revide, a esquerda convoca atos para pedir a prisão de Jair Bolsonaro

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reúnem em manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, em 25 de fevereiro de 2024

As esquerdas também querem encher a Avenida Paulista

Gabriel de Sousa
Estadão

Frentes de esquerda que abrigam sindicatos e movimentos sociais anunciaram que vão realizar, no dia 23 de março, manifestações nas 27 capitais para defender a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O anúncio ocorreu nesta terça-feira, 27, dois dias após o ex-presidente reunir centenas de milhares de pessoas na Avenida Paulista e defender uma anistia para golpistas presos pelos atos de 8 de Janeiro.

As manifestações serão organizadas pelos movimentos de esquerda Frente Povo Sem Medo (FPSM) e Frente Brasil Popular. Nesta terça-feira, os coletivos se reuniram com representantes do PT, do PCdoB e do PSOL e líderes de movimentos sociais para definir a data do ato.

EM TODAS AS CAPITAIS – As manifestações serão em todas as 27 capitais do País, mas deve ter um esforço de mobilização em São Paulo e em Salvador. Ao Estadão, lideranças de esquerda que participaram da reunião disseram que a capital paulista será privilegiada pelo seu histórico de manifestações e pelo resultado obtido por Bolsonaro no último domingo.

A metrópole baiana, por sua vez, será privilegiada por ser a maior cidade do Nordeste e um dos principais redutos eleitorais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal (PF) por ter planejado um golpe de Estado após as eleições de 2022, junto com seus aliados e militares de alta patente. Após ser alvo da Operação Tempus Veritatis no último dia 8, o ex-presidente convocou apoiadores para um ato na Avenida Paulista, que aconteceu neste domingo, 25, e reuniu centenas de milhares de pessoas

PEDIDO DE PRISÃO – No ato das esquerdas no próximo dia 23, está prevista a leitura de uma carta onde será defendida a prisão de Bolsonaro e dos seus aliados que também foram alvos da operação da PF. O ato será realizado dois dias após o aniversário de 69 anos de Bolsonaro.

Ao Estadão, o coordenador-geral do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Rud Rafael, que integra a Frente Brasil Sem Medo, disse que os setores da esquerda que vão participar da manifestação consideram que as provas já coletadas pela PF sustentariam a privação de liberdade do ex-chefe do Executivo.

“A prisão de Bolsonaro precisa ser feita em decorrência das investigações. A gente quer que seja concluída o mais rápido possível. As provas já estão colocadas e a gente quer que haja o julgamento para que tenha a punição para ele e para todos que tiveram envolvimento com essa tentativa de golpe”, disse.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
A manifestação é ridícula e vai relembrar os 60 anos do golpe militar de 1964, que ocorreu no dia 31 de março. Mas o ato foi adiantado em uma semana por causa do feriado da Páscoa, informaram os organizadores. Em tradução simultânea, a manifestação pró-Bolsonaro realmente impressionou e assustou as esquerdas. Faltou informar quem vai pagar os ônibus, os sandubas de mortadela, as tubaínas e distribuir R$ 50 a cada manifestante, como é hábito das centrais e sindicatos. (C.N.)

Uma mensagem de pacificação e de justiça iluminou a Avenida Paulista

O principal clamor de Bolsonaro em plena avenida Paulista (veja o vídeo)

Parecia imposssível, mas um único homem lotou a avenida

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

No domingo, dia 25, um único homem encheu a Avenida Paulista, como nunca se viu. Até onde as lentes dos drones e câmeras alcançavam, a avenida estava cheia, lotada. Jamais o mundo inteiro vira tanta gente, à exceção da visita do papa a Seul, na Coreia, há três décadas. Como no caso do papa, vieram por um homem. E ouviram sua fala. Ele pediu para não trazerem faixas, nem insultos a pessoas e instituições, e todos seguiram a fala do líder.

Vieram de longe, muitos bloqueados nas estradas. Bloqueados pelo medo dos que temem o povo, mas querem impor-lhe medo. Bloquearam até quem não é brasileiro. O jornalista português ficou detido por quatro horas. Obra do milagre. Era preciso mostrar ao mundo, por meio dele, a realidade do Brasil.

A FALA DO POVO – A avenida ficou lotada. Eloquente. Não precisaria falar nada para ser ouvida no mundo todo. A presença da cidadania foi forte demais para precisar de alguma fala. Já seria suficiente para dizer tudo.

Ainda assim, houve oradores. Nenhuma voz partidária. Ficou combinado que o partido de todos seria apenas o Brasil. Falou-se de moral e religião, nas vozes de Michelle e Malafaia.

No fim, veio a voz do líder, pregando a conciliação pela anistia, sem vencedores nem vencidos; pregando justiça com isenção, sem esmagar uns e exaltar outros.

JÁ DIZIA TUDO – O pastor havia lembrado antes que um juiz havia dito “nós derrotamos o bolsonarismo”. Depois, olhou a multidão e percebeu que não precisava retrucar o juiz. A multidão estava ali para desmentir. Porque a multidão disse tudo. Não precisaria fala de ninguém.

Ainda assim, o líder insistiu. Anistia para quem não destruiu patrimônio do povo; para quem apenas se manifestou, como a Constituição garante. Já foram anistiados sequestradores, assassinos, assaltantes; por que não anistiar os participantes do desabafo do 8 de janeiro, motivados pelo desconhecimento dos métodos de contagem dos votos?

Pediu aos deputados e senadores que livrassem inocentes da vingança inconstitucional de uns poucos. Jogou nos plenários do Congresso o desafio da paz e da conciliação.

ATO PACÍFICO – Foi uma demonstração de força. Pacífica. Apenas mostrando o que pensa uma parte na nação, a quem o Estado serve. O que a avenida disse é que quer paz, justiça, sem vingança nem perseguições. Mas, pelo tamanho dela, ela não disse que apenas quer. Disse que exige. Fez pensar sobre o seu tamanho.

Não foi um artista popular, um general cheio de canhões, um banqueiro cheio de dinheiro, um demagogo cheio de mentiras que lá foi conversar com tanta gente.

Foi um homem simples, igual aos outros, sem armas, sem dinheiro, sem dotes artísticos, sem mentiras, que foi se apresentar de novo, pedindo união por ideais. pela Pátria, pela família, pelos direitos, pelas liberdades, pela descendência de cada brasileiro. Nos dias de hoje, isso é milagre.

Povo encheu a Avenida Paulista para mostrar aversão ao regime Lula/STF

Ato na Paulista mostra que Bolsonaro “está no jogo” e controla o próprio  legado

Ato na Av. Paulista mostrou que Bolsonaro continua no jogo

J.R. Guzzo
Gazeta do Povo

A única coisa que a esquerda brasileira viu na manifestação de massa deste dia 25 de fevereiro na Avenida Paulista foi Jair Bolsonaro. Havia, segundo as estimativas da polícia de São Paulo, 750 mil pessoas ocupando a maior parte dos quase três quilômetros na avenida e das ruas em sua volta. Não houve nem um incidente – zero.

Não houve insultos ao STF, nem gritos pedindo “intervenção” dos militares, nem discursos em favor do “golpe”; na verdade, não houve uma única faixa ou cartaz pedindo nada, em cumprimento às instruções dadas previamente pelos organizadores.

Não houve frotas de ônibus pagas com dinheiro público para trazer gente, nem a participação de sindicatos, de entidades cheias de dinheiro, das “elites”, ou de seja lá quem fosse.

VONTADE POPULAR – Foi possivelmente a maior exibição de vontade popular genuína que Brasil teve na sua história recente – e o mais indiscutível atestado da aversão de milhões de brasileiros pelo regime Lula-STF. Mas os que mandam no país só viram uma coisa – Bolsonaro.

Milhões de brasileiros são contra a junta de governo, e tanto faz se Bolsonaro é o nome que atrai no momento a rejeição à Lula, ao PT e ao Supremo.

Não ocorreu a ninguém na Junta de Governo, é claro, que eles não têm a mais remota condição de levar para a rua uma multidão parecida. Também não viram que havia, diante dos seus olhos, muito mais que um comício a favor do ex-presidente, ou um protesto contra o processo criminal armado contra ele.

RECADO DIRETO – O que aconteceu na Paulista foi um atestado público de que uma grande parte da população é capaz de sair à rua por sua livre e espontânea vontade, sem um tostão de incentivo oficial e nenhum esforço de propaganda, para dizer que rejeita o governo que está aí e quem lhe dá sustento.

As pessoas estão dizendo: “Não gostamos do que vocês estão fazendo. Não queremos o Brasil que vocês querem. Entendemos os nossos direitos, e não temos medo de ir para rua para exigir que sejam cumpridos”.

Mas o consórcio Lula-STF acha que é tudo “Bolsonaro”. O povo que foi para a rua não existe; é apenas um bando irrelevante de autômatos, e basta o governo se livrar do ex-presidente de uma vez por todas – já está proibido de disputar eleições, agora o projeto é fechá-lo numa prisão – para tudo se resolver.

JUNTA DE GOVERNO – A manifestação de São Paulo, porém, mostra que nada vai se resolver. Milhões de brasileiros são contra a junta de governo, e tanto faz se Bolsonaro é o nome que atrai no momento a rejeição à Lula, ao PT e ao Supremo.

Se não for ele, haverá imediatamente outro, e a rua continuará enchendo. É simples, no fim das contas: ou fazem uma ditadura de verdade, com tudo o que as ditaduras exigem, ou podem não aguentar o tranco.

Lula acha que Alexandre de Moraes, a dupla Pacheco-Lira e os jornalistas são a solução para todos os seus problemas, Assim, para que ter voto, ou fazer um governo que dê algum resultado, se são eles que mandam na máquina do Estado? Estão cegos para a rua; acham-se capazes de governar sem povo. Mas só há uma maneira de deixarem as coisas assim para sempre: com a força bruta.

Militares golpistas procuram colocar general Freire Gomes na mira da PF

Jair Bolsonaro e o ex-comandante do Exército, o general Freire Gomes

Ex-comandante do Exército é o homem que sabia demais

Bela Megale
O Globo

O ex-comandante do Exército Freire Gomes entrou na mira dos militares alinhados a Jair Bolsonaro. Fardados que são investigados por tentativa de um golpe de Estado passaram a defender, nos bastidores, que o general se omitiu ou prevaricou, ao participar da reunião com o ex-presidente, na qual foram discutidos detalhes de uma minuta que abriria possibilidade para uma intervenção.

Militares ligados a Bolsonaro passaram a encampar a tese de que a PF também precisa responsabilizar Freire Gomes. Eles afirmam que, como comandante de Força, o general tinha “responsabilidade institucional” de reportar às autoridades o que ocorria.

COMANDO PROTEGE – A avaliação desse grupo é que a cúpula do Exército protege o ex-comandante e que é preciso “jogar luz” sobre seu papel naquele momento. Para isso, uma das estratégias traçadas é que os militares investigados apontem, em depoimentos para a PF, o papel de Freire Gomes nos temas investigados.

Um deles é a reunião de Bolsonaro com os comandantes das Forças Armadas descrita pelo ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, no seu acordo de delação premiada.

Cid relatou que o único comandante que se prontificou a embarcar na aventura golpista com Bolsonaro foi o então chefe da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos.

ATAQUES ÀS URNAS – Os investigados também querem que a PF questione Freire Gomes sobre o papel que teve diante dos ataques à credibilidade das urnas feitos pelos militares que integraram a Comissão de Transparência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na ocasião, o ministro da Defesa era o general Paulo Sérgio Nogueira, que também está investigado pela Polícia Federal.

Outro tema abordado pelos militares alinhados a Bolsonaro é que a PF deveria elucidar com Freire Gomes porque ele não determinou a retirada do acampamento golpista da porta do quartel-general do Exército, em Brasília, após a derrota do ex-presidente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não mais que de repente, Freire Gomes passa a ser a peça-chave das investigações, um mês depois de a Tribuna da Internet dar essa dica. Como se dizia antigamente, antes tarde do que nunca. (C.N.)

Delirante, Lula diz que manifestação foi em defesa do golpe e contra democracia 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu entrevista à RedeTV

Lula deu mais uma entrevista tipo vôlei para a RedeTV!

Deu na CNN

A manifestação pró-Bolsonaro no último domingo (25) foi “grande”, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi feita em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV, que foi exibida nesta terça-feira (27). Lula foi questionado se havia considerado a manifestação relevante.

Não é possível você negar um fato. Eles fizeram uma manifestação grande em São Paulo. Mesmo quem não quiser acreditar, é só pegar a imagem que tem a manifestação grande. Como as pessoas chegaram lá, é outros quinhentos… O dado concreto é que foi uma manifestação em defesa do golpe.

CONTRA A DEMOCRACIA – Para Lula, o ato realizado no domingo foi contra a democracia “porque tem gente deles presa”. “Eles estão presos como garantia da paz e da ordem. Ainda não se descobriu quem é que mandou, quem financiou… porque houve uma tentativa de golpe”.

Sobre o pedido de anistia de Bolsonaro, Lula disse que “ele nem foi julgado”. “Ele não está em uma fase de ser julgado. Está em uma fase de inquérito”.

Para Lula, “tem que terminar o processo, as pessoas serem ouvidas”, disse, citando que ainda está se “levantando quem é que financiou”. E ironizou: “O cidadão está pedindo anistia antecipada”.

BOLSONARO SE ACOVARDOU – Lula disse também que o então presidente Jair Bolsonaro não teve coragem para dar o golpe que estado que vinha preparando desde antes das eleições presidenciais em 2022.

“Quer apagar a bobagem que fez? A bobagem é que ele se acovardou, pensou o golpe, não teve coragem, foi embora para os Estados Unidos com antecedência, achando que ia acontecer e que a sociedade ia ser todo mundo apavorado e ele ia voltar dos EUA ungido pelas massas

Procurada pela CNN, a assessoria de Bolsonaro ainda não se manifestou a respeito das declarações de Lula.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nesta matéria, enviada por José Guilherme Schossland, Lula faz uma avaliação errada. A manifestação de domingo foi impressionante demonstração de força política, sem a menor dúvida. O ato público demonstrou muita coisa, como o fato de que o antilulismo aumenta, ao invés de diminuir. Outra evidência clara é que Tarcísio de Freitas é fortíssimo candidato a presidente em 2026, quando Lula estará chegando aos 81 anos e ainda mais destrambelhado do que nos dias de hoje. Quanto à entrevista à CNN, foi do tipo vôlei, em que o repórter levanta a bola para Lula cortar… (C.N.)

“No Brasil, até o passado é imprevisível”, dizia o tucano Pedro Malan

Mendonça deu 60 dias para empresas renegociarem acordos 

Pedro do Coutto

É atribuída a Pedro Malan, que ocupou a pasta da Fazenda no governo FHC, uma frase ao mesmo tempo irônica, mas bastante capaz de traduzir o que se passa na economia e nas finanças do país: “No Brasil, até o passado é imprevisível”. De fato, analisando-se o conteúdo da afirmação, verifica-se que decisões administrativas e judiciais tornam o passado cada vez mais presente.

Agora mesmo, as empresas que firmaram delação premiada com o governo – são muitas, inclusive do porte da Odebrecht – possam renegociar os acordos estabelecidos com o poder público, de acordo com decisão do ministro André Mendonça.

RENEGOCIAÇÃO – A soma contida em possíveis acordos de renegociação é muito alta. Mas as devedoras têm a oportunidade de propor novas condições de pagamento e até mesmo de reabilitação no contexto econômico.

Recentemente, o ministro Dias Toffoli suspendeu o pagamento de multas de R$ 8,5 bilhões impostas à Companhia Novonor S.A. – novo nome da Odebrecht – que havia sido determinado em um acordo de leniência firmado com o Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Operação Lava Jato.

INFORMAÇÕES – Uma das bases para a suspensão do pagamento e a reavaliação do acordo são as informações obtidas a partir da Operação Spoofing, que investigou o hackeamento de aplicativos de mensagens de juízes e procuradores da Lava Jato.

O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, recorreu da decisão do ministro Dias Toffoli. A decisão foi assinada em dezembro por Toffoli, e também garantiu o acesso a todo o material apreendido pela polícia naquela ação.

O importante é considerar que os acordos das divisões englobam grandes empresas. Portanto, estamos diante de um problema que é o recuo no tempo e as decisões prolatadas no passado que se tornam, assim, imprevisíveis ou pelo menos de baixa previsão.

E o poeta Vinicius, humildemente, colocou letra num choro de Pixinguinha…

Documentário mostra parceria entre Vinicius e Pixinguinha - Jorn

Vinicius e Pixinguinha, gênios da música

Paulo Peres
Poemas & Canções

O diplomata, advogado, jornalista, dramaturgo, compositor e poeta carioca Vinícius de Moraes (1913-1980), na letra do chorinho “Lamento”, confessa a tristeza do desamor e tenta a reconciliação. O choro “Lamento”, composto por Pixinguinha em 1928, foi originalmente apenas instrumental e somente em 1962 ganhou essa letra do Vinícius de Moraes. O chorinho foi gravado por Elizeth Cardoso no LP Muito Elizeth, em 1966, pela Copacabana.

LAMENTO
Pixinguinha e Vinícius de Moraes

Morena, tem pena
Mas ouve o meu lamento
Tento em vão te esquecer
Mas olhe, o meu tormento é tanto
Que eu vivo em prantos, sou tão infeliz
Não há coisa mais triste, meu benzinho
Que esse chorinho que eu te fiz

Sozinho, morena
Você nem tem mais pena
Ai, meu bem, fiquei tão só
Tem dó, tem dó de mim
Porque eu estou triste assim por amor de você
Não há coisa mais linda neste mundo
Que o meu carinho por você

Morena, tem pena…

Na Avenida Paulista, passaram vários personagens à procura de um autor

Leia a íntegra do discurso de Bolsonaro na avenida Paulista

Jair Bolsonaro era o personagem que não assinou o decreto

Duarte Bertolini

Nos fatos históricos, sem muito esforço, poderemos encontrar perguntas nunca respondidas e que jamais saberemos como se portaram os personagens. Por exemplo: qual a versão de Gregório Fortunato sobre o atentado da Rua Tonelero? E o famoso raio X do pé de Carlos Lacerda mostraria uma bala de 45 ou de 32? O atentado saiu da cabeça de Gregório, de Benjamim Vargas ou de outras sinistras e obscuras figuras?

E o esfaqueador Adélio Bispo? É o crime de maior vulto envolvendo um futuro presidente, e tudo ainda é mistério? Se a morte passional de João Pessoa provocou uma revolução, como é que a tentativa de assassinar um futuro presidente ficou na tese do lobo solitário?

ACIDENTALMENTE… – E as oportuníssimas mortes por acidente aéreo de figuras que incomodavam um sistema azeitado, em diferentes graus e motivos variados, como Ulysses Guimarães, Eduardo Campos, Teori Zavascki, entre outros?  Dizem que o avião é o meio de transporte mais seguro (depois do elevador) mas quem disse isso não conhece o Brasil, certamente.

Como desconfio secularmente de grande parte de nossos militares, sempre fico com um pé atrás com as coisas que os envolvem. Desconfio também dos políticos de sempre, é claro. Se reunirmos os dois numa mesma ação, não consigo aceitar versões oficiais.

Será que não estamos em enredos similares (guardadas as proporções e cenários), mas principalmente aproveitando o título genial da peça de Pirandello, “Seis personagens à procura de um autor”. E se?

ANTIPETISMO – As Forças Armadas não toleram, por razoes históricas e ideológicas, o PT e o próprio Lula. Quando o petista cumpria cadeia, o Supremo subverte a lei para livrá-lo da prisão e torná-lo virtual presidente.

A mídia bate impiedosamente no então presidente eleito Bolsonaro, de formação militar e que toscamente tenta recuperar a imagem e o protagonismo das Forças Armadas na política do país

Mesmo que desmentidas, permanecem as desconfianças sobre as urnas eletrônicas, curiosamente só usadas em amplo aspecto no Brasil. As suspeitas existem, porque a Justiça Eleitoral insiste em descumprir a lei aprovada que prevê alguma forma de controle impresso. O presidente reage e a Justiça o ataca ferozmente, chegando a torná-lo inelegível, por se reunir com embaixadores, depois de o presidente do TSE ter feito exatamente a mesma coisa, não há lógica.

TENTATIVA DE GOLPE – Os militares do núcleo duro do Planalto não queriam sair, sonhavam com o golpe. Em 2022, porém, não havia motivos concretos, como existiram em 1964. Mesmo assim, com o povo clamando incessante em constrangedores e patéticos acampamentos diante dos quartéis, armou-se um clima de golpe.

Mas o presidente derrotado relutou. Sabe que a alma das Forças Armadas é a hierarquia. Se houvesse golpe, logo apareceria um general Costa e Silva para impedir eleições e exigir o poder.

E os generais conspiradores também estavam indecisos. Ocorreu o vandalismo, depois as prisões, e assim o golpe sucumbiu, sem que saibamos quem era o verdadeiro líder.

TUDO ESQUISITO – Foi uma tremenda confusão nos bastidores. Nenhum dos generais golpistas quis assumir o comando. O presidente ainda no poder recusou-se a assinar o decreto do Estado de Defesa. Eram personagens à procura de um autor.

E o mais impressionante é que o clima de golpe continua, o clamor ecoa pelos vales, pelas ruas, pelos discursos, pelas redes sociais, embora não exista a menor possibilidade de se concretizar.

No último domingo, na monumental Avenida Paulista, ouviu-se mais uma vez esse clamor de um golpe de estado que jamais irá ocorrer. Ninguém quer assumir este risco de crucificação histórica. Afinal os tempos são outros.

Investigação de generais que atuaram no golpe mais parece a Piada do Ano

Charge do Aroeira (Arquivo Google)

Carlos Newton

Chega a ser divertido ler o noticiário da chamada grande imprensa. Quando não há muito a escrever, os jornalistas e observadores políticos usam e abusam da criatividade. Na semana passada, por exemplo, foi impressionante o espaço dedicado aos “depoimentos” a serem feitos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelos integrantes do núcleo duro do governo, envolvidos na famosa tentativa do golpe que não houve.

Como diria o jornalista e publicitário Miguel Gustavo, o suspense era de matar o Hitchcock. Realmente, nas redações esperava-se que os depoentes vomitassem os detalhes, trouxessem informações e datas que ajudassem a montar esse gigantesco quebra-cabeças.

APENAS SONHO – Ainda bem que sonhar não é proibido nem paga imposto. Sem novidades no front, a imprensa teve de noticiar que os delegados e agentes da Polícia Federal não ficaram satisfeitos com os interrogatórios dos sete envolvidos que decidiram falar no inquérito do fim do mundo, que apura a tentativa de um golpe de Estado e mais um monte de coisas que ninguém consegue lembrar.

O que esperavam esses supostos especialistas em interrogatórios? Certamente, queriam que os investigados respondessem claramente àquelas perguntas capciosas e revelassem, logo de cara, seu empenho e sua perseverança no planejamento da tentativa do golpe que não houve.

Segundo a avaliação dos agentes e delegados, os sete depoentes, ao responder às perguntas, mentiram e buscaram se justificar, sem contribuir em nada para a investigação, vejam que grande novidade.

DOIS EXEMPLOS – Nesta lista de depoentes pouco confiáveis, digamos assim, estão o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro da Justiça, delegado federal Anderson Torres, aquele que foi apanhado com uma minuta de decreto totalmente diversa da outra versão, apreendida com Bolsonaro.

Costa Neto falou por cerca de três horas e Anderson Torres por quase cinco horas. Os depoimentos de ambos foram descritos como “evasivos” e “sem dados a acrescentar”. Nem passou pela cabeça dos investigadores que os dois civis talvez pouco soubessem, porque o golpe estava sendo planejado quase exclusivamente por militares e assessores diretos do presidente.

Aliás, achar que Costa Neto seria um dos articuladores do golpe é uma espécie de Piada do Ano. A especialidade criminal dele é bem diferente…

BOA OPORTUNIDADE – Outra excelente piada foi a imprensa ter comentado que era o momento ideal que poderia ter sido usado para os alvos se defenderem, mas eles “perderam a oportunidade”. Há-há-há!, vamos todos rir, como recomendava Helio Fernandes.

Dos 23 intimados para o interrogatório da quinta-feira, dia 22, apenas sete falaram. Ou seja, se defenderam, porque ninguém depõe para se incriminar, só os débeis mentais, que são inimputáveis.

Além de Bolsonaro, ficaram em silêncio militares de alta patente, como os generais Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno. Alguma novidade?

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P.S. –
Até agora, muita espuma e pouco chope. Os ministros do Supremo tiveram coragem para condenar a longas e injustas penas os pés-de-chinelo que invadiram os palácios, sem haver provas materiais individuais contra eles, conforme exige a lei. Mais de um ano depois, até agora o Supremo não teve o menor ânimo para investigar e prender os “kids pretos”, que transformaram em vandalismo uma manifestação que era pacífica. E será que agora os ministros terão coragem de processar e prender generais de quatro estrelas, sem provas materiais? Estou apostando que isso não acontecerá?  (C.N.)

Flávio Dino vai ampliar bastante a interlocução de Lula com o STF

Charge do Clayton Rebouças (O Povo/CE)

Charge do Clayton Rebouças (O Povo/CE)

Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense

O ex-governador e ex-senador Flávio Dino, aos 55 anos, novo ministro do Supremo Tribunal, tomou posse, ontem, na vaga de Rosa Weber. Na cerimônia, apenas falou o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso: “Me limito a fazer uma brevíssima saudação de boas-vindas ao ministro Flávio Dino, que é uma pessoa recebida por todos nós com muita alegria”.

Dino jurou cumprir a Constituição, assinou o termo de posse, depois se retirou para participar de uma missa na Catedral de Brasília. Dispensou a tradicional festa organizada pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB).

MINISTRO POLÍTICO – À posse minimalista, compareceram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e 900 convidados. Dino será o ministro mais político da Casa, com muita capacidade de interlocução com o Executivo e o Legislativo. A experiência na gestão dos problemas da sociedade e suas conexões com o Judiciário devem pautar sua atuação na Corte.

Se não mudar de ideia no meio do caminho, abandonando o Supremo antes dos 75 anos, como muitas vezes acontece, Dino será ministro por 19 anos. No discurso que fez ao se despedir do Senado, não descartou a volta à vida político-partidária: “Não sei se Deus me dará a oportunidade de estar novamente na tribuna do Parlamento, no Senado ou na Câmara”. Talvez tenha sido um gesto afetivo aos colegas parlamentares, mas, também, pode ter um projeto mais ambicioso, se considerarmos a sua trajetória, pois era visto como um potencial candidato à Presidência, na sucessão de Lula.

BELO CURRÍCULO – Flávio Dino de Castro e Costa (São Luís, 30 de abril de 1968) formou-se em direito pela UFMA e concluiu o mestrado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 2001. Foi auxiliar judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região e atuou como advogado. Foi juiz federal da 1ª Região de 1994 até 2006. Pediu exoneração da magistratura para se candidatar ao cargo de deputado federal pelo Maranhão, filiando-se ao PCdoB, mandato que exerceu de 2007 a 2011.

Diretor da Escola de Direito de Brasília do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), durante o governo de Dilma Rousseff, elegeu-se governador do Maranhão em 2014, no primeiro turno. Com 63,52% dos votos válidos, obteve espetacular vitória contra o grupo político liderado pelo ex-presidente José Sarney.

Reeleito em 2018, também no primeiro turno, com 59,29% dos votos válidos, trocou o PCdoB pelo PSB para se eleger senador em 2022.

INTERLOCUTOR PRIVILEGIADO – Ao escolher Dino, o presidente Lula pôs no Supremo um político com saber jurídico e lealdade comprovada, o que aumenta a interlocução do governo junto à Corte, que já havia sido reforçada pela indicação do seu ex-advogado Cristiano Zanin. Essa interface também foi ampliada pela presença de Ricardo Lewandowski, ex-ministro da Corte, no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Nos últimos anos, os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli foram os principais interlocutores do Supremo com o mundo político, mas Lula tem, agora, dois ministros de suas relações de confiança. Obviamente, há limites constitucionais e éticos para essa interlocução.

O fato de que Dino era visto como potencial candidato à sucessão de Lula incomodava muito o PT. Mas não a ponto de a cúpula da legenda apostar suas fichas no ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

E O PÓS-LULA? – Uma das preocupações do presidente da República é com a sobrevivência do PT após deixar o poder. A legenda abriga divergências políticas incontornáveis e rivalidades pessoais que podem comprometer seu futuro.

Dino é carismático. À frente do Ministério da Justiça, exerceu um papel destacado na crise de 8 de janeiro de 2023. Tem formação sólida e experiência jurídica para se destacar pela qualidade de suas decisões. E pode assumir um comportamento completamente diferente do estilo “bateu, levou” que havia adotado no Ministério da Justiça. Ou seja, preferir falar pelos autos e se movimentar nos bastidores da política com discrição.

Uma das características dos ministros do Supremo é o perfil de “sujeito iluminista”, o “penso, logo existo”, na qual cada integrante atua como se fosse a própria Corte. Hoje, há forte questionamento no Congresso quanto às decisões monocráticas em relação aos demais Poderes. Dino tem o perfil de “sujeito sociológico”, que plasma decisões no contexto histórico e político.

Supremo está perdendo a confianca do brasileiro e precisa fazer autocrítica

Tribuna da Internet | Ministros do Supremo precisam parar de agir como se  fossem realmente “políticos de toga”

Charge do Duke (O Tempo)

Deu no Estadão

Nos últimos anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) prestou inestimáveis serviços: da punição aos corruptos do mensalão à preservação das prerrogativas dos Estados na pandemia e a defesa do processo eleitoral, além da responsabilização dos executores e artífices do atentado do 8 de Janeiro. Em momentos críticos, o STF teve papel crucial na defesa da soberania do povo, encarnada nas instituições republicanas. E, no entanto, o sentimento desse mesmo povo em relação à mais alta instância judicial do País é de desconfiança.

Segundo pesquisa AtlasIntel, mais da metade dos brasileiros diz não confiar no STF. Entre 51% e 56% dos entrevistados consideram “péssima” a atuação dos ministros em questões capitais, como a defesa da democracia, o respeito ao Legislativo, reformas para melhorar o Judiciário, correção de abusos de instâncias inferiores, profissionalismo e competência dos ministros, defesa dos direitos individuais, imparcialidade entre rivais políticos e combate à corrupção.

DETERIORAÇÃO – A trajetória é de deterioração. Em um ano, os que confiam no STF caíram de 45% para 42%, e os que não confiam cresceram de 44% para 51%.

Justificado ou não, esse descrédito é ruim. O bom funcionamento do Estado Democrático de Direito depende de um Judiciário que seja não só autônomo e independente, mas também respeitado. A percepção ideal da Justiça é de um quadro de servidores qualificados, que julgam conflitos sobre os quais não têm parte, aplicando leis que não criaram.

Mas o sentimento predominante sobre o STF é o oposto: de uma Corte incompetente, instável, politizada, conivente com a corrupção e até autoritária.

COMPETÊNCIA AMPLA DEMAIS – Uma das razões estruturais e exógenas para essa desconfiança é uma disfuncionalidade constitutiva. Constituições deveriam ser abstratas e sucintas, consagrando direitos fundamentais e princípios basilares para o funcionamento do Estado, e deixando o resto às composições políticas.

Mas os constituintes pecaram por excesso, confeccionaram uma Carta abrangente e pormenorizada e atribuíram à Corte constitucional competências excessivamente amplas, inclusive sobre matérias penais e administrativas. Obrigado a arbitrar sobre controvérsias que em outras partes do mundo são deixadas a outras instâncias judiciais ou, sobretudo, à política, o STF é sobrecarregado e tragado por paixões partidárias.

Essa disfuncionalidade incentiva o oportunismo político. As esquerdas, com frequência minoritárias nas Casas Legislativas, recorrentemente tentam reverter na Corte políticas que perderam no voto. Populistas à direita, insatisfeitos com prerrogativas das minorias, elegem a Corte como o “inimigo público número um” quando esta não se dobra à “vontade do povo” – nome que eles dão ao alarido dos reacionários.

EXAME DE CONSCIÊNCIA – Nada disso exime os ministros de fazer um exame de consciência. A maior causa da deterioração da autoridade do STF não é a sua atuação em defesa da democracia ou da Constituição, mas os abusos cometidos a pretexto dessa defesa: invasões de competências legislativas, protagonismo midiático, atropelamento do processo legal, relações promíscuas com os poderosos de turno.

Um exemplo cristalino são as arbitrariedades nos inquéritos conduzidos por Alexandre de Moraes contra atos antidemocráticos, as chamadas “milícias digitais” e as fake news.

Outro são as revisões monocráticas de Dias Toffoli de acordos fechados no âmbito da Operação Lava Jato. É fato que, em nome do combate à corrupção, a Lava Jato se permitiu toda sorte de abusos, mas, ao invés de corrigi-los, Toffoli, com a conivência de seus pares, incorre nos mesmos abusos, com o sinal trocado.

ANTILAVAJATISMO – De instância saneadora do lavajatismo, o STF se converteu em antilavajatista, instaurando um neolavajatismo. É o mesmo voluntarismo messiânico. Só que dessa vez a população está escolada: segundo a AtlasIntel, nada menos que 80% discordam da suspensão das multas impostas aos criminosos confessos.

De guardiães do Estado de Direito, alguns ministros se autoatribuíram a missão de vigilantes da política. Mas a população começa a se perguntar quem, afinal, vigia os vigilantes. Outros se mostram impacientes com a ordem jurídica e, ao invés de serem seus operadores, querem ser seus reformadores para curar “injustiças sociais”.

Mas a população parece esperar deles algo mais modesto: que apenas cumpram a lei e respeitem o Estado Democrático de Direito.

(Artigo enviado por José Carlos Werneck)

Negar a importância da manifestação na Avenida Paulista é passar ridículo

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reúnem em manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, em 25 de fevereiro de 2024

Realmente, foi uma aglomeração humana impressionante

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

Apenas 185 mil pessoas na Avenida Paulista? É ridículo, não? O pior de tudo é a pessoa passar ridículo por vontade própria. Nós vimos aquela Avenida Paulista lotada; moradores de lá disseram que nunca a viram tão cheia. Eu calculei com base na matemática – e eu fui bom nisso, nota 10 na faculdade e no ensino médio: a área da avenida é de uns 130 mil metros quadrados; se pusermos cinco pessoas por metro quadrado, teremos 650 mil pessoas.

A PM de São Paulo disse que havia 750 mil, e eu até admito porque calculei apenas a avenida em si, com 50 metros de largura e 2,8 mil metros de extensão, mas certamente havia gente nas transversais. Se não tivesse havido bloqueio na estrada, haveria ainda mais gente.

POSTURA RIDÍCULA – Mas insistir em 185 mil é um retrato desse ridículo. É tão absurdo que ficamos pensando que a pessoa está sonhando ou deixou de pensar racionalmente, só emocionalmente, porque quer ser contra. Como se passou ridículo ingenuamente, puerilmente. “Não é”, “não é”, “não é”. Por que isso? É tão vergonhoso, tão vexaminoso negar a realidade.

E não estou falando só da contagem da multidão. Vi pessoas dizendo “o pior discurso do Bolsonaro em toda a sua vida”, não sei mais o quê. Outros ofenderam, disseram que não podia ter havido a manifestação… Mas não vivemos em uma democracia?

Quem diz algo assim está revelando o seu totalitarismo, seu desejo de partido único, quando na verdade toda essa gente deveria simplesmente reconhecer a demonstração de força, de grandiosidade de um líder, que conseguiu convencer os manifestantes a não trazerem faixas ofensivas, por exemplo.

SEM PARTIDARISMO – Houve o discurso moderado de Bolsonaro, houve o discurso de cunho moral e religioso de Michelle e de Silas Malafaia. Não houve partidarismo, não apareceu partido político; o presidente apenas deu força para as lideranças que estavam com ele no palanque.

Mas as pessoas fazem questão de negar isso. E quando fazem isso, assinam embaixo, assumindo que aquilo as atingiu. E como usam adjetivos, até interjeições! É coisa de jornalista que não aprendeu na faculdade, como eu aprendi, que em jornalismo não se usa adjetivo e muito menos interjeição.

Usamos verbos e substantivos para contar os fatos. Em vez de usar um adjetivo, mostramos o tamanho do que foi, a cor do que apareceu, o inchaço. Mas não se usa adjetivo, que, em geral, embute uma opinião. Enfim, a manifestação teve repercussão no mundo inteiro, principalmente por causa da detenção do jornalista português – um marqueteiro empenhado em deixar mal o país não teria feito melhor.

Supremo adia recursos contra decisão que suspende multas à J&F e Novonor

Ministro Dias Toffoli

Supremo vai dando um jeito de Dias Toffoli sair incólume

Natália Veloso
Poder360

A 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta 3ª terça-feira (dia 27) adiar a análise dos recursos apresentados pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo) e ANPR (Associação Nacional de Procuradores da República) contra a decisão do ministro Dias Toffoli que determinou a anulação das provas obtidas a partir do acordo de leniência da Odebrecht (atual Novonor).

O pedido de adiamento partiu do ministro André Mendonça, que sugeriu aos magistrados que aguardem a renegociação dos acordos de leniência firmados com o MPF (Ministério Público Federal).

60 DIAS – Na segunda-feira (dia 26), Mendonça deu o prazo de 60 dias para uma conciliação sobre os termos dos acordos e suspendeu todos as multas aplicadas contra empresas no âmbito da Lava Jato.

O magistrado realizou audiência de conciliação com todas as partes envolvidas em uma ação proposta por Psol, PC do B e Solidariedade. Os partidos pedem a suspensão dos pagamentos nos acordos firmados até agosto de 2020.

Durante a sessão da 2ª Turma desta 3ª (27.fev), Mendonça disse haver “confusões” sobre as decisões do ministro Toffoli que suspendeu o pagamento de multas estabelecidas no acordo com o MPF (Ministério Público Federal) para as empresas Novonor (ex-Odebrecht) e J&F.

INADIPLEMENTO – “De tudo que eu tenho conhecimento, em nenhum momento os acordos que envolviam a CGU e a AGU teve suspeição de pagamento. Os pagamentos estavam, no âmbito contratual pactuado, sendo necessários. O que havia de fato, e ainda há, é o inadimplemento de empresas que têm tido dificuldades de cumprir os compromissos que haviam assumido. Mas não há nenhuma determinação judicial para suspensão desses pagamentos”, declarou.

A fala foi endossada pelo presidente da Turma, ministro Dias Toffoli, que disse já ter esclarecido a questão em um despacho encaminhado à União.

“Jamais houve anulação de nenhum acordo, o que houve foi a suspensão e única e exclusivamente daqueles elaborados no âmbito do Ministério Público Federal tendo por base determinadas provas que esta Turma já julgou que eram provas ilícitas”, disse o magistrado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O corporativismo sempre fala mais alto e as sujeiradas de Toffoli vão sendo discretamente escondidas debaixo do tapete do tribunal. O importante é que o Supremo respeite as leis, ao invés de interpretá-las em favor de manjadíssimos empresários corruptores. Afinal, é sempre bom preservar as aparências, pelo menos. (C.N.)

“Reparação histórica” teria de expulsar todos os descendentes dos europeus 

A ilustração figurativa de Ricardo Cammarota foi executada em técnica mista: manual com pincel e tinta guache sobre papel e, depois, scaneada e acrescentados, digitalmente, o fundo em cor craft e fios finos pretos. A ilustração, na horizontal, proporção 17,5cm x 9,5cm, apresenta a imagem estilizada de um mapa mundi onde os continentes (em cores vivas - laranja, vermelho, amarelo, azul e verde) estão em ordens trocadas. A Oceania no canto superior esquerdo, abaixo, a Ásia. Ao centro, a África, abaixo, a Europa. Do lado inferior direito está a América do norte e central e, à direita, no canto superior, a América do Sul.

Ilustração de Ricardo Cammarota (Folha)

Luiz Felipe Pondé
Folha

Quando penso no que o Homo sapiens fez com os neandertais perco um pouco a esperança na nossa espécie. Como teria sido o mundo se não tivéssemos ajudado a eliminar todos os nossos irmãos sapiens que um dia conviveram conosco nesse efêmero planeta azul?

O conceito de reparação histórica está na praça. Não vou questioná-lo na sua condição epistemológica. Poderia fazê-lo, visto que é frágil na sua estrutura e é, essencialmente, ideológico. Parte do pressuposto de que exista um sujeito histórico social coletivo no tempo e que se sobrepõe aos sujeitos históricos individuais na sua forma moral, legal, cognitiva e política. Mas, assumamos a proposta como tal e investiguemos quais seriam suas formas mais extremas.

AO LONGO DA HISTÓRIA – Os anticolonialistas só pensam nos europeus quando tecem suas críticas anticoloniais, mas talvez pudéssemos incluir outros povos ao longo da pré-história, história, e em toda a geografia na Terra.

Assumindo que os povos originários são os donos originários —redundância proposital— das Américas e Oceania —para quem não sabe, Austrália e Nova Zelândia, além de outras ilhas— não vejo como não pleitear a devolução das terras aos seus donos de origem.

No caso do Brasil, penso que todos os descendentes de europeus que cá chegaram deveriam ser expulsos —ou deveriam ir embora de bom grado. Suas propriedades deveriam ser devolvidas para quem cá vivia em 1500. Tudo, inclusive a praça do Três Poderes e o Planalto, assim como todas as empresas, casas, apartamentos, hospitais, universidades. Enfim, tudo que foi construído a partir da invasão.

E OS ESCRAVOS? – Um pequeno reparo. Os que foram cá trazidos como povos escravizados deveriam ou não ter direito a permanecer no território que até ontem tinha sido o Brasil? Historiadores, antropólogos e mais especialistas no assunto, na sua maioria, de partida, deveriam chegar a um acordo. Ter vindo para cá à força caracteriza colonialismo? Penso que não. Isto posto, que fiquem.

Claro que isso exigiria uma logística para a expulsão ou para o retorno às cortes europeias, que, aliás, não nos aceitariam com certeza, assim como para a própria devolução aos donos de origem do território. Não esqueçamos da imensa burocracia a decidir quem é cada um nessa cadeia de recepção dos bens que foram roubados.

A possibilidade de contencioso seria imensa. Imagino que novas instituições e protocolos burocráticos seriam criados pelos originários a fim de organizar esse processo imenso de justa reparação histórica.

NOS EUA – Evidente que esse procedimento deveria ser posto em prática em todo o continente americano, principalmente entre os “estadunidenses”, expressão ridícula criada pela esquerda. Lá, ainda existiria uma discussão a mais. Como entregar a gestão das armas nucleares?

Claro que o caro leitor inteligente já imaginou o imenso rolo que isso causaria. Onde caberiam tantos “europeus” retornando para uma Europa já desgastada com seus imigrantes pós-coloniais?

O leitor com repertório científico à mão, e com aquele desejo incontrolável de ostentar seu “conhecimento abalizado”, perguntaria nas assembleias democráticas realizadas para organizar o processo de saída dos territórios invadidos o que fazer com tantos brasileiros miscigenados. Temo que não se possa usar mais essa expressão porque já seja sinônimo de genocídio —aliás, palavra da moda, não?

DNA E AI – Análises de DNA e uma decisão a partir da porcentagem de genes originários ou não das “Américas” —perdão pelo uso de tal expressão criminosa—, 50% mais um faria do sujeito invasor ou invadido? Imagino que a inteligência artificial e seus admiradores mostrariam todo seu potencial de resolução de problemas sem solução.

Como lidar com a reação dos reacionários? Redundância proposital. Certamente haveria uma longa discussão sobre o justo, ou não, uso da violência nesses casos. A ideia de que o gosto da violência fora trazido às terras virgens pelos europeus, e por eles somente, encontraria aqui um limite operacional?

O fato é que os limites entre os extremos nem sempre são tão claros. A vida se dá nesses espaços infinitos entre os extremos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A gravidade dos ataques à Faixa de Gaza levou os intelectuais judaicos à perplexidade. E praticamente todos eles, como o brilhantíssimo Luiz Felipe Pondé, ainda não conseguiram sair desse estado de choque. Mas logo terão de emergir da perplexidade e pode ser que consigam transformar Israel em um outro país, com o qual a humanidade sonhava. Vamos aguardar e dar tempo a eles. O que não falta a Israel são intelectuais. (C.N.)