Vicente Limongi Netto
Junto-me a indignação e ao repúdio da jornalista Fernanda Chaves (Correio Braziliense – 30/04), sobrevivente do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, deplorando a aprovação por poucos votos para manter preso o ainda deputado Chiquinho Brazão. Decisão que mais uma vez joga no lixo a desmoralizada Câmara Federal.
Nessa linha, louvo o artigo da jornalista Ana Dubeux (Correio Braziliense – 28/04), indagando “Qual é o seu palco?”. Dubeux mantém aberta a diária cortina do palco na trincheira do jornalismo.
OS MAIS VELHOS – Sintonizada com os clamores do cidadão. Ana mostra o encantamento que tem pelos mais velhos. Produtivos e com saúde. Convive com muitos deles. Exalta o amor que têm pela vida. Cita Ary Fontoura, Fernanda Montenegro, José Sarney. Peço vênia à atilada Dubeux para acrescentar o lúcido e operoso Bernardo Cabral, com 93 anos de idade.
Meu palco não se intimida com dificuldades. É forjado em lutas diárias contra a calhordice, oportunismo e canalhice. Posso errar, mas não me omito.
Perto dos 80 anos, recordo o título do livro de memórias de Pablo Neruda, “Confesso que vivi”.
VIDA DE CÃO – A morte do cão “Joca” virou justa comoção nacional. Corações sentidos, mesmo entre aqueles que não têm cachorro em casa. Muitos acham que cães merecem ser tratados como gente. Não são “coisas”, afirmam os mais apaixonados. Mas o que dizer dos cães da raça pitbull que frequentemente mutilam e matam pessoas indefesas?
O que fazer com tutores dos fofos pitbulls que não colocam a necessária focinheira nos seus animalzinhos? Quando vão botar na cabeça vazia que a focinheira é feita para salvar vidas?
Pêsames para “Joca”, mas pêsames dobrados por aqueles que perdem a vida assassinados por animais ferozes. O que dizer para familiares de pessoas mortas por pitbulls?
Acho que foi o Magri, ministro do Loola, que levou num carro oficial um cachorro para um veterinário alegando que cachorro também é humano.
Vivemos num brejos das altas convicções.
Caso Marielle: está em banho maria, o assassino não é o que eles queriam.
Quanto ao jornalismo, não me surpreendo como alguns deles simploriamente vão embarcando no bonde da censura.
De certo modo, temos a anomia preponderando em muitos aspectos na sociedade brasileira; infelizmente, está rimando com agonia… Adjetivos ou substantivos para a fase atual são escassos para entender o que se passa aqui…
Só para deixar claro: Magri foi ministro no Governo (?!) Collor. À época não se poderia esperar nada melhor;
Senhor James Pimenta , sim correto , foi o então Ministro do trabalho Rogério Magri , no governo de Fernando Collor de Melo , num evento público quando tratou o seu cachorro , como se gente fosse , ao levar seu num veterinário num momento político crítico e delicado para Fernando Collor .
Rogério Magri ( Força Sindical – de Antônio Medeiros) , era opositor de Lula do Partido dos Trabalhadores , por isso Fernando Collor o indicou para o Ministério do Trabalho , para fortalece-lo na área sindical e angariar apoio dos trabalhadores , e enfraquecer o Partido dos Trabalhadores e seus dirigentes .