Ao adiar a votação sobre Brazão na CCJ, Câmara manda recado ao STF

Arthur Lira

Arthur Lira já avisou que vai resolver o assunto sem pressa

Andréia Sadi
GloboNews

Um pedido de vista para mais tempo de análise a respeito da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ter mandado matar Marielle Franco, é um recado da Câmara do Supremo Tribunal Federal. Conforme fontes ouvidas pelo blog, a decisão que levou a votação sobre o tema para abril não é sobre Brazão.

Segundo líderes do Centrão, se fosse qualquer outro caso, eles certamente revogariam a prisão, pois discutem há meses o que chamam de “freio ao STF”. Como não querem esse desgaste de soltar um deputado acusado de mandante de um dos maiores crimes do país, agem como podem: adiando a decisão.

NÃO HAVIA PROVAS – Apesar do recado ao STF com o adiamento, pelo menos até aqui a informação é de que os parlamentares não têm coragem e nem estão dispostos a sofrer o desgaste de revogar a prisão.

Desde a manhã desta terça-feira (26), o clima entre parlamentares de esquerda à direita era esse: de repetir que não havia provas para prender Brazão num domingo. O discurso foi ganhando adeptos e levou ao adiamento da decisão.

Não é sobre solidariedade a Brazão. É sobre se posicionar contra medidas autoritárias do Supremo. Os pedidos de vistas partiram de Gilson Marques (Novo-SC), Roberto Duarte (Republicanos-AC) e Fausto Pinato (PP-SP).

LIRA SEGURA A ONDA – Ainda nesta terça-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o pedido de vista não atrapalha o processo e que vai aguardar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) analisar o caso.

Como esta semana é curta em razão do feriado da Páscoa, a análise pode ocorrer somente no dia 9 ou no dia 10 de abril. Isso porque a próxima semana não deve ter sessão em razão do fim da janela partidária de vereadores, que mobiliza os deputados em suas bases eleitorais.

Na tentativa de acelerar a análise, deputados governistas disseram que iriam pedir ao presidente Arthur Lira (PP-AL) que usassem de sua prerrogativa como chefe da Câmara para levar o caso diretamente ao plenário. Lira, porém, indicou que não vai fazer isso.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Lira é astuto e sabe que está diante de uma disputa entre poderes da República. Primeiro, o assunto será levado à Comissão de Constituição e Justiça, para só depois ir ao plenário. Os debates serão acesos e haverá muitas queixas contra o Supremo. Depois a gente volta ao assunto, com outros detalhes, porque a questão é da maior importância. (C.N.)

4 thoughts on “Ao adiar a votação sobre Brazão na CCJ, Câmara manda recado ao STF

  1. Reeleger é reerrar!

    Continua valendo!

    “Cada povo tem o governo que merece!”
    Conde Joseph-Marie de Maistre (Savoia, 1 de Abril de 1753 — 26 de Fevereiro de 1821) escritor, filósofo, diplomata e advogado.

  2. Só vejo uma parte da solução para esse caso.
    Ressuscitar Marielle.
    Ressuscitem a moça e arranjem um doido pra dar uma facada na barriga dela.
    A série Yellowstone foi encerrada abruptamente sem um final, houve briga medonha por dinheiro e Kevin Costner vazou.
    A série Quem Matou Marielle está mais enrolada que tripa de cascudo.
    Calos foram pisados.

    • Só defende pistoleiro e mandante de crime, quem apóia a impunidade para os detentores de Foro Privilegiado.

      Os deputados federais, se pudessem não autorizariam a prisão do deputado federal. A repercussão do covarde assassinato da vereadora Marielhe, os impedem de proteger a figura.
      Eles estão pensando neles, no futuro dessa gente, no Brasil todo e no Rio em particular.

      A classe política do Rio de Janeiro, pressiona dia sim e dia não também, para o governo federal, exonerar o Superintendente da Polícia Federal no Rio, o delegado federal Leandro Almada.

      Quando uma tragédia atingir a família de quem defende a impunidade, como ficará esse entendimento favorável ao criminoso?

      Temos que salvar o Brasil, porque o Rio de Janeiro, creio, não tem mais jeito, quando aquele que é pago para defender a sociedade, atua para arquivar os inquéritos e destruir provas incriminadoras dos criminosos.

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