Eduardo Gonçalves
O Globo
O Ministério da Defesa preparou uma minuta que previa a adoção de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no dia 8 de janeiro, quando milhares de pessoas invadiram as sedes dos três Poderes com pedidos de intervenção militar. A medida é um dispositivo constitucional em que o presidente da República autoriza uma operação das Forças Armadas, com a possibilidade uso da força em uma determinada região.
O documento, ao qual o Globo teve acesso, conferia poderes para as tropas atuarem na Esplanada dos Ministérios tomada pelos golpistas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contudo, não chegou a assiná-la.
NA FORMA DA LEI – Por meio de nota, o Ministério da Defesa diz que a minuta foi escrita no contexto das possibilidades de acionamento da Forças e amparada pela Lei Complementar 97/99 — que trata das normas para o emprego de militares. “Conforme a Constituição Federal, uma GLO só pode ser realizada exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República”, diz a pasta.
Na ocasião, o ministério era comandado há uma semana pelo ministro José Múcio Monteiro, nome escolhido por Lula para fazer a ponte do novo governo de esquerda com os militares diante de um cenário de alinhamento da cúpula das Forças Armadas com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A minuta de GLO para que as Forças Armadas atuassem no 8 de janeiro foi encontrada no e-mail do capitão de fragata da Marinha Elço Machado Neves, que é lotado na Chefia de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa. Após quebrar o sigilo telemático do militar, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso identificou que Neves enviou o documento de um e-mail pessoal para seu endereço eletrônico funcional às 18:05 do dia 8 de janeiro.
MINUTA DO DECRETO – O e-mail encontrado na caixa de entrada do servidor da Defesa lista uma série de explicações para a adoção da GLO e traz uma “minuta de decreto”. O texto autoriza “o emprego das Forças Armadas” na Esplanada dos Ministérios no período de 8 a 10 de janeiro de 2023. A área exata de atuação, de acordo com a minuta, seria definida pelo Ministério da Defesa.
Entre os motivos descritos no documento para a adoção da GLO está a constatação de que os “meios” do Distrito Federal e da Força Nacional não eram “suficientes para conter os manifestantes”. “O que torna imperioso o emprego de meios federais para conter os manifestantes”, diz o texto.
As GLOs delegam às Forças Armadas poder de polícia em determinadas regiões do país, desde que haja autorização do presidente da República. No Rio, por exemplo, o dispositivo já foi usado durante as ocupações dos complexos da Penha, do Alemão e da Maré.
OUTRO DECRETO – O capitão da Marinha também tinha no seu e-mail a minuta do decreto de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, publicada por volta das 18h daquele dia, quase no mesmo momento em que ele enviou para si o e-mail da GLO.
Neves atua como coordenador da “Coordenação da Subchefia de Operações da Chefia de Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armada”, cargo vinculado ao Ministério da Defesa, desde fevereiro de 2022. Sua nomeação ocorreu após o comando da Marinha o colocar “à disposição do Ministério da Defesa a fim de servir”. A portaria que autoriza sua ida à pasta foi assinada pelo então chefe de gabinete do almirante Almir Garnier Santos, na época comandante da Força Naval.
O ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou em delação premiada que Garnier Santos foi o único da alta cúpula das Forças Armadas a endossar um plano golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme revelou a colunista do GLOBO Bela Megale na semana passada.
MINISTRO SUGERIU – Múcio chegou a sugerir ao presidente que decretasse uma GLO para que o Exército ajudasse a conter as invasões na praça dos Três Poderes.
Mas, como mostrou em janeiro o site Metrópoles, a proposta foi refutada pela primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, que acompanhava o marido naquele dia em visita à cidade de Araraquara e escutou a conversa. Na ocasião, segundo o site, ela reagiu dizendo que “GLO é golpe”.
Em entrevistas após o episódio, o próprio Lula associou um eventual decreto de GLO no dia 8 de janeiro à consumação do golpe.
DISSE LULA – Quatro dias após a invasão, em 12 de janeiro, o presidente admitiu em um café da manhã com jornalistas ter recebido a sugestão de auxiliares — sem, contudo, revelar o autor da proposta.
— Se eu tivesse feito GLO eu teria assumido a responsabilidade de abandonar minha responsabilidade. Aí sim estaria acontecendo o golpe que essas pessoas queriam. O Lula deixa de ser governo para que algum general assuma o governo. Quem quiser assumir o governo, dispute a eleição e ganhe. É por isso que eu não fiz GLO — afirmou o presidente na ocasião.
Diante do cenário de destruição e desconfiança de leniência dos policiais militares que protegiam a Esplanada, Lula optou por uma intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, nomeando um civil — o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli — como interventor.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, o ministro José Múcio caiu no golpe da GLO e quase põe a democracia a perder. Ainda bem que a página já está virada. (C.N.)
Bom. Realmente já está na hora da turma começar a governar.
Mas GLO não é golpe, pois é constitucional, nem tira a autoridade de Presidente, que, aliás, nem em Brasília estava no dia da baderna.
Trata-se mais um indício do despreparo do Governo em si prtoger à época dos fatos.
https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/exercicios-e-operacoes/garantia-da-lei-e-da-ordem
Essas interpretações privadas da Lei e da Constituição é exatamente onde mora o perigo.
Afinalvestamos num Estado privatizado.
Em tese sim,mas na prática o desenho era bem outro.
Tinha restrição com o “P” Janja.
Mas,passo admira-la Dona Janja,eta mulher Macanuda.
+ uma “narratuva” e pelo jeito convenceu quem já enrustidamente à milênios era propenso!
Bah!
Digo: narrativa…
CCS
Amigo
PDC 17658/618
Sabemos o seu DNA político.
O dono do seu partido é José Eymael,somos contemporâneos aqui do arraial da Glória ou arrabalde de POA.
Estudamos juntos no colégio irmãos Maristas,Eu como bolsista,ele de família classe média que pagava .
Terminou o ginásio, o Zé se foi para SP.
Dono de imobiliária mansões e Apt, no Jardins,é um homem riquíssimo.
“Politicamente” alinhou-se com Paulo Salim Maluf, ha décadas.
Isso , já era!
Vacinado e neutro mas sempre desejando o bem do Brasil!
Quando venderam o PDC, despertei!
A Sra. Janja prestou concurso público, tem algum cargo comissionado ou tem mandato eletivo?
Que democracia, Carlos Newton? Acorda cara.
Nosso querido Editor…CN…
As vezes fica emocionado e viaja…kkkkk
Democracia?
Página Virada?
Golpe que foi “barrado ” pelo generais “patriotas”…e que ia dar voz de prisão ao Presidente Bolsonaro…?
Enfim o Sr.CN..está desolado com o que está vivenciando nestes dias de tragédia do nosso Brasil…
YAH NOSSO CRIADOR SEJA LOUVADO SEMPRE…
Quer dizer que o ‘decreto do gópi’ foi preparado pelo ministério da defesa do narcotraficante Lula da Silva?
Sua Excremência, o ministro PCC, já pode prender o ministro lulista?
A cpmi do 08/01 já pode convocar o ladrão Lula da Silva pra depor sobre o caso?
Caro José Guilherme Shossland,sempre admirei sua cultura e conhecimento, e sua retidão.
Esclareço, não sou sectarista,sou independente ao ponto de reconhecer as coisas boas e ruins do Mito e do Barba.
Nós queremos o bem do Brasil,mas não vejo esperança nesses dois personagens.
Por derradeiro,minha vertente é trabalhista de Vargas, BRIZOLA.
Cultuo os seus legados que perdura até hoje.
Professor,receba os meus protesto de estima e consideração.
Forte Abraço…
Luiz Fernando/POA.
Grande abraço e meus respeitos ao amigo e vizinho nesse nosso sul aprazivel!
Por um mundo melhor, após a divina retirada da antagônica escória!
Não existe “Melhoral” humano!