Lula admite o fracasso político contra o crime organizado em grandes cidades

Ação de grupos milicianos afeta atividades de concessionários de setores  como transporte e gás - Jornal O Globo

Milicianos decretaram o caos na Zona Oeste do Rio de Janeiro

José Casado
Veja

Em agosto, Lula foi ao Rio e discursou: “O crime organizado está tomando conta do país”. Figuras de linguagem são recorrentes e úteis para se transmitir ideia ou sentimento de forma impactante. No entanto, há uma realidade que já não cabe na moldura da retórica política.

Lula tem razão sobre o avanço do crime organizado, como se vê no noticiário de cada dia do Oiapoque ao Chuí. O problema é que é ele quem governa, pela terceira vez neste início de século, o país onde o crime organizado está avançando.

ESTÁ AVANÇANDO – O domínio é visível, e crescente, não só em territórios marcados pela ausência do Estado, mas, também, em espaços institucionais do Estado — governo, Legislativo e Judiciário.

O Rio é a melhor tradução da simbiose das máfias de policiais e traficantes com interesses de grupos políticos, numa versão tropicalizada da guerra dos cartéis mexicanos pelo controle de comunidades relevantes nas rotas de drogas, armas e dinheiro.

Quando Lula falou sobre a expansão do crime organizado, em agosto, estava ao lado do governador fluminense Claudio Castro, do Partido Liberal. Castro é um reconhecido construtor de pontes para o futuro com o clã de Jair Bolsonaro, há três décadas uma frente de defesa das milícias fluminenses.

MENSAGEM DIRETA – Nesta segunda-feira (23/10), enquanto milicianos espalhavam pânico na Zona Oeste, incendiando três dezenas de ônibus e interditando o trânsito da cidade, o governador foi às redes sociais com uma mensagem direta aos chefes das máfias cariocas: “O crime organizado que não ouse desafiar o poder do Estado.”

Descontada a tortura do idioma, sobra a redundância dos efeitos especiais: no Rio o crime organizado não desafia o poder do Estado simplesmente porque há tempos é o poder real, ao menos em pedaços do território estadual como a Zona Oeste a Baixada Fluminense.

LEI ANTITERROR – Castro anunciou o enquadramento de milicianos presos na legislação antiterrorismo e imediato confinamento em presídios federais.

Equiparar mafiosos a terroristas pode ser bom assunto para discurso ou conversa de botequim. O risco é a perda de perspectiva da realidade. Os Estados Unidos souberam distinguir e fizeram lei específica para organizações criminosas (Rico, na sigla em inglês). Ela é usada em investigações sobre crimes de terrorismo, mas ninguém confunde uma coisa com outra. São diferentes.

Castro (PL) e Lula (PT) representam gerações diferentes, com três décadas de diferença na idade. Têm em comum o saldo na reconstrução da democracia e, também, a dívida na reorganização social, que inclui a Segurança Pública. De Lula a Castro, registra-se um fracasso político contra o crime organizado.

OMISSÃO ANTIGA – Lula atravessou dois governos repassando o “problema” da segurança aos governos estaduais. Agora, fala em “assumir a responsabilidade de ajudar os governadores” — um avanço, por enquanto limitado à retórica.

Castro está no segundo governo. Acaba de abdicar em privilégio da Assembleia Legislativa do poder de escolher e nomear comandos nas polícias civil e militar. Os deputados estaduais assumem, na prática, a execução da política de segurança pública no Rio. É notória a intimidade da Alerj com o assunto das milícias, uma evidência é que há mais policiais que deputados na sua folha de pagamentos.

O Rio é vitrine cosmopolita do avanço do crime organizado no país governado por Lula e no estado liderado por Castro.

5 thoughts on “Lula admite o fracasso político contra o crime organizado em grandes cidades

  1. Lula admite o fracasso político contra o crime organizado em grandes cidades

    O Cachaceiro é um dos que “alisam” e passam a mão na cabeça dos bandidos…

    Está tudo gravado em seus discursos alcóolicos.

    Prefere defender os bandidos (ele e sua Quadrilha) do que defender as vítimas….

    Vai cair do cavalo, como se dizia antigamente.

    A Cachaça Ambulante não sabe o que vai acontecer com este Páis. (veja os exemplos do México, caiu para o NarcoPTraficantes).

    E não é só a Cachaça que defende bandidos, seus Jornamazistas nazi-fasci-comunas também fazem o canal da defesa dos bandidinhos de estimação, em discursos ou escritos não citam sequer as vitimas destes bandidos…

    Também vão cair do cavalo

    È só aguardar….

    Ora Pois.

    • Sr. Newton

      Esqueci.

      Pegue os dois discursos do Flávio GorDinho e do Ministro dos Direitos dos Manos quando aconteceu a morte do Policial da Rota .

      Veja como eles tratam o bandido e como tratam a familia do Policial morto….

      Eles estão se lixando para o povo e para as vitimas..

      Está tudo gravado….

      A Rede não perdoa..

  2. Perguntas que continuam sem resposta:

    1- “Como o Ministro da Justiça entrou no Complexo da Maré sem escolta especial?”

    2-“Como candidato a Presidência entrou no Complexo do Alemão sem escolta especial?”

    Todos coniventes?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *