Ministros do STF “não se sobrepõem ao Senado” e instituições não são “intocáveis”

O presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reagiu às críticas de ministros do STF

Com argumentos precisos, Pacheco deu show de retórica

Matheus de Souza e Gabriel Hirabahasi
Estadão

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reagiu às críticas dos ministros Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, e Alexandre de Moraes. Os três magistrados reclamaram da aprovação da PEC pelo Senado que limita as decisões monocráticas no Supremo Tribunal Federal.

“Eu não quero permitir nenhum tipo de polêmica em torno de um tema que tem uma clareza técnica muito grande”, disse Pacheco, reclamando dos “ataques gratuitos” que recebeu de ministros.

NÃO SÃO INTOCÁVEIS – O presidente do Senado chegou a pontuar sua defesa das instituições em relação ao Supremo e seus ministros, à Justiça Eleitoral e à democracia. “Mas isso não significa que as instituições sejam imutáveis ou sejam intocáveis em razão de suas atribuições”, afirmando que os ministros “não se sobrepõem ao colegiado da sua própria Casa”.

“Tenho certeza da coragem cívica do Supremo Tribunal Federal em relação ao Brasil, mas devo afirmar que o Senado tem a mesma coragem cívica”, afirmou o senador.

No entanto, evitou citar qualquer um dos ministros nominalmente. “Eu não me permito debater e polemizar nada dessas declarações de ministros porque considero que o Supremo não é palco e arena política”, disse.

DEBATE POBRE – O presidente do Senado destacou que o projeto criticado foi concebido “pelos representantes do povo, nas duas Casas do Poder Legislativo” e que sua inconstitucionalidade só poderia ser julgada por um colegiado do STF, e não por opiniões pessoais de cada um dos ministros.

“Nós não podemos admitir que a individualidade de um ministro do Supremo Tribunal Federal declare inconstitucional uma lei sem a colegialidade do STF”, disse Pacheco, que defendeu que a Casa, ao aprovar a matéria, apenas agiu dentro da sua atribuição constitucional de legislar.

Em meio a suas declarações, Pacheco lamentou que o debate político no País esteja “muito pobre e vazio de argumentos”. Segundo ele, ao se criticar a proposta, tentou-se polemizar um tema “que não constitui enfrentamento ou retaliação”.

DECISÕES MONOCRÁTICAS – A PEC criticada por ministros do Supremo tem como principal destaque a proibição de decisões monocráticas. Na prática, o texto estabelece que os magistrados ficarão impedidos de suspender por meio de decisões individuais a vigência de leis aprovadas pelo Legislativo. A medida também vale para leis analisadas pelos tribunais estaduais.

Esse tipo de decisão passa a ser permitida apenas ao presidente da Corte e somente durante o recesso do Judiciário em casos de “grave urgência” ou “risco de dano irreparável”. Mesmo nessas situações, o tribunal fica responsável por julgar o caso em até 30 dias após a retomada dos trabalhos. Caso não ocorra neste período, a decisão perde a eficácia.

Em uma emenda apresentada de última hora pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), definiu-se que os ministros ainda podem derrubar por meio de decisão individual atos normativos do governo federal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O Jornal Nacional deu a Pacheco o devido destaque, porque ele falou na dupla condição de político e advogado, Suas afirmações foram juridicamente impecáveis, incontestáveis, irrefutáveis. O senador botou no chinelo os faniquitos de Barroso, Gilmar e Moraes, o trio de supremas estrelas, que estão fazendo tempestade em copo d’água, como se dizia antigamente. (C.N.)

9 thoughts on “Ministros do STF “não se sobrepõem ao Senado” e instituições não são “intocáveis”

  1. O Congresso Nacional, enquanto Poder Constituinte Derivado Reformador, precisa realizar com urgência uma reforma retirando privilégios, impunidade, letargia, facilidade à corrupção dos deuses juízes e promotores brasileiros.

    Todos deveriam ser tratados como servidores do povo, que paga caro demais por tanto desserviço, submetidos à Lei, à Constituição.

    O abuso de autoridade, o excesso de poder e o desvio de finalidade ainda são regras e impunes na prática diária do Judiciário Brasileiro.

  2. A única instituição intocável é o legislativo, todas os projetos do executivo passam por ele e tem o poder de aprovar ou não qualquer projeto e ainda pode legislar em causa própria.
    Quando Lula, eleito pela maioria do povo falou em rever a criminosa venda da Eletrobrás, Lira determinou que não ia aceitar mexer na venda da Eletrobrás e na autonomia do Banco Central, com isso, Lula se viu obrigado a ficar dois anos com Bacen nas mãos de um bolsonarista de uma política inversa a dele.
    No Brasil o presidente eleito pela maioria dos eleitores fica sujeito a um Congresso e gora pior, com maioria da direita liberal aliado à extrema direita. Isso não pode dar certo, gera crises e trava o desenvolvimento. É o atraso para manter tudo como está.

    • Nossa! O legislativo está legislando! Que horror! E pior legislando contra o Lula!

      Meu Deus como pode? Só por que foram eleitos pra isso?! Não sabem que Lula foi eleito o supremo imperador do Brasil?

      Hahaha…

  3. Como eu disse várias vezes, uma vez que um órgão recebe poderes abusivos, vai usá-los para manter este mesmo poder.

    O STF não irá se conter, só vai piorar, vão ter que tirar a força os poderes das mãos deles.

    Quero ver ministro do STF mandando prender senador, por que o senador mandou prender o magistrado…😂

  4. A brabeza dessa gente do STF é de meter medo, assusta assombração, e faz onça largar da cria, e tudo isso com o aplauso do PT e alguns devotos do experimento soviético.
    A sociopatia encontrou terreno fértil em certas mentalidades esquerdistas.

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