PF indicia Jucá e os senadores Eduardo Braga e Renan Calheiros, por corrupção

PGR pede ao Supremo anulação do acordo de delação de ex-diretor da  Hypermarcas | Operação lava jato | G1

Delação da Hypermarcas foi autorizada por Edson Fachin

Aguirre Talento
Do UOL

A Polícia Federal indiciou os senadores Eduardo Braga (AM), líder do MDB no Senado, e Renan Calheiros (MDB-AL) nos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) também foi indiciado. Eles são acusados de, em troca de pagamentos de propina, atuarem para favorecer no Congresso Nacional o antigo grupo Hypermarcas, atual Hypera Pharma, do ramo farmacêutico. Eduardo Braga e Renan Calheiros são aliados próximos do Palácio do Planalto. Braga atualmente é relator da reforma tributária no Senado. O filho do senador Renan, Renan Filho (MDB-AL), é o atual ministro dos Transportes do governo Lula.

Após seis anos de tramitação, o relatório final do inquérito foi enviado pela PF no mês passado ao STF (Supremo Tribunal Federal), sob sigilo. O relator do processo, ministro Edson Fachin, encaminhou o material à PGR (Procuradoria-Geral da República). A equipe do procurador-geral, Paulo Gonet, está analisando o material para decidir se apresenta denúncia contra os senadores.

LOBISTA DO MDB – O relatório final do inquérito diz que a antiga Hypermarcas pagou cerca de R$ 20 milhões para os senadores, por intermédio do empresário Milton Lyra, apontado pela PF como lobista intermediário do MDB.

Em contrapartida, os senadores teriam atuado em favor da Hypermarcas em um projeto de lei que tramitou no Senado nos anos de 2014 e 2015 sobre incentivos fiscais a empresas. A PF ainda aponta que o senador Renan indicou um nome para a diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), com o objetivo de auxiliar nos interesses do grupo empresarial dentro da agência.

Esse inquérito é um desdobramento da Operação Lava Jato e havia sido aberto em 2018, a partir da delação premiada de Nelson Mello, à época um dos diretores da antiga Hypermarcas. Ele admitiu que firmou contratos fictícios com empresas indicadas por Milton Lyra, sem prestação de serviços, com o objetivo de repassar os valores aos políticos. A PF também indiciou Milton Lyra sob acusação de lavagem de dinheiro. A parte da investigação sobre Romero Jucá foi entregue à Justiça Federal do Distrito Federal, porque ele não tem mais foro privilegiado.

REPACTUAÇÃO DE ACORDO – O processo teve diversas idas e vindas. A PGR chegou a pedir a rescisão da delação premiada de Nelson Mello apontando omissões em seus relatos com o objetivo de proteger os acionistas do grupo. Depois disso, foi feita uma repactuação e outros diretores aderiram ao acordo de delação, como o ex-presidente do Conselho de Administração, João Alves de Queiroz Filho.

Nos depoimentos, eles relataram que foram feitos pagamentos a operadores financeiros para repassar propina aos senadores do MDB com o objetivo de obter benefícios para o grupo empresarial em medidas provisórias em tramitação no Congresso Nacional.

A PF apontou que colheu provas corroborando os relatos dos delatores, como a comprovação de que não houve prestação efetiva de serviços das empresas que receberam os pagamentos e atos de ofício realizados em favor da empresa.

MUDANÇA DE NOME – Empresa com ações na Bolsa de Valores, a Hypermarcas decidiu mudar de nome em 2018, após os desgastes envolvendo as investigações da Lava Jato. A partir de então, passou a se chamar Hypera Pharma.

O fundador da empresa, João Alves de Queiroz Filho, até hoje é o acionista majoritário, mas se afastou do conselho de administração da companhia depois de ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeitas de omissões no acordo de delação premiada de um dos diretores da empresa. Com isso, ele teve que confessar o conhecimento dos crimes cometidos e também assinar um acordo de delação.

A empresa atualmente produz diversas marcas populares no ramo farmacêutico, como anestésicos, antibióticos e anti-inflamatórios.

JUCÁ REPUDIA – A defesa de Romero Jucá afirmou que “repudia e repele o indiciamento recente no inquérito instaurado com base única e exclusivamente na delação premiada do executivo do grupo Hypermarcas”. Disse que ele colaborou com as investigações, prestou esclarecimentos e que a acusação é uma “tentativa de criminalizar a política”.

“É da natureza da função parlamentar a conexão com setores da sociedade, com empresários e grupos econômicos. Além do mais, contribuições legítimas para campanha política, dentro das regras eleitorais, com aprovação das prestações de contas do partido político pela Justiça Eleitoral, jamais podem ser consideradas como contrapartida de suposto ato de corrupção”, disse a defesa.

Procurados na noite desta quinta-feira (19) por meio de suas assessorias de imprensa, os senadores Eduardo Braga e Renan Calheiros não responderam. A defesa de Milton Lyra disse que não iria se manifestar por não ter obtido acesso ao relatório da PF.

União Europeia está declarando guerra contra as exportações brasileiras

Exploração de madeira na Amazônia atinge 464 mil hectares em 2020 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU

Desmatamento visa a extrair madeira para vendê-la 

Carlos Newton

É da maior gravidade a lei adotada pelo Parlamento da União Europeia sobre desmatamento. Representa uma declaração de guerra comercial contra o Brasil, comandada pelo presidente francês Emmanuel Macron, para proteger e abrir mercado aos produtores rurais da França e dos demais membros da UE, mesmo que não sejam competitivos.

Sob a denominação de Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), foi aprovada em maio de 2023 e tem aplicação prevista para dezembro de 2024.

A justificativa é tipo Piada do Ano, porque a lei visa reduzir a contribuição da UE para o desmatamento global, que é um dos principais fatores da mudança climática. Ao invés de impor um novo esforço de reflorestamento na Europa, o tal regulamento  proíbe a importação de produtos originários de áreas desmatadas, mesmo que o desmatamento seja legal.

RESERVA ESTRATÉGICA – A coisa funciona assim – os produtores rurais europeus não aceitam reflorestar áreas hoje improdutivas, preferindo deixá-las como reserva estratégica para novas plantações que possam ser futuramente reativadas.

Para proteger essas áreas e obrigar que haja reflorestamentos em países do Terceiro Mundo que se tornaram grandes produtores agrícolas, como é o caso do Brasil e da Índia, a União Europeia vai definir uma lista de nações de baixo, médio ou alto risco, com base nos seus índices e controles de desmatamento. Países com maior risco terão que apresentar mais detalhes e dados de rastreamento.

O Brasil é um dos maiores exportadores de carne, frango, soja e café do mundo, e especialistas acreditam que o país entrará na lista vermelha de países de alto risco. 

PRODUÇÕES NO INDEX – A falta de clareza na lei preocupa os agroexportadores brasileiros, que temem que as restrições possam ameaçar quase um terço das exportações para a UE.

 A lista de produtos incluem sete setores, sendo a maioria da pauta de exportação brasileira para os europeus: carne, café, cacau, produtos florestais (papel, celulose e madeira), soja e borracha, além do óleo de palma, único produto que o Brasil não exporta, mas inclui derivados, como couro, móveis e chocolate.

O governo brasileiro enviou nesta quarta-feira (11) uma carta à cúpula da UE pedindo que a legislação não seja aplicada, sob risco de impactar diretamente as exportações para os países da região. O texto é assinado pelos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

PEDIDO DE REVISÃO – “O Brasil é um dos principais fornecedores para a UE da maioria dos produtos objetos da legislação, que correspondem a mais de 30% de nossas exportações para o bloco comunitário. De modo a evitar impacto em nossas relações comerciais, solicitamos que a UE não implemente a EUDR a partir do final de 2024 e reavalie urgentemente a sua abordagem sobre o tema”, diz o documento, segundo a agência Reuters.

É uma lição que o Brasil precisa atender. O desmatamento nada tem a ver com produção agrícola, Visa apenas à venda da madeira, Se nosso governo não agir duramente para estancar o desmatamento, poderá haver ameaças ainda maiores à Amazônia. Mas quem se interessa?

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P.S.São duas atividades criminosas  com objetivos diferentes – o desmatamento é para vender a madeira e a queimada para renovar a pastagem. Queimar a madeira é uma burrice sesquipedal. (C.N.)

Moraes anda com a cabeça nas nuvens e está precisando de um GPS mental

Kelson está no Ceará, sob a proteção do “Padim Cicero”

Eduardo Barretto
Metrópoles

A defesa de Kelson de Souza Lima, réu denunciado equivocadamente no 8 de Janeiro, afirmou ao Supremo Tribunal Federal que o ministro Alexandre de Moraes errou de novo ao determinar uma nova prisão de Lima em junho deste ano. Segundo o documento apresentado pela advogada na última terça-feira (17/9), Moraes oficiou o Estado errado ao cobrar informações do uso de tornozeleira eletrônica de Lima. Deu ordem a São Paulo, mas o réu mora no Ceará.

Na quarta-feira (18/9), Moraes deu cinco dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) opinar sobre o pedido de liberdade de Lima.

MORADOR DE RUA – Preso no 8 de Janeiro, Kelson de Souza Lima foi denunciado por associação criminosa e incitação ao crime. Segundo a defesa, Lima frequentou o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília porque estava em situação de rua e procurava comida e abrigo. O homem tem transtornos psiquiátricos, ainda de acordo com a advogada.

Dois meses depois, em março de 2023, Lima obteve liberdade provisória e passou a cumprir medidas cautelares, a exemplo do uso da tornozeleira eletrônica e da apresentação semanal à Justiça.

Em agosto do ano passado, Moraes acolheu um pedido da Defensoria Pública de Jundiaí (SP) e autorizou a mudança de Lima para Massapê (CE), no norte do Ceará. “Autorizo a alteração da área de monitoramento e, consequentemente, do juízo responsável pela fiscalização das medidas cautelares”, escreveu Moraes na ocasião.

NOVA PRISÃO – No meio deste ano, contudo, o ministro cobrou informações do estado de São Paulo sobre o uso de tornozeleira eletrônica de Lima, que cumpre pena no Ceará. Como a resposta do órgão paulista foi negativa, Moraes ordenou uma nova prisão de Lima em junho. Moraes afirmou que Lima agia com “completo desprezo pelo STF e pelo Poder Judiciário”.

“Nota-se que se trata de um claro equívoco”, afirmou a advogada de Lima, Tanieli Telles, ao pedir a soltura de seu cliente. A defensora também criticou Moraes por não ter pedido explicações à defesa antes de uma nova ordem de prisão.

Procurado, o STF afirmou que Moraes aguarda o parecer da PGR.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Com essas maluquices de prender dona de casa por crime de terrorismo, levando junto morador de rua e tudo o mais, depois implantando censura prévia em plena democracia, dava para notar que o ministro Alexandre de Moraes anda meio desarrumado das ideias. Agora, ao pedir informações a São Paulo sobre o morador de rua que ele próprio mandou para o Ceará, o excelentíssimo ministro mostra que está precisando de um GPS mental. Assim, vamos pedir a Elon Musk que empreste uma antena Starlink para Moraes conseguir se localizar no tempo e no espaço. (C.N.)

Banco Central eleva Selic em 0,25%, e juros vão a 10,75% ao ano

Decisão foi divulgada pelo Copom nesta quarta-feira

Pedro do Coutto

Contrariando a expectativa inicial fixada pelo presidente Lula da Silva, o Banco Central decidiu nesta quarta-feira elevar a Selic para 10,75% ao ano. O aumento foi de 0,25 ponto percentual. É a primeira vez que a autoridade monetária sobe a taxa básica de juros desde agosto de 2022 . A decisão dos diretores do órgão foi unânime. O resultado seguiu as expectativas de agentes do mercado financeiro. A ata da reunião do Comitê de Política Monetária de julho dizia que o órgão não veria problema em aumentar a alíquota caso considerasse necessário.

A Selic influencia diretamente as alíquotas que serão cobradas de empréstimos, financiamentos e investimentos. No mercado financeiro, impacta o rendimento de aplicações. O Banco Central disse no comunicado de anúncio da alta que um novo ciclo de elevações deve se iniciar. Não explicitou, entretanto, quais serão as magnitudes dos aumentos que virão.

COMPROMISSO – “O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação”, afirma o texto do órgão. A função da autoridade é colocar a inflação no centro da meta, de 3,0%. O índice anualizado estava em 4,24% em agosto (ainda no intervalo de tolerância).

Uma das formas de controlar a inflação é aumentar os juros. O crédito mais caro desacelera o consumo e a produção. Como consequência, os preços tendem a não aumentar de forma tão rápida. O Brasil ocupa a segunda posição no ranking de maiores juros reais do mundo com a decisão.

A reunião do Copom de setembro é a primeira com a indicação oficializada de Gabriel Galípolo para o comando do Banco Central. Atualmente, ele é diretor de Política Monetária da autoridade. Galípolo subiu o tom sobre a condução dos juros depois do encontro de julho. Ele reforçou o posicionamento da ata e defendeu um aumento da taxa básica em uma eventual necessidade. As declarações reforçaram as expectativas do mercado para esta quarta-feira.

RESTRIÇÃO –  “Estamos dispostos a viver com uma taxa mais restritiva por mais tempo, porém, ficou para mim uma sensação de que essa frase […] foi lida como retirar da mesa a possibilidade de alta. E isso não é a realidade do diagnóstico do Copom. A alta está na mesa e a gente quer ver como isso vai se desdobrar”, declarou o diretor em 12 de agosto. As falas se deram ainda antes de ser indicado pelo presidente Lula da Silva para a vaga a ser deixada por Roberto Campos Neto.

Esta é a 3ª reunião seguida do Copom com placar unânime na votação. Houve um racha em maio. Os quatro indicados por Lula para a diretoria do Banco Central votaram por uma redução de meio ponto percentual. Já os cinco nomes colocados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro votaram por uma queda de 0,25 ponto percentual – que prevaleceu.

REAÇÃO – A divisão provocou uma reação negativa entre os agentes econômicos. Na reunião seguinte, de junho, todos os diretores votaram pela manutenção da Selic em 10,50% ao ano. A reunião do racha, em maio, foi a única em que Galípolo e Campos Neto não tiveram votos iguais.

Emitir papéis com uma taxa de mais 0,25% significa aumentar o desembolso da União com a rolagem dos juros que incidem sobre a dívida total. Essa é a verdade. O governo anuncia que não é para combater o déficit, mas para captar recursos. Não está sendo claro e nem o BC está sendo portador de uma explicação verdadeira sobre um caso realmente difícil de se resolver. Cada vez mais que a taxa se eleva, maior é a despesa do governo.

E o pai de Paulinho da Viola não queria que ele se tornasse músico…

Paulinho da Viola – Wikipédia, a enciclopédia livre

Paulinho não obedeceu ao pai

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor e compositor carioca Paulo César Batista de Faria, o Paulinho da Viola, é tido como um dos mais talentosos representantes da MPB. O samba “Catorze Anos” gravado por Paulinho da Viola no LP Na Madrugada, em 1966, pela RGE, foi inspirado nas palavras de seu pai, o excelente violonista César de Faria, o qual não queria que seus filhos fossem músicos, como ele, pois dizia que “sambista não tem valor nesta terra de doutor”.

Todavia, os conselhos não adiantaram, conforme conta a letra de “Catorze Anos”, obra que segundo Paulinho da Viola “traduz a filosofia do sambista do morro e isto significa um pouco de mim mesmo”.

CATORZE ANOS
Paulinho da Viola

Tinha eu 14 anos de idade
Quando meu pai me chamou
Perguntou-me se eu queria
Estudar Filosofia
Medicina ou Engenharia
Tinha eu que ser doutor

Mas a minha aspiração
Era ter um violão
Para me tornar sambista
Ele então me aconselhou
Sambista não tem valor
Nesta terra de doutor
É seu doutor
O meu pai tinha razão

Vejo um samba ser vendido
E o sambista esquecido
E seu verdadeiro autor
Eu estou necessitado
Mas meu samba encabulado
Eu não vendo, não senhor

Crise ambiental no Brasil é exemplo da ganância que identifica o homem

Charge do Lute - 18/03/2022

Charge do Lute (Arquivo Google)

José

Perez

Li hoje nos jornais uma informação estarrecedora e que explica muita coisa errada que ocorre no Brasil. A presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, Leila Barros (PDT-DF), denuncia que o órgão por ela dirigido recebeu apenas 100 mil reais para gastar com emendas parlamentares, enquanto a Comissão de Desenvolvimento Regional recebeu R$ 2,5 bilhões.

Sabemos que é um sonhado desenvolvimento regional que nunca acontece nem acontecerá. Recebe bilhões anualmente, que na prática não servem para nada, além da roubalheira de sempre, já que as desigualdades regionais só aumentam a cada ano.

ISSO É BRASIL – Aqui em Brasília sabe-se que o Ministério do Desenvolvimento Regional é um feudo do senador Davi Alcolumbre (União-AP), conhecido pelo codinome “Batoré”, cuja família domina o Amapá, onde se mete até no tráfico de drogas.

Temos um Ministério que se diz regional, mas que boicota sistematicamente os Estados mais desenvolvidos desse país que inclusive pagam a conta toda.

Os bilhões só vão para os grotões, onde o povo não tem capacidade de fiscalizar ou cobrar nada. Não é por mera coincidência que todos os governadores da Região Norte estão sendo processados. Alguns já foram inclusive indiciados. A Amazônia virou terra de ninguém. O Brasil está desandando à nossa frente.

AULA DE DAMATTA – Em seu artigo em O Globo, o antropólogo Roberto DaMatta vai sempre “direto ao ponto”, ao dizer que o país não sabe agir diante dos incêndios ou de outros problemas também graves. Estou relendo seu livro “O que faz o brasil, Brasil?” e recomendo a todos que por aqui vivem. O Brasil a meu ver não é um país e jamais será uma nação civilizada, com a maioria de seus habitantes apenas cumprindo um karma.

Nenhum governo fiscaliza desmatamento, que é bem diferente de queimada. O desmatamento visa a vender a madeira, enquanto a queimada é para renovar pastagem. O governo Lula abandonou a Amazônia, faz apenas uma ou outra intervenção contra garimpo e se encolhe, permitindo que o resto do mundo se revolte e a União Europeia nos ameaçasse com boicote às nossas exportações.

Mesmo assim, a Terra continuará girando no espaço a 107 mil quilômetros por hora, em meio à progressiva deterioração ambiental, por culpa da ganância desenfreada do ser humano. É só isso que importa agora.

Crise do centrão pode ser passageira e nada mudar na relação com o governo

Arthur Lira

Lira entrega o cargo em 2025, mas mantém o poder de influir

Bruno Boghossian
Folha

A fratura do centrão pode ser uma miragem, e a concorrência interna vai determinar se o próximo presidente da Câmara continuará montado num rolo compressor

Hoje, o poder de Arthur Lira se sustenta em dois números graúdos. O primeiro é a fortuna de R$ 30 bilhões em emendas destinadas aos deputados, valor que ele ajudou a inflar como presidente da Câmara. A segunda cifra é a bancada de 300 a 350 parlamentares que atuam de maneira coordenada, sob grande influência do líder do centrão.

A mudança de comando na Câmara, em fevereiro de 2025, envolve o controle dos dois ativos. O grupo vencedor vai trabalhar para preservar o cofre das emendas e gerenciar a distribuição do dinheiro. Já a liderança do bloco atravessa um momento delicado.

RACHA SUCESSÓRIO – A reviravolta produzida por Lira ao trocar o candidato à própria sucessão provocou um racha entre os partidos que dão as cartas na Câmara. O efeito imediato é a divisão desse centrão expandido. De um lado, o núcleo do bloco (PP, PL e Republicanos) se uniu rapidamente em torno do nome de Hugo Motta. De outro, ficaram o União Brasil, de Elmar Nascimento, e o PSD, de Antonio Brito.

A concorrência interna pôs em risco a unidade do grupo e sugeriu uma certa contestação à chefia de Lira. O presidente da Câmara preparava o apoio à candidatura de Elmar, mas farejou um risco de derrota e decidiu abraçar Hugo Motta. O deputado do União Brasil se sentiu traído e buscou uma aliança com o PSD.

A briga ganhou ares de autofagia. Com vencedores e vencidos, o centrão terminaria a eleição com um pedaço a menos. Mesmo que Lira conseguisse liquidar a fatura e levar Motta à presidência da Câmara, estaria à frente de um grupo menos coeso. Isso é o que dizem os rancores de hoje.

VAI SE UNIR – Cardeais do centrão que costuraram a entrada de Motta no jogo apostam que, cedo ou tarde, o grupo estará unido novamente. A fratura, afinal, reduz o poder de barganha dos dois lados, e este é um prejuízo que não vale o orgulho dos derrotados.

O desenrolar da disputa vai determinar se o próximo presidente da Câmara continuará montado num rolo compressor capaz de determinar o que é votado e aprovado no plenário.

O governo chegou a sonhar com uma ruptura capaz de destronar Lira e reduzir o tamanho do poder do centrão, mas pode estar diante de uma miragem.

Seca na Amazônia é um “sinal evidente” de mudança climática, adverte a ONU

Conselho de Segurança da ONU apoia segundo mandato para Guterres - Jornal O  Globo

Guterres, secretario da ONU, não está nada satisfeito

Jamil Chade
UOL, em Nova York

A seca que atinge a Amazônia tem uma relação direta com as mudanças climáticas. Pelo mundo, fenômenos extremos estão apontando para um impacto real dessas transformações no clima. O recado é do secretário-geral da ONU, António Guterres, que nesta semana é anfitrião para os principais líderes mundiais na Assembleia Geral. Ao responder ao UOL nesta quarta-feira, Guterres insistiu sobre o compromisso do governo brasileiro em reduzir o desmatamento.

“A seca na Amazônia é em larga medida causada pelas alterações climáticas”, disse. “Independentemente disso, o Brasil, naturalmente, sei que está totalmente comprometido com a preservação da selva amazônica, e com o evitar a desmatamento, com a deflorestação da Amazônia, mas os fenômenos a que estamos a assistir hoje são essencialmente de origem climática”, completou.

CÚPULA DO FUTURO – O presidente Lula da Silva desembarca no sábado em Nova York e participa, a partir de domingo, da Cúpula do Futuro. Trata-se de uma iniciativa da ONU para tentar revitalizar o sistema multilateral, em sérias dificuldades.

Para diplomatas estrangeiros e nacionais, os incêndios no país ameaçam sufocar a mensagem do presidente brasileiro, que iria usar os discursos na ONU para mostrar o compromisso do país com o clima, insistir sobre a queda do desmatamento e cobrar os países ricos para que cumpram suas promessas de financiar a transição nos países em desenvolvimento.

Antes de falar com o UOL, ao responder sobre outras crises e incêndios pelo mundo, o secretário-geral insistiu sobre o impacto das mudanças climáticas. “É absolutamente evidente que o agravamento dos incêndios em Portugal, o agravamento das cheias na Europa Central e Oriental, o agravamento das cheias na Nigéria e o conjunto de outros desastres que vemos multiplicar por toda a parte do mundo, tem uma relação direta com o agravamento da crise climática”, disse. “Hoje ninguém tem dúvidas a esse respeito. A crise climática é um fator multiplicador de todas as tragédias a que assistimos”, alertou.

UM NOVO PACTO – Uma das apostas da ONU, neste ano, é a adoção de um documento apontando para uma reforma profunda do sistema internacional e o estabelecimento do clima como um dos pilares desse compromisso dos governos. Mas, com governos profundamente divididos, o documento com o ambicioso nome de Pacto do Futuro apenas faz referências a compromissos já assumidos, indicando meramente a intenção de intensificar os trabalhos. Para alguns dos negociadores climáticos do Brasil, o texto é “muito fraco”.

Para Guterres, “será trágico” se o pacto não for aprovado. “Não podemos criar um futuro adequado para nossos netos com sistemas criados para nossos avós”, argumentou. “A Cúpula do Futuro é um primeiro passo essencial para tornar as instituições globais mais legítimas, eficazes e adequadas ao mundo de hoje e de amanhã. Ela não pode falhar”, completou.

Ainda que a pauta da cúpula vá no mesmo sentido defendido pelo Brasil — de transformação das instituições internacionais — alguns aspectos da declaração final viraram motivos de preocupação ao governo Lula e outros países em desenvolvimento: a insistência de países ricos em vincular a crise climática como uma ameaça à segurança internacional.

GRANDE RISCO – O temor brasileiro e de outras delegações é de que a questão climática possa ser eventualmente transformada em uma questão de segurança, com medidas que poderiam ameaçar inclusive a soberania nacional. Para o Itamaraty, ao dar esse tratamento, o pacto minimizaria as causas das mudanças climáticas, se limitando a tratar apenas de seus efeitos.

Tradicionalmente, o governo brasileiro vem insistindo que cabe aos países industrializados pagar e arcar com a responsabilidade pelas transformações causadas no planeta. Para os emergentes, a crise não é apenas resultado de uma ação recente, mas de décadas de um modelo de produção.

O Brasil também vê com hesitação a incorporação do tema ambiental na agenda do Conselho de Segurança. O Itamaraty considera que o órgão não conta com instrumentos para lidar com as causas das mudanças climáticas e poderia inclusive esvaziar a legitimidade de mecanismos da ONU onde, de fato, o tema ambiental é tratado.

Sujeira sem fim nos igarapés de Manaus: 2,5 mil toneladas de lixo em junho

Esgotos e sujeira sem fim poluem os igarapés de Manaus

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É preciso advertir mil vezes e morrer repetindo: Se o Brasil não parar o desmatamento ilegal, as queimadas e a poluição, a Amazônia acaba sendo internacionalizada. Manaus despeja seus esgotos no rio, sem tratamento. Os igarapés viraram canais de esgoto e lixo. Às vezes, tenho vergonha de ser brasileiro. Nenhum prefeito ou governador se interessa. Dizem que o problema é tão grave que deve ser resolvido pelo governo federal. São políticos nauseabundos. (C.N.)

Cadeirada mostra que o maior problema  é a exaustão dos eleitores com a política

Cadeira: a nova ferramenta de debate! | Jornal de Brasília

Charge do Baggi (Jornal de Brasília)

J.R. Guzzo
Estadão

O calamitoso debate que acaba de se ver entre os candidatos à Prefeitura da maior, mais rica e mais moderna cidade do Brasil deixou as classes culturais indignadas com as cenas de sarjeta ali exibidas, e com os responsáveis por elas. Condena-se severamente o candidato que deu cadeiradas ao vivo no adversário – ou então defende-se o seu “direito de legítima defesa da honra”, como alegavam antigamente os advogados de defesa dos maridos traídos.

Condena-se o candidato que recebeu as cadeiradas, pelos insultos que fez ao opositor. Condena-se os partidos que lançaram um e outro na disputa pela prefeitura de São Paulo.

FIM DA PICADA – Tudo isso é muito razoável, mas deixa de lado o que provavelmente está no coração do problema: como e porque a eleição para escolher o prefeito da cidade tida como a mais civilizada do Brasil foi acabar desse jeito?

É isso o que São Paulo tem de oferecer aos eleitores – não haveria, entre os 9 milhões de pessoas aptas a votar e receber votos no município, nada um pouco melhor? Tem de haver, pela lei das probabilidades e pela lógica elementar. Mas o que se está vendo na vida real é a exaustão absoluta do eleitor com a política “normal”. O que aparece, então, é a política anormal.

Zero por zero, por que não mais um zero? – e que não enche a paciência do eleitor com “programas de governo”, “políticas públicas”, “planejamento” e outras mentiras contadas com boa educação?

TUDO ERRADO – O fato indiscutível é que os candidatos descritos como absurdos só existem porque um número cada vez maior de eleitores não respeita, não se interessa e não acredita nos candidatos “aceitáveis” – os oriundos das estruturas políticas que estão aí. Para resumir a opera: dá para alguém levar a sério uma atividade em que o senador Rodrigo Pacheco, por exemplo, é tido como “importantante”?

Nem se fale do resto. Há o chefe de governo que promete combater as queimadas do Brasil em Nova York – denunciando a “crise do clima” como culpada pela incompetência terminal de seu governo no trabalho mínimo de prevenção aos incêndios. Há a clara percepção que o País é governado, nos mais diversos níveis, por fugitivos de uma colônia penal.

Há o STF que proíbe 20 milhões de brasileiros de se expressarem no X – e que devolve aos corruptos confessos os bilhões de reais que pagaram em multas para não serem presos.

HÁ ALGO PIOR – Há o ministro que assediava mulheres. Há os ministros que usam dinheiro público para construir estradas em suas fazendas.

Por que qualquer dessas coisas, e todas as outras iguais a elas, seria melhor do que as cadeiradas? Por que as mentiras ditas pelos candidatos a prefeito de São Paulo seriam piores que as mentiras ditas pelo presidente da República? Porque tantos eleitores não têm mais nenhuma paciência com os candidatos tidos como “sérios”?

O Brasil bem pensante põe a culpa nas deficiências do eleitorado. Só está interessado no seu bem-estar pessoal. Não pensa num “projeto de país”. Fica vendo coisa na internet, em vez de ler e ouvir os analistas políticos. Pode ser. Se for, vai ser preciso importar de fora um outro eleitorado.

STF e governo usam queimadas para driblar Congresso e ter verba extra

Presidente Lula mobiliza ministros por aprovação de Dino ao STF, dizem  fontes | CNN Brasil

Flávio Dino libera verbas ao governo que não existem

William Waack
CNN Brasil

O governo assinou uma medida provisória liberando cerca de meio bilhão de reais para combater incêndios e queimadas. Diante da extensão da tragédia, o dinheiro talvez seja pouco e, de qualquer maneira, já chega tarde. Por isso, seu significado é muito mais político, embora, na prática, toda ajuda seja bem-vinda. O Supremo está dando cobertura para uma prática recorrente do Executivo, que alguns chamam de atalhos fiscais e outros de contabilidade criativa, mas com o mesmo resultado: dar um jeito de driblar as amarras fiscais

O dinheiro tinha sido autorizado por um ministro do Supremo, Flávio Dino. Em jogada bem-vinda pelo Executivo, o Judiciário disse que essa grana não conta para efeitos de equilíbrio fiscal, ou seja, é uma licença para gastar, já que no orçamento não havia mais espaço.

SEM CONSTRANGIMENTO – É esdrúxulo que um ministro do Supremo agora diga o que está ou não está no arcabouço fiscal. Mas o chefe do Executivo e seu ministro da Fazenda não pareciam sentir qualquer constrangimento. Ao contrário, davam a impressão de satisfação com o Judiciário se metendo no Executivo, pois, assim, não precisaram ir ao Congresso pedir a abertura de crédito extraordinário para combater queimadas.

Na verdade, na questão das queimadas, o Supremo está dando cobertura para uma prática recorrente do Executivo, que alguns chamam de atalhos fiscais e outros de contabilidade criativa, mas com o mesmo resultado: dar um jeito de driblar as amarras fiscais — que já são frouxas.

A necessidade de mostrar serviço diante das queimadas virou um problema urgente de imagem para o governo. A contabilidade criativa também vai virar problema, só que vai demorar um pouquinho mais.

Elon Musk anuncia serviço gratuito da Starlink que todo celular poderá usar

Guerra declarada! Elon Musk diz que pode 'aniquilar' Bill Gates caso ele aposte novamente contra uma de suas empresas; entenda a polêmica - CPG Click Petroleo e Gas

Musk dará gratuidade a todas as ligações de emergência

Viny Mathias
Do IGN

Com a Starlink, Elon Musk pretende oferecer uma conexão de Internet de qualidade graças a uma rede de satélites posicionados na órbita baixa da Terra. Em todo o mundo, dezenas de milhares de pessoas usam o Starlink para se conectar à Internet onde qualquer outra forma de rede não consegue chegar. A solução também é utilizada em zonas de guerra ou áreas fortemente afetadas.

Mas o bilionário não pretende parar por aí. À medida que a SpaceX continua a enviar satélites ao espaço em um ritmo constante, a empresa está atualmente desenvolvendo um novo serviço, chamado Starlink Direct to Cell. Este destina-se a funcionar com satélites dedicados, que criam uma rede 4G via satélite. Isto significa que quando esta rede for ativada, qualquer pessoa com um smartphone equipado com 4G poderá conectar-se a ela.

VAI DEMORAR – Será um serviço gratuito oferecido pela Starlink, mas a implantação desta nova rede de satélites levará tempo. No entanto, a SpaceX já planeja oferecer o Starlink Direct to Cell com o serviço de texto a partir deste ano. Segundo o próprio site, recursos de ligações e IoT devem chegar em 2025.

No momento, Elon Musk não mencionou o posicionamento de preço planejado para o Starlink Direct to Cell. Porém, o que o bilionário anunciou no X é que um recurso do serviço será gratuito: ligação de emergência. Segundo o próprio Musk, essa gratuidade será mundial, mas antes estará sujeita à aprovação de cada governo, é claro.

“Após consideração cuidadosa, a SpaceX Starlink fornecerá acesso gratuito a serviços de emergência de telefonia móvel para pessoas em perigo. Isto se aplica em todo o mundo, sujeito à aprovação dos governos dos países. Não podemos imaginar uma situação em que alguém morra porque se esqueceu ou porque não conseguiu pagar”, anunciou Musk no X.

GRATUIDADE – A forma como Elon Musk anunciou a notícia faz parecer que ele decidiu, no intervalo de alguns minutos entre os posts, que esse recurso deveria ser gratuito para a segurança de todos. Resta saber quando essa opção gratuita estará disponível.

Recentemente, a Starlink virou o centro das atenções no Brasil. Após o bloqueio do X no país, Elon Musk estava usando a tecnologia de satélite para burlar a suspensão, mas depois o bilionário recuou da decisão, conforme informamos aqui no IGN Brasil.

Mas agora o X e a Starlink foram multados novamente, porque o sinal do X voltou em alguns locais.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGSensacional a matéria enviada por José Guilherme Schossland. Espera-se que Musk ganha cada vez mais dinheiro, porque ele faz o que os governos deveriam fazer. Essa gratuidade universal da emergência realmente é uma maravilha. E a SpaceX agora se prepara para resgatar os dois astronautas que a NASA esqueceu no espaço. São notícias boas, num inferno de notícias ruins. Entre Musk e Moraes, estou com Musk e não abro. Censura, aqui, não! (C.N.)

Em Brasília, as antas de verdade morrem queimadas diante das antas do governo

Seca causa incêndios em Brasília

Brasília fica escondida atrás das nuvens das queimadas

Vicente Limongi Netto

Ao destruir o meio ambiente, vegetações inteiras, matando animais e prejudicando a saúde da população, os Incendiários são da mesma escória ordinária de estupradores, pedófilos e feminicidas. Todos merecem cana dura, sem piedade. Sem a tolice de audiência de custódia. 

E as contradições nos entristecem. Algumas antas e outros animais estão sendo resgatados com vida, nas queimadas do belíssimo Parque Nacional de Brasília, que preservava o Cerrado. Na Esplanada dos Ministérios, porém, as antas estão seguras, sob proteção dos atuais locatários do poder.

LEIS FROUXAS – Anunciam que o maníaco do parque será solto. Preso há 24 anos por matar dezenas de mulheres. A população ordeira e trabalhadora está cansada de leis frouxas que protegem assassinos.

Nos Estados Unidos, um canalha da laia do maníaco do parque pegaria pena de morte ou prisão perpétua.

É por isso mesmo que ninguém leva a sério a decisão do Congresso, sancionada por Lula, punindo feminicidas com 40 anos de cadeia. Brasil é mesmo um país de brincadeirinhas com o bom senso e com a dignidade do cidadão. 

GANSO É SHOW – E o craque Ganso jantou o galo. Fluminense inspirado, tocando bem a bola, com mais uma aula magna de Paulo Henrique Ganso. Administrando o jogo, orientando e dando broncas. Com passes magistrais nas horas certas. Esbanjando forma física.

Dorival Júnior precisa, urgente, trocar as lentes dos óculos. Um bobalhão do atlético, Palácios, quis aparecer à custa do craque Marcelo. Que ganhou mais títulos internacionais do que todos os Palácios do futebol.

E os dois narradores/gritadores da Globo, Luiz Roberto e Gustavo Vilani, enchem os pulmões para chamar o correto analista Júnior de “maestro”. Insuportável e irritante o papelão da dupla. Constrange o próprio Júnior, que foi apenas um bom jogador.  Nem no futebol de praia Junior foi maestro. Só se for no pagode e nas rodas de samba. 

Juros farão explodir a dívida pública, desmoronando esse arcabouço fiscal     

Juros sobre juros: como afetam finanças e investimentos – Blog Capital Research

Sem corte de gastos, os juros sobem e a dívida dispara

Vinicius Torres Freire
Folha

Um ano depois de começar a baixar a Selic, o Banco Central começou a dar ré, o que era previsível desde as confusões de abril e maio deste ano. A Selic baixara de 13,5% para 10,5% ao ano. Nesta quarta-feira (18), foi a 10,75%. Sendo otimista, chega a 11,5% no início de 2025. Pelo andar atual da carruagem, vai a 12%. No comunicado em que anunciou a Selic maior, mais seco do que de hábito, o BC não disse mais nada de interesse maior. Melhor assim. Menos confusão.

O que pode contribuir para que a Selic volte a cair logo? O preço do dólar baixar, em parte graças ao aumento da diferença de taxas de juros nos EUA e no Brasil (a “Selic” deles caiu meio ponto percentual também nesta quarta). Nesta quarta, o dólar já ficou menos salgado, mas a taxa de câmbio anda volátil e difícil de prever, para variar.

COMMODITIES – É preciso que o preço das commodities, soja, milho, trigo, petróleo, fique por onde está — se cair muito mais, cria outros problemas: menos crescimento, menos receita para o governo. Com o preço do barril na mesma e dólar menos salgado, a Petrobras teria mais motivos para baixar o preço dos combustíveis. Seria bom também que chovesse, o bastante para evitar prejuízos nas lavouras e termos preços melhores de eletricidade. Mas, infelizmente, ainda não sabemos fazer a dança da chuva.

Mais importante, seria essencial que Lula 3 apresentasse um plano de bons remendos no arcabouço fiscal, desculpem a obviedade tediosa — ou revoltante, no caso de quem é convicto de que déficits e dívida crescente são irrelevantes. Fernando Haddad, petista, de esquerda, acha que não é irrelevante.

A situação das contas federais não deve mudar grande coisa em 2024 e 2025. Mas um plano de contenção do aumento de gastos em Previdência, saúde e educação, para 2026 e além, teria algum feito imediato. Facilitaria muito a vida de Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC. Aliás, é o plano que está na cabeça de todo o mundo na direção do BC, inclusive dos nomeados por Lula. A Selic, taxa de curtíssimo prazo, afeta as taxas dos demais prazos nos negócios do mercado, do atacadão de dinheiro, onde se define o custo dos empréstimos para o governo, o piso das taxas de juros para a economia inteira. Mas não as determina.

ARCABOUÇO – Desde abril, as taxas de prazo superior a dois anos já estavam em nível mais alto do que em agosto de 2023, quando a Selic começara a baixar. A mexida na meta fiscal de 2025, a falação ignara da maioria do governo sobre déficit e juros, as confusões nas mensagens do BC e rolos na finança mundial elevaram os juros na praça, é tedioso lembrar. Como os donos do dinheiro grosso temem, na prática, que o arcabouço fiscal vá rachar em algum momento (2026?), cobram mais (juro maior), por conta.

Lula 3 vai apresentar um plano de remendo ou reforma do arcabouço? Só vendo para crer. Se o fizesse até o início do ano político de 2025, daria contribuição relevante para um crescimento mais estável e para a contenção da dívida.

O país cresce mais do que quase todo o mundo esperava. A inflação está fora da meta, mas algo contida, estável e, para padrões brasileiros, baixa. Mas as taxas de juros (atenção para o plural) estão em níveis teratológicos. Vão levar a dívida do governo a níveis assustadores, dado, de resto, que não haverá superávit primário nas contas públicas tão cedo. Isso não vai prestar.

Moraes força a barra e multa também a Starlink, que nada tem a ver com isso

Moraes usou TSE para investigar aliados de Bolsonaro e sustentar decisões,  diz jornal

Moraes declarou guerra a Musk, sem raciocinar antes

Caio Junqueira
CNN Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, voltou a determinar a aplicação de uma multa diária de R$ 5 milhões à Starlink e ao X por descumprimento da ordem de suspensão da rede no país. A decisão saiu na noite desta quarta-feira (18).

Porém, nesta manhã, alguns perfis do X, que tinham a determinação de bloqueio, e que Elon Musk havia se recusado a acatar, amanheceram restringidos. É o caso, por exemplo, do blogueiro Allan dos Santos.

O Supremo Tribunal Federal monitora a situação para verificar se, de fato, todos os perfis que contemplam a decisão de Moraes foram bloqueados.

Procurado, o STF não se manifestou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como sempre, o ministro Alexandre de Moraes entra em cena arrebentando a lei. Ao invés de multar apenas a plataforma X, o inquieto magistrado está multando também a Starlink, que é uma empresa de conteúdo completamente diverso, que nada tem com as redes sociais, salvo a distribuição. Ao invés de acalmar a situação, Moraes vai deixar a Casa Branca e o Capitólio ainda com mais raiva dos destemperos do ministro brasileiro, que descumpre as leis do país e o Direito Internacional com a maior sem-cerimônia. (C.N.)

Musk provoca Moraes após X ficar acessível no Brasil, citando “magia”

“Uma magia bem avançada é indistinguível da tecnologia”

Caique Lima
DCM

O bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), provocou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a rede social voltar a funcionar para alguns usuários no Brasil. A plataforma foi suspensa por ordem do magistrado no fim de agosto por descumprimento de medidas judiciais.

Em seu perfil na rede social, Musk escreveu: “Qualquer magia suficientemente avançada é indistinguível da tecnologia”. O post foi feito na madrugada desta quarta-feira (dia 18) após a plataforma driblar o bloqueio imposto pelo STF.

COMO ESCUDO – O X mudou o registro de seus servidores, segundo o jornal O Globo, usando um novo software conhecido como “proxy reverso”, que atua como um “escudo”.

A publicação de Musk é a adaptação de uma frase do escritor de ficção científica Arthur C. Clarke, autor de “2001: Uma Odisseia no Espaço”, que disse: “Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia”.

A empresa de Musk contratou a Cloudfare, que oferece serviços do tipo a mais de 23 milhões de empresas no mundo, incluindo grandes empresas e bancos brasileiros. Com a ferramenta, o X consegue criar obstáculos para o bloqueio à rede social no país, mesmo com ordem da Justiça.

NOVO BLOQUEIO – Basílio Rodríguez Perez, conselheiro da ABRINT (Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações) aponta que “o X passou a funcionar com um novo software, que não está mais usando os IPs da rede social, mas da Cloudflare”.

O especialista afirma que não é “simples de bloquear” novamente a rede social e que uma nova suspensão da rede social só poderá ser realizada se restringir “uma série de serviços legítimos e necessários” que usam o sistema da Cloudfare.

Atacado eletronicamente no Líbano, Hezbollah ameaça Israel

Milhares de aparelhos foram detonados em todo o Líbano

Pedro do Coutto

O clima no Oriente Médio voltou a ficar tenso com os ataques do Hezbollah ao norte de Israel nesta quarta-feira na primeira retaliação à explosão de pagers do grupo extremista no dia anterior. Os ataques, feitos com lançamento de foguetes, atingiram posições de artilharia israelenses.

O Hezbollah e o governo do Líbano acusaram Israel de estar por trás dos ataques aos dispositivos de mensagem utilizados pelo grupo extremista e que explodiram de forma quase simultânea, matando 12 pessoas, entre elas uma menina de 9 anos, e ferindo mais de 2.700. Os aparelhos eram usados pelos integrantes do Hezbollah como forma de comunicação para evitar rastreamento por Israel, já que, ao contrário de celulares, os pagers não têm GPS.

EXPLOSIVOS – O governo do Líbano e o Hezbollah acusaram Israel de ter implantado explosivos dentro dos pagers, antes mesmo de que os aparelhos fossem comprados pelo grupo extremista. Na terça-feira, os Estados Unidos negaram terem tido qualquer participação no ataque. A imprensa norte-americana afirmou, com base em fontes de diferentes governos, que o Mossad, o serviço de inteligência de Israel, foi quem planejou e executou o ataque.

Os pagers foram detonados quando membros do Hezbollah estavam em locais públicos, como lojas e mercados. Ainda de acordo com a imprensa americana, a operação ocorreu antes do planejado pelo Mossad porque o Hezbollah descobriu o plano. Os pagers que explodiram emitiram um alerta antes da explosão, imitando o barulho que fazem ao receber uma mensagem real. Na sequência, foram detonados.

Segundo o jornal “The New York Times”, a suspeita é que Israel implantou os explosivos em um lote de pagers encomendado pelo Hezbollah. A publicação afirmou que uma carga explosiva com menos de 50 gramas foi colocada próxima à bateria, junto a uma espécie de interruptor. Isso possibilitaria que os pagers fossem detonados remotamente. Por volta das 15h30, pelo horário local, os equipamentos receberam uma mensagem que parecia ter vindo da liderança do Hezbollah. A mensagem “falsa”, no entanto, ativou os explosivos.

VÍTIMAS – Várias pessoas sofreram ferimentos na cabeça, nas mãos ou na região da cintura. O fato de o pager ter tocado antes da explosão pode ter induzido os usuários a se aproximarem ou manusearem os equipamentos. Ainda segundo o The New York Times, o Hezbollah havia encomendado mais de três mil pagers. Os equipamentos foram distribuídos para membros do grupo extremista no Líbano, além de aliados no Irã e na Síria.

O governo de Israel anunciou que começou a mover tropas para o norte do país, na fronteira com o Líbano, nesta quarta-feira. O Ministério da Defesa afirmou que está iniciando uma “nova fase da guerra”, dando indícios de que partirá para o combate contra o grupo extremista Hezbollah. A região voltou a se configurar como um temido cenário de confrontos, não havendo perspectiva para pausa ou para um cessar fogo diante dos atentados ocorridos e desfechados por ações paramilitares. Desta forma, a paz no Oriente Médio está longe de ser alcançada.

“A vida não tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas”

O que vale na vida não é o ponto de... Cora Coralina - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

A poeta Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1880-1985), nasceu em Goiás Velho. Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano, conforme o belo poema “Saber Viver”, no qual a sabedoria de Cora Coralina ensina que a vida não tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas

SABER VIVER
Cora Coralina

Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura… Enquanto durar

Tarcísio e Zema abrem conversas sobre formar uma chapa contra Lula em 2026

Tarcísio é o nome mais forte da direita em 2026, diz Zema

Tarcísio é o nome mais forte da direita em 2026, diz Zema

Thiago Prado
O Globo

Na semana passada, quando ainda não havia a cadeirada histórica de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB), os jornalistas Octavio Guedes e Fabio Zanini atribuíram a três “Ts” o avanço de Ricardo Nunes (MDB) nas pesquisas. Ambos falaram em TV e Tarcísio de Freitas, mas definiram a terceira letra de forma diferente. Na GloboNews, Guedes destacou a tropa de Nunes, ou seja, a máquina de vereadores e obras ligada à prefeitura de São Paulo. Na Folha, Zanini falou sobre o conceito “Tchau, Bolsonaro” e os benefícios para o emedebista de não aparecer na campanha eleitoral tão vinculado ao ex-presidente.

Hoje vamos falar sobre o primeiro T, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que entrou de cabeça na campanha pela reeleição do prefeito da capital de olho na disputa de 2026. Por mais que negue a intenção de ser candidato a presidente contra Lula daqui a dois anos, todos os seus movimentos miram a possibilidade de lançar-se ao Planalto. Em julho, ouvi os donos dos seis dos maiores institutos de pesquisa sobre o projeto Tarcísio presidente e eles divergiram sobre a hipótese de ele abandonar a reeleição.

TARCÍSIO-GEMA – No início do mês, o presidente do Partido Novo, Eduardo Ribeiro, esteve no Rio acompanhado de Romeu Zema, em mais uma etapa das viagens que ambos estão fazendo pelo Brasil para nacionalizar a imagem do governador de Minas Gerais. Em um restaurante peruano ao lado do Copacabana Palace, Ribeiro me confirmou a informação publicada pelo jornalista Robson Bonin, da coluna Radar, de que há uma articulação pela chapa Tarcísio-Zema no grupo de governadores de Sul e Sudeste, que se reuniu pela última vez na casa do senador Ciro Nogueira.

Nascido em Santa Catarina, estado-símbolo da direita brasileira atualmente, o presidente do Novo admite que não liga mais para a relação que fazem do partido com o bolsonarismo. “Parei de me incomodar com isso”, admite Ribeiro, lembrando que essa agenda era de João Amoêdo, que o antecedeu no comando da sigla.

E como convencer o bolsonarismo de que a chapa “café com leite” (referência ao protagonismo político de lideranças de São Paulo e Minas Gerais entre 1898 e 1930 na República Velha) é uma boa ideia? O presidente do Novo lembra os números de 2022: Bolsonaro ficou a 2,13 milhões de votos de diferença de Lula no país, sendo que nas 853 cidades mineiras a margem da vitória do petista foi de apenas 40.650 eleitores. “Fazer a virada em Minas com o apoio de Zema é garantir a vitória da direita”, afirma Ribeiro.

JÁ EM CURSO – Pela construção da chapa, apurei depois que o Novo está disposto a retirar a pré-candidatura ao governo do professor Matheus Simões, vice de Zema, para apoiar o senador bolsonarista Cleitinho Azevedo, do Republicanos. A relação com a família do parlamentar já existe. Desde o ano passado, o prefeito da cidade de Divinópolis, Gleidson Azevedo, irmão de Cleitinho, é filiado ao Novo.

Na última sexta-feira, a desorganização da esquerda na estratégica Minas Gerais foi tema do podcast A Hora, dos jornalistas José Roberto de Toledo e Thais Bilenky. É justamente por isso que a direita está animada para virar o jogo no estado tão relevante para as vitórias presidenciais do PT no século. “Rodrigo Pacheco, colocado como candidato a governador pelo Lula, não tem mostrado muito apetite para essa disputa”, disse Bilenky. “Dá para entender. Ele foi eleito como senador anti-Dilma, ou seja, com voto antipetista. É uma contradição”, completou Toledo.

Terminei a conversa com o presidente do Novo pedindo informações sobre Bernardinho, o candidato-fetiche da Zona Sul do Rio, cuja candidatura pelo partido é sempre especulada, entra ano, sai ano. “Falei para ele que 2026 é a última chance”, concluiu.

E BARBOSA? – A propósito, sobre candidatos-fetiche, a Veja de 6 de setembro publicou uma matéria sobre o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, mirando a Presidência da República em 2026.

“O roteiro prevê que as conversas com as legendas sejam intensificadas desde já”, diz a reportagem.

A conferir se tantas novidades estarão disponíveis como opção nas urnas daqui a dois anos.

Casa Branca se une a deputados contra a “censura prévia” implantada no Brasil

Karine Jean Pierre | News, Videos & More | BET

Porta-voz do governo Biden foi bem clara na afirmação

Carlos Newton

A mídia, que torce desesperadamente a favor do ministro Alexandre de Moraes, aprovando com louvor a implantação da censura prévia nas redes sociais, em processos sigilosos, que excluem devido processo legal, direito de defesa e possibilidade de recurso, noticiou timidamente a posição da Presidência dos Estados Unidos, expressada publicamente na noite desta terça-feira, dia 17.

Em coletiva de imprensa, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, defendeu que os brasileiros “devem ter acesso” à rede social X (antigo Twitter), hoje suspensa no Brasil. A Casa Branca afirmou que todos devem ter direito a se manifestar nas redes sociais e que isso é uma forma de “liberdade de expressão”.

PERGUNTA GLOBAL – A porta-voz do governo dos EUA, Karine Jean-Pierre, deu a declaração em resposta a uma pergunta da jornalista da TV Globo em Washington, Raquel Krahenbuhl, a respeito da posição dos norte-americanos sobre o bloqueio do X no Brasil.

A repórter global Raquel Krahenbul comentou que o X está suspenso no Brasil há cerca de 20 dias (a plataforma começou a sair do ar em 31 de agosto de 2024) e perguntou qual é a visão da Casa Branca. Eis o que respondeu a porta-voz: “Acho que quando se trata de redes sociais, sempre fomos muito claros de que todos devem ter acesso às redes, é uma forma de liberdade, de liberdade de expressão”.

A porta-voz do governo da matriz USA fez esse reparo direto ao governo da filial Brazil, mas não comentou a decisão de dois deputados norte-americanos que apresentaram esta semana um projeto para proibir que ingresse em território americano qualquer autoridade estrangeira que submeta cidadãos americanos à situação de censura prévia, como no caso do X.

EFEITO MORAES – Se aprovada, a proposta pode barrar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de entrar no país ou até mesmo deportá-lo, caso a legislação entre em vigor quando o magistrado esteja em solo americano.

De autoria da deputada María Elvira Salazar, da Flórida, e de Darrell Issa, da Califórnia, ambos apoiadores do ex-presidente Donald Trump, o projeto torna “inadmissíveis” e sujeitos à deportação “agentes estrangeiros” que venham a infringir o direito de liberdade de expressão por meio de censura a cidadãos dos EUA em solo americano, uma violação ao direito previsto de forma irrestrita pela primeira emenda da Constituição americana.

Enquanto isso, a TikTok chinesa luta para se manter nos Estados Unidos. Em abril deste ano, o Congresso americano aprovou uma lei que ordena o TikTok a vender sua operação no país ou deixá-lo. A empresa chinesa Bytedance, controladora do app, entrou com recurso e teve seus representantes ouvidos nesta terça-feira, dia 17. Eles reiteraram que não pretendem se desfazer da operação americana do TikTok, e por isso dependem de um resultado positivo na Justiça para se manter no país.

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P.S. –
Conforme previmos aqui na Tribuna, a bagaça da censura prévia nas redes sociais só dá certo em ditadura. Essa grande ideia do ministro Alexandre de Moraes faz com que a filial Brazil esteja costeando o alambrado da democracia, como dizia Leonel Brizola, que preferiu morar em Nova York quando foi perseguido pelos militares. (C.N.)

Crise climática chega a grandes cidades, mas continua a ser ignorada na eleição

Sem ação no nível local, esforços globais contra crise climática podem  fracassar - Combate Racismo Ambiental

As cidades serão as primeiras vítimas da crise climática

Bernardo Mello Franco
O Globo

Está difícil respirar nas maiores cidades do país. Em pleno inverno, o Rio registrou três dias seguidos de temperaturas acima dos 40°C. Em São Paulo, o calor se somou à poluição. A capital paulista teve a pior qualidade do ar entre 120 metrópoles monitoradas em todo o mundo.

A canícula fora de época testa a resistência dos cariocas. No início da semana, a cidade já havia se espantado ao ver o sol alaranjado. O fenômeno foi causado pela mistura de calor extremo, falta de chuvas e fumaça causada por queimadas.

CUIDADOS – Os paulistanos, que adoram listas, passaram a encabeçar o ranking internacional de poluição divulgado pelo site suíço IQAir. Médicos pediram para a população evitar a exposição ao sol e o esforço físico ao ar livre. No interior do estado, cidades anunciaram racionamento de água.

A crise climática que ameaça a Amazônia e o Pantanal chegou de vez aos grandes centros urbanos. Apesar do sufoco, o assunto parece inexistir nas eleições municipais. A maioria dos candidatos trata a emergência como um assunto menor, a ser tangenciado em debates e peças de propaganda.

No Rio, o tema pouco aparece no horário eleitoral. O prefeito Eduardo Paes dedica a maior parte do tempo a exaltar feitos e siglas de sua gestão. O delegado Alexandre Ramagem investe numa campanha sensacionalista sobre segurança pública, atribuição do governo estadual.

DESPREZO TOTAL – Em São Paulo, Pablo Marçal trata os alertas da ciência como “militância com o clima”. O prefeito Ricardo Nunes não verbaliza o mesmo discurso negacionista, mas sua administração já protagonizou um vexame público na área.

Em junho de 2023, a prefeitura escalou o secretário executivo de Mudanças Climáticas para um debate na OAB. Diante de uma plateia incrédula, Antonio Fernando Pinheiro Pedro declarou que “o planeta não será salvo por nós”. “Ninguém salva o planeta Terra. Geralmente ele se salva sozinho”, disse, para constrangimento geral.

A fala viralizou na internet, e Nunes demitiu o secretário no mês seguinte. Mas o episódio serviu para ilustrar o desdém com que a emergência é tratada nos municípios — a começar pelo mais populoso da América Latina.

CHORO DE DATENA – José Luiz Datena foi às lágrimas na sexta-feira, em entrevista à Folha de S.Paulo e ao portal UOL. “Para mim acabou a política”, lamuriou-se. “Eu tentei ajudar as pessoas a votar em mim. Até agora não consegui, o que eu posso fazer?”.

O choro antecipou o fim de uma campanha que não começou. Lançado pelo PSDB, o apresentador penou para convencer aliados e adversários de que seria candidato para valer. Depois viu o histriônico Pablo Marçal roubar o papel de outsider na disputa pela prefeitura.

O fiasco de Datena deve sepultar um velho mito das eleições paulistanas: a ideia de que ele seria um candidato imbatível a qualquer cargo público. Em queda livre no Datafolha, o neotucano agora aparece em quinto lugar, com míseros 6%.