Hélio Schwartsman
Folha
Nicolás Maduro promulgou a lei que “cria” o estado de Guiana Essequiba, em porção do território guianense que é reivindicada por Caracas. Não creio que o governante venezuelano chegará, pelo menos não por enquanto, às vias de fato.
É verdade que as Forças Armadas da Guiana não são páreo para as venezuelanas. Falamos de um efetivo de apenas 3.400 homens contra mais de 120 mil do vizinho beligerante. Mas a floresta é.
ISOLAMENTO – Para de fato ocupar o território reclamado, as tropas venezuelanas precisariam ou fazer um complicado desembarque anfíbio em terreno para lá de inóspito ou então fazer um desvio passando pelo Brasil, o que Lula não autorizaria.
Em qualquer caso, uma saída militar implicaria novas sanções contra a Venezuela e agravaria o isolamento diplomático do regime.
Não dá para descartar a possibilidade de os EUA, a pedido da Guiana, despacharem um porta-aviões para a região, para proteger o país agredido. Aí a própria vantagem militar da Venezuela, cujo Exército deve estar bem deteriorado por anos e anos de crise, ficaria ofuscada.
BASTA FINGIR – É provável, portanto, que Maduro, dando um novo significado à expressão “a imaginação no poder”, se limite a fingir que incorporou Essequibo. Se até alguns anos atrás um ditador simulando ter conquistado o país vizinho não passaria de enredo de comédia B, vivemos hoje num mundo em que fake news e outras modalidades de versões desvinculadas de fatos ganharam tal proeminência que é possível que a estratégia funcione.
Serviria para fazer com que os venezuelanos que já apoiam Maduro se engajem no processo eleitoral. O pleito está marcado para julho.
Acho que o gesto de Maduro encerra ainda um não muito sutil recado a Lula, que vem esboçando um afastamento de Caracas. O venezuelano está dizendo “não me abandone, porque ainda sou capaz de criar instabilidades regionais”. Envolver-se muito proximamente com ditadores é dor de cabeça assegurada.
Pelo bem do povo da Venezuela, Maduro-Podre precisa cair.
O mesmo aqui, depois de 21 anos (1964-1985…2003-2024) de PT ou sua versão piorada.
Afastamento de ditadores, doce ilusão. Não estão fazendo um acordo para ajudar Cuba.
Quem vai estancar a sangria do Brasil e da Venezuela, cujo interesse é de um mesmo clã e patrão dessas duas “plantadas” aberrações?
Preparando, a retirada da escória!
https://www.resistir.info/irao/sapo_03abr24.html
Essa gente não pensa no bem-estar do seu país e nem do seu povo , pois é fácil forçar uma guerra com outro país , para mascarar e ocultar suas próprias mazelas , usando o povo como massa de manobra e bucha de canhão , porém após a guerra o país e seu povo , estarão em piores condições que a anterior , isso é liquido e certo .
Estimado amigo, esse Schwartsman é um dos maiores pés-no-saco nacionais. Pelo que temos à volta, não é pouca “cousa”, como escrevia e falava o enorme Abgar Renault. Abraço. Km
Estimado amigo, por falar em Abgar Renault, um dos maiores poetas da língua portuguesa de todos os tempos (Otto Lara Resende etc.), o único local onde, vez por outra, encontro algo escrito por ele é aqui mesmo, em nossa TI, na coluna do colega Paulo Peres (somos, afinal, serventuários de justiça). Abraço.