Carlos Andreazza
Estadão
O governo dos símbolos criará a autoridade climática, promessa de Lula na campanha, ora materializada no improviso, enquanto as florestas queimam, quase 21 meses depois de a democracia haver fechado a porteira à passagem da boiada. Nem precisaria. Flávio Dino já é a autoridade climática, extrapolando a função que lhe fora designada, a de líder do governo no Supremo, hoje ministro da Casa Civil, do Meio Ambiente e da Justiça.
A liberdade executiva do senador-togado ordenou a mobilização imediata de tropas e deu prazo a que o governo trabalhasse.
AÇÃO ANTIGA – Nota à heterodoxia: Dino se expande por meio da condição de relator num julgamento de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental/ADPF — já com acórdão — em que partidos de esquerda exigiam, em 2020 e 21, providências contra queimadas havidas durante o período Bolsonaro.
Ele se alarga porque percebe a incapacidade do governo. Pelo menos desde fevereiro o Planalto era informado sobre a projeção de seca severa e os riscos crescentes de incêndios florestais graves — documenta reportagem de Daniel Weterman.
As sucessivas comunicações não tinham como base a previsão de que o fogo seria produto de ações criminosas. Que existem e pioram o cenário. Que existem e servem de desculpa para tirar fora o corpo da incompetência, constituídas de repente na razão exclusiva das queimadas. O governo pego de surpresa por atividade orquestrada de “alguns setores”.
ERA ESPERADO – Não há surpresa; não se faltam planejamento e prevenção. A proposta de Orçamento remetida ao Congresso para o Ministério do Meio Ambiente em 2025 é de R$ 4,13 bilhões, conta Wesley Bião. Menos que Relações Exteriores e Portos e Aeroportos. À frente de Cultura, Direitos Humanos, Mulheres e Igualdade Racial.
Para este 2024, o Orçamento orquestrado para o Meio Ambiente foi de R$ 3,6 bilhões, 16% menor que em 23. Para prevenção e combate a incêndios neste ano: R$ 219 milhões — contra R$ 236 milhões para o passado.
O Congresso destinou apenas 0,02% de suas emendas parlamentares (R$ 194 bilhões) à prevenção de incêndios, desde 2019. Informação de André Shalders.
LULA VETOU – De Roseann Kennedy e Levy Teles é a notícia sobre quanto teve, em 24, a Comissão de Meio Ambiente do Senado para emendas: R$ 100 mil. Seriam R$ 550 mil — Lula vetou 88% (R$ 450 mil) do valor inicial. A Comissão de Desenvolvimento Regional — paraíso do orçamento secreto — levou R$ 2,5 bilhões.
E agora créditos extraordinários. O Ibama está sucateado. Contratem-se brigadistas temporários. A omissão-negligência arma as condições urgentes para a “guerra”. Fabriquem-se os dinheiros. Dino autorizou. Lacrou.
Insensível qualquer preocupação fiscal ante a calamidade. Tudo vira pandemia. Bom para exercício do poder. Também para compras e contratos emergenciais.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O pior foi dona Janja da Silva dizer nos Estados Unidos que são “terroristas” que fazem queimadas para destruir o governo. E a patricinha da floresta, Marina Silva, também está lá, dizendo a mesma bobagem. (C.N.)
Dino se expande para ocupar espaços vazios do governo.
Sr. Newton,,
Será que não está “se expandindo” na geladeira do Restaurante Soviético Tribunal Federal..??
Ha!Ha!Ha!Ha!HA
aquele abraço…
Isso é mais uma promessa entre muitas que esse corrupto fez e não serão cumpridas. Vejam a picanha e a cerveja
O poder, ou melhor dito, a ambição pelo poder, é perita em preencher vácuos.