Inflação, PIB e redução do risco exibem acerto de Campos Neto na política de juros

Campos Neto diz que continua até 2024 e minimiza pressão: “Faz parte” |  Metrópoles

Desta vez, Campos Neto vai iniciar a redução dos juros

Rose Amantéa
Gazeta do Povo

Prestes a iniciar uma trajetória de gradual queda de juros, o Banco Central coloca o Brasil entre os primeiros países a reduzir a taxa com a inflação controlada, após a expansão monetária global que alimentou a alta de preços em todo o mundo.

Analistas de mercado preveem que na reunião desta quarta-feira (dia 2) o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá a taxa básica (Selic) em 0,25 ou até 0,5 ponto porcentual, após exatamente um ano congelada em 13,75% ao ano – o maior patamar desde o início de 2017.

CHILE REDUZIU – Entre os mercados mais relevantes, apenas o Chile saiu na frente do Brasil, com um corte de 1 ponto porcentual em sua taxa básica na última sexta-feira (28), para 10,25% ao ano.

Além de colaborar para o controle da inflação, a política de juros do BC não impediu a melhora das expectativas de crescimento econômico, e ainda colaborou para o cenário positivo que levou a agência de classificação de risco Fitch a elevar a nota de crédito do Brasil, uma indicação de que ficou mais seguro investir no país.

“Qualquer que seja a redução anunciada, ela valida o êxito da estratégia do Banco Central, mostrando que a política monetária restritiva ainda é o melhor mecanismo de controle da inflação”, avalia Alberto Ramos, diretor executivo do grupo financeiro Goldman Sachs para a América Latina.

APÓS 2% AO ANO – Atento à nossa memória inflacionária, o BC brasileiro foi o primeiro a subir os juros após o início da pandemia, enquanto o mundo apostava numa inflação transitória. No Brasil, a Selic passou a subir em março de 2021, depois de atingir o piso histórico de 2% ao ano.

Na época, o IPCA – índice “oficial” de inflação – estava próximo de 6% em 12 meses, e subindo. Chegou a 12,13% em abril de 2022, para então começar a cair. Na medição mais recente, de junho de 2023, a inflação acumulada em 12 meses era de 3,16%.

Neste momento, após várias revisões para baixo, a expectativa do mercado financeiro é de que o IPCA encerre o ano em 4,84% – a meta perseguida pelo BC é de 3,25%, com intervalo tolerado de 1,75% a 5%.

BELTRÃO ELOGIA – “É preciso parabenizar o Banco Central por ter agido na hora certa”, corrobora o especialista em finanças Hélio Beltrão, presidente do Instituto Mises Brasil.

A constatação é relevante principalmente pelo nível de contestação à política monetária conduzida pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Desde o início do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e correligionários não têm poupado críticas ao trabalho do BC.

O presidente chegou a dizer que Campos Neto “jogava contra o Brasil”. Na avaliação de Hélio Beltrão, as críticas foram uma tática do governo de eleger um bode expiatório para o fraco desempenho da economia que se desenhava no começo do ano.

ESTRATÉGIA ACERTADA – As previsões pessimistas não se confirmaram. Os bons números da economia demonstram, entre outros fatores, o acerto da estratégia do BC.

“É notável que o Banco Central tenha conseguido trazer a inflação para dentro da meta sem quebrar empresas e setores. O cenário possibilita uma redução gradual [dos juros], com controle dos indicadores”, observa Ramos.

Além da atuação do BC, o “respiro” observado na economia – com redução nas projeções de inflação e aumento nas expectativas para o PIB – reflete efeitos de reformas promovidas nos últimos seis anos.

ACERTO FISCAL – Alberto Ramos lembra a “herança bendita” no aspecto fiscal. “Já vínhamos de dois anos com superávit, fato inédito nas últimas décadas”, diz.

Para Hélio Beltrão, “pouco a pouco o país está colhendo os frutos de excelentes ajustes micro e macroeconômicos consolidados”. Entre eles a estão a reforma trabalhista, no governo Temer, e iniciativas do governo Bolsonaro como a reforma da Previdência, a Lei de Liberdade Econômica e outras ações liberalizantes.

A própria agência internacional de classificação de risco Fitch atribuiu o “desempenho macroeconômico e fiscal acima do esperado” às políticas proativas e reformas dos últimos anos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Excelente análise econômica, enviada por Mário Assis Causanilhas. O Copom se reúne hoje e amanhã para decidir a nova taxa de juros, com participação de Fernando Haddad e Simone Tebet. Desta vez é certo que a taxa vai cair. Haddad pede queda de 0,5%, mas o BC deve reduzir apenas 0,25%. Se Haddad pedisse menos 1%, talvez o BC reduzisse 0,5%. Virou briga de comadres, como se dizia antigamente. (C.N.)

21 thoughts on “Inflação, PIB e redução do risco exibem acerto de Campos Neto na política de juros

  1. Nós já não temos indústria para quebrar não, senhores especialistas.
    A indústria que temos é de manutenção de máquinas importadas para extrair commodities.
    Olho para fora de minha janela e vejo dezenas de jovens pedalando bikes com isopores nas costas, fazendo propaganda da i-food entre outras.
    PS: Isto é que é multifunção; entrega comida e faz propaganda ao mesmo tempo.
    PS2: Eu já entendo estes defensores desgraçados que querem mais é que o “povo se exploda”.

  2. O idealismo a lá Augusto Comte, de direita, o populismo econômico, o pensamento binário e reducionista, a apologia do pensamento totalitário, resultado do elogia de ditadura, características do lulobolsonarismo, o pensamento de curtíssimo prazo, a falta de um projeto para o país, a tentativa stalinista e fascista de
    passar borracha na História,, são, entre outras, as causas do fracasso de nossa pseudo-esquerda latino-americana.

    Passando a borracha.

    https://noticias.r7.com/brasilia/lula-reclama-da-selic-mas-taxa-atingiu-o-maior-patamar-do-seculo-no-primeiro-mandato-petista-08022023

  3. Desculpem-me mudar de assunto, mas o caso Marielle, está se tornando uma bomba.

    E se for verdade?

    Porque o Governo gostaria, se já não o fez, federalizar o caso Marielle?

    Qual a ligação do suposto arquiteto do caso com a Lava Jato?

    Aguardemos, pois até o momento essas questões não foram elucidadas..

    O suspeito de arquitetar o crime.

    https://agoranoticiasbrasil.com.br/ultimas-suposto-mandante-da-morte-de-marielle-fez-campanha-para-dilma-rousseff/

    O suspeito e a Lava Jato.

    https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/10/27/brazao-salario-tce.ghtml

    A federalização do caso.

    https://www.cnnbrasil.com.br/politica/impressiona-a-quantidade-de-gente-incomodada-diz-dino-sobre-avanco-do-caso-marielle/

    O abafamento da participação do Brazão.

    https://www.redebrasilatual.com.br/politica/ex-deputado-domingos-brazao-reaparece-como-suposto-mandante-da-morte-de-marielle/

    A relação do Brazão com o PT

    https://extra.globo.com/noticias/rio/domingos-brazao-lindbergh-jovem-10961735.html

    As águas vão rolar…

  4. Parte I.

    Desculpem-me mudar de assunto, mas o caso Marielle, está se tornando uma bomba.

    E se for verdade?

    Porque o Governo gostaria, se já não o fez, federalizar o caso Marielle?

    Qual a ligação do suposto arquiteto do caso com a Lava Jato?

    Aguardemos, pois até o momento essas questões não foram elucidadas..

    O suspeito de arquitetar o crime.

    https://agoranoticiasbrasil.com.br/ultimas-suposto-mandante-da-morte-de-marielle-fez-campanha-para-dilma-rousseff/

  5. O mundo inteiro está errado, certo apenas o gênio Bob Fields Grandson.

    O Brasil deve ser a maior anomalia econômica da face da terra pra ser acertada essa taxa de juros reais na casa do carvalho.
    Manter o maior juro real do mundo só vai quebrar o varejo e as pequenas empresas.
    O governo está fazendo a parte dele, o Roberto Burro Neto está sabotando.

    Mais uma matéria de qualidade encaminhada pelo Sr Causanilhas.

    https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2023/03/20/juro-do-brasil-e-chocante-e-equivale-a-pena-de-morte-diz-nobel-de-economia.htm

  6. Os Juros de 13,75, estão fazendo com que o trabalhador mal possa alimentar sua família.
    As causas da inflação existem, mas não é de demanda. É mais fácil fazer o pobre comprar menos e comer mal

  7. Na minha modesta opinião o atual presidente do BC errou 2 vezes. A 1ª quando baixou exageradamente a taxa de juros para 2% atitude claramente inflacionaria, e a 2ª agora quando insiste em manter esta taxa nos 13,75%, atitude claramente recessiva. Antes tarde do que nunca, que promova uma trajetória de cortes imediatamente.

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