
Candidatura de Flávio ainda é balão de ensaio
Roseann Kennedy
Estadão
Na prisão há duas semanas, e sem comoções populares como imaginava que ocorreria, Jair Bolsonaro (PL) vê seu poder político definhar. A constatação desde os primeiros dias em que passou a cumprir pena no prédio da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, foi de que o movimento de apoiadores era esvaziado e que, até abril – prazo limite para políticos deixarem cargos no Executivo se decidirem disputar eleições -, a única alternativa para o grupo ter chances nas urnas em 2026 seria apoiar a candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A avaliação avançou entre lideranças do centro-direita e não mudou, mesmo depois de o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), anunciar que Bolsonaro o escolheu como candidato a presidente da República em 2026. Grandes nomes do PL, Republicanos e PSD, que conversaram em reserva com a Coluna do Estadão, apostam que o movimento do filho zero um de Bolsonaro é um balão de ensaio e também um novo capítulo para pressionar o Congresso por anistia aos condenados do 8 de janeiro, incluindo o benefício para o próprio pai.
PRIMEIRO GESTO – Um dia após se anunciar presidenciável, Flávio avisou: “O primeiro gesto que eu peço a todas as lideranças políticas que se dizem anti-Lula é aprovar a anistia ainda este ano. Espero não estar sendo radical por querer anistia para inocentes. Temos só duas semanas, vamos unir a direita”, postou em sua conta no X.
A mensagem soa a chantagem no meio político, na linha de “anistiar agora para liberar a negociação da chapa presidencial novamente”. Numa análise mais ampla do cenário, a pressão também protege Tarcísio de Freitas na corrida presidencial.
Se o Congresso aprovar o projeto neste ano, o assunto esfriará no ano que vem e Tarcísio poderá evitar o desgaste de defender a pauta em plena campanha eleitoral, o que geraria um embate direto com o Supremo Tribunal Federal (STF).
FAVORITO – Na avaliação de lideranças do centro-direita, até setores econômicos que têm Tarcísio como candidato favorito ao Planalto podem passar a pressionar nos bastidores pela anistia se isso significar a confirmação de sua candidatura presidencial e também que ele ficará livre desse “teto de vidro” em 2026.
Além disso, Tarcísio já prometeu indulto a Bolsonaro, caso se torne presidente da República. Como ele, até o momento, é o único presidenciável da direita com chances de chegar ao Planalto, segundo as pesquisas, construir uma chapa com seu nome ainda é a prioridade dos partidos que representam seu grupo político.
O entorno de Bolsonaro sabe que seus filhos não têm competitividade suficiente para enfrentar Lula, e insistir no nome de algum deles abriria chances de o petista vencer inclusive em primeiro turno. Numa disputa Lula X Flávio, pesquisas apontam que o atual presidente passaria de 60% dos votos. Impossível, entretanto, bater o martelo agora de qual será a decisão final no ano que vem. Basta observar o vaivém e a briga de ego dos Bolsonaros.
ACENOS – Nos últimos dez dias, a família fez acenos de que buscaria o entendimento para uma candidatura forte, e até Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deu sinais de que poderia aceitar o governador de São Paulo na chapa ao Planalto. Apesar de criticá-lo, disse que Tarcísio “é candidato que o sistema quer” e que apoiaria “até o Macaco Tião” contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Macaco Tião foi um candidato fictício à prefeitura do Rio de Janeiro, no final dos anos 1980.
Depois, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os enteados lavaram roupa suja publicamente numa disputa de poder nas articulações dos palanques estaduais. Na sequência, Flávio anunciou ser o presidenciável. Além disso, o cenário sobre a popularidade de Lula fará diferença em abril para o grupo aliado a Bolsonaro analisar se será melhor lançar mais de uma candidatura ao Planalto.
Os governadores interessados no Planalto – Ratinho Júnior (PSD-PR), Eduardo Leite (PSD-RS), Ronaldo Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) – já disseram que abrem mão para apoiar Tarcisio. Mas se as pesquisas apontarem risco de definição da eleição no 1º turno, é possível lançar mais de uma candidatura da direita para empurrar a decisão para o 2º turno.
Silêncio de Tarcísio não era o que Flávio Bolsonaro ‘estava esperando’
A respeito do silêncio absoluto de Tarcínico sobre o anúncio de sua candidatura à presidência, Flávio Rachadinha tem admitido a interlocutores que “não era isso o que eu estava esperando”.
Segundo o Zero Um, quando Tarcínico foi comunicado por ele que havia sido escolhido pelo ex-mito para ser candidato, o governador apertou sua mão e teria dito: “conta comigo”.
Já se passaram três dias e Tarcínico está completamente mudo.
Fonte: O Globo, Política, 08/12/2025 13h17 Por Lauro Jardim
Como o Rachadinha disse que a vaga de candidato do clã tem “preço”, o fantoche deve estar estudando se apresenta ou não proposta de “compra”.
Retificando:
“O movimento do filho zero um de Bolsonaro é um balão de ensaio e também um novo capítulo para pressionar o Congresso por anistia aos condenados do 8 de janeiro, incluindo o benefício para o próprio pai.”
O movimento de Rachadinha é um balão de ensaio e também um novo capítulo para pressionar por anistia ao ex-mito, incluindo (metaforicamente) os condenados do 8 de janeiro, com os quais não estão nem aí.
Retificando o texto:
“O movimento do filho zero um de Bolsonaro é um balão de ensaio e também um novo capítulo para pressionar o Congresso por anistia aos condenados do 8 de janeiro, incluindo o benefício para o próprio pai.”
O movimento de Rachadinha é um balão de ensaio e também um novo capítulo para pressionar por anistia unica e exclusivamente ao ex-mito, incluindo (metaforicamente) os condenados do 8 de janeiro, com os quais não estão nem aí.
A direita solta o Bacellar,no RJ.
Só a esquerda votou contra.
Como assim,não são os bozos os bonzinhos.
Alguma coisa está fora de ordem.