Acostumada com privilégios do poder, bancada evangélica ameaça o governo

Imagem de capa - NOTA DE REPÚDIO à Charge Preconceituosa da Folha de São Paulo Contra os Evangélicos

Charge do Leandro e Triscila na Folha

Bruno Boghossian
Folha

A fúria da bancada evangélica contra a decisão da Receita que suspendeu um benefício tributário ajuda a entender como as igrejas escolheram fazer política em Brasília. Tudo indica que, nos últimos tempos, essa turma ficou mal-acostumada com o acesso privilegiado ao poder.

O peso eleitoral dos evangélicos passou a ser negociado sem pudor. Às vésperas da campanha de 2022, depois de um lobby intenso, o governo Bolsonaro atropelou um entendimento técnico de anos e determinou que a Receita não cobrasse contribuição previdenciária sobre um tipo de pagamento feito aos pastores.

UM JEITINHO – Na prática, Bolsonaro autorizou um jeitinho. Por lei, não são cobrados tributos sobre a chamada prebenda —em teoria, um valor módico para a sobrevivência de missionários.

Mas a Receita sempre soube que as igrejas exploravam a brecha para pagar salários e até distribuir lucros para seus líderes.

Assim como mostrou eficiência em transações baseadas na influência política, a bancada evangélica também exibe desenvoltura para buscar seus interesses a partir de ameaças. Quando a Receita interrompeu a festa das prebendas, nesta semana, parlamentares acusaram o governo Lula de perseguição às igrejas e prometeram retaliação. Coube ao deputado Sóstenes Cavalcante (PL) apresentar os termos da briga de forma crua.

CHANTAGEM – Cavalcante disse que o “governo da esquerda” usaria a cobrança de tributos como chantagem e afirmou que, em resposta, denunciaria o governo para “os evangélicos do Brasil todinho”. É possível que o parlamentar tenha um conceito particular da palavra “chantagem”.

Um detalhe irônico da história aparece num documento técnico da Receita a favor da cobrança de tributos sobre a prebenda. O texto cita Ives Gandra Martins Filho, ministro do TST queridinho dos ultraconservadores:

“Apenas no caso de desvirtuamento da própria instituição religiosa, buscando lucrar com a palavra de Deus, é que se poderia enquadrar a igreja evangélica como empresa e o pastor como empregado”.

Evangélicos dizem que governo irá recuar, mas Haddad quer ouvir AGU

É possível ser evangélico, frequentar um templo e se recusar a pagar o dizimo? - Quora

Charge do Genildo (Arquivo Google)

Idiana Tomazelli e Ranier Bragon
Folha

Integrantes da bancada evangélica no Congresso Nacional se encontraram na manhã desta sexta-feira (19) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e, na saída, afirmaram que o governo irá recuar do ato que suspendeu a ampliação da isenção tributárias a pastores. Haddad, porém, afirmou na sequência que o governo pretende ouvir a AGU (Advocacia-Geral da União).

O ato pró-evangélicos foi editado pela gestão de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, um mês antes do início da campanha eleitoral. Na última quarta-feira (17), a Receita Federal suspendeu os efeitos da medida, o que gerou uma nova crise entre o governo Lula (PT) e os parlamentares do núcleo religioso.

GRUPO DE TRABALHO – “A gente vai construir esse momento de forma que o ato seja reestabelecido com os ajustes que tenham a clareza que a gente precisa e que respeite também os indicativos que o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público da União apontam”, afirmou o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), coordenador da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso.

Segundo ele, o governo irá montar um grupo de trabalho com parlamentares evangélicos que irá discutir não só esse tema, mas outros de interesse do segmento religioso no âmbito da Receita Federal.

“O ato será restabelecido depois que esse grupo de trabalho composto pelo TCU, AGU, Receita Federal, Ministério da Economia e congressistas sentarem e tirarem as dúvidas sobre o que o tribunal de contas e o Ministério Público dizem que está fora do rito normal e legal. A hora que isso acontecer, tenho certeza absoluta que o ato será restabelecido.”

REUNIÃO AMPLA – O advogado-geral da União, Jorge Messias, deve se reunir no início de fevereiro com lideranças evangélicas do Congresso, representantes do TCU (Tribunal de Contas da União) e com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) para discutir a suspensão da isenção tributária sobre salários de pastores.

Na quarta-feira (17), a Receita Federal suspendeu os efeitos da ampliação da isenção tributária a pastores, gerando uma nova crise entre o governo Lula (PT) e os parlamentares do núcleo religioso. A medida ocorreu após pressão do TCU.

A ideia de Messias é fazer um debate técnico entre os envolvidos no tema ouvindo os diferentes pontos de vista e analisando as variáveis jurídicas relacionadas à questão. O advogado-geral da União defende que se busque um entendimento que dê segurança jurídica a qualquer medida que venha a ser adotada pelo governo sobre o tema.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É preciso tratar a política como seriedade. A quantidade enorme de benefícios salariais, penduricalhos e isenções fiscais estão levando a Previdência a sucessivas crises, além disso, provocam a elevação da dívida pública que está inviabilizando um dos países de maior potencial de crescimento do mundo. Apenas isso, porque reina a esculhambação aqui debaixo do Equador, onde a única exceção é a Austrália. (C.N.)  

Em 8 de janeiro, Jordy denunciou que havia agitadores esquerdistas infiltrados

Os kids pretos

Infiltrados, os “kids pretos” lideraram os atos de vandalismo

Paulo Cappelli e Petrônio Viana
Metrópoles

Alvo da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (18/1) em busca e apreensão, o deputado Carlos Jordy fez três publicações em suas redes sociais no dia 8 de Janeiro de 2023, quando as sedes dos três Poderes foram invadidas por manifestantes extremistas. Em uma das postagens, Jordy defendeu a hipótese de que as invasões teriam sido conduzidas por “infiltrados” da esquerda.

“Inúmeras pessoas afirmam que os atos foram provocados por esquerdistas infiltrados. Isso deve ser apurado com urgência. As manifestações da direita sempre ocorreram com civilidade e ordem, diferentemente de terroristas como MST, MTST e black blocks”, disse o deputado.

LULA VAGABUNDO – Em outra postagem dia 8 de janeiro, Jordy chama Lula de “vagabundo”, “mau caráter”, “oportunista” e “irresponsável”.

“Lula é tão vagabundo e mau caráter que utiliza essa invasão para atacar o presidente Bolsonaro, cometendo calúnias tentando associá-lo aos atos, sem prova alguma. Era o prato cheio que ele precisava para criar uma cortina de fumaça sobre a ligação dele e sua ministra com a milícia”, escreveu Jordy em suas redes sociais.

Na época, Jordy se referia a um vídeo de campanha da deputada Daniela Carneiro, ex-ministra do Turismo, no qual um homem preso por envolvimento com uma milícia da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, pedia votos para a deputada.

CAPPELLI E FIDEL – Em outra publicação, Carlos Jordy reproduziu uma matéria jornalística sobre Ricardo Cappelli, então secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, escolhido como interventor do Distrito Federal a partir do afastamento do governo Ibaneis Rocha.

A matéria lembrava que Cappelli havia ajudado a trazer Fidel Castro para um congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1999. Em seu comentário, Jordy disse que a intenção de Lula seria uma “intervenção comunista” no Distrito Federal.

“Era tudo o que Lula queria. Puro oportunismo para uma intervenção comunista. O Congresso irá se manifestar sobre seu decreto, que ele fundamentou no art.34, III, da CF, pôr termo a grave comprometimento da ordem pública”, escreveu Jordy. “Se houve algum comprometimento da ordem pública (causado por infiltrados), ele já foi cessado. O que Lula quer é uma guarda pretoriana pessoal para impedir quaisquer manifestações contrárias a seu desgoverno até 31 de janeiro e justificativa para mais ações arbitrárias do Judiciário”, concluiu o deputado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A principal acusação contra Jordy é incitar o 8 de Janeiro. Nestas postagens em cima do fato, há críticas a Lula, mas não existe nenhuma incitação a terrorismo ou golpe de estado, desculpem a franqueza. E ainda deu a indicação da presença de infiltrados, fato que somente agora, um ano depois, está sendo confirmado. Ao que parece, Moraes está atirando no alvo errado. (C.N.)

Intervenção de Lula mostra que eleitor pobre ainda não está apoiando Boulos

Os motivos de Boulos para ter Marta Suplicy como vice na disputa pela  Prefeitura de São Paulo - Folha PE

Lula acha que Marta vai atrair os eleitores mais pobres

Demétrio Magnoli
Folha

No sexto dia, Lula criou Marta e, no sétimo, Suplicy protestou. A exposição de um paradoxo aparente? Uma aposta no ilusionismo? Um lance arriscado de realismo político? O novo “dedazo” de Lula é tudo isso – e algo mais. Lula crê que Marta, crème de la crème da elite paulista, alarga o apelo da chapa às periferias pobres de São Paulo.

Isso implica admitir que Boulos, o indômito líder dos sem-teto, só entusiasma a classe média descolada. Talvez tenha razão: o paradoxo é só aparente, mais uma ilusão da política simbólica.

FRENTE AMPLA – Operação Alckmin 2.0? Alckmin foi jogada de gênio, não por seu peso eleitoral específico, mas por persuadir eleitores avessos ao PT de que Lula 3 seria diferente de Dilma 1. Marta acredita que desempenha o mesmo papel –e, por isso, divulgou seu “manifesto por uma frente ampla”.

Boulos tentou, gentilmente, corrigir o erro conceitual, falando em frente democrática. Nem um, nem outro.

A correção certa veio de Baleia Rossi, do MDB: frente restrita, de esquerda. Alckmin era um líder histórico do PSDB que usou a legenda do PSB. Marta, porém, nunca firmou-se como liderança de algum outro partido – e retornou ao ninho petista. PSOL + PT é, de fato, frente de esquerda. Lula, contudo, move-se no campo das narrativas: as repercussões do voto de Marta pelo impeachment de Dilma. Sob esse prisma, a “operação Marta” é Alckmin 2.0.

ESTRANHAS ALIANÇAS – Nos estados e municípios, o PT firma alianças com “golpistas”. O “golpista” Alckmin tornou-se vice de Lula. A “golpista” Marta foi elevada a vice na chapa paulistana e acolhida de volta no PT. Só o impagável Eduardo Suplicy – além, claro, do segmento mais simplório da militância de esquerda– ainda dá crédito à lenda do “golpe do impeachment”.

Fiel à lenda, Eduardo acusou Marta por seu voto “golpista” –e, ainda, pelo gesto ímpio de oferecer flores à ex-deputada bolsonarista Janaina Paschoal, a “musa do impeachment”. Daí, cavou uma trincheira de resistência – mas do jeito exótico dele.

SUPLICY REAGE – Primeiro, exigiu prévias, instrumento ausente do estatuto e da tradição do PT no caso de candidaturas a vice. Depois, em nome da “união da família”, declarou-se fora da disputa – como se uma eleição intrapartidária pudesse ameaçar os laços de respeito ou carinho entre um casal de idosos divorciados e seus três filhos na meia idade.

Finalmente, num ápice kafkiano, lançou a candidatura da vereadora Luna Zarattini, impondo-lhe o constrangimento de recusar, “honrada e surpresa”, a missão de desafiar a ungida de Lula.

Lewandowski, o ministro do STF que presidiu o processo de impeachment, atestando sua legalidade, acaba de ser entronizado no Ministério da Justiça. O “golpe do impeachment”, alguém precisa explicar metodicamente a Eduardo Suplicy, foi uma invenção tática de Lula.

FALSO GOLPE – A narrativa lendária cumpriu duas funções paralelas. De um lado, inflamou a militância partidária, produzindo a corrente da resistência na hora em que a sobrevivência do PT encontrava-se sob ameaça. De outro, matou no berço a hipótese de um debate interno sobre o fracasso catastrófico da política econômica conduzida por uma presidente fabricada pelo próprio Lula.

O artifício demonstrou-se eficaz –ao menos do ponto de vista dos interesses de Lula e de um PT que desistiu de pensar longe. O partido manteve-se coeso, sob o comando imperial do líder. A noção econômica primitiva de que “gasto é vida” continua a circular na fortaleza lulista, para tormento de um certo Haddad. Mas o inventor da lenda jamais caiu na armadilha de acreditar na sua criação, uma imprudência que imolaria o PT no altar da insanidade.

A dissociação entre palavra e gesto tornou-se um modo de vida. O “golpe do impeachment” ressurge, esporadicamente, em palanques de campanha ou nas redes sociais. Eduardo não decifrou a farsa, nem mesmo diante da “operação Marta”. Tudo bem: quase ninguém se importa.

Por que Lula quer interferir na Vale e colocar Guido Mantega no Conselho?

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega pode ir para a Vale

Após criar a maior recessão, Mantega pode ser premiado

Merval Pereira
O Globo

O presidente Lula já tentou no início do governo, no ano passado, fazer Guido Mantega presidente da Vale, embora ela seja uma empresa privada com ações na Bolsa e o governo não tenha mais poder de controlá-la. Lula, porém, usa o fato de a Previ e outros fundos de pensão estatais terem participação na Vale para forçar uma aceitação de Mantega, agora como membro do conselho. Mas a tentativa final é levá-lo à presidência.

É uma maneira de administrar com amigos, com pessoas de confiança dele. No caso do Mantega, do ponto de vista do Lula, ele está certo. É uma pessoa que sempre foi fiel a ele, petista de primeiro momento é uma pessoa de confiança, mas a gestão dele na Fazenda foi um desastre, junto com a ex-presidente Dilma Rousseff.

CAOS ECONÔMICO – Pelo passado, não é uma boa escolha. Nova matriz econômica de Mantega foi um desastre que levou ao impeachment da Dilma e a todo esse caos econômico que pagamos até hoje, com a maior recessão da História. Mas é uma escolha política, pessoal, que Lula faz para prestigiar os amigos dele.

Aliás, o PT estaria fazendo um escândalo se fosse outro presidente a fazer isso. Imagina Bolsonaro tentando colocar um militar ou um amigo na presidência da Vale! Já houve experiências muito ruins com a ingerência dos governos do PT nos fundos de pensão. Funcionários da Petrobras até hoje descontam um percentual do salário para pagar um buraco que deixaram na Petros.

Era só o que faltava! Mauro Cid é o mais cotado para ser promovido a coronel

Leitor afirma que Bolsonaro 'gourmetizou' a corrupção - 06/08/2023 - Painel  do Leitor - Folha

Charge do Thiago Rodrigues Aguiar (Folha)

Cézar Feitoza
Folha

A cúpula do Exército espera que o MPF (Ministério Público Federal) apresente denúncia contra o tenente-coronel Mauro Cid antes de abril. O prazo é considerado crucial para generais ouvidos pela Folha, já que a turma de Cid na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) disputa a promoção para coronel no dia 30 daquele mês.

Pelas regras atuais, Cid poderia ser impedido de concorrer à promoção caso se tornasse réu na Justiça. Há outras situações em que militares ficam com a carreira congelada, sem possibilidade de promoção, mas o tenente-coronel não se encaixa em nenhuma delas.

DESGATE NO EXÉRCITO – Mauro Cid está entre os primeiros lugares da turma e é um dos mais cotados a receber a terceira estrela de fundo dourado. O desgaste no Exército com uma possível promoção do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), porém, tem gerado apreensão entre militares próximos do comandante do Exército, general Tomás Paiva.

O militar ficou quatro meses preso no ano passado e é investigado em diferentes apurações relacionadas a Bolsonaro. Entre os casos, estão a organização de uma live em que o ex-presidente fez ataques contra o sistema eleitoral, suspeitas envolvendo a gestão de recursos da família presidencial, a apuração da venda de joias recebidas por Bolsonaro e a falsificação de cartões de vacinação para ingresso nos Estados Unidos.

A Polícia Federal espera avançar também com investigações sobre um possível planejamento de golpe de Estado por parte de apoiadores de Bolsonaro após a eleição de Lula (PT), no fim de 2022. O ex-ajudante de ordens firmou um acordo de colaboração premiada com a PF.

MAIS COTADO – Cid se formou na Aman em 2000 com a terceira melhor nota da turma e foi coroado com o primeiro lugar do mestrado na Esao (Escola Superior de Aperfeiçoamento de Oficiais). O prêmio fica exposto em medalha na farda do tenente-coronel.

Colegas de turma consultados pela reportagem, sob reserva, afirmam que, sem um desdobramento no Judiciário, ele é o principal candidato à promoção em abril. Se Cid não se tornar réu até lá, os tenentes-coronéis formados com ele acreditam que somente notas desfavoráveis concedidas no âmbito da Comissão de Promoção de Oficiais poderiam evitar sua progressão na carreira.

O processo para a promoção a coronel da turma de Mauro Cid começou em novembro, com a disponibilização do RIProm (Relatório de Impedimentos de Promoções). Trata-se de um documento montado pelo Exército que mostra quem está impedido ou habilitado a concorrer à promoção.

SEM IMPEDIMENTO – Segundo relatos feitos à Folha, o RIProm de Cid não apontou impedimento. O tenente-coronel está habilitado para concorrer à promoção e já assinou e enviou os documentos necessários ao órgão responsável por analisá-los.

Os processos internos de avaliação de documentação e mérito para a promoção, porém, ainda não começaram. A fase atual é a de atualização da base de dados de pessoal.

“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que não foi dado início ao posicionamento para as promoções que ocorrerão em 30 de abril de 2024. Fato este que inviabiliza a resposta”, disse a Força, em nota, ao ser questionada sobre a situação de Cid. Também acrescentou que “informações de caráter pessoal são protegidas” pela Lei de Acesso à Informação e pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como diria o Barão de Itararé, era só o que faltava. O tenente-coronel Mauro Cid mostrou que é um militar que desonra a farda. Mesmo assim, querem promovê-lo a coronel, e os colegas até fazem uma vaquinha para ele pagar advogado, embora se saiba que Mauro Cid é um homem rico no Estados Unidos, como sócio da empresa Cid Family Trust, junto com o pai e o irmão mais novo. Realmente, é inimaginável essa promoção, que não pode acontecer, a não ser que o Exército resolva se desmoralizar. (C.N.)

Ministros deverão ter cautela nos palanques das eleições de outubro

Charge do Novaes (Arquivo do Google)

Marcelo Copelli

Em uma das últimas reuniões ministeriais, o presidente da República, Lula da Silva, teria aconselhado os seus ministros a agirem com cautela durante a campanha eleitoral.

Lula reconheceu que, dada a ampla base de apoio, muitos dos integrantes do seu governo estarão em palanques que não representam a sua gestão, a exemplo do próprio vice-presidente Geraldo Alckmin, cujo partido apoiará em São Paulo a deputada Tabata Amaral, enquanto o PT apoiará Guilherme Boulos, do PSOL.

COALIZÃO – Este cenário reflete o presidencialismo de coalizão, no qual o governo precisa contar com o apoio de várias legendas para obter sustentação no Congresso. O presidente alertou os ministros para não esquecerem que são parte do mesmo governo, mesmo quando apoiarem candidatos de outras legendas.

Em algumas regiões, a disputa eleitoral pode ocorrer de forma mais republicana, mas a realidade do Brasil muitas vezes se traduz em um jogo político intenso, com interesses predominando sobre a própria civilidade.

ALIANÇAS  – Os candidatos também serão incentivados a formar alianças que ultrapassem as fronteiras partidárias, como no caso do PT paulista, que trouxe de volta a ex-prefeita Marta Suplicy para apoiar Guilherme Boulos.

Apesar de serem eleições municipais, a polarização política, iniciada em 2018 e intensificada em 2022, confere um caráter nacional ao pleito. Os principais líderes, Lula e Bolsonaro, estrategicamente mantêm a acirrada oposição, transformando as eleições locais em um ensaio para 2026, independentemente da participação de Bolsonaro como candidato.

Impacto profundo! Auditoria do TCU vai investigar Petrobras e bancos públicos 

Charge 02/01/2019 | Um Brasil

Charge do Adão (Site Um Brasil)

Tácio Lorran
Estadão

O Tribunal de Contas da União (TCU) vai montar uma mega operação para investigar a gestão e os contratos das estatais e bancos públicos do País. Entre os alvos da força-tarefa estão a Petrobras, Codevasf, Correios, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES.

O pente-fino vai analisar as medidas tomadas nos últimos cinco anos – englobando, portanto, toda a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A fiscalização foi proposta pela área técnica do TCU e acatada pelo presidente Bruno Dantas.

LEI DAS ESTATAIS – A fiscalização será feita a partir da Lei das Estatais, publicada em 2016. Serão analisados aspectos de transparência, integridade e governança, bem como o cumprimento de acordos judiciais e extrajudiciais pelas estatais.

Hoje o País tem 130 estatais federais. Estimativas do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos apontam para um déficit aproximado de R$ 3 bilhões dessas empresas em 2023.

“Nesse momento em que se busca o equilíbrio das contas públicas, o atual cenário indica a necessidade do contínuo acompanhamento da gestão das estatais pelo Tribunal de Contas da União, por meio da realização de trabalhos estruturantes e de atuação preventiva”, ressalta o despacho elaborado pela Secretaria-Geral de Controle Externo do tribunal de contas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A auditoria tem um prazo de 180 dias para ser concluída. O ministro do TCU, Walton Alencar, foi escolhido o relator. Se realmente houver uma discalização detalhada, será um Deus nos acuda. Especialmente na Petrobras, e a apuração deveria começar pela Área Internacional de compra e venda de petróleo bruto e derivados, onde vão achar um rombo muito maior do que a Lava Jato.  Mas será que há vontade política? (C.N.)

Uma canção de Sérgio Bittencourt que revisita o passado como um país distante  

Sérgio Bittencourt - LETRAS.MUS.BR

Sérgio Bittencourt, sempre inspirado

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, cronista, apresentador de TV e compositor carioca Sérgio Freitas Bittencourt (1941-1979), filho do grande músico e compositor Jacob do Bandolim, revisita o passado como se fosse um país distante.

O PASSADO É UM PAÍS DISTANTE
Sérgio Bittencourt

O passado é um país distante
que distante é a sombra da voz
o passado é a verdade contada
por outro de nós

Estranho som
o da memória a recordar
ao longe reconheço a casa
e a língua familiar
estranho, o som da língua
na frase familiar
o mar
galgou numa outra língua, o mar
nunca será demais lembrar
é um outro olhar para outro olhar

Estranha sombra
a que por vezes cobre o olhar
dir-se-ia que escurece só
pra então iluminar
as sombras a retalho
na face familiar
o mar
galgou por sobre a sombra, o mar
nunca será demais lembrar
é um outro olhar para outro olhar

Estranho sono
O passado é um país distante
que distante é a sombra da voz
o passado é a verdade contada
por outro de nós

Pesquisa mostra que a esquerda está em baixa nas quinze maiores capitais do país

Charge reproduzida do site Vermelho

Guilherme Amado e João Pedroso de Campos
Metrópoles

Uma pesquisa do instituto Futura Inteligência evidencia preocupações à esquerda no país para as eleições municipais de 2024 nas maiores capitais brasileiras. Conforme o levantamento, que considera 15 capitais estaduais, a esquerda não foi citada em nenhuma delas como posicionamento político preferencial da maioria dos eleitores. Em oito das capitais pesquisadas, a maioria apontou não ter preferência ideológica e, em sete delas, a direita é a mais popular.

Para apurar os dados, o instituto de pesquisas perguntou se “o posicionamento político do candidato é importante na decisão do seu voto?” e “se sim, tem preferência por algum posicionamento político?”.

CONFIRA OS DADOS – As capitais em que a maioria se identifica com a direita são Goiânia (48,2%), Cuiabá (40,7%), Belo Horizonte (40,7%), Vitória (33,9%), Curitiba (42,4%), Florianópolis (43,5%) e Porto Alegre (40,0%).

A maioria respondeu não ter ideologias preferenciais em Rio de Janeiro (43,1%), São Paulo (39,4%), Fortaleza (39,8%), Recife (35,0%), Salvador (49,6%), São Luís (47,8%), Belém (43,4%) e Manaus (46,8%).

Além de não ser a ideologia com a qual a maioria mais se identifica em nenhuma destas capitais, a esquerda, diga-se, só aparece no levantamento como o segundo posicionamento mais comum em uma delas: Florianópolis (23,3%). Nas demais, os direitistas e os que não têm preferência se revezam em primeiro ou segundo lugar.

IDEOLOGIA FORTE – Em todas as cidades pesquisadas pela Futura Inteligência, ao menos 74% dos entrevistados responderam que a ideologia do candidato é importante para decidir o voto.

As que tiveram os números mais expressivos neste sentido foram Vitória (83,7%), Salvador (83%), Manaus (82,9%), Rio de Janeiro (82,8%), Fortaleza (82,8%), Belo Horizonte (82,4%) e Curitiba (82,1%).

O instituto de pesquisas fez um total de 14.450 entrevistas nas 15 capitais, entre novembro e dezembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais em Recife; 3,03 pontos percentuais em São Luís; 3,1 pontos percentuais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo; 3,4 pontos percentuais em Cuiabá; 3,5 pontos percentuais em Florianópolis; e 3,95 pontos percentuais em Vitória.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, a pesquisa indica a enorme diferença entre eleições municipais e presidenciais. A ideologia é um fator importante, porém quando se trata de eleger presidente, é fundamental que o candidato tenha carisma. Na atual política brasileira, ninguém tem tanto carisma quanto Lula, como admite Valdemar Costa Neto, que hoje comanda o PL bolsonarista, mas era lulista quando foi preso e cumpriu pena no Mensalão, lembram? É por isso que a gente diz que recordar é viver. (C.N.)

Trump apela à Suprema Corte e ameaça “caos e confusão” caso fique inelegível

A data do julgamento de Trump é um grande erro; leia a análise - Estadão

Suprema Corte julga recurso de Trump em fevereiro

Greg Stohr e Chris Strohm
O Globo

O ex-presidente dos EUA Donald Trump apelou novamente à Suprema Corte dos Estados Unidos na quinta-feira para que o tribunal permita a sua participação na disputa pela Casa Branca deste ano. O pedido foi feito após a Suprema Corte do Colorado proibir que o nome do magnata apareça nas cédulas de votação das eleições no estado com base em um dispositivo constitucional que veta indivíduos envolvidos em insurreições, como o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, de ocupar cargos públicos.

Em uma petição de 59 páginas, Trump argumentou que a Suprema Corte do Colorado exagerou quando o impediu de concorrer no estado devido aos seus esforços para anular a vitória do presidente americano Joe Biden nas eleições de 2020 e seu papel no motim no Capitólio. Com os argumentos orais marcados para 8 de fevereiro, a Suprema Corte desempenhará um papel fundamental na tentativa de Trump de recuperar a Casa Branca.

CAOS E CONFUSÃO – “A Suprema Corte deve pôr um fim rápido e decisivo a esses esforços de desqualificação das cédulas eleitorais, que ameaçam privar dezenas de milhões de americanos de seus direitos e que prometem desencadear o caos e a confusão se outros tribunais estaduais e autoridades estaduais seguirem o exemplo do Colorado”, disse Trump no processo.

Uma decisão ampla da Suprema Corte a favor de Trump acabaria com os esforços de vários estados para impedi-lo de concorrer ao vetá-lo das urnas estaduais, ao passo que uma decisão que corrobore a tese do tribunal superior do Colorado abriria um precedente perigoso para a viabilidade da sua candidatura. Segundo as pesquisas, Trump é o principal candidato à indicação republicana nas primárias. Na segunda-feira, ele venceu o caucus do Partido Republicano em Iowa por 51%.

É provável que o caso seja o confronto eleitoral mais importante desde Bush versus Gore, decisão da Suprema Corte que selou a eleição presidencial de 2000, consagrando a vitória do republicano George W. Bush após um impasse de cinco semanas sobre a recontagem das cédulas eleitorais na Flórida.

PLACAR: 4 A 3 – A Suprema Corte do Colorado determinou por 4 votos a 3 que Trump se envolveu em “participação aberta, voluntária e direta” em uma insurreição. A maioria apontou para as alegações infundadas de Trump de que a eleição foi roubada, seu discurso inflamado de 6 de janeiro para uma multidão que incluía pessoas armadas e suas exigências — antes e durante o tumulto no Capitólio — para que o então vice-presidente, Mike Pence, se recusasse a certificar os resultados.

O caso gira em torno da Seção 3 da 14ª Emenda da Constituição, promulgada logo após a Guerra Civil, quando a nação lutava com o status de ex-soldados e líderes confederados. A cláusula diz que uma pessoa que fez um juramento de apoiar a Constituição e depois “se envolveu em insurreição” é inelegível para ocupar um cargo novamente.

A cláusula é ampla e não diz como deve ser a sua aplicação, embora dê ao Congresso o poder de suspender tal proibição com uma votação de dois terços em cada Câmara.

ALEGA A DEFESA – Trump alega em sua apelação que não se envolveu em insurreição, que a cláusula não se aplica ao presidente e que o Congresso deve aprovar uma legislação para poder aplicar a desqualificação de acordo com a 14ª Emenda.

“Levantar preocupações sobre a integridade da recente eleição federal e apontar relatórios de fraude e irregularidade não é um ato de violência ou ameaça de força”, de acordo com o documento. “E fazer um discurso político apaixonado e dizer aos apoiadores para metaforicamente ‘lutar como o inferno’ por suas crenças também não é insurreição.”

Trump disse que a Suprema Corte “não pode tolerar um regime que permita que a elegibilidade de um candidato para o cargo dependa da avaliação de um tribunal de julgamento sobre depoimentos duvidosos de testemunhas especializadas ou alegações de que presidente Trump tem poderes de telepatia”. Trump também disse que a cláusula de insurreição da Constituição proíbe apenas que indivíduos ocupem cargos, não que concorram a um cargo ou sejam eleitos para um cargo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Trump se envolveu mais diretamente na conspiração de lá do que seu amigo Bolsonaro na conspiração de cá. Se estivesse sendo julgado no Brasil, Trump já teria sido condenado a 17 anos de cadeia, porque conspirou, mas não fez selfie. Se tivesse feito selfie e enviado para alguma coelhinha da Playboy, pegaria mais 4 anos de cadeia. Fica parecendo que o Brasil é mais rigoroso do que os Estados Unidos, mas isso é só uma Piada do Ano. (C.N.)

Opção pela política externa pegou mal e Lula já voltou a circular pelo Brasil

Charge do Kleber Sales (Correio Braziliense)

Dora Kramer
Folha

O Brasil, no dizer do presidente da República, precisa de “ânimo e motivação”. Por isso, justifica, ele dará seus “pulinhos” pelo país na companhia da mulher durante este ano em que pretende se ocupar mais das questões locais, um tanto negligenciadas num 2023 dedicado quase integralmente a marcar presença na cena internacional.

Providência necessária, embora o sucesso não tenha sido completo. Houve a reinserção da figura presidencial, houve a participação ativa na presidência temporária do Conselho de Segurança da ONU e na repatriação dos brasileiros de Gaza, mas houve o fracasso da tentativa de se estabelecer como liderança maior ao Sul e os constrangimentos decorrentes de palavras e atos mal formulados sobre guerras, ditaduras e ditadores.

OPÇÃO ERRADA – As pesquisas de opinião mostram que o giro mundial não foi muito bem recebido. É apontado como um dos pontos negativos do governo, junto com a segurança pública. A ausência provocou ruído, principalmente quando Lula foi à Índia enquanto as enchentes castigavam o Rio Grande do Sul.

O presidente não quis, mas poderia ter dividido sua atenção entre assuntos internos e externos. Tal equilíbrio fez falta não só nas horas trágicas para a população, mas também quando estavam em jogo seus interesses no Congresso.

Ali colheu revezes como a derrubada de 53% de seus vetos totais ou parciais a matérias aprovadas no Legislativo.

DE VOLTA AO PAÍS – Em 2024, Lula anuncia-se disposto a recuperar terreno, voltando-se ao país que governa e ao qual escolheu não dar prioridade no primeiro ano de mandato. Faz isso agora, em período eleitoral.

Dá margem, assim, a que os brasileiros o vejam como interesseiro, comparável aos políticos que só os visitam na safra para colher votos.

A despeito da avaliação presidencial, ânimo e motivação não aparecem no rol de demandas dos cidadãos, cujas aflições são bem mais concretas e requerem dedicação integral.

Costa Neto defende Carlos Jordy e fala em necessidade de ‘conter’ o Judiciário

Valdemar é presidente do PL, partido de Jordy  -  (crédito: Divulgação/Beto Barata / PL)

Costa Neto ataca os exageros de Alexandre de Moraes

Evandro Éboli
Correio Braziliense

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, se manifestou em defesa do deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), alvo de nova fase da Operação Lesa Pátria, e disse estar indignado e com repulsa à decisão judicial do Supremo Tribunal Federal que determinou a busca e apreensão na casa e no gabinete do parlamentar fluminense.

O dirigente do PL registrou também nas suas redes sociais que uma parcela do Judiciário está adotando “medidas que causam espanto e temor” nos meios político e judicial. Costa Neto afirmou que as investigações são intermináveis e flagrantemente inconstitucionais, e que os apoiadores do governo não são investigados.

ESCALADA – Ele também falou que é necessário conter o Poder Judiciário. “Essa escalada de violência do Judiciário contra parlamentares da oposição e gente do povo precisa ser contida, pelo bem da democracia brasileira. Não dá para uma democracia existir de verdade quando o próprio poder Judiciário não respeita a Constituição e fere a autonomia dos demais Poderes da República. O Congresso Nacional é soberano e seus integrantes não podem ser intimidados como no caso do Líder Jordy”, disse.

A investigação contra o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), revelada nesta quinta-feira (18/1) após a deflagração da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, levou um colega, o também bolsonarista Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), a colher assinaturas para apresentar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) em reação ao episódio.

O parlamentar sergipano quer que todas ações judiciais, mandados de busca e apreensão e investigações realizadas contra deputados e senadores só sigam adiante após serem submetidos e aprovados pela Mesa diretora das duas casas.

DEZ DIAS – Se aprovado o projeto, a direção da Câmara ou do Senado passará a ter dez dias para se manifestar, aprovando ou rejeitando o pedido do Poder Judiciário. Para apresentar a PEC, Valadares tem que recolher 171 assinaturas.

Na justificativa, o deputado autor da emenda argumenta que a iniciativa visa proteger o mandato dos deputados e dos senadores contra “os repetidos abusos cometidos” pelo Judiciário e que, segundo ele, colocam em risco a soberania do voto popular.

“São ações, como a de hoje da PF, que visam apenas intimidar e amedrontar os detentores de mandatos eletivos, o que leva ao constrangimento público e macula a imagem de um membro do Poder Legislativo, como por exemplo no caso acontecido recentemente com o deputado federal Carlos Jordy. Uma medida que aconteceu durante o recesso parlamentar do Poder Legislativo, época onde a resposta do colegiado legislativo tende a ser mais demorada, o que se agrava e transmite-se a ideia de intimidação e coação”, justificou Rodrigo Valadares.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Deputados da oposição estão pedindo uma reação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e querem uma reunião com ele o quanto antes, mas o recesso vai até fevereiro. Quanto ao projeto de Rodrigo Valadares, é absolutamente inviável. Seu destino deve ser a cesta de lixo. (C.N.)

Netanyahu rejeita os “dois Estados” e pretende ocupar toda a Faixa de Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

Netanyahu afasta qualquer possibilidade de haver paz

Deu em O Globo

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comunicou aos Estados Unidos que rejeita a criação de um Estado palestino em qualquer cenário pós-guerra, declarando que só concordará com um acordo que conceda a Israel o controle de segurança sobre toda a Faixa de Gaza. A declaração ocorre após a informação de que países árabes já teriam discutido com Washington uma iniciativa que teria por objetivo encerrar o conflito com a condição da solução de dois Estados — algo também defendido pelos EUA, sendo um contundente ponto de divergência com Israel, seu aliado de longa data.

— Em qualquer acordo futuro, Israel precisa controlar a segurança de todo o território a oeste do Jordão. Isto colide com a ideia de soberania. O primeiro-ministro precisa ser capaz de dizer não aos seus amigos — disse Netanyahu a jornalistas em uma coletiva de imprensa, referindo-se aos EUA.

LONGOS MESES – A vitória, acrescentou o líder israelense, levará “mais longos meses, mas estamos determinados a alcançá-la”, conforme relatado pelo Times of Israel:

— Continuaremos a lutar com toda a força até alcançarmos todos os nossos objetivos: o retorno de todos os nossos reféns. E, repito, apenas a pressão militar levará à libertação deles; a eliminação do Hamas; e a certeza de que Gaza nunca representará novamente uma ameaça para Israel — disse.

Durante toda sua carreira política, Netanyahu buscou obstruir o estabelecimento de um Estado palestino, embora ocasionalmente tenha feito acenos à ideia. Sua declaração pública nesta quinta-feira, porém, representou sua rejeição mais clara da posição oficial da política externa americana em um momento em que o governo de Joe Biden gastou um grande capital político doméstico em apoiar Israel militarmente e na esfera internacional.

EUA REAGEM – O Departamento de Estado dos EUA reagiu à declaração afirmando que não há como resolver os desafios de segurança na região e reconstruir Gaza, alvo de uma devastadora ofensiva israelense desde outubro, sem o estabelecimento de um Estado palestino.

— Não há maneira de resolver seus desafios de longo prazo para proporcionar segurança duradoura e não há maneira de resolver os desafios de curto prazo de reconstruir Gaza, estabelecer governança em Gaza e fornecer segurança para Gaza, sem o estabelecimento de um Estado palestino — defendeu o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

De acordo com o Financial Times, o plano dos países árabes envolve um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns pelo Hamas como parte de um acordo mais amplo já discutido com os governos dos EUA e da Europa. Esse plano ofereceria a Israel a possibilidade de normalizar laços com essas nações, desde que o país concorde com medidas “irreversíveis” relacionadas à criação de um Estado palestino. Segundo o jornal, a proposta seria apresentada nas próximas semanas.

ANIQUILAR O HAMAS – Israel prometeu “aniquilar” o Hamas após o ataque em 7 de outubro que matou cerca de 1.140 pessoas no sul do país, a maioria civis, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais. Também foram sequestradas cerca de 250 pessoas. Cem foram libertadas em troca da libertação de palestinos detidos em Israel, durante uma trégua de uma semana no final de novembro. Dos 132 restantes, 27 teriam morrido.

Em resposta, Israel lançou uma operação aérea e terrestre em Gaza, que até agora deixou 24.620 mortos, a maioria mulheres e menores, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– A declaração de Netanyahu desfaz todas es esperanças de uma paz negociada. Isso significa que Israel e países árabes, digamos assim, viverão para sempre em estado de guerra, jamais encontrarão um só dia de paz. A não ser que Israel se livre de Netanyahu, o que estava acontecendo até o ataque do Hamas. Mas é difícil que isso ocorra em curto prazo. (C.N.)

Haddad insiste na MP da reoneração, que Lula ainda vai tentar “negociar”

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Haddad ainda vai se reuniur com os líderes do Congresso

Idiana Tomazelli
Folha

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) ainda não aceita a possibilidade de o governo retirar a MP (medida provisória) que promove a reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia, conforme declarou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em evento com empresários brasileiros em Zurique (Suíça).

Haddad não relaciona a declaração de Pacheco a um compromisso do Executivo, porque ainda é apenas uma proposta do presidente do Senado, com quem o presidente Lula da Silva ainda vai conversar para definir o melhor encaminhamento.

Segundo Haddad, duas reuniões, com lideranças da Câmara e do Senado, devem ocorrer na última semana de janeiro, antes da retomada dos trabalhos do Congresso.

FALTA ACERTAR – Na sexta-feira, Haddad tentou falar com o presidente Pacheco e não conseguiu.”Não posso comentar uma coisa sem falar com ele. O que o presidente Pacheco me falou, e eu levei à consideração do presidente Lula, é que dos quatro temas, dois não foram tratados pelo Congresso no ano passado e poderiam ser tratados pela MP. E [outros] dois deveriam ser trabalhados de uma outra forma, uma vez que foram tratados pelo Congresso Nacional. Eu levei à consideração do presidente, e o presidente falou ‘eu quero me sentar com o Rodrigo Pacheco para a gente ver o melhor encaminhamento’. Isso no que diz respeito à forma”, disse Haddad.

A MP do governo revogou a desoneração das empresas até 2027 e instituiu uma reoneração gradual da cobrança. Também revogou o corte da alíquota patronal sobre a folha dos municípios de 20% para 8%, estipulou o fim dos benefícios tributários do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) e limitou o uso das compensações tributárias a partir de créditos obtidos via decisões judiciais.

HOUVE VETOS – Os dois primeiros tópicos haviam sido aprovados pelo Congresso Nacional e vetados por Lula, mas o Legislativo derrubou o ato do presidente e restabeleceu a validade da lei.

Já os benefícios do Perse, embora não sejam centrais para a negociação com o Senado, são defendidos por lideranças na Câmara dos Deputados, que preparam um ato em defesa do programa no início de fevereiro.

Em relação ao mérito da desoneração, Haddad disse que vai insistir na reoneração gradual dos 17 setores hoje beneficiados. “O que nós levamos à consideração dos dois presidentes foi um princípio. A emenda constitucional da reforma tributária diluiu o fim dos benefícios [no tempo] para que todo mundo possa se acomodar”, afirmou.

GRADUALMENTE – “Nós insistimos que o melhor princípio é o da reoneração gradual, como foi feito com todos os outros benefícios relativos a impostos sobre o consumo. E se valeu para todo mundo, se valeu para todos os sistemas, todos os regimes especiais do país, incluindo os estaduais do ICMS, os municipais do ISS, não seria um bom princípio para o imposto previdenciário que sustenta a Previdência?”, acrescentou o ministro.

O benefício da desoneração da folha foi criado em 2011, no governo Dilma Rousseff (PT), e prorrogado sucessivas vezes. A medida permite o pagamento de alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência.

A desoneração vale para 17 setores da economia. Entre eles está o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita a Folha. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, entre outros.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A desoneração criada por Guido Mantega e Dilma Rousseff não gerou empregos, deu um tremendo prejuízo à Previdência Social e o país mergulhou na maior recessão de sua História. O Congresso precisa entender a questão, ao invés de se curvar ao lobby desses fortíssimos grupos empresariais, que incluem a própria imprensa. Pelo menos uma vez ou outra, o Congresso deveria se preocupar com os interesses nacionais. No caso, o governo está certíssimo em tentar consertar o gravíssimo erro de Dilma, que Lula agora quer nomear para a Vale, com salário de R$ 100 mil, pelos serviços prestados ao PT e à nação, era só o que faltava. (C.N.)

Oito líderes da oposição denunciam a  suspeição de Alexandre de Moraes

Lula afirma que entregou nome de agressor de Moraes a chanceler alemão | BRADO JORNAL

Líderes dizem que Moraes tornou-se “assessor” de Lula

Gustavo Maia
Veja

Oito líderes do Senado, de partidos de oposição ao governo Lula, divulgaram uma nota pública sobre a operação realizada pela PF nesta quinta, que teve como um dos alvos o deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara. Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, agentes federais cumpriram mandados de busca e apreensão contra o parlamentar, em um inquérito sobre os atentados de 8 de janeiro.

Rogério Marinho (PL), líder da oposição na Casa, Ciro Nogueira (PP), da minoria, Carlos Portinho, do PL, Tereza Cristina, do PP, Mecias de Jesus, do Republicanos, Izalci Lucas, do PSDB, Eduardo Girão, do Novo, e Flávio Bolsonaro (PL), que lidera a minoria no Congresso, assinaram o texto, que faz duras críticas à atuação de Moraes como relator dos processos sobre os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, classificada como “questionável” e sem “amparo na Constituição Federal”.

As lideranças denunciam a parcialidade de Moraes e pedem que seja afastado desses processos, por sua suspeição.

DIZEM OS LÍDERES – Leia a nota na íntegra a seguir:

“É com grande preocupação que recebemos a notícia de uma ordem de busca e apreensão expedida contra o Deputado Federal Carlos Jordy, líder da oposição na Câmara dos Deputados. Em primeiro lugar, apoiamos qualquer investigação que tenha por fim apurar graves ilícitos. Contudo, vivemos num Estado de Direito e as investigações devem respeitar o juízo natural, os direitos e garantidas individuais, as prerrogativas do exercício do mandato parlamentar e o devido processo legal.

Nosso compromisso com a democracia é inabalável. Condenamos categoricamente os atos de violência e depredação ocorridos em 08.01.2023. E participamos ativamente do esforço pelo aprofundamento das investigações no âmbito do Parlamento, inclusive de omissões flagrantes de autoridades do governo federal.

A nomeação do Ministro Alexandre de Moraes para a relatoria dos processos relacionados aos eventos de 08 de janeiro, conforme apontado pela jornalista Miriam Leitão, desviou-se do procedimento padrão de livre distribuição, denotando um vício de origem em sua designação. As declarações públicas do Ministro, nas quais ele se apresenta como vítima de ameaças, levantam sérias dúvidas sobre sua capacidade de manter a imparcialidade necessária em tais processos.

Ademais, a atuação do Ministro Alexandre de Moraes, fornecendo assessoramento jurídico ao Presidente Lula após os eventos de 8 de janeiro, levanta questões críticas sobre a adequada separação entre os Poderes. O caso de Cleriston Pereira, conhecido como “Clesão”, é um exemplo preocupante da maneira como os processos têm sido conduzidos no STF, onde decisões controversas e heterodoxas têm contribuído para a erosão de nossa democracia.

Diante do exposto, causa profunda espécie que mera ilação, desacompanhada de fundamentação fática e jurídica suficientes, sustente a adoção de dura medida investigativa contra um Deputado Federal.

A atuação do Ministro é, sim, questionável, e não tem amparo na Constituição Federal, na Lei Orgânica da Magistratura e no Código de Processo Penal. Ele não tem imparcialidade para os processos dos atos do 08 de janeiro de 2023, é supostamente vítima, investigador e julgador. Ele comenta e concede entrevistas sobre processos que estão sob julgamento e opina sobre fatos ainda não julgados.

Ante o exposto, a postura republicana esperada seria o próprio Ministro tomar a iniciativa de se declarar suspeito para julgar os atos de 08 de janeiro, com a grandeza de quem, de fato, busca a pacificação do país e está disposto a virar essa lamentável página da história brasileira, cumprindo a lei e agindo na defesa da Constituição. Afinal de contas, conviver com as diferenças é a essência da democracia”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Por falar em suspeição de Moraes, o que aconteceu com o inquérito sobre o incidente no Aeroporto de Roma? Por que podem ser exibidas as imagens da suposta agressão do septuagenário ao filho de Moraes? Afinal, perguntar não ofende. (C.N.)

Moraes ‘esqueceu’ de avisar Lira sobre Jordy e comprou uma briga adicional

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Lira ligou para Jordy e agora vai entrar no circuito

Gustavo Zucchi
Metrópoles

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ligou para o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) após o parlamentar bolsonarista ser alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro.

Na ligação, segundo aliados do presidente da Câmara, Lira pediu que os advogados de Jordy lhe enviassem os autos do processo, que corre em segredo de Justiça. A operação foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Como a coluna noticiou na quinta-feira (18/1), Lira avisou a deputados que conversaria com Jordy antes de se posicionar publicamente sobre a busca e apreensão feita no gabinete na Câmara e em residências do deputado.

INCÔMODO – Nos bastidores, aliados do presidente da Câmara dizem que ele demonstrou incômodo pelo modo como a operação foi feita. Especialmente por não ter sido avisado previamente pelo Supremo de que a operação ocorreria.

O ministro Alexandre de Moraes, como a coluna revelou na quinta, quebrou a tradição e não ligou para o presidente da Câmara para avisar da operação contra Jordy, como chegou a fazer em ações anteriores contra outros deputados no passado recente.

Antes de Lira se manifestar sobre o caso, oito líderes da oposição se reuniram de forma virtual na tarde desta sexta-feira (19/1) e soltaram uma nota criticando o ministro Alexandre de Moraes. Segundo deputados aliados de Jordy, na próxima semana os líderes discutir outras reações legislativas após a operação da PF.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Deixar de ligar previamente para Arthur Lira foi uma grande mancada de Alexandre de Moraes. Ter Lira como aliado é uma boa, enquanto arrumar inimizade com ele é encrenca na certa. Ele não passa recibo, finge que não percebeu, mas depois começa a cavar a cova do ex-amigo. Vamos acompanhar a reação dele na semana que se inicia. Se a perseguição a Jordy estiver sendo feita por Moraes sem provas sólidas, apenas na base da presunção de culpa, podem ter certeza de que Lira vai rodar a baiana, com apoio massivo da Câmara. (C.N.)

A mudança da desigualdade social começa pela educação

Lei que cria o programa “Pé de Meia” foi publicada hoje no Diário Oficial

Marcelo Copelli

Diante da grande desigualdade social imperativa no país, é de enorme importância, quando bem planejada, a promoção de políticas de transferência de renda, sobretudo quando tem alvos definidos em sua linha de desenvolvimento, exigindo contrapartidas dos beneficiados. E essa determinação parece ter sido seguida no programa que cria a Poupança do Ensino Médio, a chamada “Pé de Meia”, com o objetivo de estimular jovens de baixa renda a concluírem o ensino médio.

A lei foi publicada nesta semana no Diário Oficial da União, definindo quem poderá receber e a forma de financiamento do benefício, e como e quando o dinheiro poderá ser usado.Embora o detalhamento sobre valores que serão depositados nas poupanças e efetivação dos saques devam ser regulamentados em outra publicação, a lei já define quem poderá participar do programa. Os principais critérios são relacionados à educação e renda.

RETENÇÃO – Alguns dos principais objetivos do Programa Pé-de-Meia estão vinculados à mitigação das taxas de retenção, abandono e evasão escolar, geralmente derivadas de desigualdades e carência de mobilidade social. Inicialmente, o Ministério da Educação revelou um aporte de R$ 20 bilhões para a instauração de um fundo destinado a custear o referido programa.

Dessa quantia, uma parcela de R$ 13 bilhões origina-se do excedente do fundo social proveniente da comercialização de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos, abrangendo o período de 2018 a 2023. O fundo será essencialmente composto pela integração de quotas provenientes da União e de outras entidades, sejam físicas ou jurídicas, incluindo estados, o Distrito Federal e municípios; por investimentos financeiros desses recursos e por outras fontes ainda a serem determinadas.

Um agente financeiro oficial será encarregado de criar e gerir o fundo, que terá natureza privada e patrimônio independente dos cotistas, sem vínculo com o patrimônio do gestor, ou seja, não poderá ser utilizado de forma alguma por bancos públicos ou outras instituições contratadas para administrar esses recursos.

CONTA – Os recursos serão depositados em uma conta em nome do estudante beneficiário, de caráter pessoal e intransferível, podendo ser uma poupança social digital. Além disso, os valores não serão considerados no cálculo da declaração de renda familiar e não interferirão no recebimento de outros benefícios, como o Bolsa Família, por exemplo.

Os estudantes do ensino regular, beneficiários do programa, terão a faculdade de efetuar saques, a qualquer momento, durante os três anos do ensino médio, restritos ao percentual destinado à manutenção dos estudos, desde que cumpram os requisitos de matrícula e frequência. Esses valores deverão ser depositados pelo gestor do fundo pelo menos nove vezes ao longo de cada ano. Já os depósitos referentes à participação em avaliações e no Enem só poderão ser sacados após o estudante obter o certificado de conclusão do ensino médio.

APLICAÇÃO – Parte dos recursos depositados poderá ser aplicada pelo estudante em títulos públicos federais ou valores mobiliários, sobretudo aqueles voltados para o financiamento da educação superior. Estados, o Distrito Federal e municípios colaborarão fornecendo informações sobre matrícula e frequência dos estudantes, entre outros aspectos, além de incentivarem a participação da sociedade no acompanhamento e fiscalização do programa.

Os indicadores educacionais há muitos anos têm sido um dos principais funis para o crescimento econômico e a redução da desigualdade social no Brasil. A ação é válida, pois todo esforço para estimular o acesso de jovens de baixa renda ao mercado de trabalho e às universidades deve ser destacado e enaltecido. Porém, mais do que incentivo, é necessário que a educação seja, efetivamente, boa para a mudança do futuro não só dos alunos, mas do próprio país.

Cada vez mais delirante, Lula culpa os EUA por tentarem destruir a Petrobras 

Tudo que aconteceu nesse País foi uma mancomunação ética", diz Lula sobre Lava Jato - Blog da Folha - Folha PE

Ao fazer o discurso, Lula parecia que iria sair voando…

Ricardo Rangel
Veja

Lula aproveitou sua malfadada visita à refinaria Abreu e Lima para chorar suas mágoas. Até aí, é do jogo, reclamar é direito de todos. E Lula até que tem motivos para reclamar. O problema são os argumentos, literalmente fantásticos, a que recorreu.

“Tudo que aconteceu neste país foi uma mancomunação entre alguns juízes deste país, alguns procuradores deste país, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que queriam e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras”, afirmou o presidente.

LAVA JATO ETC – Lula não explicou o que quis dizer com “tudo”, mas depreende-se que inclua a Lava-Jato, o impeachment de Dilma e sua própria prisão. Quem sabe até junho de 2013.

A obsessão da esquerda com os Estados Unidos é curiosa. A Petrobras foi fundada desde 1953, e sua existência sempre foi aceita pelo governo americano, inclusive quando era uma das 10 maiores empresas do mundo (como o era imediatamente antes de o PT começar a interferir na companhia).

A menção a ao Departamento de Justiça dos EUA é algo meio que novo, por sinal: até agora, a esquerda botava a culpa de tudo na CIA ou, mais recentemente, no FBI (dos, três, só quem tem operações no exterior é a CIA).

FASCINANTE PRESUNÇÃO – Achar que os EUA — tanto sob Obama quanto sob Trump — estão preocupados com o Brasil é uma fascinante presunção da esquerda. Nossa relevância geopolítica, desde a queda do Muro de Berlim, é nula; do ponto de vista econômico, há pelo menos 10 países mais importantes, inclusive a China. Para os americanos, somos um país emergente, distante e exótico, no qual não se pode confiar muito. Ronald Reagan até nos confundiu com a Bolívia.

“Cansamos de esperar (que Hugo Chávez mandasse o dinheiro prometido) e resolvemos tocar a refinaria. Hoje, digo que graças a deus fizemos ela sozinha. E seguiremos tocando as obras com nossos erros e acertos”.

AÍ É ALARMANTE… – Lula agradece a Deus por a refinaria nunca ter ficado pronta, ter dado um mar de prejuízo e ter enchido os propinodutos do petrolão. E acha houve “acertos”.

“As pessoas que me acusaram estão apodrecendo, porque sabem que mentiram e sabem que o inferno os aguarda por tanta mentira que eles contaram. Eles (sic) sabem disso.”

Portanto, o presidente conta com uma espécie de vingança cósmica, proporcionada pela justiça do Além. As palavras de Lula estão desconectadas da realidade e têm traços de paranoia. Se foi só bravata de palanque, e Lula não acredita nas sandices que proferiu, é preocupante. Se realmente acredita, aí é alarmante.

Carlos Jordy não teve fuzil apontado para o rosto, diz um policial, sem se identificar

Moraes autoriza quebra de sigilo telemático de Carlos Jordy; deputado depõe na PF - Ecos da Noticia

Carlos Jordy diz que não incentivou os atos do 8 de Janeiro

Pablo Giovanni
Correio Braziliense

Após ser alvo de mandado de busca e apreensão, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) alegou que foi acordado pelos policiais federais com um fuzil no rosto. No entanto, a Policia Federal afirma que essa abordagem não ocorreu. “Não houve essa situação, ninguém apontou arma para ele”, disse uma fonte da PF ao Correio.

O deputado está sendo investigado, no âmbito da Operação Lesa Pátria, por suspeita de incitar bolsonaristas no Rio de Janeiro na véspera do dia 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.

DEZ MANDADOS – A Polícia Federal esteve nas ruas do Distrito Federal e do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (18/1), para cumprir 10 mandados de busca e apreensão, em operação que investiga os atos antidemocráticos do 8 de janeiro. Um dos mandados do Distrito Federal foi cumprido no gabinete do deputado Carlos Jordy, na Câmara dos Deputados.

Nesta 24ª fase da operação Lesa Pátria, o objetivo é identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram as mobilizações golpistas que culminaram no 8/1.

O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) chamou a investigação de “medida autoritária e sem fundamento”. “Os agentes foram até educados. Eu falei onde estava minha arma, pegaram meu celular, tentaram buscar outras coisas que pudessem me incriminar, mas não encontraram nada. Eu não sabia o que realmente era (a operação) até ter acesso a todas as notícias que estão circulando falando do 8 de janeiro”, afirmou o parlamentar, nas redes sociais.

LÍDER DA OPOSIÇÃO – O deputado é bolsonarista e líder da oposição na Câmara dos Deputados. O parlamentar também é pré-candidato à Prefeitura de Niterói (RJ), nas eleições municipais deste ano.
Em 2016, Carlos Jorfy foi eleito vereador de Niterói com 2.388 votos. Dois anos depois, foi eleito deputado federal com 204.048 votos. E, em 2022, foi reeleito para mais um mandato na Câmara.

No ano passado, Jordy manteve em seu gabinete um assessor que gritou em direção a senadoras durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro e depois saiu correndo pelo Congresso.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Essa história está mal contada e precisa de tradução simultânea, porque alguém está mentindo. O deputado disse que estava dormindo com a mulher e a filha, quando foi acordado pelo policial federal, com uma arma diante de seu rosto. Este fato é democraticamente grave e precisa ser explicado. Mesmo que a porta da residência estivesse aberta, o policial deveria ter tocado a campanhia. NO depoimento, o deputado mudou a versão, disse houve fuzil na cara. Ficou faltando explicar se o agente entrou em seu quarto de dormir. É uma atitude intolerável numa democracia, porque não se pode invadir a casa de ninguém, diz a Constituição. A Polícia precisa se explicar melhor e mistrar que Jordy mentiu descaradamente. (C.N.)