Sandra Cohen
g1 Mundo
O cessar-fogo entre Israel e Hamas começou a vigorar e será renovado conforme os reféns mantidos em Gaza forem libertados, indicando que, para o governo comandado pelo premiê israelense, Benjamin Netanyahu, os 240 sequestrados passaram a ser a prioridade. Fica a pergunta: Qual será a sua estratégia depois da troca de prisioneiros?
Numa entrevista coletiva, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, foi taxativo: os combates intensos continuarão por pelo menos dois meses após a trégua.
DEPENDE DA GUERRA – Para Netanyahu, quanto mais tempo durar a guerra em Gaza, maiores serão as chances de assegurar uma sobrevida política e postergar o clamor interno pelas investigações sobre as falhas de segurança que levaram ao massacre do Hamas em 7 de outubro.
A retomada dos combates retarda também o julgamento do premiê israelense, acusado em três processos por corrupção e abuso de poder. “Se depender de Netanyahu, a guerra não terminará nunca”, atesta o colunista Uri Misgav, do jornal “Haaretz”.
A libertação de reféns parece não combinar com a continuação da guerra. A pausa de quatro dias dá ao Hamas tempo para se reorganizar e combustível para exigir mais nas negociações para libertar os 190 que permanecerão no território palestino. Como consequência, aumentará a pressão das famílias sobre Netanyahu.
GANHAR TEMPO – O chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, já deu provas aos israelenses de não ser um interlocutor confiável e tentará ganhar tempo e adiar a retomada dos combates, sob o pretexto de localizar os reféns, que, segundo o grupo, estão distribuídos por outras facções.
Nos 23 anos em que esteve preso em Israel, por tentativa de homicídio e sabotagem, ele aprendeu hebraico e estudou minuciosamente o inimigo. Sinwar retornou a Gaza em 2011, libertado na troca de mil prisioneiros pelo soldado israelense Gilad Shalid. Seis anos depois, foi eleito para chefiar o território e permanece indefinidamente no cargo.
Em 2018, quando Israel negociava com o Hamas um cessar-fogo de longo prazo em Gaza, Sinwar escreveu uma mensagem em hebraico a Netanyahu com a expressão “risco calculado” — indicando ao premiê o preço necessário a assumir, em troca permitir a ajuda financeira regular do Catar a Gaza para pagar funcionários do Hamas e atender famílias palestinas.
FINANCIAR O HAMAS – O acordo foi assinado e garantiu alguma estabilidade, mas se mostrou ineficaz à medida que o governo constatou que seus objetivos foram desvirtuados e passaram a financiar militarmente o Hamas.
No contexto atual, a opinião pública israelense se divide entre a libertação dos reféns e a destruição do Hamas, com foco no primeiro objetivo. Os simpatizantes da ala de extrema direita do governo advogam pela erradicação do grupo palestino, sem negociações, e a reocupação do território.
Netanyahu tenta equilibrar as duas prioridades: “Devolver todas as vítimas de sequestro; eliminar o Hamas”, costuma proclamar o premiê, alternando a ordem, conforme a sua conveniência.
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NOTA DA REDAÇÃO – Netanyahu é um estorvo para Israel. Justamente quando ia ser expulso do poder, o Hamas fez essa lambança… Fica até parecendo que o ataque foi uma “encomenda” ao Hamas, que também depende da guerra para existir. Agora, Netanyahu vai fazer o possível e o impossível para prolongar a guerra e sua permanência do poder. (C.N.)
Você tem mesmo certeza de que o Hamas fez mesmo essa lambança ? Não lhe ocorre que Netanyahu estava passando por um processo de corrupção e que estaria sendo necessário um ato que o sustentasse ?
Nosso judiciário pode estar passando por uma “verdade mentirosa” de 215 anos (ou 134), mas, no povo hebreu, a mentira e as fábulas vigoram há mais de 2000 anos.
Somos meros mortais, tem muita peça solta nessa história. Netanyahu está usando a guerra para se manter no poder e Hamas está justificando a sua existência com esse conflito.
Por outro lado, muitos países aliados da Ucrania tiveram parar da apoiar essa outra guerra com conta desse conflito Israel X Hamas. Rússia está sentando o sarrafo na Ucrania que está com seus dias contatos, seu exército está destruído.
Pode-se observar que a OTAN está obsoleta, a Marinha de todos os países precisa se modernizar pois não consegue enfrentar essa nova guerra de mísseis e drones.
Rússia, China e Irã estão mostrando as suas forças pois esse países possuem indústrias de munição e gasta muito menos que os EUA conseguindo competir com os Americanos e em alguns pontos eles tem vantagem.
Acho que esse conflito em Israel não aconteceu por mero acaso e existe capítulos novos nessa novela, eu acho que guerra da Ucrania e essa de Israel estão interligadas.
Cara eu sou descendente de judeu, judeu holandês. Vocês não sabem nada de Israel. nada.
Não vou fazer curva, defendo o direito de Israel existir, nem que seja a ferro e a fogo. Também sou descendente de judeus.
Os judeus sempre foram uma raça perseguida, agora não mais!
Golda Meir, se baixarem as armas, haverá paz, se Israel baixar as armas deixará de existir.
Uma lembrança:
Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Yitzhak Rabin era chefe do Estado-Maior do exército que alcançou uma vitória devastadora sobre inimigos árabes. Em menos de uma semana, Israel derrotou o Egito, a Jordânia, a Síria e o Iraque, e capturou os territórios do Sinai, das Colinas de Golã, de Gaza e da Cisjordânia.