Carlos Andreazza
Estadão
Seria o caso de Simone Tebet e Dario Durigan – que é Haddad – conversarem. Ambos deram, com horas de diferença, entrevistas ao Estadão. O tema é revisão estrutural de gastos obrigatórios. O produto, bateção de cabeças. A ministra do Planejamento falou antes: “Ninguém vai mexer nos pisos de saúde e educação. Nem devemos. E não tem discussão sobre a valorização real do salário mínimo e sobre desvincular o salário mínimo das aposentadorias.”
Estabelecidos o imexível e o indiscutível, não terá sobrado muito de onde cortar para valer. Este, já ido, é ano eleitoral. O próximo, véspera daquele em que Lula concorrerá à reeleição. A ministra – informa-nos – está conformada à enxugação de gelo que chamam de pente-fino.
AJUSTE NECESSÁRIO – Simone Tebet disse que tem consciência de que governo precisará das receitas extraordinárias. O número 2 da Fazenda falou depois. Respondeu sobre se haveria a possibilidade de as despesas com previdência social, saúde e educação serem submetidas ao limite do arcabouço fiscal. “Temos feito esse debate. Ele está amadurecendo no governo e, na hora certa, vamos anunciar. Vamos fazer esse ajuste necessário, como a gente tem feito.”
É o oposto do que dissera Tebet. O que vale? Excluída a discussão – ora inexistente – sobre como se calcula a valorização do salário mínimo, os outros assuntos estão na ordem do dia. A vinculação dos pisos constitucionais de saúde e educação ao crescimento da arrecadação consiste na própria explicação da inviabilidade do natimorto arcabouço fiscal. A trajetória é asfixiante. Idem o atrelamento das despesas previdenciárias ao crescimento – acima da inflação – do salário mínimo.
Não há arrecadação recordista capaz de responder à escalada de gastos obrigatórios – que a própria arrecadação puxa.
META REBAIXADA – A ministra quer mais: “E temos a consciência de que vamos precisar das receitas extraordinárias, ou seja, das receitas que não são correntes. Nós estamos contando com elas para zerar a meta. E tudo bem em relação a isso. (…) Não importa a cor do gato, desde que ele cace o rato. Ou seja, não importa de que forma nós vamos fazer. Nós temos e vamos cumprir a meta zero.”
A forma importa, sim. A meta para 25 não era zero. Foi rebaixada. E mesmo sobre a meta de 24 já se pedalou para fabricar-antecipar dinheiros. Ainda assim, improvável que seja cumprida. O rato é gordo. No acumulado até julho, o déficit primário do governo central no ano chegou a quase R$ 78 bilhões. Tudo bem?
A forma importa, repita-se. Os criativos da contabilidade estão na pista. Sempre atuam oferecendo atalhos cumpridores de meta. O auxílio gás, cujo valor o governo quer quadruplicar até 2026, foi manobrado para que seu espalhamento ficasse de fora dos limites das regras fiscais. O gato caça engordando. Nem um foge nem o outro corre.
1) Licença…
2) Segundo o 247, citando a Assembleia Legislativa de MG, a profa. indicada para o Ministério referido hoje de manhã na TI, e já publicado no D.O. é professora desde os 19 anos, tem hoje 59, é mestra em Serviço Social e Doutoranda em Educação, Deputada Federal PT-MG, já ocupou vários cargos públicos…
3) Desejamos boa sorte…
Estão dando muito anabolizante para esse leão.
2 CRONICAS 10
Assim dirás a este povo, que te falou: Teu pai agravou o nosso jugo, tu porém alivia-nos; assim, pois, lhe falarás: O meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai.
Assim que, se meu pai vos carregou de um jugo pesado, eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.
O assunto Gastos Obrigatórios é um tsunami com epicentro na mastodôntica estrutura político administrativa, gigantesca corrupção na máquina oficial e inércia desenvolmentista muito mais grave do que possa parecer pela redação leve do excelente Andreazza.
Eu avisei:
CARTINHAS PARA LULA IV
Lula, acho que você não leu as cartinhas que postei após sua eleição e eu preferi não me manifestar mais por enquanto, pois acredito na sabedoria e filosofia contida nos ditos populares, no caso “o apressado come cru” e você bem que poderia relembrar algumas “o mal do esperto é pensar que o resto é bobo” “malandro demais trança as pernas” “quem fala demais dá bom dia a cavalo” e por aí vai.
Nós não tínhamos combinado que você ia esquecer aguas passadas, ignorar as palavras “vingança” “soberba” e “populismo” e tentar governar e pacificar o país? Que aconteceu? Você esqueceu como governar ou será que nunca soube? Você está sendo influenciado ou a confusão é na sua cabeça? Há muitas pessoas preocupadas com algumas atitudes confusas suas, alguns milhões de eleitores que sem ser petistas ou esquerdistas votaram em você, numa aposta desesperada pra fugir da ameaça fascista e numerosos analistas políticos e psiquiatras tentando adivinhar intenções estratégicas radicais ou algum tipo de esquizofrenia delirante.
Lula, você como o ex-presidente mais experiente na atualidade, deveria saber que a economia é a base da popularidade de um governo, a que ganha ou perde eleição, e você continua fazendo palanque e panfleto dela um mês após a pose, tudo espalhafatosamente, como se fosse comício, causando insegurança e prejuízo a investidores e à economia nacional como um todo.
Desse jeito, Bolsonaro não precisa voltar, você o vá a eleger desde aqui em 2026, ou antes se esse seu governo cair de podre.
Um Velho na Janela
Enviado por Um Velho na Janela em 07/02/2023