Marcelo Copelli
No Brasil, em meio ao espetáculo organizado com o dinheiro público, o cidadão não sabe para qual lado olhar ou de quem reclamar. Enquanto boa parte da população sequer viu algo de diferente na mesa de Natal ou mesmo tem perspectivas quanto aos próximos meses, juízes e servidores recebem bônus generosos, políticos tentam fechar o ano com o máximo de vantagens que puderem e até quem já se tornou inelegível continua a receber uma boa renda dos cofres públicos.
Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, poderão fechar 2023 com chave de ouro, gozando além de inúmeros privilégios que o antigo cargo de “ocupante” da cadeira presidencial os concedeu, também recebendo cerca de R$ 589 mil do PL ao longo de 2023. Após a derrocada nas urnas, o casal passou a integrar a cúpula do PL como “dirigentes partidários” e, para tanto, recebendo uma pequena bolada através do polpudo fundo partidário.
“SERVIÇOS” – Enquanto “dona” Michelle, “presidente” do PL Mulher desde fevereiro, já recebeu R$ 236,3 mil da legenda por “serviços técnico-profissionais” até setembro, Bolsonaro recebeu R$ 200 mil entre abril e outubro. O casal recebe como dirigentes partidários, de R$ 30.483,16. Não estão incluídos no valor despesas com assessores, advogados e despesas como deslocamentos e alimentação.
A questão não o partido travestir uma justificativa pelos (des) serviços de ambos, mas sobretudo remunerá-los com dinheiro público. Para o bolsonarismo a questão é resolvida, tentando manter viva qualquer brasa de esperança quanto à representatividade de Bolsonaro. Mas, para a maior parte da sociedade, trata-se de mais um episódio fatídico em que, ainda que viável legalmente, a situação beira a mais um descaso, uma vez que o ex-presidente só contribuiu para o retrocesso do país em quatro anos à frente (ou de costas) no Executivo.
FUNDO ELEITORAL – Principal beneficiado pelo fundo partidário, o PL somou R$ 141.072.720,75 em recursos disponíveis para gastos neste ano, sendo mais de 99% provenientes do conhecido “fundão”. Já no ano, a sigla declarou ter, até o momento, R$ 96.882.198,78 em despesas. Claro que a situação absurda se estende pelas demais siglas, mas isso não significa que se tenha obrigatoriaente uma concordância passiva por parte de quem assiste a tudo isso.
O clã Bolsonaro tenta de qualquer forma se manter no poder, mas como em política tudo pode mudar de acordo com os interesses, nas primeiras decisões judiciais em 2024, talvez os apoiadores repensem os seus posicionamentos e deixem o ex-mandatário naufragar.
Seja honesto antes que o ano se acabe:
“Integrantes do PL no Congresso receberam mais de meio milhão do partido em 2023”
(se é que é possível ser “mais” ou “menos” honesto)
Para qualquer “narrador”:
Lula prometeu regular aplicativos e fim da fila no INSS, mas não cumpriu
Ao longo de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elegeu uma série de medidas como carros-chefe de sua gestão, mas não foi capaz de cumprir todas as promessas antes do fim do ano. O governo realizou parte das propostas, como o Desenrola Brasil, para a renegociação de dívidas, o fim do teto de gastos, substituído pela nova regra fiscal, e o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Outros projetos, no entanto, não tiveram o mesmo destino.
O Voa Brasil, que prometia passagens aéreas a preços acessíveis, não saiu do papel, e o ministro que estava à frente da ideia foi despachado para outra pasta do primeiro escalão. Uma Medida Provisória editada por Lula em julho prometia zerar as filas do INSS, mas não surtiu o efeito esperado. E o desmatamento zero até 2030, apesar do prazo extenso, encontra-se com a viabilidade ameaçada em razão da onda de queimadas que afetou a região da Amazônia em 2023.
Além disso, Lula prometeu ao longo da campanha e durante o discurso de posse rever a legislação trabalhista. Uma revisão mais ampla das leis do trabalho nem sequer chegou a ser enviada ao Congresso. O governo apenas criou um grupo para discutir normas para trabalhadores de empresas por aplicativo, mas a regulamentação ainda está emperrada. O Estadão procurou a Presidência e os ministérios, que não se manifestaram. Confira as promessas não cumpridas.
Voa Brasil
Em março deste ano, o ministro Márcio França, então na pasta de Portos e Aeroportos, divulgou detalhes de um programa denominado Voa Brasil, por meio do qual estudantes, aposentados e pessoas com renda até R$ 6,8 mil poderiam ser beneficiados com passagens aéreas a preços subsidiados. Havia até a previsão para o início do programa, que estaria em vigor no segundo semestre de 2023.
Os problemas do Voa Brasil, no entanto, começaram dias depois das manifestações do ministro. Lula se irritou com a atitude de França em apresentar o programa em público, alegando que não havia tomado conhecimento da medida. Em reunião ministerial, na mesma semana, sem citar o nome do aliado, repreendeu as “genialidades” de ministros, divulgadas antes de passar pelo crivo do governo. “É importante que nenhum ministro e nenhuma ministra anuncie publicamente qualquer política pública sem ter sido acordada com a Casa Civil, que é quem consegue fazer que a proposta seja do governo”, disse Lula.
Em julho, Márcio França chegou a confirmar ao Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que o Voa Brasil seria lançado no fim de agosto. No início de setembro, no entanto, a Esplanada passou por uma reforma para acomodar políticos do Centrão. França foi remanejado e, em seu lugar, foi nomeado Silvio Costa Filho, que se comprometeu com o avanço da medida, mas não a entregou até agora. Segundo Costa Filho, o programa ficou para 2024. O Estadão questionou a pasta dos Portos e Aeroportos sobre as razões do adiamento do programa, mas não obteve resposta.
Fila do INSS
Em julho, o governo editou Medida Provisória para criar o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS). O objetivo era cumprir uma promessa feita no discurso de posse: reduzir as filas de atendimento no INSS.
Naquele momento, 1,79 milhão de pessoas aguardava por análise de solicitação de benefício e perícia médica. A MP previa o pagamento de bônus por produtividade aos servidores. Em um mês de programa, no entanto, a redução no volume foi de apenas 5,7%: de 1,79 milhão para 1,69 milhão de pedidos sob análise. O INSS manteve a meta de zerar as esperas acima de 45 dias até o fim do ano, mas o objetivo não foi cumprido.
Fonte: IstoÉ Dinheiro
Por falar nos Aplicativos….
LULA fala que os motoboys do Brasil usam fraldas.
https://www.youtube.com/watch?v=9efe8sOIovI
“” Às vezes trabalham de fraldão porque não tem banheiro para ir”
Após joias, cheques e privilégios, casal Bolsonaro agora se beneficia do fundão
“è nóis Queiroissss””.
Bom texto, mostra a farra com dinheiro dos nossos suados impostos que o PL vem promovendo para favorecer extrema direita, em especial o casal 22.
Em 1 de dezembro de 2022, o INSS tinha na fila 5,5 milhões de pessoas, segundo a equipe de transição do governo federal. Por Amanda Lüder, Globo News.
Se tem menos pessoas na fila, é sinal que em um ano o governo Lula trabalhou bem.
Não se pode exigir de um governo com um ano de gestão resolver dos os problemas sérios e escandalosos deixados pelo governo anterior.
Excelente artigo!
Excelente sugestão de matéria. Grato.