Desrespeito à história da Tribuna da Imprensa e a falta de compromisso com a verdade

Histórica Tribuna, escola de inúmeros profissionais

Marcelo Copelli

É inquestionável a importância da histórica e extensa contribuição da Tribuna da Imprensa para o país. Centenas de renomados profissionais marcaram as suas trajetórias ao registrarem passagem pelo jornal, fazendo efetivamente diferença na cobertura política do Brasil.  E, ao longo de várias décadas, o veículo sempre pautou-se pelo compromisso com a verdade, com a apuração afinada com a realidade, além de análises sólidas e, na maioria das vezes, singulares.

A Tribuna da Imprensa, que ainda será por muito tempo referência no Jornalismo, agora parece ter toda a sua história ignorada por um grupo que passou a administrar o seu endereço oficial na internet, há muito desativado, usado quando o impresso ainda estava nas bancas.

EM PAUTA – Os responsáveis da atual Tribuna da Internet, todos oriundos da Tribuna da Imprensa, inclusive o admirável Carlos Newton, sempre estiveram cientes de que vários portais não só se baseiam no que é escrito e debatido neste site para a elaboração de suas pautas, mas também replicam integralmente o conteúdo bravamente aqui produzido 365 dias por ano, sem trégua.

Porém, para a nossa surpresa, neste domingo, ao termos notícia que haveria um movimento para uma possível volta da Tribuna da Imprensa, ao menos neste mundo virtual, nos deparamos com o esboço de um portal, utilizando-se do sítio tribunadaimprensa.com.br, em que são dados como “integrantes” o prezado C. Newton, editor desta Tribuna da Internet, e o notável Pedro do Coutto, um dos maiores analistas políticos do país, e que aqui escreve, atualmente, com exclusividade.

Mesmo sem o consentimento de ambos, foram utilizadas fotos aleatórias de pessoas então desconhecidas como sendo os citados. Suas “biografias” nem de longe condizem com a dos jornalistas em questão. Enquanto Carlos Newton é qualificado como  “advogado previdenciário, especialista em ações relativas à Previdência e tudo relacionado a INSS“, Pedro do Coutto, pasmem, é tido como “economista e consultor financeiro”.

C. Newton e Pedro do Coutto (esquerda) e desconhecidos “com o mesmo nome” (direita)

 

DESALINHO – Ainda que se trate de um projeto mal alinhado, seria fundamental que não estivesse aberto à conferência pública, com falsas informações e, ainda mais grave, usando o nome dos profissionais que tocam esta Tribuna da Internet. 

Em tempos de generalizada desinformação, é preciso que todo o descompromisso com a verdade seja freado. E, somado a isso, tratando-se da Tribuna da Imprensa, que o nome do histórico veículo seja mantido atrelado sempre ao Jornalismo de excelência.

12 thoughts on “Desrespeito à história da Tribuna da Imprensa e a falta de compromisso com a verdade

  1. Ja dizia o grande Lavoisier:

    “” Na imprensa, quem nao cria, copia””

    Mas pelo menos os novos Tribunaveis, CN e Pedro Couto, estao afinadissimos com os novos tempos:

    A harmonizacao facial moderna deve ser a responsavel pela profunda mudanca em seus rostos.

    Quanto as qualificacoes em tempos que Fufuca é sinonimo de ministro e Juscelino Maranhense, também por que nao acrescentar em seus curriculos algumas cositas más.

    Se o pessoal da novissima tribuna, lembrasse do recurso de formacao em Universidades Gringas, poderiamos quem sabe te-los como Ministros do Supremo.

  2. E temos ainda lá, como colaborador jovem e especialista em “marketing digital”, ressuscitado por algum milagre de feitiçaria, o grande Carlos Chagas, falecido em 2017, e o Sebastião Nery, o grande contador de histórias da política, que deve estar bastante intrigado ao saber disso…

    • C.N. e o Pedro do Coutto ganharam de 30 a 40 anos, o que nos remete a possibilidade do site fake ressuscitar Millôr Fernandes e Tarso de Castro de mãos dadas. O que acontece com estes caras-de-pau??

  3. HF foi o maior jornalista brasileiro de todos os tempos. Jornalista na expressão da palavra. Fazia oposição sem parcialidades pessoais ou ódio visceral ao objeto comentado. Foi lavajatista no início, mas, tão logo percebeu a patranha, passou a levar sua pena na direção da verdade factual, que tinha o nome de golpe engendrado pelo império decadente que utiliza seus mercenários locais para a consecução de seus sórdidos objetivos, que é a imobilização do Brasil no seu berço esplêndido colonial.

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