Caio Junqueira
CNN Brasil
Preso desde o dia 8 de fevereiro, Filipe Martins enviou uma carta a um amigo, na quinta-feira (4). No texto, o ex-assessor de Bolsonaro rechaça qualquer possibilidade de delação premiada. A CNN teve acesso ao documento. “Não delatei. Não delatarei. Porque não há o que delatar”, escreveu.
Ele também mencionou o filósofo Sócrates: “Estou como disse Sócrates: ‘É preferível que eu padeça de uma injustiça do que cometer uma para livrar minha pele’”.
NOVO ADVOGADO – O movimento ocorre em um momento em que Filipe Martins faz alterações em sua defesa. Sai o advogado paulista João Vinicius Manssur e entra Sebastião Coelho da Silva, desembargador aposentado do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, um antigo crítico de Alexandre de Moraes.
Em 2023, Coelho disse no Supremo que Moraes “inflama” o país, “não agrega” e faz “declaração de guerra” ao país.
A contratação de Coelho tem o objetivo justamente de rechaçar qualquer possibilidade de colaboração premiada diante de rumores de que ele poderia avaliar essa possibilidade.
DEFESA TÉCNICA – Além disso, Felipe Martins, que é amigo íntimo dos filhos de Jair Bolsonaro, teria levado a minuta do golpe para análise de uma reunião com o então presidente.
Segundo seus interlocutores, pretende mostrar que optará por uma defesa técnica, independentemente da relação do seu advogado com as Cortes em Brasília.
Sebastião confirmou à CNN que assumiu o caso. Questionado sobre a troca, Manssur disse: “A renúncia foi por motivos de foro íntimo”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A manobra de Filipe Martins é arriscada. Contratou justamente o advogado que é considerado o maior crítico do Supremo, que disse cara a cara aos ministros que eles são “as pessoas mais odiadas do país”. Por causa de Sebastião Coellho, o ministro Moraes cancelou as sessões públicas e os réus do 8 de Janeiro perderam o direito de ter uma defesa oral, antes de os ministros votarem. Será que foi uma boa ideia contratar o Dr. Coelho para enfrentar a raposa na toca? (C.N.)
Se querem atrito, que haja, única chance de na exasperação do embate, o outro, em impróprias palavras se perder e assim, cair do pedestal em que pensa seguro se encontrar.
Alguém tinha que peitar o Brabo, apareceu um do ramo, vai ser briga de corisco.