Duarte Bertolini
Desde os primórdios desta eleição que “restaurou e uniu o Brasil” foram pipocando na imprensa notícias, aparentemente soltas e desconectadas, sobre a potencial nova primeira-dama. De desconhecida fã, passamos a conhecê-la como militante engajada, analista política lúcida e visionária, companheira desde as primeiras perseguições da malta da Lava Jato etc., até culminar com sua bombástica declaração: “Vou ressignificar o papel da primeira-dama no Brasil”.
Salvo os fanáticos costumeiros e os adesistas de primeira hora, (além é claro, das feministas históricas sedentas de qualquer espaço para “reparar danos históricos”), pouca importância se deu ao fato, classificando-o como um deslumbramento natural com o poder que se avizinhava.
CONSTRUÇÃO DE IMAGEM – No entanto, não esqueçamos que estamos no Brasil, ou pior, no Brasil dos novos tempos. Assim, um observador mais atento ou menos engajado poderia conferir passos sutis — e outros nem tanto — no caminho da construção de uma imagem pública de mulher amorosa, solidária ao seu parceiro e capacitada a auxiliá-lo (e por extensão a todos os necessitados do Brasil) no desempenho de suas nobres funções.
Muitos registraram a sem-cerimônia com que aparecia com roupas extravagantes e chamativas para marcar presença em eventos cheios de celebridades maiores, outros manifestaram estranheza com declarações sobre ações de governo e do Estado, mesmo não tendo representação política ou cargo público, outros ainda desconfiavam de sua onipresença ao lado do Presidente e até mesmo barrando, impedindo e talvez escolhendo quem poderia se aproximar dele.
MILITÂNCIA CEGA – Mas não esqueçamos que estamos no Brasil, terra de uma militância cega e aguerrida, acostumada a destruir críticos do PT e do venerado líder, que contam com uma colossal mídia amiga, sempre pronta a reproduzir e colorir com tintas mais vivas as versões dos defensores da “democracia socialista refinada”.
Com todo este quadro favorável, nada mais lógico que passássemos à fase dois, na construção de um novo mito. Para isso, é necessário um envolvimento muito mais efetivo com as coisas da administração. Ou seja, deve-se colar a figura da primeira-dama aos feitos do governo e do grande líder, de forma efetiva e ampla.
Eis que mais uma vez a divina providência ou a sapiência diabólica da assessoria militante estão encaminhando a necessidade de um afastamento parcial do líder, para tratar de saúde.
CIRURGIA DELICADA – Lula será submetido a uma operação delicada, que demanda algumas horas sob anestesia geral. Prevê cuidados com a postura, dificuldade ao se locomover, alguns meses até recuperação total.
Normal e lógico seria, pelo menos por algum tempo, passar estas tarefas ao vice Geraldo Alckmin, homem público experiente e com grande desembaraço nestas atividades. Mas isso seria desperdiçar uma oportunidade histórica.
Por que não seguir Bolsonaro e simplesmente continuar no poder, fingindo conceder audiências no hospital, e passando a usar para as atividades externas, e para comunicação com o mundo todo, alguém de extrema confiança e dedicação exclusiva e desinteressada muito comprovadas?
TUDO ENCAIXA – A solução Janja é um grande ardil, porque afasta o perigo Alckmin, renova os votos de amor eterno entre o casal, fortalece o mito de pai dos pobres e incansável lutador da nação, mesmo enfermo, e de quebra (mas só por coincidência, claro) reforça o papel de mulher forte, capacitada e preparada para grandes missões.
Logicamente, a imprensa e as fontes amigas de sempre começam a pipocar mensagens algumas muito explicitas: ”Lula adia viagem ao Rio Grande do Sul e destaca Janja para representá-lo, e a viagem será um dia antes de o presidente ser internado para cirurgia“.
Outra pérola de construção de imagem: “Ministério da Defesa preparou um decreto de GLO, mas Janja proibiu Lula de assinar“
VALHA-ME DEUS… – Lula tem décadas de ação política e construção de esquemas sofisticados de assalto ao poder, com centenas de raposas felpudíssimas da política ao seu redor, mas de repente, no desenrolar das ações em Brasília, o Brasil foi salvo pela ação certeira da mulher dele, que durante sua recuperação viajará pelo país com os ministros para conduzir a administração pública, para a qual não foi eleita.
E assim vamos construindo mais um mito no Brasil. Talvez uma nova Evita (ou Isabelita), pronta para iluminar os palcos da cena política e de poder em nosso país
E ainda havia quem achasse que o perigo era a Michelle Bolsonaro…
Nóis merece!
Vamos devagar com andor é de barro. Ah, desculpem-me. Estamos no Brasil, nessa bagaça que mais pro feudalismo.
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/atualidades/usurpacao-funcao-publica.htm
…andor pois o santo é de barro….
Fica a pergunta pros jurisconsultos quem faz apologia de possível usurpação de cargo público, está fazendo apologia de crime?
..de função pública.
É importante lembrar que na Administração Publica as questões relacionadas à cargo e função não comportam resignificação. A Lei é que os determina, assim como estabelece competência s e atribuições.
Naturalmente que restringindo-se ao papel da Primeira-dama, que não é cargo ou função pública, nem avance nesse sentido, pode ressignificar ao bel prazer.
Nesse tempo de códigos escritos nas areias das praias….
Além de todo o rosário dos desvios do PT, relativamente aos seus próprios princípios fundadores, o voluntarismo é um de grande significância.
A ressognificação do racismo deu no que deu. Só por mode de exemplo.
Jánja já 2026
A propósito perderam a vergonha de tirar o pão da boca do povo para superlotados bolsos da burguesia bilionária, ainda que legal.
https://oantagonista.com.br/brasil/aliado-de-aras-derruba-decisao-colegiada-e-restabelece-desconto-bilionario-a-jf/
A nossa “esquerda” deve estar soltando foguetes, office-boy da burguesia que é.
https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=504928&ori=1
Pra que direita? Essa gente embrulha-me o estômago.
Os “companheiros”, todos previamente descondenados, se alguma preocupação legal e moral tivessem, poderiam alertà pra se manter firme e erecta, pois a qualquer escorregão pode cair no art. 328 do CP.
Evita, ou à ser evitada?
Dizem os petistas,a Janja é uma ilustre desconhecida dos companheiros.
Uns chegam a firmar,”ele é agente dos gringos”,ela se mete em tudo,manda e desmanda.
Os antigos companheiros do Barba, não tem mais acesso,e estão fora do governo.
A queixa é generalizada.
Digo ELA…
A Favor dos Gringos.
O ranço autoritário dessa gente advém do se sentirem messianicamente a encarnação do desejo do povo, logo do “bem”. Daí vem todo o festival de sacra-malezas.
Cruz-credo!
Ainda há pouco cá comigo conjecturava: Não seria uma parabólica “plantação”?
O futuro ou percalço dirá!
Male pergunti.
Vai peticionar pra qual jurisdição ?
STF,STJ.
Ex desembargador Sebastião Coelho,tem restrições.
A ESBANJA foi eleita por quem e pra que?
Janja é uma grande pé frio. Juntanto a sua presença a cirurgia de Lula,com certeza o resultada será um PIJAMA DE MADEIRA para o paciente Lula.
Evita (ou Isabelita) ou Cachacita….?
Dá-lhe 51
Excelente texto do, Duarte Bertolini, o que não me surpreende…
Brasil , ladeira abaixo, o que também não me surpreende…
É muita bandidagem !
Credo !
Se uma das principais pautas da oposição para atacar o Lula é falar mal da mulher dele, então é o sinal claro de que o atual governo está sendo minimamente razoável.
Concordo com Rafael Santos.
Janja, acertou em pedir para Lula não assinar a GLO naquele momento, poderia ser o motivo para o golpe se concretizar.
Janja, tem cultura, é inteligente, não é nenhuma desinformada politicamente, pode sim ajudar Lula em alguns momentos, se necessário. Ela não mistura religião com política.
A forma mais comum de um canalha se esconder, é atrás de uma religião, de um Bíblia e com discurso moralista e usando insistentemente o nome de Deus. (Aristóteles)
Cheguei ao ponto de simplificar, tem artigo que agrada a militância engajada e excomungam o resto.
Numa eventual baixa definitiva do Barba, Janja seria defenestrada de imediato.
E o Barba se safando dessa a Janja seria a Eminência Parda, a nova Rasputin, para o imenso desagrado das trans legiões.
Os ‘trans’ são o que se acham ser e não são, tipo assim a Viúva Porcina que foi sem nunca ter sido.