Novos ataques misóginos e racistas contra Kamala sugerem desespero de Trump

Após atentado, Trump confirma candidatura à Casa Branca

Trump que repetir a campanha de baixo nível de 2016

Lúcia Guimarães
Folha

A intensidade dos ataques misóginos e racistas contra Kamala Harris surpreende até os pessimistas observadores da política americana. A eleição, até há dias definida pela idade avançada de dois homens brancos, virou a disputa de um idoso declarado culpado de estuprar uma jornalista contra a filha de um economista jamaicano e de uma cientista indiana que, à época em que foi promotora, colocou vários patifes como Trump na cadeia.

Sem noção de vergonha, sentimento hoje extinto entre a ultradireita, os capangas de Donald Trump e seus simpatizantes da mídia escolheram a nova Geni e começaram a apedrejar a vice-presidente com insultos de cunho sexual e étnico.

DIFAMAÇÃO – Ela teria dormido com poderosos para chegar ao topo (mentira: Harris namorou publicamente o ex-prefeito de San Francisco quando ele já estava divorciado da mulher); a advogada, duas vezes vencedora da difícil eleição para procuradora-geral do estado quase nação da Califórnia que, em seguida, elegeu-se senadora, teria virado vice de Joe Biden como uma empregada DEI (acrônimo para diversidade, equidade e inclusão).

É o cúmulo dizer que a nativa californiana não poderia se eleger presidente porque seus pais nasceram no exterior (a Constituição garante: qualquer pessoa nascida nos EUA pode se candidatar). Repetir o “birtherismo” que tentaram com Obama, nascido no Havaí, parece desespero.

A hostilidade havia começado já na campanha Biden-Harris de 2020, e o vice da chapa de Trump deixou uma trilha de migalhas de pão digitais para provar.

MAIS IMPOPULAR – Como J.D. Vance é o candidato a vice mais impopular desde 1980, é possível que ele tire mais jovens e minorias de casa para votar contra republicanos arrotando chocalhos raciais como acusar a democrata de “não sentir gratidão” por viver nos Estados Unidos.

Um eleitor negro ouve esse comentário e arrasta até a avó de 90 anos para as urnas.

Como o destrambelhado Trump sofre de incontinência verbal e seu vice é um consumado lambe-botas, ambos não param de facilitar novos comerciais da campanha democrata. Nesta semana, Trump anunciou triunfal num comício que “Kamala não será a primeira mulher presidente”.

MAIS BAIXARIAS – Ele erra a pronúncia —Kâmala— e se refere a ela como Kamála para humilhá-la pela origem imigrante. E ainda arrematou, “não vamos ter uma presidente socialista, especialmente se for mulher”.

Um vídeo ridículo de J.D. Vance voltou a circular, no qual ele diz que a nova geração democrata, mencionando nominalmente Harris, a deputada latina Alexandria Ocasio-Cortez e o secretário de Transportes gay Pete Buttigieg, não passa de um bando de estéreis criadoras (no feminino) de gatos.

Harris tem dois enteados com o marido Doug Emhoff, Buttigieg adotou gêmeos e Ocasio-Cortez está noiva.

O fato é que 2024 não é 2016, quando Hillary Clinton enfrentou uma artilharia de misoginia escatológica como nenhuma outra política de projeção nacional nos EUA.

PELA VAGINA – 2016 foi a campanha do áudio em que Trump se vangloriou de agarrar as mulheres pela vagina.

Nestes oito anos, as mulheres americanas se organizaram melhor, disputaram e venceram mais eleições e estão em pé de guerra contra a volta da criminalização do aborto, cortesia da jurássica Suprema Corte.

Kamala Harris espera a baixaria que virá nos próximos cem dias. Mas uma filha de imigrantes, escoltada ainda criança para a escola no fim da segregação racial, não vira promotora se fica facilmente intimidada.

Brasil não ajusta contas públicas, e isso assombrará Lula até fim do mandato

Tribuna da Internet | Lula agora enfrenta o desafio de ajustar contas públicas, sem reclamar dos juros

Charge do Cazo (Blog do AFTM)

William Waack
Estadão

A principal certeza sobre a questão fiscal e o governo Lula é a de que ela o assombrará até o final do mandato. E deve se projetar também sobre seu sucessor, não importa quem seja. A “predominância do fiscal” é uma maldição da qual seu governo não se livra mais até 2026 pelo menos. Significa dizer, do ponto de vista prático e imediato, que boa parte da política brasileira vai girar sobretudo em torno desse tema.

Ela já é uma disputa por migalhas do orçamento público, cada vez mais apertado por decisões políticas de Lula 3 – que estão encolhendo rapidamente seu espaço discricionário. Com ciclos previsíveis em função das datas que o Executivo é obrigado a cumprir, como acaba de acontecer com a apresentação do relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas.

IRRESPONSABILIDADE FISCAL – O básico para o noticiário político é um fato bastante preocupante: despesas têm crescido mais do que as receitas. Essa é a constatação fundamental para entender a razão do governo não conseguir convencer o público quanto aos fundamentos de sua responsabilidade fiscal.

Investidores e agentes econômicos em geral já se “acostumaram” (e puseram um belo preço) à realidade fiscal brasileira. Ela não produz mais sobressaltos, pânico ou a procura da porta de saída.

Mas também nenhum grande entusiasmo. O cenário internacional em seus “fundamentos” mais genéricos é favorável ao Brasil, especialmente em relação à transição energética e oferta de alimentos.

CLIMA DE INSEGURANÇA – As circunstâncias mais imediatas pesam contra. O ambiente de negócios é agravado não só pelos juros altos, que tornam tão alto o custo de capital (portanto, de investimentos). As grandes indagações sobre os rumos da reforma tributária são apenas o mais recente exemplo do que se convencionou chamar de insegurança, que é jurídica e regulatória também.

Ocorre que a predominância do fiscal associada à paralisia do sistema político produz a situação atual de marcar passo em torno de questões que, mesmo tão relevantes (como o rumo das contas públicas), consomem as energias necessárias para resolver os problemas de fundo – dos quais se pode dizer que o fiscal é muito mais consequência do que causa.

Em outras palavras, perde-se tempo mesmo diante de profundas mudanças demográficas que, por si só, deveriam disparar todos os alarmes. O que tudo isso produz é chamado pelos economistas de diminuição do PIB potencial – a capacidade de crescimento do Brasil vem sendo rebaixada constantemente nos últimos 10 anos. E esta é a maior das assombrações.

Kamala reduz distância para Trump em nova pesquisa do NY Times

Antes, Trump tinha vantagem expressiva sobre Biden

Pedro do Coutto

Nos Estados Unidos, o crescimento da candidatura de Kamala Harris esquentou o plano principal da disputa na medida em que encurtou a distância em relação a Donald Trump. Uma pesquisa do New York Times/Siena College confirmou o cenário de equilíbrio na disputa pela Presidência dos Estados Unidos.

Entre eleitores registrados, Donald Trump aparece com 48% das intenções de voto, contra 46% de Kamala Harris. No universo de eleitores prováveis, os índices são, respectivamente, de 48% e 47%. Em ambos os casos, há empate técnico, uma vez que a margem de erro é de 3,3 pontos percentuais para eleitores registrados e de 3,4 pontos para eleitores prováveis.

CENÁRIO POSITIVO – Trata-se de um cenário mais positivo para os democratas em comparação com a sondagem do início de julho, na qual o presidente Joe Biden aparecia seis pontos atrás de Trump entre eleitores prováveis, logo após um debate televisivo desastroso para o democrata. Considerando apenas os eleitores já registrados, a vantagem de Trump sobre Biden no pós-debate era de nove pontos. Trump já é oficialmente o candidato do Partido Republicano à Casa Branca, enquanto Kamala ainda precisa ser nomeada formalmente pelo Partido Democrata – o que deve acontecer até o início de agosto.

As eleições nos Estados Unidos não são decididas por maioria simples de votos, mas por um colégio eleitoral formado a partir da votação dos candidatos em cada um dos 50 estados. Ou seja, ter o maior número de eleitores nem sempre é suficiente para a vitória. Em 2016, por exemplo, Hillary Clinton somou 48% do voto popular, mas Trump, com 46%, foi eleito após vencer em estados-chave no colégio eleitoral.

APOIO –  Kamala Harris subiu rapidamente nos índices e mostra a força da sua personalidade nos primeiros momentos que já se travaram após a sua indicação por Joe Biden. Ela conta inclusive com o apoio do ex-presidente Barack Obama, que se manifestou publicamente nesta sexta-feira.

O ex-presidente e Kamala publicaram o mesmo vídeo em seus perfis na rede social X (antigo Twitter). A gravação mostra a pré-candidata recebendo uma ligação de Obama e sua esposa, Michelle. Vale lembrar que Biden também publicou um vídeo em que mostra um telefonema para convidar Kamala para ser sua vice nas eleições de 2020.

ATENÇÃO – Na Venezuela, as eleições estão muito próximas da farsa, na medida em que Nicolás Maduro escolhe os seus rivais nas urnas. Não tem sentido nenhum a vitória que ele poderá conquistar à custa de ameaças de guerras civis. Maduro pretende se reeleger por mais seis anos – e tem reprimido adversários. A comunidade internacional está preocupada e atenta.

Nicolás Maduro disputa o terceiro mandato seguido. Ele foi eleito pela primeira vez em abril de 2013, um mês depois do falecimento do presidente Hugo Chávez, de quem era vice. Herdeiro do chavismo, Maduro foi acusado pela comunidade internacional de perseguir e prender opositores e desrespeitar direitos políticos durante os anos à frente da Venezuela, e tem adotado um discurso de intimidação a adversários e eleitores. Na semana passada, ele declarou que caso perca a eleição, haverá “banho de sangue” e “guerra civil”.

O adversário de Maduro é o diplomata aposentado Edmundo González Urrutia. Ele se tornou o candidato da oposição de última hora, depois que os tribunais controlados por Maduro impediram a ex-deputada Maria Corina Machado e da substituta dela, a filósofa Corina Yoris.

RECUPERAÇÃO – Ao longo da campanha, Gonzalez defendeu o retorno dos venezuelanos que estão no exterior – são mais de 7,7 milhões, segundo a ONU – e prometeu a recuperação da economia. A inflação em 2023 foi de cerca de 189%. Mais da metade da população vive abaixo da linha da pobreza.

A eleição na Venezuela é uma disputa desigual. Maduro usa a estrutura do governo para fazer campanha. A TV estatal só veicula notícias e pesquisas de opinião favoráveis a ele. Pesquisas de opinião independentes apontam que Edmundo Gonzalez tem mais de 30 pontos percentuais de vantagem sobre Nicolás Maduro. Já um instituto pró-governo diz que o cenário é o contrário: é Maduro quem lidera com ampla vantagem.

Como se vê, as disputas eleitorais poderão marcar profundamente o destino tanto nos Estados Unidos quanto na Venezuela. Mais um capítulo da história política de ambos os países.

Os Estatutos do Homem, segundo o inesquecível poeta Thiago de Mello

Mercadizar.com on X: "Hoje nos despedimos de Thiago de Mello, um dos  grandes nomes da cultura em nosso estado. Nossos sentimentos aos  familiares, amigos e admiradores de Thiago de Mello e suasPaulo Peres
Poemas & Canções

O poeta amazonense Thiago de Mello, em Os Estatutos do Homem, escritos durante seu exílio no Chile em 1964, chama atenção para os valores simples da natureza humana.

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OS ESTATUTOS DO HOMEM (Ato Institucional Permanente)
Thiago de Mello

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

PF e Moraes inventaram “Abin Paralela” e acharam uma “Abin Hospício”

Charge Clayton | Charges | OPOVO+

Charge do Clayton (O Povo/CE)

Carlos Newton

Na ânsia de apresentar serviços ao relator Alexandre de Moraes, que precisa dar fim ao Inquérito do Fim do Mundo, apelido dado pelo ministro aposentado Marco Aurélio Mello, porque as investigações não acabam nunca, a Polícia Federal acaba criando armadilhas contra sua própria atuação.

Uma das investidas recentes foi a “Abin Paralela”, com a equipe da PF fazendo mais uma operação da série Última Milha, tendo prendido um ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Mateus de Carvalho Sposito; o empresário Richards Dyer Pozzer; o influenciador Rogério Beraldo de Almeida; o policial federal Marcelo Araújo Bormevet; e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues.

LOUCA DISPARADA – Como nosso amigo Carlos Chagas gostava de citar, os federais pareciam aqueles cavaleiros de Granada, personagens de Miguel Cervantes em “Dom Quixote”, que saíam em louca disparada, para quê? Para nada.

A prisão dos cinco falsos arapongas é apenas uma tentativa de levar algum deles a uma delação premiada, como a força-tarefa da Lava Jato costumava fazer, e tanto era criticada.

E agora os cinco presos serão ouvidos, porque não são funcionários de carreira da Abin e isso levantou suspeita de que seriam responsáveis por “atividades clandestinas”, digamos assim. Os investigadores vão fazer o possível e o impossível para levar algum deles à delação premiada, a fim de que apresente provas que possam fechar o Inquérito do Fim do Mundo.

REUNIÃO GRAVADA – Uma das provas de que PF dispõe é a gravação da reunião no Planalto, entre o então presidente Bolsonaro, o ministro Augusto Heleno, o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e as duas advogadas do senador Flávio Bolsonaro, que lá compareceram para denunciar um plano diabólico da Receita Federal para incriminar o filho “Número Um” nas rachadinhas.

A gravação prova apenas que Bolsonaro e Heleno são dois idiotas completos, por convocar a reunião, que Ramagem decidiu gravar para livrar-se de participação em ilegalidade.

E ao contrário do que se divulga, a Abin tratou o assunto como uma denúncia qualquer. Enviou ofício à Receita, recebeu a resposta de que não houve irregularidade e encerrou a queixa. Não houve crime.

NÃO ENXERGAM – O que fica definitivamente provado é que o ministro Moraes e a Polícia Federal não enxergam o óbvio. Não foi criada nenhuma “Abin Paralela” para investigar o PT. Pelo contrário, se as investigações conduzem ao convencimento de que a Abin estava realmente trabalhando contra o PT, é porque isso seria normal na agência, cuja principal função é justamente investigar a oposição.

Aliás, sempre funcionou assim desde 1999, quando substituiu o Serviço Nacional de Informações, o famoso SNI, que durante a ditadura militar fazia exatamente a mesma coisa – investigar a oposição. Na época, o SNI perdia tempo investigando Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela, Severo Gomes, Tancredo Neves, Mário Covas e outros políticos da oposição, enquanto Shigeaki Ueki, conhecido como “Japonezinho do Geisel”, implantava um superesquema de corrupção na Petrobras.

Quando há alternância de poder, a Abin simplesmente troca de alvo, que é sempre quem estiver na oposição.

CONTRA RAMAGEM – As mais recentes provas encontradas mudaram tudo e incriminam diretamente Alexandre Ramagem, que alimentava Bolsonaro com falsas teorias conspiratórias de que “tinha certeza” de que houve fraude na eleição de 2018, a favor de Haddad, do PT, porque Bolsonaro já teria vencido no primeiro turno.

O destrambelhado Ramagem previa que haverá fraude pró-Lula também em 2024, com nova armação do TSE, que ele chamava de “golpe”. Essas informações irresponsáveis do diretor da Abin,  que levavam Bolsonaro à loucura, mudam tudo. Não provam que houve uma “Abin Paralela”, mas que existia uma “Abin Hospício”, dirigida por um paciente chamado Ramagem, cujo equilíbrio mental oscilava com o vento.

O pior é que Bolsonaro repetia tudo o que Ramagem dizia, criando um festival de asneiras tão grande contra a Justiça Eleitoral que acabou tornando Bolsonaro inelegível, enquanto o tresloucado Ramagem virou deputado federal e agora quer ser eleito prefeito do Rio de Janeiro.

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P.S.Essas maluquices são coisas da política brasileira, como costuma dizer Pedro do Coutto. (C.N.)

Governo recua, retira jabuti de decreto e reduz poder da AGU em negociações 

AGU se reúne com plataformas para combater fake news sobre o RS

Decreto tinha jabuti que aumentava os poderes da AGU

Emilly Behnke e Luciana Amaral
CNN Brasília

O governo federal recuou e decidiu revogar competências da Advocacia-Geral da União (AGU) em negociações de soluções de conflitos feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) com empresas.

O Executivo publicou um decreto nesta sexta-feira (26) para revogar três trechos de uma norma anterior – publicada no início do mês – que tinha como ponto principal a criação da Rede Federal de Mediação e Negociação (Resolve).

OUTRA MEDIDA – Além de tratar da Resolve, o primeiro decreto estabelecia que a AGU deveria autorizar de forma prévia o ingresso de demais órgãos e entidades da administração pública federal em negociações com empresas por meio do TCU.

Também afirmava que a participação e o assessoramento da AGU seriam obrigatórios “quando as mediações e as negociações envolverem a União ou as suas autarquias e fundações, de modo a garantir a segurança jurídica e o controle de legalidade”.

A determinação foi avaliada internamente como um jabuti, um “erro conceitual”. Isso porque o controle de legalidade é competência do TCU. Jabuti é o jargão utilizado para se referir à inclusão de assuntos alheios ao tema principal ou original de um texto.

MESA DE NEGOCIAÇÕES – Dentro do TCU, a responsável por tentar solucionar os conflitos é a SecexConsenso (Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos), criada em dezembro de 2022. Na prática, atua como uma mesa de negociações de contratos e concessões de empresas em dívida com a União, como nas áreas de infraestrutura e telecomunicações.

Após a publicação do primeiro decreto que dava mais poderes à AGU, o TCU suspendeu temporariamente as atividades da secretaria e, consequentemente, o andamento dos processos dentro do Tribunal. Isso para que os auditores pudessem analisar o impacto da mudança.

Depois de publicada a revogação, os trabalhos da SecexConsenso já foram retomados nesta sexta-feira. Alguns dos processos em análise na secretaria são os acordos da empresa ViaBahia e o do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), por exemplo.

MAIS NEGOCIAÇÕES – Outros processos que aguardam andamento envolvem as concessões do Aeroporto de Brasília e da Rodovia Fernão Dias, entre São Paulo e Minas Gerais.

A Secretaria de Comunicação do TCU afirmou à CNN que “a AGU é uma instituição parceira de primeira hora do TCU e será sempre bem-vinda nos processos de mediação técnica que conduzimos”.

Informou ainda que “o decreto de hoje (26) reconhece a robustez da governança da SecexConsenso e o rígido controle de legalidade realizado pelos auditores federais de controle externo, pelo Ministério Público de Contas e pelo plenário de ministros do TCU”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
No caso, a falha foi da Casa Civil, que tem uma Assessoria Jurídica cuja principal obrigação é justamente evitar decretos, medidas provisórias e projetos que possam atingir setores diferentes do serviço público federal, como aconteceu com esse decreto-jabuti. (C.N.)

Programa de Lula é convencer o povo a ficar feliz se pagar mais impostos

Luiz Inácio Lula da Silva é eleito presidente do Brasil

Teorema de Lula: “Se gasto é vida, por que existem pobres?”

J.R. Guzzo
Estadão 

O programa econômico do presidente Lula, desde que começou seu terceiro período no cargo, consiste em três pontos-chave, e nenhum outro – é uma questão de “foco”, como se diz nas palestras de motivação. O primeiro é falar mal do presidente do Banco Central. O segundo é fazer discurso sobre a Petrobras e fabricar miragens contando que ela, e outros mausoléus do “investimento público”, vão acabar com os pobres no Brasil. O terceiro é ameaçar a população com mais imposto.

Lula já disse que o país paga “pouco” imposto; até a manhã desta quarta-feira, 24 de julho de 2.024, o Fisco já tinha arrancado mais de R$ 2 trilhões do bolso dos brasileiros, mas o presidente acha que ainda não está bom.

TROCAR O DEBATE – Também perguntou se não seria o caso de trocar o debate sobre o corte dos gastos públicos por um debate sobre aumento de imposto.

Voltou, agora, à sua ideia fixa. Declarou que o imposto sobre a herança é “uma mixaria” e por isso as pessoas não fazem as “doações” que, segundo ele, teriam a obrigação social de fazer – depois de pagarem imposto durante a vida inteira, terminando com o que pagam com o próprio caixão.

Lula e a militância econômica do seu governo repetem o que vêm dizendo há quarenta anos: que só querem cobrar mais imposto dos “ricos”, de maneira que todo mundo pode ficar sossegado. Na verdade, pelo cetecismo do presidente e do PT-PSOL, o povo deveria até se sentir feliz, pois o dinheiro que dizem tirar desses ricos vai para os “pobres”.

NÃO HAVERIA POBRES – É um conto do vigário em duas fases. Nunca existiu neste país um governo tão subalterno, subserviente e serviçal em relação às grandes fortunas do que os de Lula; ele é o herói nacional dos banqueiros que cobram juros de mais de 400% por ano no cartão de crédito, dos irmãos Batista, da Odebrecht e por aí afora.

Por outro lado, os pobres nunca veem a cor dessa montanha de dinheiro que está rolando dia e noite para o cofre do governo.

É simples: se imposto no Brasil fosse empregado para eliminar a pobreza, não haveria mais um único pobre do Oiapoque ao Chuí. O que há é o contrário – um país que está entre os maiores taxadores da produção e do trabalho no mundo, e onde a imensa maioria da população é pobre.

ENRIQUECER O ESTADO – Imposto, no Brasil, só tem uma função efetiva: enriquecer o Estado. Serve para pagar salários mensais de 100 mil reais, ou mais que isso, a juízes, desembargadores, procuradores e mais do mesmo. Paga também o bem-estar de um Congresso Nacional que custa cerca de 15 bilhões de reais por ano.

É flambado na construção e manutenção de palácios incompreensíveis para os gatos gordos da máquina pública em Brasília e pelo resto do país. Some nas viagens de paxá que o presidente faz com sua mulher ao redor do mundo. Some nas emendas parlamentares.

Some nos labirintos de um orçamento federal de R$ 5,5 trilhões. Some no pagamento dos juros da dívida pública – o paraíso dos “rentistas”, como dizem os economistas de esquerda. É o que se pode esperar de um país onde o ministro da Fazenda é o “Taxadd” – e onde, segundo Lula, “gasto é vida”.

Avaliação do legado do presidente Biden depende do que acontecerá em novembro

Biden fez um bom governo, apesar da pandemia da Covid

Hélio Schwartsman
Folha

Como Joe Biden entrará para a história? Depende do que acontecerá em novembro. Se os democratas vencerem o pleito presidencial, com Kamala Harris ou outro candidato, Biden estará consagrado. O que se dirá é que, além de ter sido um dos melhores presidentes americanos das últimas décadas —uma tese objetivamente defensável—, ele teve a grandeza e o desprendimento de renunciar à candidatura quando ficou claro que teria dificuldades para derrotar Donald Trump. Já apareceram editoriais com esse teor.

Na hipótese, porém, de o postulante democrata ser derrotado, o julgamento da história poderá não ser tão favorável. Nós, que assistimos a tudo ao vivo, sabemos que o processo de desistência, embora possa encerrar alguma dose de altruísmo, foi arrancado a fórceps.

TEIMOSIA E VAIDADE – Biden resistiu o quanto pôde, postergando por semanas a definição de seu substituto. No cenário de vitória democrata, esses detalhes serão rapidamente esquecidos, mas, se Trump triunfar, não faltarão vozes no próprio Partido Democrata atribuindo a derrota ao atraso na troca de candidato, um reflexo da teimosia e da vaidade de Biden. Narrativas podem ser cruéis.

Outro problema para o legado de Biden é que, no caso de vitória de Trump, algu

mas de suas realizações na Presidência poderão ser revertidas. Um bom exemplo são os avanços na transição energética, uma pauta a que o republicano se opõe e certamente tentaria solapar.

RESULTADO FINAL – Num mundo justo, retrocessos ambientais patrocinados por Trump contariam apenas como ônus do republicano, mas essa é uma seara em que nossas percepções dependem muito do resultado final.

Se Trump sair mais uma vez do Acordo de Paris e encher os EUA de usinas a carvão, será como se Biden não tivesse feito nada.

Há algo de paradoxal aí. Em termos estritamente lógicos, juízos valorativos de ações pretéritas de um presidente não deveriam depender do futuro, mas vivemos num mundo que não é assim tão lógico.

Nikolas Ferreira denunciado ao STF por chamar Lula de ‘ladrão’ na ONU

Lula ladrão”: STF deve poupar Nikolas por declaração na ONU | Metrópoles

Nikolas errou o crime: Lula é corrupto e lavador de dinheiro

Fernanda Vivas
TV Globo – g1

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), acusado de ofender a honra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O pedido foi apresentado nesta sexta-feira (26) ao Supremo Tribunal Federal (STF), a quem caberá analisar a acusação formal. O ministro Luiz Fux é o relator do inquérito, aberto em abril deste ano na Corte.

EVENTO NA ONU – O caso envolve uma declaração do parlamentar, durante evento realizado na Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro de 2023, quando Nikolas chamou o presidente de “ladrão”.

Conforme o Código Penal, quando o crime de injúria é cometido contra o presidente da República, cabe ao Ministério da Justiça encaminhar a denúncia. Ricardo Cappelli, que estava à frente da pasta na época, pediu ao STF a abertura de uma investigação contra o deputado federal.

O g1 entrou em contato com Nikolas Ferreira, que não se manifestou até a última atualização desta reportagem.

A DENÚNCIA – A PGR relatou ao Supremo que Nikolas fez ofensas pessoais ao presidente no evento, em uma apresentação feita em inglês. Segundo o Ministério Público, Nikolas afirmou:

“[…] e isso se encaixa perfeitamente com Greta e Leonardo Di Caprio, por exemplo, que apoiaram o nosso presidente socialista, chamado Lula, um ladrão que deveria estar na prisão”

De acordo com o documento, há laudo da Polícia Federal confirmando que houve crime. “A despeito das repercussões do fato, as postagens permanecem disponíveis para visualização de terceiros, perpetuando-se, assim, a ofensa à honra da vítima”, afirmou o vice-procurador-geral da República Hindeburgo ChateauBriand Filho, que assina a denúncia.

SEM GRAVIDADE – O crime de injúria tem pena de detenção de um a seis meses e multa.

No caso específico, o Ministério Público também entendeu que é aplicável o aumento de pena de 1/3, previsto na lei no caso de o delito ser contra o presidente e pessoa com mais de 60 anos.

A PGR propõe uma audiência preliminar para que seja oferecida a transação penal. O mecanismo é uma espécie de acordo feito entre o MP e o acusado para antecipar a aplicação de pena (multa ou restrição de direitos).

CRIMES LEVES – A transação é prevista na lei para crimes com pena de até dois anos. Se a negociação é feita, o processo é posteriormente arquivado. Se a transação penal não for fechada, a Procuradoria pede que o parlamentar seja notificado para apresentar sua defesa em 15 dias.

Caso a transação penal (o acordo entre o MP e o deputado) não seja fechada, será aberto prazo para que Nikolas Ferreira apresente seus argumentos.

Em seguida, o Supremo vai decidir, em julgamento colegiado, se a denúncia vai ser aceita. Se for rejeitada, o caso é arquivado. Se for admitida, Ferreira se torna réu e passa a responder ao processo penal, que pode levar à condenação ou absolvição. Além da punição pelo crime, a PGR pede a condenação do parlamentar ao pagamento de indenização por danos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como dizia François Rabelais, a ignorância é a mãe de todos os males. Veja-se o caso desse rapaz, o Nikolas Ferreira, que gosta de se exibir e fazer performances na tribuna da Câmara, ficou famoso e dá pitaco em tudo. Se não fosse ignorante, saberia que Lula não é ladrão. Se tivesse dito que Lula é criminoso, condenado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro por dez magistrados, em três instâncias, o minideputado não estaria cometendo crime algum. De toda forma, pode citar Helio Fernandes e alegar ao Supremo que ninguém pode ser acusado de desonrar quem não tem honra. E tudo vira Piada do Ano. (C.N.)

‘Somos invisíveis’, diz dono de uma fábrica que faliu após o ajuste de Milei

Um homem de barba e bigode está de pé em um armazém, vestindo uma camiseta preta. Atrás dele, há várias caixas de papelão empilhadas. À direita, há uma mesa com vários assentos de bilicleta coloridos. O ambiente parece ser um depósito ou área de armazenamento.

Rogérlo Bella teve de fechar a fábrica que o pai criou

Douglas Gavras
Folha

Vai ser um desafio para o argentino Rogelio Bella, 45 anos, imaginar a vida daqui em diante, sem a Bicipartes El Miguelito. A fábrica de assentos para bicicletas fechou as portas no fim de junho, após 56 anos.

O negócio que começou com o pai dele empregava 12 pessoas —algumas há mais de 30 anos— e sobreviveu a uma série de crises econômicas que afetaram a Argentina.

A mais fresca na memória do empresário é a do “corralito”, de 2001, que restringiu os saques dos argentinos, provocou a renúncia do presidente Fernando de la Rúa e terminou com mais de 30 mortos. Mas o negócio sobreviveu até o pacote de austeridade de Javier Milei.

SEM CONSUMO – As medidas implementadas pelo presidente para domar a inflação atingiram em cheio o consumo. O PIB (Produto Interno Bruto) caiu 5,1% no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2023, e o governo sacrificou aposentadorias, demitiu servidores e parou obras públicas. Leia o relato de

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MILEI NOS LEVOU A FECHAR AS PORTAS

Rogelio Bella

“A empresa começou em 1968 com o meu pai, que fabricava capas para assentos, em um quartinho de casa. Naquela época, eles eram de aço e se fazia uma capa de borracha costurada com diferentes tecidos. Usavam-se muito as bandeirinhas dos clubes de futebol do país para ilustrar. Ele costurava com os meus avós e a sua namorada na época, que veio a se tornar minha mãe.

No fim dos anos 80 e início dos anos 90, houve uma reestruturação para fabricar o modelo atual, de base plástica. Mais tarde, meu pai conseguiu um sócio e o filho dele esteve comigo até o fim, éramos a segunda geração à frente do negócio.

De alguma forma, toda a minha vida transcorreu ao redor dela, desde muito cedo. Estudei em uma escola técnica e, quando chegava o verão, trabalhava algumas horas para juntar uns trocados e sair com amigos. Há cerca de 23 anos estava na gerência.

COMO EINSTEIN – Aprendi a andar entre as máquinas. Quando era pequeno, ver tudo funcionando era como me imaginar na Nasa. Na adolescência, tive uma ideia para resolver um problema na fabricação dos assentos que foi usada até o último dia. Na época, me senti meio como Einstein pela descoberta. Viajei por todo o país durante muitos anos, graças à ela. Tenho lembranças que para mim serão inesquecíveis.

Somos de Carrizales (província de Santa Fé), um povoado de 1.000 habitantes a 60 quilômetros de Rosário, e dávamos trabalho a 12 famílias daqui. Dá para imaginar o que isso significa: não há outras oportunidades de trabalho, é um lugar muito vinculado à atividade agrícola e éramos, basicamente, a única indústria local.

Era a única empresa que durante mais de 50 anos ininterruptamente fabricou o produto no país. Em Buenos Aires há algumas empresas muito menores que fazem um pouco e a maioria da produção é importada. Acredito que, como fábrica nacional, éramos a de maior presença no mercado.

IMPOSSÍVEL COMPETIR – Sobrevivemos à crise de 2001, do ‘corralito’, e a muitas outras. Nós fazíamos um produto que na Argentina, seu principal competidor é a importação. É difícil competir com os preços do Brasil e, sobretudo, com os da China. Temos um problema sério, com a diferença que pagamos pelas matérias-primas em relação ao que paga um industrial brasileiro ou um chinês.

A empresa tinha um ponto de equilíbrio mensal de entre 7.000 e 8.000 unidades. E de janeiro até 30 de junho, quando fechamos, não chegávamos a vender 8.000 unidades nem seis meses. Foi um duro golpe para uma empresa como a minha, que vivia unicamente das vendas.

Ficou impossível de sustentar. Começamos a consumir nossas reservas, nossas economias, e chegamos ao ponto em que já não havia mais o que queimar, nem para pagar salários, nem para comprar matérias-primas. Então, tomamos a triste decisão de fechar as portas.

SEM EMPREGOS – A parte mais difícil disso foi dizer que as pessoas perderiam seus empregos, é algo que não desejo nem ao pior dos meus inimigos. Dos 12 funcionários, 6 tinham mais de 30 anos de empresa —os outros tinham 18, 17, 15, 12 anos.

O que vem pela frente também é complicado, porque temos que juntar um monte de dinheiro para pagar as indenizações. Estamos colocando todo o nosso capital, que levamos 50 anos para construir, à venda para pagar os empregados, para que eles tenham ao menos algo em que se agarrar.

A verdade é que não vejo que a economia argentina irá se recuperar. Cerca de 70% do emprego no país é gerado pelas pequenas e médias empresas, que estão sendo maltratadas por este governo: usando desde regimes de incentivo para grandes investidores externos —que vão vir competir de forma totalmente desleal— até com a profunda recessão em que se encontra o país e a consequente falta de vendas.

UM NOVO 2001 – Não sou otimista com o futuro econômico e isso nem é o que mais me preocupa. Temo que venha uma destruição do tecido social que pode nos colocar em um novo 2001. Do fundo do meu coração, tenho medo de que novamente voltemos a ver as imagens que tanto doeram aos argentinos.

Sinto que somos invisíveis. Não tenho o telefone de ninguém, imagine, estou em um povoado pequeno. Mas pelo X, como se chama o Twitter agora, tentei falar com pessoas de todo o amplo espectro da política argentina. A verdade é que a ninguém interessou a história e isso também me preocupa.

Deste governo não espero nada, mas que ninguém tenha ligado para oferecer uma mão, me preocupa muito. Mas essa é a história deste país. A política está cuidando de seus privilégios e quem trabalha está sobrevivendo mal.”

Procuradoria-Geral é contra acesso de Bolsonaro à delação de Mauro Cid

Desculpa se vou incomodá-lo”, pede repórter da Globo ao questionar Bolsonaro

Bolsonaro até hoje não conhece a acusação de Mauro Cid

João Rosa e Daniel Trevor
CNN Brasília

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ter acesso à colaboração premiada de Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. O pedido foi feito ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ação que investiga a venda ilegal de joias sauditas do acervo presidencial.

Essa foi a quarta vez que a defesa fez o pedido. As três anteriores foram negadas.

OUTRAS INVESTIGAÇÕES – De acordo com a Procuradoria, a colaboração premiada de Mauro Cid pode resultar em outros desdobramentos, que vão além do caso das joias.

“Existem outras investigações em curso, ainda não finalizadas, que também se baseiam nas declarações prestadas pelo colaborador, o que reforça a inviabilidade do acesso pretendido neste momento processual”.

A Procuradoria defende que a delação premiada e os depoimentos de Cid devem permanecer em sigilo até o recebimento da denúncia, como prevê a legislação.

NEGATIVAS ANTERIORES – De acordo com interlocutores, Moraes deve negar novamente o pedido realizado pelos advogados e não descarta aplicar uma multa aos advogados por litigância de má-fé, devido à insistência em argumentos que já foram repetidamente afastados em decisões anteriores.

Nas três negativas anteriores, Moraes disse que a delação de Cid não pode ser acessada porque ainda está em sigilo e ainda não houve recebimento de denúncia. Esse cenário não mudou.

Segundo o ministro, a jurisprudência do STF prevê que, nesses casos, não há cerceamento de defesa.]

ALEGA MORAES – “O investigado não detém direito subjetivo a acessar informações associadas a diligências em curso ou em fase de deliberação.”

O ministro-relator também afirmou que todos os demais elementos da investigação disponíveis para acesso já foram liberados para escrutínio da defesa de Bolsonaro, garantindo o devido processo legal.

Procurada, a defesa de Bolsonaro ainda não quis se manifestar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É claro que a defesa não quis dar entrevista, pois está ameaçada por Moraes de agir com litigância de má fé, que é uma grave denúncia contra advogados. No entanto, essas regras citadas por Moraes não se aplicam ao caso, porque já houve vazamentos de informações que incriminam Bolsonaro, e o suposto acusado normalmente deve ter direito à mais ampla defesa. Mas é diferente com Moraes, admirador de Albert Einstein, para quem  tudo é relativo, e assim a defesa tem de ficar quieta no seu canto, enquanto o cliente é esculhambado com o vazamento das informações que deveriam ser sigilosas. (C.N.)

Tudo pronto para a nova farsa eleitoral do ditador Nicolás Maduro, no domingo

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar (Veja(

Mario Sabino
Metrópoles

Neste domingo, acontecerá outra fraude eleitoral na Venezuela para que Nicolás Maduro e a sua cambada bolivariana emprestem aparência de legitimidade democrática à ditadura que há duas décadas esmaga os venezuelanos em todos os aspectos da sua existência.

O script bananeiro terá a participação do Brasil de Lula, mas não da União Europeia e dos Estados Unidos. A primeira foi desconvidada a enviar observadores, porque se recusou a levantar imediatamente as sanções contra 50 sequazes de Nicolás Maduro.

Os americanos, por sua vez, decidiram não compactuar com a nomes da oposição, María Corina Machado e Corina Yoris, de disputar a eleição. Os Estados Unidos voltaram a impor restrições ao setor de petróleo e gás que alimenta a ditadura.

ACORDO TRAÍDO – Nicolás Maduro traiu, assim, o Acordo de Barbados, mediado pela Noruega, que previa eleições livres e transparentes na Venezuela. O espantoso é que alguém tenha acreditado nas boas intenções do tirano.

Como a oposição conseguiu construir a candidatura de Edmundo González Urrutia, que lidera as pesquisas e venceria o ditador nas urnas se as eleições fossem limpas, Nicolás Maduro agora intimida abertamente os eleitores. Disse que haverá uma “guerra civil” e um “banho de sangue” se ele perder nas urnas.

“O destino da Venezuela, no século XXI, depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não quiserem que a Venezuela tenha um banho de sangue, uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”, afirmou o sujeitinho.

MUITA PRESSÃO – A escalada contra a realização de eleições verdadeiramente livres é crescente. No seu ardente amor pela imprensa livre, o regime acaba de bloquear três portais de notícia independentes. Apenas nos primeiros dez dias de campanha, 71 pessoas foram presas arbitrariamente, de acordo com entidades de defesa dos direitos humanos.

O jornalista italiano Paolo Manzo noticiou que o presidente da conferência episcopal venezuelana, Jesús González de Zarate, foi abordado pela Guarda Nacional Bolivariana, enquanto celebrava uma missa na cidade de Cumanacoa.

O seu pecado: distribuir alimentos a vítimas do furacão Beryl. A Caritas, organização de ajuda humanitária católica, foi ameaçada por fazer o mesmo. Foram avisados de que só o governo pode EE – Ontem, confrontado com as afirmações de Nicolás Maduro sobre “guerra civil” e “banho de sangue”, Lula disse a jornalistas ter ficado “assustado”.

BANHO DE VOTO – “Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, afirmou o presidente da República

A frase de Lula foi comemorada pelo candidato Edmundo González Urrutia, mas não há nada a comemorar em relação ao Brasil. Lula é aliado da ditadura bolivariana e escalou Celso Amorim, o cego ideológico, para ser observador das eleições venezuelanas. É mais fácil Lula declamar um soneto de Camões do que Celso Amorim denunciar qualquer gatunagem eleitoral de Nicolás Maduro.

Soube-se hoje, em reportagem da jornalista Malu Gaspar, que o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, pressionou o Tribunal Superior Eleitoral a enviar servidores ao país vizinho para acompanhar as eleições. Eles não terão liberdade de movimentação porque serão obrigados a seguir o roteiro já determinado pelo regime. Ou seja, estarão lá para fazer figuração e ser coadjuvantes involuntários na farsa eleitoral.

Pobre Venezuela, tão longe das democracias ocidentais, tão perto do Brasil de Lula.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Por causa de Venezuela, Cuba e Nicarágua, já tem muito brasileiro que se envergonha de ser de esquerda. Fica parecendo que apoia esse tipo de políticos, que na verdade não são de direita ou de esquerda, são apenas medievais e não têm medo do ridículo. (C.N.)

Ramagem dizia ter certeza de que houve fraude na eleição de 2018 a favor do PT

PF revela mensagens em que Ramagem dá 'ajuda' a Bolsonaro sobre  investigações de Flávio e Fabrício Queiroz | Política | G1

Ramagem entupia a cabeça (oca) de Bolsonaro com notícias falsas

Paolla Serra e Mariana Muniz
O Globo

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem foi confrontado, em depoimento à Polícia Federal (PF), com documentos registrados em seu e-mail com orientações para Jair Bolsonaro sobre temas sensíveis. Os textos dos arquivos traziam, entre outras recomendações, ataques às urnas eletrônicas e à lisura das eleições, além de relatos difamatórios sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O deputado federal e atual pré-candidato à prefeitura do Rio pelo PL é investigado por exercer um suposto papel de comando em um esquema ilegal de espionagem e perseguição de adversários políticos de Bolsonaro por meio de operações informais da Abin. O escândalo foi revelado pelo GLOBO em março do ano passado.

FRAUDE EM 2018 – Em depoimento à PF, Ramagem reconheceu que costumava escrever textos “para comunicação de fatos de possível interesse” de Bolsonaro, mas ressaltou, porém, que não se lembrava se essas mensagens foram passadas adiante.

Em um dos textos, guardados em formato de word no arquivo “Presidente TSE informa.docx” há uma orientação para traçar uma estratégia de reforçar politicamente a “vulnerabilidade” das urnas eletrônicas.

“Por tudo que tenho pesquisado, mantenho total certeza de que houve fraude nas eleições de 2018, com vitória do sr. (presidente Bolsonaro) no primeiro turno. Todavia, ocorrida na alteração de votos”, destaca o documento encontrado no e-mail de Ramagem.

ATAQUE ÀS URNAS – O texto do arquivo passa, então, a sugerir a Bolsonaro que mine a confiança das urnas eletrônicas com informações comprovadamente falsas e sem fundamento.

“O argumento na anulação de votos não teria esse alcance todo. Entendo que argumento de anulação de votos não seja uma boa linha de ataque às urnas. Na realidade, a urna já se encontra em total descrédito perante a população. Deve-se enaltecer essa questão já consolidada subjetivamente (…) A prova da vulnerabilidade já foi feita em 2018, antes das eleições. Resta somente trazê-la novamente e constantemente”, aponta o documento.

No arquivo encontrado com Ramagem, há ainda a descrição de que foi constituído um grupo de confiança para “trabalho de aprofundamento da urna eletrônica” — que contaria com a ajuda do major da reserva do Exército Angelo Martins Denicoli, investigado por integrar um suposto plano golpista.

ENFRENTAMENTO – O ex-chefe da Abin disse, porém, que não se lembrava desse fato e que não efetuou nenhum trabalho com o militar mencionado no documento.

Em outro texto registrado no arquivo “Presidente.docx”, Ramagem sugere que o então presidente parta para o enfrentamento, adotando uma atitude hostil. “Bom dia, presidente. O Sr. mais do que ninguém conhece o sistema e sabe que não houve apenas quebra de paradigma na sua eleição, mas ruptura com esquema dos poderes (…) nenhuma crise conseguiu enfraquecer sua base e não aparenta haver políticos à altura de vencê-lo em 2022. Portanto, parece que a batalha maior será agora, requerendo atitude belicosa com estratégia”, relata o arquivo encontrado pela PF.

GOLPE DE LULA – Logo em seguida, o texto registra, sem apresentar qualquer prova, que poderia haver um movimento de “golpe” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Bolsonaro.

“Há armadilhas sendo colocadas. O inquérito do Celso de Mello possui relação com o inquérito das fake News do Alexandre de Moraes com intuito de fundamentarem o golpe no TSE”, pontua o arquivo, fazendo referência a procedimentos envolvendo o ex-presidente que tramitavam na Justiça.

O documento encontrado no e-mail de Ramagem, a partir de uma quebra de sigilo autorizada judicialmente, revela ainda que o ex-chefe da Abin municiava Bolsonaro com relatos difamatórios e sem qualquer comprovação de irregularidade sobre o ministro Alexandre de Moraes, do STF, alvo preferencial de ataques do ex-presidente e seus aliados.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Pelos documentos, fica parecendo que é Ramagem quem ficava enchendo a cabeça (oca) de Bolsonaro com falsas denúncias de um golpe, que seria desfechado por Lula com apoio do TSE, vejam a que ponto chegou o delírio persecutório dessa gentalha E fica a pergunta: Como é que um imbecil como Ramagem conseguiu fazer carreira na Polícia Federal, que mais parece um manicômio?. (C.N.)

Usurpação do território guarani-kaiowá escancara injustiça do marco temporal

Martírio: um filme que o Brasil precisa ver - Conexão Planeta

Tribo Guarani-Kaiowá está invadida desde a Guerra do Paraguai

Ailton Krenak
Folha

Quem assistiu ao filme “Martírio” (2016), codirigido por Vincent Carelli? Com ele, retornamos ao princípio da grande marcha de retomada dos territórios sagrados guarani-kaiowás. Carelli registrou o nascedouro do movimento de articulação, resistência e retomada desse povo na década de 1980.

Vinte anos mais tarde, tomado pelos relatos de sucessivos massacres, Carelli buscou as origens desse genocídio, um conflito de forças desproporcionais: a insurgência pacífica e obstinada dos despossuídos guarani-kaiowás frente ao poderoso aparato do agronegócio. “Martírio” desvela a trágica história dos últimos cem anos desse povo na fronteira do Brasil com o Paraguai.

GUERRA DO PARAGUAI – Centenas de homens, mulheres e jovens do povo guarani-kaiowá do Mato Grosso do Sul podem nos contar mais sobre essa região do nosso país que foi ocupada desde a Guerra do Paraguai, no final do Império.

O Estado brasileiro negligenciou obscenamente os direitos desse povo e não demarcou suas terras na Primeira República, quando devia e podia. Nessa altura, os indígenas já demandavam havia um século o reconhecimento de seus tekoás, como é nomeado em seu idioma o local de uma aldeia tradicional, um conjunto de pessoas convivendo em sítios de vida abundante de água, plantas medicinais e material vegetal necessários à sua economia e à sua cultura.

O modo de vida guarani-kaiowá, em que a vida espiritual tem um lugar central, não é compatível com a ocupação privada da terra e nem mesmo com a ideia da mesma como mercadoria.

OCUPAÇÃO LIVRE – O governo, em vez de reconhecer esses territórios, permitiu que esses campos naturais de floração de erva-mate, essa planta tão sagrada para os kaiowás, fossem invadidos por grandes fazendas, como a Companhia Matte Larangeira, que ocupou sem escrúpulos as terras e subjugou centenas de famílias ao trabalho escravo na produção do mate para a indústria.

Trata-se de uma explícita apropriação privada de bens públicos, uma vez que as terras ocupadas por indígenas são consideradas patrimônio da União.

Nenhuma ação foi feita contra esse assalto secular, muito pelo contrário: Getúlio Vargas fez ampla concessão de terras onde veio a ser o Mato Grosso, e colonos do Sul e do Sudeste foram carreados pelo próprio governo para ocupá-las.

MICRORRESERVAS – Os indígenas, por sua vez, foram confinados em microrreservas; suas famílias, separadas e isoladas. Soja e cana-de-açúcar tomaram os campos nos últimos 80 anos, e o agronegócio converteu a paisagem em monocultura.

O caso guarani-kaiowá é um exemplo perfeito da injustiça do famigerado “marco temporal”, em que os indígenas, desapropriados de seus territórios pelo próprio Estado brasileiro —tudo amplamente documentado por agências oficiais—, são mais uma vez, enquanto esperam reparação pela injustiça, martirizados por uma tese jurídica inconstitucional.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A tribo guarani-kaiowá é recordista em suicídio e alcoolismo de indígenas. (C.N.)

Polícia Federal planeja novas operações para investigar a “Abin Paralela”

ABIN – MoisesCartuns

Charge do Moisés (Arquivo Google)

Tainá Falcão e Gustavo Uribe
CNN Brasília

A Polícia Federal planeja novas operações na investigação sobre o suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A expectativa inicial era encerrar o inquérito da “Abin Paralela” em agosto.

Até o momento, segundo apurou a CNN, a PF não encontrou novos áudios nos aparelhos do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.

Dados obtidos por meio de mandados de busca e apreensão, no entanto, trouxeram novos elementos para a investigação e novos pedidos de prisão não estão descartados.

CINCO PRESOS – Na última fase da Operação Última Milha, foram presos o ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Mateus de Carvalho Sposito; o empresário Richards Dyer Pozzer; o influenciador Rogério Beraldo de Almeida; o policial federal Marcelo Araújo Bormevet; e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues.

A Polícia Federal pretende inclusive ouvir novamente os cinco presos, já que Ramagem – durante depoimento de mais de seis horas à PF – citou Marcelo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues como responsáveis pelas atividades clandestinas.

Entre os investigadores, há quem fale sobre um acordo de delação premiada com os dois. Advogados negam a possibilidade.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nada de novo no front ocidental. A Polícia Federal até prendeu um de seus próprios agentes, que estava requisitado pela agência, mas está descobrindo que não foi criada nenhuma Abin Paralela para investigar o PT. Pelo contrário, as investigações conduzem ao convencimento de que praticamente toda a Abin estava trabalhando contra o PT, e que isso seria normal na agência, porque ela existe justamente para investigar a oposição, e sempre funcionou assim desde 1999, quando substituiu o Serviço Nacional de Informações, o famoso SNI, que durante a ditadura militar fazia exatamente a mesma coisa – investigar a oposição. Recordar é viver. (C.N.)

Fome recua quase pela metade, mas ainda afeta 14,3 milhões de brasileiros

Quase 15 milhões de pessoas deixaram de passar fome no país

Pedro do Coutto

O levantamento da ONU sobre a fome no mundo revelou um índice de extrema gravidade, com 733 milhões de pessoas tendo dúvida se vão poder ou não se alimentar no dia seguinte; o equivalente a uma em cada 11 pessoas no mundo e uma em cada cinco na África, de acordo com o último relatório O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo publicado nesta quarta-feira por cinco agências especializadas das Nações Unidas.

O relatório anual, lançado este ano no contexto da reunião ministerial no Brasil da Força-Tarefa do G20 para uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, adverte que o mundo está falhando gravemente em alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável , Fome Zero, até 2030. O relatório mostra que o mundo retrocedeu 15 anos, com níveis de desnutrição comparáveis aos de 2008-2009.

ALARMANTE – Apesar de algum progresso em áreas específicas, como atraso no crescimento infantil e amamentação exclusiva, um número alarmante de pessoas continua a enfrentar insegurança alimentar e má nutrição, já que os níveis globais de fome estagnaram por três anos consecutivos, com entre 713 e 757 milhões de pessoas desnutridas em 2023 – aproximadamente 152 milhões a mais do que em 2019, considerando-se a faixa intermediária (733 milhões).

O relatório aponta que a população em situação de insegurança alimentar no Brasil caiu de 32,8%, no período entre 2020 e 2022, para 18,4% entre 2021 e 2023. Na prática, a redução quase pela metade (-43,9%) significa que entre 2020 e 2022, 70,3 milhões de brasileiros estavam em insegurança alimentar moderada ou grave; já entre 2021 e 2023, 39,7 milhões de brasileiros ainda estavam nessa condição – e outros 30,6 milhões tinham deixado o quadro de insegurança alimentar.

A insegurança alimentar moderada é quando as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e são forçadas a reduzir a qualidade e/ou a quantidade de alimentos que consomem devido à falta de dinheiro ou outros recursos. A insegurança alimentar grave ocorre quando, em algum momento, as pessoas ficam sem comida, passam fome e, no caso mais extremo, ficam sem comida por um dia ou mais.

RASTRO – A porcentagem ainda é alta num país com 200 milhões de habitantes. O combate à fome no mundo  avançou nos últimos anos, e deixa um rastro sinistro de carência, pois a alimentação é a primeira coisa que alguém tem que fazer para a sua saúde.

A meta do governo Lula, inclusive, é terminar com esse tipo de situação. Mas terminar com a fome é algo que exige ações muito profundas porque depende de recursos num processo de redistribuição de renda para que possa ter êxito. Fica a advertência de que o caminho a ser traçado pode estar certo, mas é demorado em sua execução.

São milhões de pessoas entre as estatísticas, mas pode ser que na realidade seja um número maior. O déficit alimentar pode pesar para distorcer as estatísticas e aí está a raiz do problema.

Uma lira de Tomás Antonio Gonzaga pelo amor da Marília de Dirceu

Biografia Resumida De Marília De Dirceu | Podcast on Spotify

Marília, a musa do inconfidente mineiro

Paulo Peres
Poemas e Canções

Tomás Antonio Gonzaga (1744-1810) nasceu na cidade do Porto, entretanto houve um esforço dos homens de letras em criar discursos que o naturalizassem brasileiro. O
ouvidor acabou tornando-se inconfidente das Minas Gerais e autor de uma das mais conhecidas histórias de amor das Alterosas, quando utilizando o pseudônimo Dirceu, escrevia belos e famosos poemas para sua musa inspiradora Marília.

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LIRA I
Tomás Antonio Gonzaga

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
que viva de guardar alheio gado,
de tosco trato, de expressões grosseiro,
dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
das brancas ovelhinhas tiro o leite,
e mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela.
graças à minha Estrela!

Eu vi o meu semblante numa fonte:
dos anos inda não está cortado;
os Pastores que habitam este monte
respeitam o poder do meu cajado.
Com tal destreza toco a sanfoninha,
que inveja até me tem o próprio Alceste:
ao som dela concerto a voz celeste
nem canto letra, que não seja minha.
Graças, Marília bela.
graças à minha Estrela!

Mas tendo tantos dotes da ventura,
só apreço lhes dou, gentil Pastora,
depois que o teu afeto me segura
que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, é bom ser dono
de um rebanho, que cubra monte e prado;
porém, gentil Pastora, o teu agrado
vale mais que um rebanho e mais que um trono.
Graças, Marília bela.
graças à minha Estrela!

Bolsonaro compara Lula e Maduro, chamando de “presidentes sem povo”

Bolsonaro "gastou" R$ 0,03 por voto; Haddad, R$ 0,73

Bolsonaro usa as redes sociais para ironizar Lula e Maduro

Gustavo Zucchi
Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comparou o atual presidente brasileiro Lula da Silva com o ditador venezuelano Nicolás Maduro, que busca se reeleger em pleito marcado para o próximo domingo, dia 28 de julho.

Bolsonaro enviou em sua lista de transmissão do WhatsApp um vídeo na qual mostra os comícios da principal líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, ao lado de bolsonaristas do Brasil.

DEMOCRACIAS RELATIVAS – Na sequência, Bolsonaro enviou uma mensagem comentando a situação das eleições no país sul-americano, falando em democracias relativas. “Vai dar Maduro? Brasil e Venezuela. Democracias relativas. Países com presidentes sem povo. O milagre da multiplicação de votos”, afirmou.

O ex-presidente está inelegível após decisão do Tribunal Superior Eleitoral justamente por ter realizado um evento com embaixadores de países estrangeiros para questionar urnas eletrônicas.

Nas eleições de 2022, Bolsonaro foi derrotado por Lula. O petista venceu o pleito com 50,9% dos votos válidos, o que representa 60,3 milhões de votos. O então candidato do PL teve 49,1%, com 58,2 milhões de votos.

Rigor excessivo de Moraes afronta a democracia que o STF diz defender

Escarcéu de Moraes termina em vexame - 19/02/2024 - Opinião - Folha

Moraes precisa abandonar o ódio e agir como um juiz

Carlos Newton

Já dissemos aqui na Tribuna da Internet que o ministro Alexandre de Moraes não tem vocação para juiz. As condenações que ele determina sempre têm agravantes e mutas altíssimas, mas não são aceitas as circunstâncias atenuantes, ele não sabe equilibrar as situações.

Tem sido assim com aqueles pés-de-chinelo envolvidos no 8 de Janeiro, que jamais poderiam ser julgados no Supremo e teriam direito às instâncias recursais. Mas o relator inventou que aquelas tristes figuras são “terroristas” e aplicou-lhes o rigor de leis que jamais deveriam nem mesmo ser mencionadas.

INJUSTIÇA FLAGRANTE – Os dois réus que realmente tentaram um ato de terrorismo e queriam explodir um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro, véspera de Natal, quando a movimentação é recorde, e que tinham armas e munições, deram sorte de cair no Juizado Federal, foram presos, mas já estão no sistema semiaberto.

Os demais, que não tinham a menor prova de serem terroristas, somente foram presos porque estavam na Praça dos Três Poderes ou porque ainda estivessem no acampamento do QG do Exército no dia seguinte.

Clama aos céus tamanha barbaridade judiciária, com Moraes estabelecendo uma diferença entre os “terroristas” que não tem base em lei, norma ou doutrina. Quem fez selfie e a enviou para parentes e amigos, dizendo “estou aqui no Congresso”, pegou 17 anos; quem esqueceu de fazer a selfie, recebeu pena menor, de 14 anos. Mas todos levaram multa de R$ 30 milhões, a ser dividida irmamente entre eles. Nesse embalo, prenderam durante meses um morador de rua, que viu o movimento e foi conferir o que estava acontecendo, vejam a que ponto chegamos.

RIGOR EXCESSIVO – No caso das ofensas que teria recebido em Roma, Moraes foi mais fora da lei do que os agressores, pois assumiu o papel de vítima, juiz de instrução e juiz final. No percurso, tentou ser também assistente da acusação, já era demais, não conseguiu…

No caso do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), o mesmo rigor excessivo. É triste a constatação, porém necessária. Moraes prendeu e conseguiu a cassação do mandato do parlamentar, por expressar opinião em defesa do AI-5. Agora nega regime semiaberto a um preso de bom comportamento. e avança ainda mais, atualizando o valor das multas.

Ignorante e pretencioso, Silveira pensou (?) que teria alguma imunidade parlamentar. Em países verdadeiramente democráticos, até teria, mas no Brasil desses novos dias, a ditadura do Supremo soube agraciá-lo com todas as honrarias possíveis e impossíveis.

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P.S. 1
Moraes aplica um rigor tão doentio que foi capaz de punir também a mulher de Silveira, com bloqueio de suas contas bancárias, como se ela tivesse cometido algum crime. Na época, Moraes não deixou dinheiro nem mesmo para a alimentação dela. Imaginem se a moda pega e toda mulher de criminoso passe a ser tratada como tal, algo que não existe na Justiça de nenhum país democrático.

P.S. 2O pior é a conivência e a cumplicidade dos demais ministros do Supremo, cujo silêncio corporativo parece gritar aos ouvidos dos homens de bem. E ainda ousam chamar isso de Justiça. (C.N.)

Maduro mandou Lula tomar chá de camomila e o presidente não gostou

Via @horabrasilia Nesta terça-feira, 23, o ditador da Venezuela, Nicolás  Maduro, respondeu de maneira irônica aos comentários do presidente  brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva sobre suas declarações de um possível  “banhoVicente Limongi Netto

Lula não gostou da educada sugestão do desprezível Nicolás Maduro, mandando ele tomar chá de camomila para acalmar os nervos. Prontamente Lula enviou a Caracas o conselheiro da República para assuntos de comidas, ingredientes e bebidas leves, Celso Amorim, para dizer nas fuças do insolente companheiro Maduro que Lula não é homem de forrar o estômago com chá. Respeito é bom e Lula gosta, enfatizará o barbudinho Amorim.

Nascido em Garanhuns, agreste de Pernambuco, ex-torneiro mecânico e ex-líder sindical, Lula enfrentou todo tipo de dificuldades encarando suculentas rabadas, cozido de bode, sarrabulho (guisado com miolos de porcos e cabrito com sangue), mocotó, dobradinha, farofa de tatu.

PIMENTA E CACHAÇA – Com bastante pimenta e cachaça compondo a coreografia. Sem faltar rapadura de sobremesa. Hábitos de uma mesa saudável de todo exigente nordestino, que o falante chefe da nação mantém até hoje.

Emocionado, o economista Aloisio Mercadante, presidente do BNDES declarou que o Brasil “sente muitas saudades de Dilma Rousself”.

Bem, não pertenço ao Brasil saudoso da ex-presidente, apregoado pelo seu ex-chefe da Casa Civil. Desautorizo Mercadante a usar meu nome em vão com destrambelhos próprios de petistas.

BAITA PREJUÍZO – Estudo da CNC aponta prejuízo de 97 bilhões de reais à economia brasileira com enchentes no Rio Grande do Sul. Para evitar perdas de 305 mil empregos, a entidade sugere medidas adicionais de flexibilização de jornada, ampliação de acesso ao crédito e alivio tributário a empresas gaúchas.

Por fim, também está no prejuízo o empresário Luis Carlos Bassetto, que xingou o ministro do STF, Cristiano Zanini, no banheiro do Aeroporto de Brasília, foi condenado a pagar 10 mil reais de indenização ao ex-advogado de Lula. Seu xixi saiu caro.