Após trocar Lupi por outro suspeito, só falta Lula errar na devolução da grana

De deputado a ministro da Previdência, Wolney Queiroz tem 30 anos de atuação política - A Crítica de Campo Grande

Queiroz sabia da fraude no INSS, mas não fez nada…

Eliane Cantanhêde
Estadão

Mais uma decisão incompreensível do presidente Lula. Substituir Carlos Lupi por Wolney Queiroz no Ministério da Previdência foi automaticamente percebido pela opinião pública como trocar seis por meia dúzia. Lula se desgastou ao nomear Lupi, ao demorar a demiti-lo e, por fim, ao pôr no lugar justamente o braço direito dele.

E o que Lula ganhou em troca? Primeiro, o que já tinha: o apoio do PDT, que é satélite histórico do PT e não tem outra alternativa senão ficar com o governo. Depois, um escândalo de bom tamanho, na pior hora: o roubo de mais de R$ 6 bilhões do INSS. Lupi foi informado em 2023, Queiroz era o número 2 do ministério e soube junto com ele. Nenhum dos dois fez nada.

LULA DESGUARNECIDO – O escândalo está aí, é um fato, e os efeitos políticos podem ser mais ou menos devastadores para Lula dependendo da evolução das investigações, do surgimento de novos nomes e detalhes e da guerra de narrativas entre governo e bolsonarismo. O seis por meia dúzia não ajuda Lula nem um pouco.

Sua melhor defesa usada foi no pronunciamento da véspera do Primeiro de Maio, ao lembrar que os desvios do INSS vinham desde 2019 (Jair Bolsonaro era presidente) e que foi o seu governo, a sua Polícia Federal e a sua Controladoria-Geral da União que agiram e desbarataram a quadrilha. Apesar dos pesares, é um bom argumento.

Porém, se PF e CGU apuraram e atuaram firmemente, Lula não teve agilidade, ou força política, para entrar no vácuo, demitir rapidamente Lupi, convencer o PDT e nomear para a vaga alguém de boa estatura, fora da política, o mais distante possível do escândalo e capaz de emprestar seu nome e credibilidade às investigações e medidas. Não. Lula optou por um “companheiro” e por manter o PDT sob suas asas. Pensou pequeno.

QUEIROZ É SEMIPETISTA – Pernambucano, deputado federal por seis mandatos, Wolney Queiroz votou contra o impeachment de Dilma Rousseff, a reforma trabalhista e a da Previdência e foi líder da oposição a Bolsonaro na Câmara, que unia PDT, PT, PSOL, Rede e PCdoB.

Em 2022, ele defendeu a candidatura Lula contra a do pedetista Ciro Gomes. Ok, currículo muito conveniente a Lula e ao PT. Mas para a função? Para a opinião pública?

Só falta Lula errar na questão central: a devolução do dinheiro de aposentados e pensionistas, usado por criminosos para compra de carrões e ser enviado em malas para paraísos fiscais. O governo está preocupado com as contas, mas a dona Maria e o seu João, que trabalharam muito a vida toda e ganham pouco na velhice, não querem saber de política, contas e companheiragem, só querem seu dinheiro de volta e que isso nunca volte a ocorrer no INSS, aliás, em lugar nenhum.

Desvalorização dos ministérios de Lula é tipo “ninguém me ama, ninguém me quer”

Pedro Lucas Fernandes assume liderança do União Brasil na Câmara - União Brasil

Pedro Lucas dispensou “solenemente” o ministério de Lula

Marcus André Melo
Folha

No momento, há uma notável confluência de notícias que eleva brutalmente a saliência da corrupção na agenda política: o escândalo dos descontos em aposentadorias e pensões do INSS (trazendo à tona o caso dos consignados, que envolveu o ex-ministro Paulo Bernardo e a atual ministra Gleisi Hoffmann); a queda do ministro Juscelino Filho, após denúncia da Procuradoria; o asilo concedido à ex-primeira-dama do Peru e a prisão de Ollanta Humala, no âmbito do Odebrechtgate; e, por fim, a prisão de Collor em um processo decorrente da Lava Jato.

A corrupção voltou ao noticiário — e não poderia ser diferente. E terá impacto sobre o terço de eleitores não petistas e não bolsonaristas, bem entendido.

BANDEIRA DA OPOSIÇÃO – A corrupção é, por excelência, bandeira da oposição, como já discuti aqui na coluna. Essa constatação é consensual na literatura sobre o tema, embora no Brasil tenha se cultivado o “argumento” de que a politização da corrupção era característica do “moralismo udenista”.

Na verdade, o protagonismo da UDN — partido oposicionista no pós-guerra — nas denúncias de corrupção apenas confirma esse padrão. Durante o regime militar, a oposição assumiu esse papel, e Paulo Maluf tornou-se o símbolo da corrupção. Brizola chegou a se referir ao PT como a “UDN de macacão. O partido centrou fogo contra as rachadinhas do clã Bolsonaro.

Quem detém a caneta para nomear e contratar é o chefe do Executivo; na expressão precisa de Rui Barbosa, “o Presidente é o grande Nomeador, o grande Contratador”.

DISTRIBUIR BENS – Nomear e contratar significa, em última instância, distribuir bens privados —empregos, renda e benefícios locais. Já a oposição só pode oferecer promessas de bens públicos, de impacto difuso: governo limpo, transparência, democratização e crescimento futuro.

O atual noticiário sobre corrupção não poderia surgir em momento mais delicado para o governo Lula 3 —o que explica o esforço midiático incomum para controlar as repercussões do caso potencialmente mais explosivo: o do INSS. Igualmente reveladora foi a recusa do líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas, em aceitar o ministério após a queda de Juscelino.

Em uma coluna ainda em 2024, analisei a erosão sem precedentes da reputação e do capital político de Lula, sugerindo que múltiplos fatores o enfraquecem e o transformam em um “pato manco”.

SEM GANHOS – Concluí, à época, que, “para os parceiros da coalizão, os ganhos de participar do governo são decrescentes com o tempo”. Como político inelegível, seu poder de barganha diminui diante da incapacidade de formular promessas críveis —já que estas pressupõem a continuidade no cargo. No caso de Lupi, foram logo nomeando o ex-deputado do PDT que já trabalhava com ele.

A recusa do deputado apenas confirma essa previsão. Os ganhos de estar no governo estão em queda, e o Planalto perde rapidamente sua força gravitacional. De qualquer modo a presidência vertebra nosso sistema político, mesmo enfraquecida.

O impacto de escândalos de corrupção sobre a avaliação de governos é mais severo quando a economia vai mal, como conclui Zechmeister em “The Varying Political Toll of Concerns About Corruption in Good Versus Bad Economic Times”. Isso cria incentivos para a concessão de benefícios privados, consequentemente, para a expansão dos gastos públicos.

Auditoria do TCU vai apurar omissão do BC ao fiscalizar os CDBs do Master

TCU abre auditoria sobre contratos do Ministério da Saúde | Metrópoles

Técnicos do TCU estão investigando o balanço do Master

Daniel Weterman
Estadão

A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) sugeriu uma auditoria no Banco Central para apurar se houve omissão do órgão na fiscalização das vendas de Certificados de Depósitos Bancário (CDBs) e de seus impactos no Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

O pedido atinge o Banco Master, questionado no mercado financeiro em função das operações envolvendo esses papéis. O Master recebeu uma oferta de compra do BRB (Banco de Brasília), estatal do Distrito Federal, que ainda não foi aprovada pelo BC. Enquanto isso, negocia outros ativos com bancos privados.

FARÁ AUDITORIA – A recomendação da área técnica será avaliada em um processo do TCU relatado pelo ministro Jhonatan de Jesus. Os deputados Caroline de Toni (PL-SC) e Carlos Jordy (PL-RJ) acionaram a Corte de Contas para apurar a regularidade da venda do Master e se houve omissão do Banco Central na supervisão do banco.

A área técnica entendeu que não cabe ao tribunal analisar a negociação, mas sim realizar uma auditoria no trabalho do BC sobre essas operações.

“Essa fiscalização terá como objetivo avaliar os riscos relacionados ao crescimento do volume de operações de depósito a prazo, com foco em Certificados de Depósitos Bancários, e os possíveis impactos no Fundo Garantidor de Créditos e demais instrumentos utilizados para garantir a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional”, diz o parecer da Secretaria de Controle Externo de Contas Públicas do TCU.

DENÚNCIA DO ESTADÃO – A representação é baseada em reportagem do Estadão que mostrou que ganhos atípicos do Master ajudaram a turbinar o resultado da instituição em 2024.

O Master se notabilizou por oferecer CDBs a pessoas físicas prometendo pagar até 140% do CDI – ou seja, uma captação cara e com rentabilidade bem acima da média do mercado. Os papéis tem cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que indeniza até R$ 250 mil por CPF e por instituição bancária.

O risco de o Master não honrar os pagamentos é motivo de preocupação no mercado financeiro, pois forçaria os bancos privados a fazer aportes do FGC para cobrir o rombo. Executivos tanto do Master quanto do BRB reconhecem que esse modelo se exauriu, mas ainda há obstáculos no caminho, como uma fatura de R$ 7,6 bilhões a honrar ainda no primeiro semestre deste ano.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Os administradores do Master abriram a goela demais e agora estão diante de uma encrenca monumental. A imagem do banco não vale uma moeda de dois reais. O que ainda tem valor são alguns ativos que estão sendo avaliados, mas dois deles não possuem liquidez – precatórios e títulos creditícios. Lula botou Gabriel Galípolo, presidente do BC, para tentar vender o Master, mas parece ser missão impossível. (C.N.)

Pressão nos bastidores para retirar apoio à CPI do Master no Senado

União Brasil e Progressistas (PP) oficializam federação partidária - União  Brasil

Nogueira (PP) e Rueda (União) tentam desmontar a CPI

Rafael Moraes Moura
O Globo

Antes mesmo de ser oficialmente instalada, a CPI do Banco Master já é alvo da pressão e movimentação nos bastidores do Senado. Dois parlamentares que haviam endossado o requerimento de abertura decidiram, ao longo dos últimos dias, retirar a assinatura de apoio: Carlos Viana (Podemos-MG) e Cleitinho (Republicanos-MG). E a lista de desistentes ainda pode aumentar.

Procurada pela equipe da coluna, a assessoria de Cleitinho alegou que o senador “preferiu focar na CPI do INSS”. Disse, ainda, que ele não conhece Vorcaro. Já Viana não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.

COMPRA DE AÇÕES – O pano de fundo da CPI, capitaneada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), é a controversa compra de ações do Master pelo BRB, banco estatal de Brasília, que está na mira do Ministério Público e provocou mal-estar na cúpula do governo do Distrito Federal, conforme informou o blog.

O negócio está sendo feito sob as bênçãos do presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira, do Piauí, e do presidente do União Brasil, ex-deputado Antonio Rueda, do Acre, que são próximos de Vorcaro.

Mesmo com o recuo de Viana e Cleitinho, restam a assinatura de 27 senadores – de partidos como PL, Novo, PDT, Podemos, PSD, Republicanos, MDB, PT e até do União Brasil (Sergio Moro e Márcio Bittar) – justamente o número mínimo exigido para a instalação CPI no Senado.

MAIS APOIO – Izalci, porém, alega não ter protocolado o pedido de CPI ainda porque pretende angariar mais apoio, para ter uma “gordura” caso mais parlamentares desistam de apoiar a criação do colegiado – o que já é considerado provável nos bastidores da Casa por conta das sinalizações de alguns senadores.

No requerimento de instalação da comissão, Izalci aponta que a aquisição pelo BRB “levanta preocupações sobre o uso inadequado de recursos públicos para resgatar uma instituição privada em dificuldades”.

A CPI pretende investigar detalhadamente os balanços do Master, os relatórios de supervisão do Banco Central e da CVM, além dos termos da negociação com o BRB, “buscando identificar omissões específicas e avaliar a adequação das normas vigentes”.

SABER A VERDADE – “A população quer — e merece — a verdade sobre esse assunto e espera que os parlamentares correspondam esses anseios legítimos por transparência”, afirmou o senador Eduardo Girão (Novo-CE), que também apoia a CPI.

De acordo com os comunicados feitos pelo BRB, o banco estatal de Brasília pagará R$ 2 bilhões por 58% do patrimônio líquido do Master.

O negócio ainda está sujeito à aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade.

Carlos Lupi é o quarto ministro de Lula demitido por atos de corrupção

Lupi admite que sabia das fraudes no INSS

Lupi sentia de perto o cheiro da podridão no seu ministério

Thais Herédia
CNN

Carlos Lupi é o 11º ministro a deixar o governo Lula – e o 4º a sair por causa de denúncias de corrupção. A nova crise, que veio se formando em Brasília com o escândalo dos descontos do INSS, pega o presidente Lula quando ele ensaiava uma recuperação em sua popularidade.

O problema agora mergulha na perversidade, com o roubo de milhões de aposentados há pelo menos nove anos, mas com uma escalada imensa a partir de 2023.

LULA FRÁGIL – Desde que o próprio governo expôs o caso empacotado numa missão de caça aos corruptos, o desenrolar dos fatos tirou Lula do papel de condutor e o colocou numa posição de fragilidade política.

E havia o medo de perder o PDT, um dos aliados mais fiéis do Partido dos Trabalhadores, circunstância que fez Lula manter Carlos Lupi mesmo depois de o ministro ter admitido que sabia dos problemas com descontos há mais de dois anos.

E aqui se revela outra vulnerabilidade de Lula: está difícil achar quem queira fazer parte de seu ministério.

DEVOLVER TUDO – Para manter algum comando no processo, o governo diz que quer devolver os bilhões de reais tungados no esquema de corrupção, mas não sabe como – até porque, dinheiro não tem.

O ministro-marqueteiro Sidônio Palmeira, novo “solucionador de problemas” do Planalto, parece estar de “mãos atadas”, porque o marketing não convence o Congresso Nacional a desistir de uma CPI, nem faz desaparecer os descontos feitos debaixo do nariz do governo federal.

Assim, é grave a crise.

Lula caminha para 2026 buscando apoio dos políticos que querem eleger Tarcísio

PT patina em oposição a Tarcísio e fragiliza Lula em São Paulo, maior  colégio eleitoral do País - Estadão

Se Bolsonaro não atrapalhar, Tarcísio vence Lula em 2026

Ranier Bragon
Folha

O anúncio do presidente da República de que é “candidatíssimo” à reeleição no ano que vem, feito em jantar com deputados no último dia 23, soou a congressistas como uma tentativa de afastar a sensação de um fim antecipado da era Lula (PT), mas os prognósticos na sua base de apoio continuam com viés negativo.

A Folha ouviu congressistas e dirigentes das cinco legendas, que somam quase metade do tamanho da Câmara —240 deputados. Os cinco partidos de centro e de direita que compõem sua coalizão —União Brasil, PSD, MDB, PP e Republicanos— são fontes constantes de instabilidade, não asseguram apoio à possível tentativa do petista de tentar um quarto mandato e, mais do que isso, são entusiastas da possível candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

GRAU DE DIFICULDADE – Uma situação simboliza o grau de dificuldade: o fato de a prometida reforma ministerial se arrastar há seis meses sem sair do papel.

Em 2024, aliados de Lula pregavam a necessidade de dança de cadeiras após as eleições municipais, cotejando a força demonstrada por cada um e privilegiando os que se comprometessem a cerrar fileiras na campanha do PT em outubro de 2026.

Passados seis meses, só peças do próprio PT foram trocadas, além de duas que não têm relação com acomodação da base: Carlos Lupi (Previdência), do PDT, pelo escândalo do INSS, e Juscelino Filho (Comunicações), do União Brasil, pela denúncia contra ele da Procuradoria-Geral da República.

BATE-CABEÇA ADICIONAL – Essa última se deu ainda em meio a um bate-cabeça adicional. O líder da bancada na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), foi escolhido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), se reuniu-se com o governo, recebeu o convite, aceitou e foi anunciado pela ministra Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto.

Dias depois, recuou devido à artilharia interna contra o governo, um sintoma, de resto, que em maior ou menor grau está em todos os outros quatro partidos da aliança.

Até para alguns dos mais próximos ao Planalto há a avaliação de que a reforma ministerial não saiu ainda porque não há perspectiva de bons resultados para o governo.

FUGINDO DE LULA – As cinco legendas têm 11 ministérios, mas nenhum dirigente, líder ou deputado ouvido pela Folha assegurou adesão à possível candidatura de Lula.

Tão preocupante quanto para o governo é o fato, também disseminado entre essas legendas, de que uma possível candidatura de Tarcísio teria o condão de unir as forças políticas fora da esquerda.

O que é dito abertamente pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, figura simbólica dessa “base infiel”, já que comanda legenda com três ministérios ao mesmo tempo em que é secretário e entusiasta do governador de São Paulo. E, apesar do aparente paradoxo, deputados dizem não esperar mexidas relevantes no tabuleiro governamental no futuro próximo.

SEMPRE FISIOLOGISTAS – Primeiro, os cinco aliados incômodos de Lula têm amplo histórico —alguns mais do que outros— de fisiologismo, não sendo razoável supor que abandonariam cerca de um ano garantido de acesso à máquina federal.

Segundo, o PT não dispõe de força no Congresso Nacional para prescindir dessas alianças, mesmo que indigestas. O prazo para definições mais cabais em relação a 2026 é em outubro, dizem uns —ou seja, um ano antes da eleição—, ou o primeiro semestre do ano que vem, dizem outros.

Há também muitas variáveis. Entre elas: Tarcísio irá se candidatar à Presidência ou tentará a reeleição em São Paulo? Jair Bolsonaro (PL) conseguirá recuperar a elegibilidade? Se não, apoiará ou pressionará Tarcísio a se lançar? Ou escolherá alguém da própria família, como os filhos Flávio e Eduardo?

OUTRAS VARIÁVEIS – A economia, incluída a inflação de alimentos, estará no mesmo patamar, irá piorar ou melhorar? A popularidade de Lula, que atingiu o pior nível em fevereiro, irá se recuperar?’’

O presidente, que estará para completar 81 anos em pleno segundo turno da eleição, tentará mesmo um quarto mandato?

Apesar de ter se classificado como “candidatíssimo” em abril, dois meses antes ele mesmo já citou a própria idade e disse que não sabia se será candidato ou não. “Eu tenho 79 anos, não posso mentir para ninguém nem para mim. Se eu tiver 100% de saúde, como estou hoje…”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Excelente análise do Ranier Bragon. A única pessoa que pode eleger Lula tem sobrenome -Bolsonaro, seja Jair, Eduardo, Flávio ou Michelle, não importa. Há meses que afirmamos aqui – se Tarcísio for candidato, apoiado por Bolsonaro ou não, derrotará Lula com facilidade. É o que pensa a classe política, é o que quer a classe política. (C.N.)

Disputa entre EUA, China e Europa beneficiará Brasil e América Latina

James Ferguson Web

Charge do Ferguson (Financial Times)

Jamil Chade
do UOL

Em 2017, a União Europeia perdeu para a China sua posição histórica como maior parceiro comercial do Mercosul. O comércio da China com o Mercosul alcançou aproximadamente US$ 190 bilhões em 2023, cerca de 18 vezes o montante de 2003. E em 2023, a China foi responsável por 26,7% do comércio externo do bloco, contra 16,9% da UE e 13% dos EUA.

Embora ainda não haja um acordo de livre comércio entre a China e o Mercosul, Pequim indicou seu interesse estratégico na região ao anunciar que aumentaria o comércio bilateral com a América do Sul para US$ 500 bilhões até 2025 e investiria US$ 250 bilhões na região.

BRAÇOS ABERTOS – A maioria dos países membros do Mercosul já enfatizou seu desejo de aumentar os laços com a China. O Uruguai está em negociações com a China sobre um acordo comercial bilateral desde 2021 e também tem pressionado por uma parceria mais ampla do Mercosul com o país asiático.

Lula expressou seu apoio à possibilidade de buscar um acordo com a China. O Paraguai também está tentando obter acesso ao mercado chinês por meio de um acordo comercial entre Pequim e o Mercosul. Até mesmo o presidente da Argentina, Javier Milei, que anteriormente tinha uma postura crítica em relação à China, mudou para uma forma cada vez mais pragmática de colaboração.

A constatação dos europeus é de que a América Latina se transformou no segundo maior receptor de investimento direto chinês, depois da Ásia, num total de US$ 187,5 bilhões.

OFENSIVA CHINESA – Ainda que o número seja inferior aos US$ 765 bilhões de investimentos dos europeus, é o padrão do envolvimento chinês que preocupa.

“Cerca de dois terços dos investimentos chineses estão nas áreas de energia, matérias-primas e mineração”, diz o relatório. As matérias-primas, de fato, representaram 46% do investimento de 2015 a 2021. Os projetos de metais e minerais críticos têm sido um foco importante para os investidores chineses, representando 98% do seu investimento total em mineração.

No Brasil, a China possui e opera mais de 300 usinas de energia elétrica e 50% da geração de energia hidrelétrica de São Paulo, o que, combinado, constitui 10% da capacidade total de geração de energia do país. No Chile, 57% da distribuição de eletricidade pertencem a empresas chinesas.

DINHEIRO À VONTADE – Os dois bancos de desenvolvimento chineses — o CDB (Banco de Desenvolvimento da China) e o Exim (Banco de Exportação e Importação da China) — emprestaram mais de US$ 141 bilhões aos países da América Latina desde 2005, mais do que o Banco Mundial, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina juntos.

Para os europeus, portanto, a China é uma “rival na corrida por matérias-primas essenciais”.

“A transição global para a energia renovável e os veículos elétricos aumentou a importância estratégica da América Latina para a China, especialmente devido à sua necessidade de matérias-primas essenciais, como lítio, cobre e nióbio”, diz o relatório da União Europeia. Hoje, a China é o principal comprador das matérias-primas da América Latina. Em 2023, ela foi responsável por 34% das exportações minerais da região.

MATÉRIAS-PRIMAS – A questão, porém, é que, das 34 matérias-primas consideradas primordiais pela União Europeia, 25 são extraídas na América Latina.

“A América Latina, em especial a América do Sul, é rica principalmente em lítio e cobre, que são essenciais para as tecnologias de energia renovável e para a produção de baterias de íon-lítio usadas em laptops, smartphones e veículos híbridos e elétricos”, dizem os europeus no relatório.

As projeções da ONU (Organização das Nações Unidas) indicam que, até 2050, a demanda de lítio poderá aumentar em mais de 1.500%. Somente a demanda da UE por lítio deverá aumentar 12 vezes até 2030 e 21 vezes até 2050.

JAZIDAS DE LÍTIO – De acordo com o US Geological Survey de 2024, a Argentina, a Bolívia e o Chile — conjuntamente chamados de “triângulo do lítio” — detêm cerca de metade dos recursos de lítio estimados no mundo.

Além do triângulo do lítio, outros países latino-americanos, como o Brasil e o Peru, estão explorando suas potenciais reservas desse elemento.

O levantamento revela que, desde 2018, a China investiu US$ 11 bilhões na extração de lítio na América Latina. Empresas de mineração chinesas, como Ganfeng, Tianqi e Zijin, obtiveram acesso parcial ou total a jazidas minerais em todo o mundo, inclusive na América Latina. Juntas, as empresas chinesas compraram metade das maiores minas de lítio do mundo.

AVANÇO DA CHINA – Um negócio notável ocorreu em janeiro de 2023, quando um consórcio de empresas chinesas (CATL, Brunp e CMOC) investiu US$ 1,4 bilhão na construção de duas plantas de extração de lítio na Bolívia em parceria com a boliviana YLB.

Do ponto de vista da UE, diz o estudo de seus especialistas, “a questão é como reagir à presença cada vez maior da China, especialmente no contexto da necessidade urgente da UE de um fornecimento [diversificado] de matérias-primas essenciais para dominar a transição limpa e digital de sua economia”.

Apesar de expandir suas relações comerciais globais com a América Latina, a UE vem perdendo participação de mercado nos últimos 25 anos. Ainda assim, a avaliação do bloco é de que a UE poderia se apresentar aos países da América Latina como uma “alternativa mutuamente benéfica, sustentável e mais atraente” diante da tensão entre EUA e China.

ACORDO COM MERCOSUL – “Entretanto, um teste decisivo para a UE e seu objetivo de fortalecer os laços com a América Latina certamente será o acordo de parceria UE-Mercosul”, insiste o documento.

A Europa admite que vive uma situação desconfortável e que perdeu a oportunidade de realizar uma cúpula com a região por mais de oito anos, de 2015 a 2023. Além disso, a diplomacia de vacinas da UE durante a pandemia de Covid-19 prejudicou sua reputação e credibilidade aos olhos dos países do Sul Global.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, o comércio entre a China e a América Latina cresceu 26 vezes entre 2000 e 2020, passando de US$ 12 bilhões para US$ 315 bilhões. As projeções sugerem que esse comércio dobrará até 2035, atingindo mais de US$ 700 bilhões.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não mais que de repente, diria Vinicius de Moraes, o Brasil se transformou na cereja do bolo da disputa comercial entre Estados Unidos, União Europeia e China, numa corrida maluca que se intensificou na virada do século, quando os EUA eram hegemônicos, mas a China atropelou por fora e passou a ter toda pinta de que vai ganhar esse páreo. Espera-se que Lula da Silva, que se julga (?) o maior líder planetário, não atrapalhe muito o Itamaraty, a Apex e as entidades empresariais. (C.N.)

Lupi só saiu do cargo porque o esquema veio à tona, diz presidente do Novo

Lupi deve entregar o cargo nesta sexta, dizem auxiliares do governo | Jornal de Brasília

As impressões digitais de Lupi emporcalham o governo

Deu na Folha

O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, afirma que o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi só deixou o cargo porque o escândalo da fraude dos descontos associativos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) se tornou público.

“Carlos Lupi não pediu demissão porque acha que fez algo errado”, diz. “O ex-ministro não acha errado tirar dinheiro dos aposentados para financiar sindicatos e entidades coletivas. Essa medida é consenso na esquerda. Lupi só saiu do cargo porque o esquema veio à tona. E ficou feio.”

O QUE DIZ LUPI – Ao comunicar a decisão, Lupi alegou que seu nome “não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso, que apuram possíveis irregularidades no INSS”.

No Ministério, ele foi substituído por Wolney Queiroz (PDT-PE), que era secretário-executivo da Previdência e foi empossado na noite desta sexta-feira como novo ministro.

Segundo a investigação, descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS criados no governo Dilma, em 2016, ganharam força a partir de 2019, no mandato do então presidente Jair Bolsonaro (PL), e atingiram a casa dos bilhões a partir de 2023, no terceiro mandato de Lula.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– As digitais de Carlos Lupi estão registradas nesse escândalo que escancara a corrupção que caracteriza os governos do PT. (C.N.)

Mais escândalo! Banco da Amazônia, que é estatal, também “investiu” no Master

OPERAÇÃO DE RISCO | Banco da Amazônia comprou R$ 40 milhões em títulos sem  garantia do Banco Master; instituição diz que processo de aprovação seguiu  políticas e normas internas 🔗 Leia aMariana Carneiro
Estadão

O Banco da Amazônia, que é controlado pelo governo federal, investiu duas vezes no Banco Master no ano passado, quando a instituição já fazia ofertas agressivas de CDBs a taxas muito acima das praticadas no mercado, e era alvo de preocupação do Banco Central e de agentes do setor bancário.

Em abril de 2024, o Banco da Amazônia (Basa) comprou R$ 25 milhões em letras financeiras do Master — um tipo de título que não tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Dois meses depois, em junho, houve nova operação, e o Basa comprou mais letras financeiras — cerca de R$ 15 milhões.

TUDO NORMAL… – Procurado, o banco estatal informou que as operações com o Master somaram R$ 39 milhões e que “o processo de aprovação seguiu todas as políticas e normas do Banco da Amazônia e está alinhada com o Plano de Aplicação dos recursos da Tesouraria, tendo sido validado pelas áreas técnicas e aprovado por todas as instâncias colegiadas do Banco da Amazônia”. O Banco Master preferiu não comentar.

As operações chamaram a atenção porque não era comum o banco estatal investir em títulos de maior risco, com rating inferior a A, sem a garantia do FGC. Na ocasião, o Banco Master era classificado como BBB pela agência Fitch.

Em meio às negociações de venda de parte do Master para o Banco Regional de Brasília (BRB), banco estatal do Distrito Federal, não se sabe com quem vai ficar o compromisso de honrar o investimento feito pelo Basa no futuro. Os títulos têm vencimento no horizonte dos próximos dois anos.

COMPRA SELETIVA – O BRB tem dito que, após uma auditoria em curso, selecionará os ativos do Master que pretende incorporar e só pretende ficar com o que o classifica como “good bank”.

A parte que sobrar ainda é objeto de interrogação, com a negociação envolvendo os maiores bancos privados do País e o Banco Central — uma vez que o FGC, que é controlado pelo setor bancário privado, pode ser chamado a honrar compromissos apenas com poupança e CDB. O Banco da Amazônia é estatal, de controle federal, e é presidido por Luiz Moreira Lessa. A indicação dele é atribuída ao senador Eduardo Braga (MDB-AM). Procurado, Braga não se manifestou.

A operação com o Basa é o primeiro caso que ilustra que não apenas fundos de pensão, mas também bancos estatais compraram títulos do Master sem a garantia do FGC.

FUNDOS DE PENSÃO – Como mostrou o Estadão, pelo menos cinco fundos de pensão de servidores de Estados e municípios compraram letras financeiras do Master, como o fundo de previdência dos servidores do Rio de Janeiro e o do Amapá.

Em julho de 2024, reportagem do jornal O Globo mostrou que operação semelhante, de venda de letras financeiras no valor de R$ 500 milhões para a Caixa, foi brecada pelo parecer de dois funcionários do banco que apontou alto risco em uma ação considerada atípica. Pouco depois, eles foram afastados de seus cargos. O banco é presidido por Carlos Vieira, indicado pelo deputado e ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

Segundo dados do seu balanço, o Banco Master tinha, ao final do ano passado, R$ 2,1 bilhões emitidos em letras financeiras − mais de quatro vezes o que tinha em dezembro de 2023, R$ 486 milhões.

BC CRIOU TRAVAS – A emissão de letras financeiras foi uma resposta à norma baixada pelo Banco Central em dezembro de 2023 e que, segundo fontes do setor bancário, mirava o Banco Master.

A norma criou travas e um desincentivo à captação excessiva de recursos via CDBs. Àquele momento, agentes do mercado já demonstravam preocupação com a oferta crescente desses títulos usando como propaganda o seguro do FGC − o fundo garante até R$ 250 mil por CPF em caso de quebra de uma instituição bancária.

Em dezembro de 2024, o Master informou ter R$ 49 bilhões em CDBs no mercado, quase 40% do total de recursos no FGC, de R$ 132 bilhões.

NOVA “EXPLICAÇÃO” – Após a publicação da reportagem, o Basa enviou nova nota à reportagem, em que afirma que tem, em carteira, R$ 1,7 bilhão em títulos privados, “entre debêntures, letras financeiras e fundos de investimentos, sendo uma prática corriqueira para um banco comercial como é o Banco da Amazônia”.

“No caso em análise, o Banco da Amazônia realizou operação de aquisição de R$ 39 milhões de Letras Financeiras Seniores do Banco Master entre abril e junho de 2024, com prazo de vencimento de menos de dois anos, padrão para a modalidade. Quando da aquisição, o rating do Banco conforme avaliação da Fitch Ratings era de baixo risco de inadimplência BBB“, afirma a nota.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Os dirigentes do Basa estão apavorados e chegam a inventar “baixo risco” do investimento no Master. Porém, ao contrário do que alegam, o índice BBB é indicativo de que há algum risco, porque o nível seguinte é BB e já significa investimento de risco, não recomendável. Outro detalhe: o Banco Master informou ter mais de 700 mil clientes de CDBs. Se for verdade, a correria deve estar intensa, porque hoje a imagem do banco já é de altíssimo risco, porque grande parte dos ativos não tem liquidez (precatórios e títulos creditícios). E assim a venda do Master vai se transformando num escândalo palpável. (C.N.)

Ministros do STF querem reduzir penas, mas não aceitam admitir que erraram

Alexandre de Moraes e o golpe, Leite interrompe as férias e outras frases  da semana | GZH

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Cézar Feitoza
Folha

Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) atribuem ao Congresso Nacional a iniciativa de buscar uma alternativa para a redução de penas dos condenados pelos ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro. A proposta de alterar o Código Penal para mudar a dosimetria das condenações foi discutida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e ao menos três ministros do Supremo.

Eles negam ter dado aval à proposta em gestação no Congresso. Sinalizam, porém, que não devem resistir ao projeto de lei, segundo três ministros afirmaram à Folha.

NA FORMA DA LEI – Uma ala mais política do Supremo, que tem Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes como expoentes, diz que o tribunal tem aplicado nos casos de 8 de janeiro as penas previstas na Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito, aprovada pelo Congresso em 2021.

De acordo com essa perspectiva, as críticas às penas elevadas para os denunciados por golpe de Estado deveriam ser dirigidas aos congressistas, e não ao Supremo. O ajuste na legislação, como propõe Alcolumbre, seria uma confissão do Legislativo, disse um ministro sob reserva.

Essa ala no Supremo tem defendido que o STF conseguiria conter a crise, com a ofensiva bolsonarista por anistia, analisando individualmente os processos contra os condenados. Essa tática envolve conceder prisões humanitárias, soltar presos provisórios e autorizar a progressão de penas ao longo deste ano.

MORAES RELAXA – Relator de mais de 1.500 processos do 8 de janeiro, Moraes chegou a colocar a estratégia em prática. De 28 de março até 30 de abril, ele determinou a soltura de 28 denunciados pelos ataques aos três Poderes. Os casos envolvem presos provisórios e condenados com problemas de saúde.

O movimento foi entendido no Supremo como um gesto do ministro pela pacificação. Moraes também liberou para julgamento no último mês somente casos de pessoas que estavam acampadas no Quartel-General do Exército, cujas penas de um ano de reclusão são substituídas pela obrigação de fazer um curso sobre democracia e prestar serviços comunitários.

Desde 28 de março, o Supremo julgou 40 casos do 8 de janeiro. Todos foram condenados a somente um ano de reclusão —exceto a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, cujo julgamento foi liberado por Luiz Fux após pedido de vista (mais tempo para análise).

SEM ANISTIA – Outros dois ministros ouvidos pela Folha dizem ser favoráveis à proposta de redução de penas como alternativa à anistia irrestrita apoiada pelos bolsonaristas. Eles rejeitam, porém, a tese de que a mudança no Código Penal seja fruto de um acordo institucional entre o Legislativo e o Judiciário.

“A solução para quem acha que as penas foram excessivas é uma mudança na lei. Não acho que seja o caso de anistia, porque anistia significa perdão. E o que aconteceu é imperdoável. Mas redimensionar a extensão das penas, se o Congresso entender por bem, está dentro da sua competência”, disse Barroso em entrevista ao jornal O Globo publicada no início da semana.

BENEFÍCIO AOS RÉUS – Segundo o ministro, uma mudança na lei poderia beneficiar as pessoas que já foram condenadas pelos ataques às sedes dos Poderes. Outros integrantes do STF dizem que o caminho para uma revisão das penas após eventual mudança na legislação seria a análise de um habeas corpus coletivo para os condenados.

Haveria, no entanto, uma divisão entre aqueles que lideraram a tentativa de golpe e aqueles que participaram do ato de 8 de janeiro na multidão que invadiu os prédios. A separação exata depende dos termos da lei a ser aprovada pelo Congresso.

A eventual redução das penas implicaria a soltura de grande parte dos cerca de 120 presos pelos ataques, uma vez que a progressão de regime é permitida a partir do cumprimento de um sexto da pena. Uma versão inicial da proposta para reduzir as penas das pessoas que participaram dos ataques foi elaborada pela equipe de consultoria legislativa subordinada ao presidente do Senado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Moraes errou feio e Fux demorou a acordar. O resultado aí está – penas injustas e sem justificativa, erros primários de duplicação de crimes, posições vexatórias e sem sustentação na lei, uma confusão dos diabos. Agora querem limpar a lambança sem usar alvejante e ácido muriático. Não vai dar certo. (C.N.)

Para combater corrupção no governo Lula, é preciso mais democracia, e não menos

BELA, RECATADA E ENVERGONHADA" SOBRE A CHARGE ACIMA RESPONDA: O SIGNIFICADO  DA PALAVRA DEMOCRACIA ESTÁ - brainly.com.br

Charge do Duke (Jornal O Tempo)

Diogo Schelp
Estadão

A campanha presidencial de 2022 teve, no segundo turno, um ex-presidente que ficou 580 dias preso por corrupção e um incumbente que se arvorava de ser o paladino da ética na política, mas fez o que pôde para enterrar a Operação Lava Jato, sem falar nas revelações de funcionários fantasmas em seu gabinete nos tempos de deputado e nos escândalos de rachadinhas e compra de imóveis em dinheiro vivo envolvendo seus filhos políticos.

Apesar dos próprios enroscos, Jair Bolsonaro bem que tentou enfraquecer Lula com a memória dos grandes esquemas de corrupção nos governos petistas.

TEMA DESGASTADO – Não deu certo. Os eleitores demonstraram estar anestesiados para a dor da corrupção, que naquele ano caiu várias posições no ranking das maiores preocupações dos brasileiros. O tema só sobreviveu com força no núcleo duro do bolsonarismo, no qual serviu, como ainda serve, de justificativa para o desejo de ruptura com a ordem democrática.

A corrupção é um mal que só poderia ser extirpado à força — uma ideia sintetizada na frase, falaciosa, de que “na ditadura não era assim”.

Nas últimas semanas, a associação entre Lula e corrupção ganhou novo fôlego. Juscelino Filho, mantido no cargo de ministro das Comunicações durante meses apesar de contundentes suspeitas de corrupção, enfim se viu obrigado a pedir demissão após ser denunciado pela PGR, não sem antes indicar seu sucessor.

FARRA DO INSS – Em seguida, um esquema de fraude bilionária no INSS que se arrasta desde o primeiro mandato de Bolsonaro, estourou no colo do atual governo, derrubando o presidente do órgão e colocando pressão sobre o ministro Carlos Lupi, da Previdência Social.

Por fim, em um rescaldo da Lava Jato, o STF determinou a prisão do ex-presidente Fernando Collor por corrupção e lavagem de dinheiro em um esquema possibilitado anos atrás por ninguém menos que Lula, que deu ao antigo adversário o controle de um naco da Petrobras.

Os arautos da solução autoritária para a corrupção já estão aproveitando o momento para colocar as manguinhas de fora. Exploram o fato de que algumas das qualidades da democracia, como a transparência e a livre circulação de informação, também têm o efeito de revelar fatos que reduzem a confiança nas instituições.

MAIS DEMOCRACIA – No entanto, isso só prova que, para promover a ética na política, é preciso mais democracia, não menos, pois é nesse sistema que se pode ter conhecimento dos maus-feitos e cobrar que gestores públicos prestem contas de seus atos.

Tanto é assim que o Índice de Percepção de Corrupção, medido pela instituição Transparência Internacional, em média, é muito mais baixo nos países democráticos do que em nações com regimes ditatoriais.

Seria uma boa notícia se os brasileiros voltassem a ter consciência da dor da corrupção para poder tratá-la, mas sem cair em tentações autoritárias.

Piada do Ano! Novo ministro também sabia que havia fraude na Previdência

Quem é Wolney Queiroz, que assume o Ministério da Previdência após a saída  de Lupi

Wolney Queiro era parceiro do PT na fraude do INSS

Gabriela Prado
CNN , Brasília

O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), estava presente na reunião do Conselho Nacional do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) em que a conselheira Tonia Galleti alertou sobre os descontos de mensalidades dos aposentados. A informação consta na ata da reunião de 12 de junho de 2023.

De acordo com o documento, o atual ministro da Previdência se pronunciou em duas ocasiões no encontro. A lista de presença também registra o nome de Wolney na reunião.

FORA DA PAUTA – Na reunião, Tônia Galletti pediu a inclusão do assunto na pauta, o que foi negado, a pretexto de que os assuntos da reunião já estavam elaborados.

No encontro, a conselheira ainda reforçou o pedido para a discussão sobre os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) de entidades que possuem desconto em mensalidade, “tendo em vista as inúmeras denúncias feitas”.

Lupi, que presidia a reunião, registrou que a solicitação era “relevante”, mas afirmou que não poderia discutir já que era necessário um “levantamento mais preciso” e solicitou que o tema fosse pautado como primeiro item da reunião seguinte.

Em seguida, o conselheiro Hélio Queiroz fala sobre incluir a discussão “debate sobre fraudes no primeiro benefício de pagamento”.

CONVERSA PESSOAL – Na primeira manifestação do atual ministro naquela reunião, a ata afirma que Wolney Queiroz: “recordou que, na última reunião após a ausência do Presidente, houve alguns questionamentos relacionados à Dataprev, para os quais se convencionou a realização de convite ao presidente da empresa, Sr. Rodrigo Assunção, para prestar os esclarecimentos.

Queiroz disse também que o Presidente lhe recomendou que fizesse, primeiramente, uma conversa pessoal com o Sr. Rodrigo Assunção. Assim, concluiu que o ideal seria um convite feito para a próxima reunião”.

A CNN procurou Wolney Queiroz e aguarda um pronunciamento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nada de novo no front ocidental. Com a nomeação de Wolney Queiroz para o lugar de Carlos Lupi, o presidente Lula da Silva conseguiu trocar seis por meia dúzia, como se dizia antigamente. São membros da mesma quadrilha e prontos a se ajudarem mutuamente. Se depender de Lula e da cúpula da Previdência, os responsáveis ficarão todos impunes. A fraude no INSS era para fortalecer os sindicatos e o próprio PT de Lula. Ou alguém acha o contrário. (C.N.)

Filho de Lewandowski é advogado de dois envolvidos no escândalo do INSS

Ministro Ricardo Lewandowski é questionado na Comissão de Segurança da Câmara

Piada do Ano! Lewandowski alega que não há ilegalidade

Johanns Eller e Malu Gaspar
O Globo

O vínculo profissional do filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, com associações na mira da Polícia Federal (PF) no caso dos descontos irregulares nas pensões de aposentados do INSS é mais amplo do que o inicialmente noticiado. Além do Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap), Enrique Lewandowski também advoga para a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), que captou R$ 231 milhões no esquema.

Uma procuração à qual a equipe da coluna teve acesso mostra que Enrique é um dos profissionais do escritório Panella Advogados constituídos para representar a Ambec em uma ação do Tribunal de Contas da União (TCU) que, após uma auditoria da corte, detectou irregularidades em descontos sem o consentimento dos pensionistas ainda em 2024 e determinou uma série de medidas cautelares a serem cumpridas pelo INSS.

BLOQUEIOS AUTOMÁTICOS – Entre as medidas estava o bloqueio automático de novos descontos que eram repassados para pelo menos 11 sindicatos e associações investigadas pela Polícia Federal e o ressarcimento dos valores subtraídos de forma inadequada, bem como a identificação das entidades suspeitas de fraude.

O documento foi assinado em 6 de março deste ano, um mês e meio antes da operação Sem Desconto da PF, que afastou o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e mirou outros dirigentes do instituto, além de 11 associações e sindicatos suspeitos de se beneficiarem do esquema, lobistas e sindicalistas.

O portal Metrópoles já havia revelado que o escritório onde Enrique Lewandowski trabalha havia sido contratado para representar a Cebap, entidade citada nas investigações que teria recebido R$ 139 milhões, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU).

DIZ LEWANDOWSKI – Questionado por parlamentares na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados na última terça-feira (29) sobre os potenciais riscos de conflito de interesses, uma vez que o Ministério da Justiça chefia a Polícia Federal, Lewandowski, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), se esquivou.

“Alguns escritórios de advocacia no ano passado foram contratados para regularizar a situação (das entidades). São atuações perfeitamente legais. Não há nenhuma atuação no Ministério da Justiça. Nós esquadrinhamos e não há nenhuma petição, audiência, requerimento, absolutamente nada que possa comprometer a autonomia do ministério”, declarou o ministro da Justiça.

Ao todo, segundo dados da PF, R$ 6,3 bilhões foram recolhidos por associações e sindicatos a partir de descontos na aposentadoria de 6 milhões de brasileiros que jamais deram aval para o abatimento em suas contas pessoas.

DESCONTOS “OFICIAIS” – O esquema funcionava a partir dos chamados Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados entre o INSS e essas entidades.

O mecanismo previa descontos mensais nos benefícios de aposentados que, em tese, aderissem a serviços como seguro de vida, auxílio funeral e outros fornecidos por essas associações.

Apesar da norma estabelecida pelo TCU mandar usar a biometria para comprovar a anuência dos beneficiários, a investigação da PF indica que os envolvidos no esquema dentro do INSS – incluindo o agora ex-diretor Stefanutto – atropelaram o mecanismo e autorizaram centenas de milhares de descontos não autorizados.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É o filho do ministro Lewandowski contratado pelo esquema do INSS, é a mulher do ministro Alexandre de Moraes contratada pelo Banco Master, é a lama, é a lama, diria Tom Jobim. (C.N.)

Sindicato de Frei Chico, irmão de Lula, bateu recorde com a arrecadação ilegal

Frei Chico, irmão de Lula, comenta operação da PF

Frei Chico é apelido do irmão sindicalista do presidente

Deu em O Globo

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) bateu recorde em 2023 no recolhimento de mensalidades associativas por meio de aposentadorias e pensões do INSS, de acordo com dados da Polícia Federal (PF) que fazem parte das investigações de suspeitas de fraudes nesse tipo de dedução na folha de pagamentos do instituto.

O Sindnapi é uma das 11 entidades associativas alvo de medidas judiciais na operação deflagrada na semana passada pela PF e pela Controladoria Geral da União (CGU), de acordo com informações dadas pelo governo. A operação apura suspeitas de descontos irregulares nos benefícios pagos pelo INSS.

FREI CHICO – A entidade tem como diretor vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Uma planilha da Polícia Federal que faz parte dos documentos da investigação mostra que o montante de contribuições arrecadadas pelo sindicato saiu de R$ 17,588 milhões em 2019 para R$ 90,519 milhões cinco anos depois. Foi uma alta de 414% no período.

O valor arrecadado em 2023 foi o maior pelo menos desde 2019, o dado mais antigo disponibilizado pela Polícia Federal em seu relatório. Para 2024, as informações vão só até março e, naquele ano, havia sido arrecadado R$ 26 milhões nos primeiros três meses. O sindicato tinha 302.360 associados em janeiro de 2025, de acordo com informações do INSS.

irmão de Lula bateu recorde de arrecadação com desconto ilegal

Deu em O Globo

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) bateu recorde em 2023 no recolhimento de mensalidades associativas por meio de aposentadorias e pensões do INSS, de acordo com dados da Polícia Federal (PF) que fazem parte das investigações de suspeitas de fraudes nesse tipo de dedução na folha de pagamentos do instituto.

O Sindnapi é uma das 11 entidades associativas alvo de medidas judiciais na operação deflagrada na semana passada pela PF e pela Controladoria Geral da União (CGU), de acordo com informações dadas pelo governo. A operação apura suspeitas de descontos irregulares nos benefícios pagos pelo INSS.

FREI CHICO – A entidade tem como diretor vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Uma planilha da Polícia Federal que faz parte dos documentos da investigação mostra que o montante de contribuições arrecadadas pelo sindicato saiu de R$ 17,588 milhões em 2019 para R$ 90,519 milhões cinco anos depois. Foi uma alta de 414% no período.

O valor arrecadado em 2023 foi o maior pelo menos desde 2019, o dado mais antigo disponibilizado pela Polícia Federal em seu relatório. Para 2024, as informações vão só até março e, naquele ano, havia sido arrecadado R$ 26 milhões nos primeiros três meses. O sindicato tinha 302.360 associados em janeiro de 2025, de acordo com informações do INSS.

“Piada do Ano!” Lupi se demite e diz esperar que o escândalo seja apurado

Lupi repete roteiro e acumula pedidos de demissão em governos do PT | CNN  Brasil

A política precisa se livrar de Lupi, o mais rápido possível

Leonardo Ribbeiro
da CNN

Não é a primeira vez que Carlos Lupi decide deixar o primeiro escalão de governos petistas. Em meio a denúncias de fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ele pediu demissão do cargo de ministro da Previdência nesta sexta-feira (2).

Em 2011, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), Lupi também pediu para deixar a função de ministro do Trabalho, após acusações de que assessores dele cobravam propina para resolver pendências de Organizações Não-Governamentais (ONGs).

JATINHO ALUGADO – O pedetista foi denunciado ainda por ter viajado, em 2009, em um jatinho alugado por uma organização que obteve, posteriormente, contratos de projetos ligados ao ministério.

Além disso, a revelação de que Lupi era assessor-fantasma do PDT na Câmara dos Deputados também colaborou para seu afastamento. Ele teria somado, ilegalmente, cargos em Brasília e no Rio de Janeiro.

Quando as suspeitas foram tornadas públicas, Lupi chegou a dizer que duvidava que seria demitido. “Duvido que a Dilma me tire. Para me tirar só abatido à bala”, afirmou à época.

“EU TE AMO” – Dois dias depois, em comissão no Congresso, pediu desculpas à presidente e emendou um “eu te amo”, a que Dilma respondeu ironicamente: “Não sou propriamente romântica”. Na ocasião, o então ministro negou todas as acusações.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República chegou a recomendar à então presidente Dilma que exonerasse o ministro, com base nas denúncias. O grupo ainda advertiu Lupi por descumprir regras previstas no Código de Conduta da Alta Administração Federal.

Depois de resistir por 28 dias, com a imagem desgastada também por suas próprias declarações, o pedetista pediu demissão, antecipando-se, assim, a uma decisão de Dilma, que anunciaria sua exoneração no dia seguinte, seguindo a recomendação da Comissão de Ética.

AGUENTOU 9 DIAS – Agora, no governo de Lula da Silva, o pedido de demissão ocorre nove dias após o escândalo envolvendo fraudes em benefícios do INSS. Nas redes sociais, Lupi agradeceu o presidente da República pela “confiança” e “oportunidade”.

“Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso, que apuram possíveis irregularidades no INSS. Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula”, escreveu.

Após Lupi comunicar o presidente Lula, o Palácio do Planalto divulgou uma nota, na qual afirma que recebeu o convite do agora ex-ministro da Previdência. O comunicado ainda confirmou o convite do presidente para que o ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da Previdência, ocupe o cargo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Como se dizia antigamente, já vai tarde. Deveria abandonar o partido de Brizola, que tem cada vez menos importância na política. (C.N.)

Os sinais de ruptura global estão à nossa frente, e cada vez mais intensos

Trump e Zelensky batem boca em encontro tenso na Casa Branca sobre a guerra  na Ucrânia | Jovem Pan

Com Trump faz a política global ficar menos diplomática

 

Allan dos Santos
Timeline   

Desde a eleição de Donald Trump, o cenário geopolítico mundial entrou em uma nova fase — mais explícita, menos diplomática e muito mais tensa. Ao contrário do que muitos esperavam, a elite política da União Europeia não trabalhou pela paz na guerra entre Rússia e Ucrânia, mas contribuiu decisivamente para o prolongamento do conflito.

O apoio financeiro e militar maciço a Kiev não foi acompanhado de esforços sérios de mediação. O resultado é um impasse armado que já custou milhares de vidas e ameaça arrastar o continente para uma nova era de instabilidade.

AVANÇOS DIPLOMÁTICOS – Trump, por sua vez, adotou uma abordagem diferente. Em termos concretos, nenhum outro presidente americano nos últimos 15 anos conseguiu tantos avanços diplomáticos: os Acordos de Abraão no Oriente Médio, a aproximação com a Coreia do Norte, a retirada parcial de tropas do Afeganistão e a redução da presença militar americana em conflitos externos.

Isso não nasce de pacifismo, mas de uma leitura estratégica: os Estados Unidos não estão preparados, no momento, para enfrentar simultaneamente duas potências nucleares e econômicas como Rússia e China — e uma guerra desse porte não interessa nem à economia global, nem à estabilidade interna americana.

É justamente neste ponto que entra a guerra comercial com a China. Ao pressionar Pequim economicamente, Trump tenta impedir que o regime chinês siga financiando — direta ou indiretamente — a máquina de guerra russa. Mas os custos disso são altos: os Estados Unidos, há anos, se tornaram estruturalmente dependentes da produção chinesa.

TARIFAÇO INEFICAZ – As tarifas e restrições de importação adotadas já têm efeitos visíveis: aumento de preços, desabastecimento pontual e impactos sobre a cadeia de suprimentos de setores inteiros. A guerra, hoje, ainda é comercial — mas seus efeitos já são sociais e industriais.

 Diante desse quadro, é legítimo especular que, até janeiro de 2026, possa haver algum tipo de escalada mais grave: um conflito localizado, uma operação militar maior, ou até mesmo um embate indireto que ultrapasse o campo econômico. Trata-se de uma previsão, não de uma certeza, mas os sinais se acumulam.

 O recente apagão que atingiu parte da Europa levanta sérias dúvidas. Há duas hipóteses principais: ou foi uma provocação interna para aumentar a pressão sobre a opinião pública, ou foi um ataque cibernético vindo da Rússia, no contexto da guerra híbrida em curso. Nenhuma das duas possibilidades é reconfortante. Ambas indicam que há pelo menos um lado disposto a radicalizar o conflito, e nenhuma delas favorece a paz.

DISSE TRUMP – Em um de seus discursos, Trump afirmou que “apenas China e Estados Unidos possuem armas que ele não gostaria de usar”. A natureza dessa arma permanece incerta — pode ser tecnológica, cibernética, biológica ou nuclear. Mas a mensagem implícita é clara: os riscos de uma confrontação direta entre superpotências estão sobre a mesa. E uma escalada errada pode levar a consequências irreversíveis.

Paralelamente a isso, há um aspecto econômico ainda mais grave, embora pouco discutido: o colapso iminente do sistema financeiro global. Isso não é teoria conspiratória, é aritmética pura. Se todos os governos, empresas e cidadãos decidissem pagar suas dívidas simultaneamente, não haveria dinheiro suficiente no planeta para saldar os valores.

APENAS CONFIANÇA – O sistema é mantido por confiança, não por lastro. A bolha é estrutural — e inevitável.  É nesse ponto que entra o chamado Great Reset. Contrariando versões simplistas, essa iniciativa não foi criada em resposta à pandemia. O conceito de “resetar” o sistema já circulava entre elites financeiras e tecnocratas do Fórum Econômico Mundial desde a crise de 2008, com propostas públicas já em 2014. A pandemia apenas acelerou o discurso e deu uma justificativa prática para sua implementação.

A elite financeira global — enraizada majoritariamente nos Estados Unidos e na Europa Ocidental — sabe que o sistema atual não se sustenta.

Para alguns de seus representantes, uma grande guerra ou uma ruptura sistêmica seriam meios eficazes para reorganizar os mercados, apagar dívidas impagáveis e estabelecer novas regras monetárias e políticas.

NUMA ENCRUZILHADA – Essa visão não está em documentos oficiais, mas transparece nos discursos, nas alianças e nas decisões de longo prazo que vêm sendo tomadas.

 O mundo está à beira de uma encruzilhada histórica. A tensão entre EUA, China e Rússia é real. A guerra entre Ucrânia e Rússia tornou-se apenas o sintoma visível de um rearranjo muito maior — que envolve poder, finanças, tecnologia e civilização.

O que hoje ainda se apresenta como conflito comercial, guerra informacional ou tensão diplomática, pode, sim, se transformar em algo mais grave. Não se trata de pânico, mas de vigilância. Não é teoria, é leitura estratégica.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Muito interessante a análise de Allan dos Santos, o blogueiro bolsonarista que está exilado nos Estados. Nunca tinha lido nada dele, jamais poderia esperar que Allan dos Santos tivesse capacidade de redigir artigos como este, enviado por Mário Assis Causanilhas. Agora entendo por que os Estados Unidos se recusaram a extraditá-lo, por considerá-lo perseguido político, numa avaliação que leva o ministro Moraes à loucura. (C.N.)

EUA, China e União Europeia disputam parceira com Brasil e América Latina

Reuters O presidente dos EUA, Donald Trump, se reúne com o presidente da China, Xi Jinping, durante a cúpula de líderes do G20 em Osaka, Japão, em 29 de junho de 2019.

Quanto mais eles brigam, é melhor para a América Latina

Jamil Chade
do UOL

Dividida e enfraquecida, a América Latina se transforma em uma zona de disputas de potências internacionais na busca por mercados, influência e matérias-primas. Documentos europeus obtidos pelo UOL revelam que China, EUA e a UE não disfarçam a ambição sobre a região — nem o temor de que rivais possam controlar o continente.

A disputa promete ser feroz nos próximos anos, com o governo de Donald Trump convencido a recuperar seu “quintal”, enquanto Xi Jinping acolherá presidentes de toda a região em duas semanas. Admitindo que perderam oportunidades, os europeus alertam sobre o risco de que sua tradicional presença no continente seja reduzida e planejam ações para não ficar de fora da disputa pela América Latina.

DIZ O ESTUDO – Elaborado para dar subsídios  aos debates no Parlamento Europeu, um informe técnico de fevereiro de 2025 confirma: “A região [latino-americana] tem importância estratégica para o futuro da economia global devido à sua abundância de recursos e matérias-primas essenciais, como o lítio e o cobre.”

A grande preocupação se refere aos avanços feitos pela China e à resposta dos EUA sobre a região. “Em apenas duas décadas, a China passou de um ator insignificante a uma força dominante na América Latina, ao lado dos EUA e da União Europeia. As previsões sugerem que, até 2035, a China poderá até mesmo ultrapassar os EUA como o parceiro comercial mais importante da América Latina”, destaca o relatório.

O documento também constata que, nos últimos anos, “a China está fortalecendo suas relações políticas com a região, principalmente por meio do fórum Celac (China-Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe)”.

MARCANDO PRESENÇA – Em 2024, o presidente chinês Xi Jinping fez sua sexta visita à região desde 2013. Entre 2013 e 2024, ele visitou a região mais vezes do que os presidentes Obama, Trump e Biden juntos.

Xi aproveitou sua recente participação em grandes cúpulas na América Latina para atualizar o acordo de livre comércio com o Peru, inaugurar obras e elevar a parceria estratégica entre o Brasil e a China.

“Isso resultou na assinatura de 37 atos internacionais em áreas como comércio, investimento, energia, mineração e finanças”, observa o levantamento.

INFRAESTRUTURA – Para os europeus, uma das principais ações da China foi incluir a América Latina, a partir de 2018, em sua vasta estratégia de desenvolvimento de infraestrutura global — a Iniciativa Cinturão e Rota.

“Um exemplo recente de investimento estratégico chinês na região é o megaporto de Chancay, no Peru, que pode ser um divisor de águas na logística do subcontinente, pois redirecionará o comércio entre a América Latina e a Ásia, contornando o Atlântico e o Canal do Panamá”, explica.

Desde 2018, a China assinou quase mil acordos bilaterais com países da América Latina para facilitar e promover o comércio, o investimento e a cooperação em uma ampla gama de setores.

POLO ESTRATÉGICO – De acordo com os europeus, um dos principais motivos pelos quais a China está expandindo sua presença na América Latina é “garantir seu fornecimento de matérias-primas essenciais e reforçar seu domínio global em tecnologias estratégicas e emergentes”.

Para a UE, “a negligência de outros permitiu que a China se estabelecesse rapidamente como um importante participante na América Latina”.

“Os EUA e a UE negligenciaram a América Latina por muito tempo. Alguns analistas atribuem a perda da posição exclusiva dos EUA e da UE na região a políticas externas desatentas, ao crescente ceticismo interno em relação aos acordos tradicionais de livre comércio, e à incapacidade de monitorar as implicações de segurança da crescente presença da China no hemisfério ocidental”, afirmou.

TIRO NO PÉ – Para os europeus, porém, o risco é de que a ação agressiva da Casa Branca sob Donald Trump na região seja um tiro no pé.

“As ações recentes do governo Trump com o objetivo de combater a influência da China na América Latina, podem, inadvertidamente, fortalecer ainda mais a posição da China na região, como foi visto durante o primeiro governo Trump”, alertou.

De acordo com o documento europeu, Trump tomou medidas que muitos países da América Latina consideram “inamistosas”. Por exemplo, os EUA suspenderam — e ameaçaram eliminar — muitos de seus programas de assistência externa, deportaram migrantes de volta para a Colômbia, afirmaram que retomariam o Canal do Panamá, alegando que ele era operado pela China, e impuseram mais tarifas comerciais.

RELAÇÃO CRESCENTE – “Além do fato de o governo dos EUA ter obtido alguns possíveis sucessos de curto prazo na limitação da influência do país asiático, as indicações são de que a relação da China com a América Latina continuará a crescer”, diz o informe para o parlamento.

O relatório prevê que um volume de transações sem precedentes, acompanhado por maiores investimentos e fluxos financeiros, aumentará ainda mais a importância econômica do país asiático para os países da região. “Até 2035, a China e os EUA competirão pela posição de principal parceiro comercial da América Latina”, alerta o documento, dizendo que, para a Europa, o Brasil, o Mercosul e América Latina são “mais estratégicos que nunca”

O informe alerta para a urgência da Europa em lidar com a ofensiva dos EUA e da China na América Latina, principalmente votando a aprovação de um acordo comercial com o Mercosul.

MATÉRIAS-PRIMAS – “Para a UE, que precisa urgentemente de um suprimento diversificado de matérias-primas essenciais para navegar na transição limpa e digital de sua economia, a América Latina é agora mais estrategicamente importante do que nunca”, diz.

“A conclusão do acordo com o Mercosul testará o compromisso da UE de aprofundar a parceria com a América Latina. Espera-se que o Parlamento Europeu vote a proposta durante sua atual legislatura”, frisa o documento.

A UE chegou a um acordo político sobre a parceria em 6 de dezembro de 2024, mas sua implementação continua incerta devido à oposição de alguns países-membros da UE, como a França e a Polônia. Enquanto isso, a China, cada vez mais vista pela UE como concorrente e rival sistêmica, está pronta para solidificar ainda mais seus laços econômicos com a América Latina, especialmente com o Mercosul, lembra o documento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Uma constatação importante. Em tradução simultânea, fica provado que o economista Carlos Lessa e o consultor Darc Costa (presidente e vice do BNDES), junto com o diplomata Samuel Pinheiro Guimarães (secretário-geral do Itamaraty) tinham razão quando priorizaram as relações com a América Latina, em 2003. Mas o então presidente Lula da Silva não entendeu nada e demitiu Lessa, por causa de uma briga com Palocci, Na sequência, Darc pediu demissão, Guimarães foi cuidar da vida, e a estratégia está sepultada desde então. É decepcionante, não? (C.N.)

Número dos “sem religião” aumenta nos Estados Unidos, especialmente entre os jovens

A imagem apresenta uma composição artística com um fundo verde. No centro, há uma grande moldura dourada contendo a figura de um homem vestido com uma túnica vermelha, posicionado em frente a uma janela com vitral. Ao redor, há quatro molduras menores, cada uma contendo um objeto histórico: uma televisão antiga, um gramofone, um telefone de disco e uma máquina de escrever. Os objetos estão dispostos de forma simétrica em relação à figura central.

Ilustração de Anette Schwarstman (Folha)

Hélio Schwartsman
Folha

Por um tempo, pareceu que os EUA não seguiriam o caminho da Europa Ocidental e permaneceriam uma nação firmemente religiosa. Não dá mais para acreditar nisso. Os números não são mais favoráveis às igrejas. Em 1991, 6,3% dos adultos americanos diziam não ter nenhuma filiação religiosa. Em 2021, já eram 29,3%.

E as coisas ficam muito piores se deixarmos de olhar para a população como um todo e nos concentrarmos nos jovens. No recorte dos 18 aos 29 anos, os sem religião passaram de 7,9% para 43,4%.

OUTROS INDICADORES – Algo parecido ocorre com vários outros indicadores de fé religiosa. Dados impressionantes de fechamento de igrejas, seminários e escolas religiosas reforçam essa percepção.

Christian Smith, autor de “Why Religion Went Obsolete” (Por que a religião ficou obsoleta), traz esses e muitos outros números. A tese de Smith, como reza o título, é a de que, para os mais jovens, religiões tradicionais se tornaram algo obsoleto. E ele não se limita a constatar isso. Tenta entender as razões que levaram a esse movimento.

Explicações incluem desde o fim da Guerra Fria, que sepultou a ideia do “inimigo ateu”, até os ataques do 11 de Setembro, que tornaram mais difícil identificar a religião como uma fonte de moralidade. Mudanças no estilo de vida, que reduziu o tempo disponível para atividades comunitárias, também entram.

MUITOS DANOS – Há ainda danos autoinfligidos, como os vários escândalos sexuais envolvendo clérigos. Smith é bem extensivo em suas análises.

Uma conclusão surpreendente é que os jovens americanos, embora estejam se afastando das religiões tradicionais, não estão necessariamente se secularizando, como teriam desejado os iluministas. Ao contrário, os dados do autor permitem vislumbrar um movimento de reencantamento do mundo, visível no grande número dos que fazem questão de se dizer “espiritualizados” ou que abraçam crenças esotéricas: 16% dos millennials acreditam firmemente em tarô e 21% acreditam, mas sem certeza absoluta.

Meu comentário: pulamos da frigideira para o fogo.

Se não fosse o efeito dos tarifaços, a economia norte-americana estaria andando bem

Mais um estrago patrocinado por Trump – DW – 15/01/2020

Charge do D. Josw (DW)

Vinicius Torres Freire
Folha

“Talvez as crianças tenham duas bonecas em vez de trinta bonecas, sabe, e talvez as duas bonecas custem uns dólares a mais do que custariam normalmente”, disse Donald Trump nesta quarta. As empresas de brinquedos parecem em pânico. Cerca de 77% dos brinquedos importados pelos Estados Unidos vêm da China.

Com impostos de importação de pelo menos 145%, não tem negócio. Se a encrenca não se resolver em 60 dias, dizem empresas, há risco de faltar produto no Natal. Trump, o Nero Laranja, pode ser também o Grinch.

ALTA DE PREÇOS – O caso das bonecas é, claro, metáfora dos problemas que Trump pode ter com o americano comum. Por exemplo, carros, remédios e comida fresca mais caros a partir de maio. Alguns eletrônicos mais caros, pois Trump reduziu o tarifaço sobre esses produtos que vêm da China, como celulares e computadores, mas não acabou com o problema.

Além disso, pode haver menos emprego. Pela preliminar da empresa ADP, a criação mensal de empregos no setor privado em abril ficou na metade do previsto e nuns 40% do número de março. Não deve ser tomada como indício de tendência, porém.

Empresas dizem na mídia dos EUA e a relatórios de bancos que se congelam vagas abertas: não contratam até que a névoa da guerra comercial se dissipe.

NOVOS ACORDOS – Trump diz que novos acordos comerciais devem ser firmados até julho (na verdade, seriam apenas diretrizes de acordos, se tanto). Com a China, sem prazo à vista.

A disrupção econômica de Trump será difícil de reverter. Haverá no mínimo um trimestre de incerteza extensa: confiança do consumidor em baixas de décadas, grandes empresas projetando números piores e segurando investimento, agricultores gritando que vão falir, empresas que importam peças e partes dizendo que não têm como produzir etc.

Piora em inflação e emprego é facada na popularidade. Na média das pesquisas de Nate Silver, Trump começou com 51,6% de aprovação e 40% de desaprovação; agora está com 43,8% de aprovação e 52,6% de desaprovação (em 30 de abril).

BATER EM RETIRADA? – Vai manter seus planos? Como bateria em retirada sem dar vexame terminal? Recuos há, todas as semanas, sob pressão de grandes empresas e da finança.

Isto posto, como dizer algo sobre o PIB, divulgado nesta quarta? Na maneira americana de divulgar os dados, caiu 0,3% em relação ao do primeiro trimestre de 2024 (taxa “extrapolada” para um ano).

O ritmo médio de 2024 (ante 2023) de 2,8%. No trimestre final do ano passado, 2,4%. Parece um desastre. Ainda não é, nem de longe. Mas também não se pode tirar qualquer perspectiva. Se a “trumponomics” evaporasse hoje, daria para dizer que a economia vai bem.

CONTA DO PIB – Um jeito de fazer a conta do PIB é somar gasto com consumo privado, gasto do governo, despesa de investimento (em novas instalações produtivas e máquinas etc.), e a diferença entre vendas para o exterior (exportações) e importações. Tudo mais constante, o aumento das importações diminui o crescimento do PIB.

Nunca antes, desde 1947, a alta de importações tirou tanto do PIB. É uma aberração causada por antecipação de compras no exterior. Mas tudo mais está alterado: aumento enorme de estoques, ainda alguma alta de consumo privado, menor, afetada por expectativas algo “panicadas”. O número do PIB está tão poluído que, mesmo para o curto prazo de um ano, não quer dizer quase nada.

Muito esquecido: ainda estamos para ver o que Trump vai fazer da política fiscal (gastos e impostos), dos efeitos do desmonte do Estado americano e maluquices extras. Quem sabe uma guerrinha?

Há uma falha (grave) na direção, e Lula se omite claramente no golpe do INSS

Lula e Lupi devem decidir situação do ministro no governo nesta sexta (2) |  Blogs | CNN Brasil

Lula demonstra que não chegado a demitir corruptos…

Dora Kramer
Folha

O escândalo das fraudes bilionárias no INSS está só começando, mas já deu dois recados claros ao presidente da República. Um deles fala sobre o risco de se nomear um ministro da Previdência com histórico de demissão da pasta do Trabalho por causa de convênios suspeitos com organizações não governamentais. Soa familiar.

O outro aviso diz respeito à ideia de que o problema estaria na comunicação. Não está. No horror que se desenha, vemos a evidência de falha grave na gestão, que no caso atinge área sensível sob todos os aspectos; social, criminal e politicamente falando.

ENROSCO MONUMENTAL – O abuso da corrupção alcança os vulneráveis de quem Luiz Inácio da Silva (PT) se diz protetor, envolve sindicatos — agremiações com identificação petista, para onde deve ter ido a maior parte do dinheiro —, devolve a corrupção à cena renovando memórias sobre crimes do passado e cria um enrosco monumental para os planos eleitorais de 2026.

Ainda não sabemos ao certo quantos aposentados e pensionistas foram lesados, mas pela quantidade de reclamações já registradas, fala-se em milhares e milhares, com montante até agora apurado de R$ 6,3 bilhões, imaginando-se que as vítima talvez cheguem à casa dos milhões, aí incluídos os respectivos familiares.

TECLAR O 13 – Qual a possibilidade desse pessoal se dispor a teclar o 13 na urna da eleição do ano que vem? Está complicado jogar a coisa só nas costas de Jair Bolsonaro (PL). Afinal, já se demonstrou que executivos nomeados pela atual gestão levaram propina para facilitar as falcatruas.

Isso sem falar no aumento da fila do INSS que Lula prometeu zerar sob a administração de Carlos Lupi, cuja credencial ao posto é a de ser dono do PDT.

Hoje seria difícil renovar o mandato, mas há uma chance de o governo sair dessa ao menos com o benefício da dúvida se interferir firme Previdência, escolher um novo ministro capaz de recuperar a confiança no sistema e devolver às vítimas todo fruto da rapinagem. Mas Lula perdeu o timing da reação. Talvez uma CPI seja o impulso que falta para fazê-lo agir à altura do abacaxi.