Demétrio Magnoli
Folha
As águas do Guaíba submergiram vastas áreas da Grande Porto Alegre. Mas as enchentes trouxeram à tona o contraste entre dois países: um abençoado por verbas carimbadas; outro suspenso na incerteza dos recursos extraordinários. No ápice da tragédia, com águas ainda superando a cota dos 5 metros, o Congresso e o governo concordaram em desviar as emendas de parlamentares do RS para as urgências da catástrofe.
Generoso, à luz dos holofotes, o país carimbado estendia uma mão ao país mendicante. Lá, na trincheira, voluntários empregavam barcos, jet skis e até pranchas de surfe no resgate das vítimas.
LAGOAS DE DINHEIRO – O país carimbado navega em lagoas de dinheiro. O valor total previsto para emendas parlamentares atinge, em 2024, quase R$ 50 bilhões, enquanto o fundo eleitoral consumirá R$ 4,9 bilhões.
Ninguém sabe ao certo o custo da reconstrução das infraestruturas destruídas pelas enchentes no RS, mas as estimativas iniciais giram em torno de R$ 10 bilhões. O governo percorre um labirinto jurídico para excluir o “orçamento da tragédia” dos limites desenhados no arcabouço fiscal.
A captura do Orçamento da União pelo país carimbado, expressa nas despesas obrigatórias, já cruzou a fronteira dos 90%. Na mão oposta, entre 2013 e 2023, os gastos federais com prevenção de desastres reduziram-se, em valores desinflacionados, de R$ 6,8 bilhões para menos de R$ 1,5 bilhão. Regra geral, estados e municípios seguem a mesma rota. “Alguém viu a Defesa Civil?”, indagavam desesperados os voluntários na Cidade Baixa e Menino Deus.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS – Marina Silva, ilhada no Meio Ambiente, rabisca planos numa folha de papel. São projetos esperançosos de adaptação às mudanças climáticas de nossas cidades, redes viárias e estruturas produtivas.
A hegemonia do país carimbado, somada à trajetória ascendente da dívida pública, colore cada um deles nos tons cinzentos do devaneio. Como reinventar padrões de urbanização, circulação e produção quando todo o dinheiro destina-se a custear a administração do passado?
Ilhada no ministério do Planejamento, Simone Tebet ensaia uma reconquista parcial da casamata orçamentária capturada. Numa entrevista ao Valor Econômico, a ministra anunciou planos para desvincular alguns benefícios previdenciários da correção do salário mínimo. “Teremos que cortar o gasto público pela convicção ou pela dor”, alertou, numa referência velada à farra fiscal devastadora que inundou os mandatos de Dilma Rousseff.
PERTO DE DESABAR – É um programa mínimo de salvação de um arcabouço fiscal em vias de desabar. Tebet enfatizou que cogita corrigir os benefícios previdenciários pelo IPCA mais 1%, garantindo-lhes ganhos reais. Ninguém falou nas verbas carimbadas da Educação, que crescem acima da inflação sem produzir qualidade ou resultados, nas sacrossantas emendas parlamentares ou nas rendas nababescas dos fidalgos do alto funcionalismo.
Mesmo assim, nada feito. O país carimbado armou seus canhões, deflagrando um bombardeio preventivo que gerou um efeito pretendido: Haddad abandonou Tebet na chuva e outros ministros protestaram.
CRÍTICAS EXAGERADAS – “Sou totalmente contra essa proposta absurda” (Luiz Marinho, Trabalho). “Isso é tirar renda da parte mais pobre da população” (Carlos Lupi, Previdência, que não entendeu a parte do 1%). “Podem cortar despesas de juros. Por que cortar em cima dos mais pobres?” (Gleisi Hoffmann, PT, clamando por um desastroso calote na dívida pública e anunciando que o partido reivindicará “tirar a educação de qualquer limite fiscal”).
Os três artilheiros do país carimbado confiam no amparo presidencial. Tudo indica que têm razão: na hora da entrevista de Tebet, Lula insurgiu-se novamente contra a meta de déficit zero de seu próprio governo difundindo a fake news de que “essa é uma discussão que nenhum país do mundo faz”.
Quando as águas baixarem, a vida volta ao normal: o país carimbado situa-se acima da cota dos 5 metros.
‘’O CATRINA’’ E O APOCALIPSE DILUVIANO GAÚCHO
Jeová, Jesus Cristo e o Espírito Santo se responsabilizaram pelas águas e pelo restante da Criação; porém, os políticos corruptos e incompetentes da Republiqueta das Diretas-Já esqueceram as barragens e os diques de contenção.
Para os Estados Unidos, a nação mais rica do mundo, o Catrina custou em dólares somente 1 tostão. Na republiqueta dos bananas comunistas e dos bananinhas evangélicos nazistas, falida pela burrice, corrupção e impunidade garantista o dilúvio vai custar em reais 1 trilhão.
No Brasil das Diretas-Já, os palácios dos políticos e dos advogados do diabo do Judiciário estão repletos de cruzes e crucifixos; por isso mesmo, dilúvio algum vai assombrar esses monstros falastrões, essas bestas pródigas, esses vampiros prolixos.
Os hipócritas e canalhas na grande mídia, drogada e prostituída, rapidamente encontraram o furacão Catrina como justificativa, catarse, consolo, conforto e consolação para o sofrido, bravo e resiliente povo gaúcho; Por isso mesmo, os padres e os pastores não estão falando em ‘’castigo de Deus’’ pelos acontecimentos diluvianos, isto é notório! sim, o Catrina, não é mesmo um maravilhoso bode-expiatório?
LUÍS CARLOS BALREIRA. PRESIDENTE MUNDIAL DA LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA.
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/05/leite-ve-tentativa-de-criar-governo-paralelo-no-rs-e-clima-com-gestao-lula-fica-azedo.shtml
PS. Leite é “Governa-dor” e pode dispensar a presença non grata do “apimentado” enviado usurpador de poderes.
O governador Eduardo Leite do RS , esta completamente perdido do que fazer , frente a essas intempéries da natureza e de sua tragédia , pela falta de iniciativas em coordenar e liderar os demais entes ” prefeitos ” do ERS e fazer um levantamento das perdas do estado e seu real custo de recuperação comum ao ERS , mas fica perdendo tempo se exibindo na TV , sem nada a oferecer ao povo do RS .