Pedro do Coutto
A situação no território de Gaza, como demonstraram as reportagens do Fantástico, na noite de domingo, e do O Globo nesta segunda-feira, atingiu uma situação absolutamente dramática com o início dos saques pela população civil dos estoques de comida e água enviados pela ONU.
Agora, os estoques baixaram e a desordem geral se estabeleceu numa área que é ocupada pelo Hamas, bombardeada por Israel, sem energia elétrica, sem água, sem perspectiva de uma saída imediata, capaz de preservar a integridade humana.
REUNIÃO – A confusão que se estabeleceu parece não ter solução. Neste momento em que escrevo, o Conselho de Segurança da ONU começa a se reunir. Mas a perspectiva de término do confronto não parece estar próxima. Não houve negociação sobre a questão dos reféns de Israel em poder do Hamas. As consequências atingem todos que têm a consciência voltada para a sobrevivência do ser humano.
A situação de Gaza transparece que uma catástrofe geral pode acontecer. Afinal, são dois milhões de pessoas que estão no alvo de vários tipos de violência. A fome e a sede estão gerando resultados na desordem que ameaça se generalizar. A capacidade humana de suportar situações desse tipo se esgota. Pessoas disseram em reportagens que diante da violência, esperam até a morte.
O governo americano está procurando agir agora de forma a conter os bombardeios de Israel. Mas as investidas do presidente Joe Biden nesse sentido têm sido em vão. O desespero e a alucinação tomam conta do território. A vida humana perde seguidamente qualquer valor. A esperança de viver começa a sair do pensamento da população do território.
ENERGIA – Reportagem de Alexa Salomão, Folha de S. Paulo desta segunda-feira, destaca que, com o pagamento da parcela restante da dívida da construção de Itaipu, no valor de US$ 64 bilhões, o governo brasileiro, pela legislação relativa ao funcionamento da usina, a segunda maior do mundo, pode reduzir o percentual relativo aos pagamentos que foram repassados nas contas de energia elétrica, incluindo, portanto, as residências.
A energia gerada por Itaipu, de acordo com Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, pode levar a que as contratações, sobretudo após a privatização da Eletrobras, possam ser feitas através de leilões envolvendo todas as distribuidoras e, em consequência, para os seus consumidores livres. O argumento para desonerar o percentual cobrado nas contas terá que ser estabelecido pelo Ministério de Minas e Energia. Vejamos o que acontece.
DÉFICIT – Na edição desta segunda-feira, Alice Cravo e Vitória Abel, O Globo, publicaram matéria sobre esforços que o governo está desenvolvendo, principalmente na área da Fazenda, para reduzir os efeitos da afirmação do presidente Lula de que no exercício de 2024 seria difícil zerar o déficit fiscal.
A declaração foi negativa para o governo, sobretudo ao que se refere à queda dos juros. Pois, para cobrir o déficit orçamentário, o governo depende da colocação de títulos públicos no mercado financeiro à base da taxa Selic. Há uma perspectiva de recuo de meio por cento, mas a declaração não somou para esse fato.